Especial Crise Hídrica na Folha: como a nossa imprensa isenta o Governo de SP?

O Especial da Folha sobre a Crise Hídrica – De que formas a nossa imprensa isenta o Governo do Estado?

Sérgio Reis

Eu lamento pelo cidadão paulista, a cada dia mais perto de ficar sem água. Lamento pela inoperância do governo que atua em seu nome, incapaz de lidar com a crise hídrica. Lamento, mais ainda, pelos meios de comunicação colocados à disposição da cidadania, os quais não conseguem se livrar do partidarismo conservador doentio que conforma sua atuação nessa e em tantas outras questões. Lamento, enfim, pela Síndrome de Estocolmo que informa o comportamento político dos eleitores paulistas e paulistanos, às vésperas de concederem um novo mandato ao mesmo partido, para que ele se mantenha no poder por um quarto de século, após um legado tão negativamente expressivo.

É exatamente em virtude dessa permanência tão demorada à frente da gestão do Estado que se torna inatacável a responsabilidade plena de Geraldo Alckmin pela crise hídrica ora vigente. Mesmo quando tratamos de um evento que, evidentemente, é complexo – pois lida com fatores climáticos, elementos ambientais, investimentos em infraestrutura com elevada curva de maturidade, mudanças em práticas culturais intergeracionais com relação ao consumo da água – devemos admitir, para todos os efeitos, que mesmo ele está, sim, sob o domínio da gestão pública. Em outras palavras, as políticas de recursos hídricos, como quaisquer outras, estão, no limiar, sujeitas à intervenção humana, mesmo que tratemos de imprevistos, de catástrofes, do aquecimento global e de quaisquer variáveis supostamente independentes ou intervenientes.

Essa é a razão de ser da Administração Pública, projeto intelectual da modernidade: sujeitar aquilo que disser respeito à vida humana a uma lógica de planejamento, de reflexão sobre modos de intervenção na realidade para seu aperfeiçoamento, para a provisão de bem estar – ou, minimamente, para a garantia de sobrevivência da espécie, mesmo que alguns desafios sejam incrivelmente difíceis, a depender das condições orçamentárias ou administrativas. De outra forma, nos renderíamos à metafísica, e entregaríamos, por exemplo, o desafio hídrico a Deus, repetindo nossos antepassados mais distantes, como os sumérios (já que os egípcios buscaram, em seu tempo, implementar algumas estratégias ousadas, para nossos padrões paulistas, para o aproveitamento do Nilo durante as estiagens). Mas será que não é justamente isso, no limite, o que tem feito a gestão tucana? E os jornais, que criticam o clima por “não colaborar”?

Não há como não responsabilizar tal comportamento gerencial, que se aproxima da inimputabilidade, à nossa imprensa. Ela opera mediante um conjunto de tecnologias discursivas muito curiosas, com vistas à preservação política de seus representantes institucionais (no Palácio dos Bandeirantes):

1) inserem o problema na pauta do jornal com ênfase próxima à nulidade, nas últimas páginas do caderno regional;

2) desenvolvem matérias pouco relevantes, de pouco estofo, em geral a partir da mera atualização da queda de 0,1 ou 0,2% dos níveis dos reservatórios;

3) tratam do tema em editoriais, e não em reportagens (recordo-me de um artigo recente do Nassif nos mostrando que é muito mais fácil compreender a linha editorial de um jornal em suas matérias, que possuem muito mais repercussão dentre os eleitores, do que nos editoriais, que atendem a um público muito mais específico);

 4) nos editoriais, empregam uma abordagem de recomendação ou orientação, como um apoio ou alerta de alto nível (muito raramente utilizando linguagem pesada, irônica ou crítica, como ocorre, sabemos, quando políticas de outros governos estão em jogo);

 5) nas matérias, dão ênfase aos elementos aparentemente situados mais para fora da capacidade de intervenção governamental (a partir de termos, para o nosso caso, como “estiagem” ou “seca”). Essa mudança de ênfase é fundamental para retirar a governabilidade sobre a crise em si, o que significa, é claro, a desresponsabilização dos agentes governamentais;

 6) nas matérias, investem em textos que, na prática, escamoteiam os territórios centrais nos quais ocorre o problema (dando-se ênfase ao problema da escassez de água não na região metropolitana de São Paulo, onde se localiza metade da população do Estado, mas sim nas pequenas cidades não atendidas pela SABESP, nas quais, é claro, as dificuldades administrativas são muito maiores);

7) quando pretendem abordar “seriamente” a questão, buscam dar um caráter nacional a ela, como se fosse um problema generalizado, indistinguível em suas particularidades no contexto do Estado o qual devem tratar, particularmente: a crise hídrica se torna uma crise “brasileira” (uma responsabilidade federal, do PT, de Dilma, etc), e não daqui;

8) nesse esforço de esvaziamento de responsabilidades contido nessas matérias “sistêmicas”, sobra até muito mais para o próprio cidadão do que para o governo;

9) Por vezes, enfim, chegam até mesmo, nas matérias, a cometer erros básicos, propositais ou não, como a recuperação de manchetes antigas como forma de apresentar “respostas prontas” do governo à crise (quando são, na verdade, descontextualizadas), ou mesmo dados desatualizados sobre o tamanho do problema – no limite, redundando em lamentáveis contradições entre as matérias, às vezes em intervalos inferiores a uma semana (isso quando não utilizam fotos antigas para retratarem o cenário atual).

Cada uma dessas tecnologias discursivas já foi abordada nos meus artigos. Elas se repetem, são combinadas, recuperadas, passam por um processo de sofisticação, mas, enfim, permanecem basicamente essas, atendendo a um processo de blindagem político-ideológica altamente bem sucedido, capaz de transformar o maior estelionato eleitoral da história do Estado em um evento tão incólume à imagem do governador quanto grave à cidadania. Vale discorrer um pouco mais sobre o Especial apresentado pela Folha de São Paulo de hoje a respeito da Crise da Água, com grande repercussão na página inicial do principal portal de Internet do país (http://arte.folha.uol.com.br/ambiente/2014/09/15/crise-da-agua/gente-demais.html).

Primeiramente, já identificamos a excelente cortina de fumaça contida no título-justificativa para a crise hídrica na região metropolitana de São Paulo: “Gente demais”. A seguir, o texto destina longos parágrafos para atacar ocupações irregulares de mananciais, dando grande ênfase para uma, recente, do MTST, inserindo-a no contexto da administração municipal de Fernando Haddad – de forma com que o problema se torne “não-estadual”. Aqui, notamos uma interessante operacionalização do deslocamento de responsabilidades, sempre para fora do âmbito estadual: primeiro, destinando-a para o domínio municipal (o que constitui, ainda, uma boa oportunidade para atacar o PT); segundo, colocando a “culpa” em nós mesmos, cidadãos, e não na Administração Pública.

O pulo do gato, aqui, é que o “nós” não diz respeito à totalidade da população, mas sim ao “outro” da cidadania: quem faz ocupação irregular, quem, curiosamente, possui uma agenda relacionada ao direito de propriedade que não condiz com a linha editorial do jornal. É preciso ressaltar essa saliência importante porque “ocupação perigosa” para os mananciais, do ponto de vista da Folha, não é a das mansões e resorts situados em Bragança Paulista, nas beiras do – agora seco – reservatório Jaguari/Jacareí, mas sim o dos pobres e vândalos que moram na Billings e no Guarapiranga – “sequestradores de propriedades”. É evidente que as habitações em regiões de mananciais são problemáticas para a produção de água. A forma com que a Foha coloca a questão, contudo, nos mostra as maneiras com que desloca, para fora de Alckmin, a responsabilidade sobre a crise. Curiosamente, por exemplo, nada é falado sobre a legislação gestada e sancionada durante outro momento da administração do atual governador (2001-2), na qual ocorreu a anistia de mais de 1,6 milhão de habitantes dessas zonas, que deveriam estar protegidas.

Ou seja, também o tópico da preservação ambiental não só consta do rol de responsabilidades compartilhadas pela administração estadual, como ela também é responsável, historicamente, pelas ocupações irregulares, sejam elas de quais classes sociais forem. Isso, é claro, não foi abordado pelo grande “especial” da Folha. No limite, a manchete que nos fala que há “gente demais” e o conteúdo da matéria que ataca um certo conjunto de ocupações irregulares nos dá indícios para uma bizarra conclusão: o governo do Estado não tem culpa por não dar conta de não conseguir aumentar a produção de água. Há pessoas demais morando na região/no ente da Federação. Trata-se de uma situação ingerenciável, na opinião do jornal (sendo que o crescimento vegetativo do Estado já é menor do que a média nacional há duas décadas, o mesmo período sob a égide tucana). O que será que a Folha está querendo sugerir, subliminarmente? Mandar de volta os imigrantes (para preservar a capacidade gerencial do PSDB)? É até esse ponto que chega a ânsia de proteção da imprensa aos seus?

Também é possível observar outros dois registros válidos dessa tecnologia discursiva de transferência de responsabilidades contida nesse especial da Folha: o primeiro, a partir da cobertura “nacional” da questão da água, busca mostrar que metade dos municípios do Brasil também precisa aumentar a sua produção de água, ao mesmo tempo em que quer indicar que as perdas de água que ocorrem em São Paulo são referência para todo o país. O fato de, p.ex., o Ceará precisar aumentar sua disponibilidade hídrica não reduz em nada a imperiosidade de que o Estado de São Paulo também o faça – e, diante de sua favorável condição orçamentária, é vergonhoso que não tenha tido obtido sucesso nisso. Segundo, a partir da abordagem da questão a partir de um olha macroclimático, faz com que o problema atual represente um conjunto de forças ambientais incrivelmente poderosas e incontrastáveis, i.e., para fora dos domínios do Estado.

Essa lógica é incrível porque ela colide com a própria prática de escamoteamento da crise hídrica operada pelo jornal. Tratada como fenômeno de terceira relevância desde Janeiro, agora aparece inserida como símbolo maior do aquecimento global. Nesse sentido, o fato de termos vazões médias de entrada de água abaixo da média desde Julho de 2012 não se torna um argumento para notarmos a falta de tempestividade do governo tucano para buscar alternativas para enfrentar a seca, mas sim o quanto o governo está sendo “bravo” em conseguir evitar o racionamento de água em meio a uma estiagem tão aguda e prolongada. Uma falha grave de capacidade de diagnóstico é transformada em heroísmo gerencial. Não conseguimos sequer notar uma mudança de ênfase entre o modo com que o jornal nos conta a história e os releases da assessoria de imprensa da SABESP.

De fato, um dos auges desse “chapa-branquismo” se situa na abordagem a respeito do desperdício de água, que chega ao cúmulo – pela falta de citação à empresa pública em questão – de fazer com que acreditemos que se trate de uma culpa do cidadão, dado o próprio uso do termo “desperdício”, sempre associado, no léxico jornalístico, ao consumo, e não à produção (relacionada ao termo “perdas”). O grande gargalo de gestão, que é o fato de a SABESP perder um terço de toda a água que produz (os 24,4% citados pela Folha são dados da própria SABESP, e não são acurados porque dizem respeito apenas ao volume que seria faturado – cobrado do cidadão na conta – , e não a perda total propriamente dita, que seria a perda real, e que é o indicador utilizado internacionalmente), se torna uma “responsabilidade compartilhada” com o cidadão.

Não por acaso, a Folha assume como um dado o fato de o racionamento estourar os encanamentos, como se tal fenômeno ocorresse de forma “supra-histórica”. Com efeito, é espantosa a entrevista feita, também no contexto desse Especial que estamos abordando, com o especialista Peter Gleick (http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/09/1515983-existe-alternativa-para-petroleo-nao-para-agua-alerta-peter-gleick.shtml). Duas perguntas feitas ao entrevistado merecem reprodução: 1) São Paulo vive a pior crise de água em 80 anos. Pode-se exigir de qualquer governo que esteja preparado para uma crise sem precedentes?; 2) [Gleick: É difícil cortar a água das pessoas] Folha: E complicado, pois a rede pode ser danificada com a mudança de pressão. É bastante interessante percebermos como o discurso da escassez de chuvas entre como uma defesa ao governo Alckmin contida na própria pergunta (Você consegue imaginar essa sensibilidade para a questão energética, de competência federal? Não preciso trazer exemplos em sentido contrário, correto?). A segunda não é nem uma pergunta, mas um comentário-defesa, corroborando o que dizia acima. Nada sobre o fato de termos 51% de encanamentos com mais de 30 anos, quase o dobro do observado, de acordo com a própria SABESP, em 1997 (apresentei esses dados neste artigo: https://jornalggn.com.br/blog/sergiorgreis/historia-recente-da-gestao-do-abastecimento-de-agua-em-sao-paulo-por-sergio-reis).

Seria possível apontar, ainda, vários outros exemplos de emprego dessas tecnologias discursivas de tergiversação e de inimputabilização a respeito das responsabilidades envolvidas na atual crise hídrica e na eventual falha em sua superação. Quando tantos e tantos dados nos colocam, com obviedade, que é o Governo do Estado de São Paulo o autor central com relação a essa questão, todo um arcabouço de interpretações – que ora buscam culpar a natureza, ora parte da própria população como a responsável pela tragédia –  é colocado à disposição do leitor. O Especial poderia ser uma grande oportunidade, efetivamente, para que realmente refletíssemos sobre como superar esse problema tão grave, tão complexo, tão da ordem do dia, e que vai afetar tão dramaticamente a vida de milhões de pessoas. Lamentavelmente, contudo, boa parte dele nada mais foi do que um panfleto de sobrevivência política, um disclaimer sobre a imponderabilidade governamental para lidar com a crise. Ele nos mostra, enfim, que os veículos de comunicação hegemônicos de São Paulo – a Folha, pelo menos – não irão abandonar o barco do PSDB: manter-se-ão firmes e alinhados ao tucanato, favorito a mais uma reeleição, mesmo que isso custe a negação, em poucos meses, a um dos direitos mais básicos que as pessoas deveriam ter – e o referendo, portanto, a um abominável estelionato eleitoral.

Redação

26 Comentários

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  1. Eu já desisti de refletir

    Eu já desisti de refletir sobre essa crise hídrica. 

    A culpa pala tragédia que esta prestes a acontecer, e que está sendo inicialmente atribuída a São Pedro, será no final das contas, e como sempre, relacionada ao PT.

    E o paulista aceitará e acreditará nessa idiotice sem maiores contestações. 

    Eu imagino como deve estar o clima lá no céu, com essa discórdia plantada pelo PSDB entre os santos Pedro e Paulo.

    Acho que depois dessa, nem Jesus salva a terra da garoa… 

    1. Mas já estão culpando o PT,

      Mas já estão culpando o PT, esses dias teve uma reportagem na Globo pra mostrar que a falta de água em SP deve se ao desmatamento na região amazônica. Eu não assisti a reportagem mas vi a chamada, e se é uma pessoa tendenciosa a acreditar no que diz na TV nem assisti e já acredita. E como a culpa é do desmatamento da amazônia, como o Governo Federal não faz nada?? Assim que pregam e tem gente que acredita!

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  2. Se o dito cidadão paulista

    Se o dito cidadão paulista sofre com problemas de agua desde ha muito tempo e, mesmo assim, reelegera o atual (des)governador, ve-se que se merecem, não?

    1. Cade as oposições?

      É de uma simplificação sem tamanho dizer que o indice de votos em Alkimim é alienação de paulista.

      A legislação eleitoral é que aliena o eleitor, não se vota em programa, nem existe representatividade, geralmente se vota no menos pior.

      Qto ao Alkimim não possuir adversario a altura é culpa exclusiva das oposições. Ou se pretende que o cargo caia nas mãos de graça? Se a midia esta coptada pelo governo, como esperar que se tenha uma opinião capacitada que possibilite informação suficiente que gere alguma disposição de mudança. Enquanto não faltar agua literalmente nas torneiras sera impossivel que o cidadão comum avalie com realidade o tamanho do problema.

      Logo que surgiu, sem nem ao menos utilizar os minutos do horario eleitoral gratuito, Skaf, contou com algo em torno de 20% dos votos, poderia crescer como a possibilidade de mudança em S.Paulo, porem, demonstrando uma alienação politica assustadora, apareceu abraçado em palanques com personagens que detem os maiores indices de rejeição, como Kassab e Fleury. Caiu e hoje se mantem como uma triste possibilidade perdida.

      O conservadorismo eleitoral é uma realidade brasileira, o PT perdeu votos unica e exclusivamente pelo problema da corrupção, estão ai as pesquisas apontando alta avaliação do governo da Dilma, e baixa disposição de votos na legenda.

      Não adianta chorar, desta maneira o PSDB não larga o osso em São Paulo.

  3. Só sei que parou de faltar água nos últimos dias…

    Até há quase uma semana faltava água todas as noites a partir das 20h.  Já fazem 5 dias que não falta água.

    Será que esse assunto pegou tanto que pode levar ao 2o. turno?

    1. “Até há quase uma semana

      “Até há quase uma semana faltava água todas as noites a partir das 20h.  Já fazem 5 dias que não falta água”:

      Espero que voce nao esteja pensando que a falta de “falta de agua” eh bom sinal a esse ponto…

      Nao eh.

  4. Não importa o tratamento da mídia para já

    Quero ver é se segurarão seus funcionários, os jornalistas, quando em muito breve o problema se materializar de fato (a secura das fontes ao nível de impor desabastecimento geral). Venho acompanhando a previsão de chuvas, que poderiam dar uma atenuada (mas que o Sergio já mencionou aqui, que precisariam que fossem 20% melhores os indices de precipitação que o ano passado e ele mencionou ser pouco provável tal índice) e não parecem boas as indicações.

    Faz duas semanas e se previam chuvas para alguns dias aqui na região de Americana/SP. Veio chuva com ventos fortes que as levaram embora.

    Agora estamos com tempo seco de inverno (às vésperas da primavera) que os alérgicos como eu ressentem de longe. E o clima seco é um fator atenuante para o “sumiço” extra da água e isto não é contabilizado. Há alguns dias, por causa desta diferença brusca (calor com secura X vinda de frente fria) fez cair granizo forte e rápido, que apenas trouxe estrago em várias cidades do interior de SP.

    Sei que um governo não tem culpa sobre certas questões pontuais da complexidade que as mudanças no clima vem sofrendo.

    Mas quando a coisa ficar muito mais séria, muitos mídias (e seus jornalistas) vão ser duramente cobrados. 

  5. Alckmin canalisou centenas de

    Alckmin canalizou centenas de milhões de reais para a imprensa e isto causou um apagão do jornalismo em relação a falta de água. Ha, ha, ha… O PSDB provou que em São Paulo fazer propaganda é mais fácil e eleitoralmente mais lucrativo do que governar.

  6. tive oportunidade de ler…

    tive a oportunidade de ler a “reportagem” citada, realmente é de encher os olhos de lágrimas… pelo menos as depositei numa bacia … amanha vou poder tomar banho….kkkkkkkkkkk

  7. pensando bem

    eles foram capazes de promover um pinheirinho pra garantir o lucro de um, mas para garantir a água para todos não??

    na minha terra a gente tem um nome pra esse tipo.

  8. Essa oposição, incluindo a

    Essa oposição, incluindo a imprensa  – e não só a de são paulo, pois uma catástrofe dessas na maior região metropolitana do pais não deveria ser ignorada por nenhum veículo – já passou do ridículo há muito tempo. Não é nem mais o caso de incompetência ou irresponsabilidade de quem se acha muito sabichão: é o ridículo mesmo.

    Com eles é assim: falta água, luz, emprego, salário, etc., e ainda se dizem os grandes gestores…

    Se o eleitorado do tucanistão decidir rereconduzi-lo ao cargo, desejo-lhes felicidades.

  9. Está mais que provado que o

    Está mais que provado que o PSDB não sabe gerenciar nada ! Infelismente o povo paulista  e o mineiro não percebe isso, pq a imprensa comprada é fiel defensora dos mesmos. De outros estados tb .

  10. E a Globo agora está correndo

    E a Globo agora está correndo atrás dos desmatamentos na amazonia e as queimadas próximas de lá. Assisti dias desses , uma reportagem s/ o Rio Araguari, em MS, que está virando um córrego. Suas margens foram totalmente tomadas pelos plantadores de soja e a mata ciliar acabou, além do uso para irrigação.. Dá uma tremenda pena !

  11. Como resultado

    Como resultado da des-gerência tucana em São Paulo, ocorrerá (já está ocorrendo) a debandada de empresas para outros Estados com a consequente perda de receitas pelo governo estadual e prefeituras. Menos receita, menos investimentos. Com a população que o Estado tem, fatalmente a violência aumentará, a infraestrutura ficará aos frangalhos em pouco tempo, a educação e a saúde sairão prejudicadas, enfim….só bosta.

    Parabéns paulistas, continuem votando neste irresponsável e vejam seu Estado afundar no lodo.

  12. Padilha

    Tenho escrevinhado nessa internet de meu deos que a eleição de Padila passa pela divulgação das fotos do deserto da Cantareira.

    E pelas do incêndio do Pinheirinho. E pela greve da USP. E pelo assalto ao trem pagador.

    Alkimim, que a imprensa intitula de bom gestor, tem que ser exposto ao povo de São Paulo.

    A subida das intenções de voto na Marina, arrastou todos os progressistas para defender a reeleição de Dilma.

    Está certo. Esse seria o mal maior.

    Espero que dê tempo de, no mínimo. levar o Padilha para o segundo turno.

    Ai Padilha governará São Paulo. (se sobrar são paulo!) .

    Skaf? …é só um tucaninho com outra cor.

  13. Infelizmente não é só a água,

    Infelizmente não é só a água, SP também passa por uma crise de mobilidade. Estradas lotadas, ruas e avenidas congestionadas, mesmo em cidades médias do interior.

    O Estado passou anos sem investir devidamente no transporte ferroviário e ainda acabou com os trens de passageiros que existiam no interior. Os únicos candidatos a alertar para isso e propor a expansão da malha ferroviária novamente foram Skaff e Padilha. O governador Alckmin propõe mais do mesmo: a expansão lenta do metrô, os trens intercidades que ele promete desde 2004 e (é claro) mais estradas pedagiadas.

    É uma pena, pois sem água, com cidades poluídas e sem mobilidade, acredito que a melhor alternativa é sair daqui mesmo.

  14. A água só não lava a parvoíce de milhões.

    Sabem, durante a Ditadura Militar, Rede Globo e toda a imprensa nacional apoiavam o regime, inclusive torturas, assassinatos políticos e tudo o mais. A crise era escondida da população. Mas em 1974, com o fracasso da política econômica do governo militar, o povo despejou seu descontentamento em votos no MDB, o partido de “oposição” oficial, também criado pela própria Ditadura. A visibilidade desse descontentamento deu-se nos votos para o Senado. Apenas o senador do Maranhão foi eleito pela ARENA, partido oficial da Ditadura. Todos os demais eram do partido contrário, que por baixo dos panos, também apoiava o regime, com exceção de uma meia dúzia, chamados de “autênticos”.

    Quer dizer, mesmo numa ditadura aberta e com toda a imprensa apoiando o regime, o povo votou contra. Hoje, com suposta “liberdade de imprensa”, o povo vota a favor. A favor da incompetência, do mandonismo, do estado como caudatário do interesse de uns poucos. Talvez tenhamos chegado ao paroxismo, de uma imprensa leviana e corrupta ter criado um povo tão leviano e corrupto como ela. Assim está São Paulo e eu, cidadão participativo, irei pagar, com o racionamento que virá, pelos milhões de idiotas que reelegerão o governador provado e testado em sua própria incompetência.

  15. A manchete do jornal precisa

    A manchete do jornal precisa ser corrigida : “AS RAZÕES, E ALKMIM NÃO É UMA DELAS, RESPONSÁVEIS PELA FALTA DE ÁGUA EM SÃO PAULO”

  16. congratulações pelo

    congratulações pelo texto.

    nunca imaginei que numa matéria tão ténica dessas

    – mais pra engenharia do que qq outra coisa –

    pudesse ter uma visão tão profunda do

    jornalismo digamos escroto praticado em sampa.

    e, infelizmente, copiado em várias partes do país.

    poderíamos brincar e dizer que a culpa é do

    mordomo daqueles antigos romances policiais.

    isto é, a culpa é do pauteiro!

    mas pelo que li é mais abrangente.

    talvez a culpa acabe nomeando o dono do jornal.

    mas  é uma culpá  de toda essa estrutura que

    mantém essa grande mídia dependente

    de interesses economicos espúrios

    e esquece da população,

    como a sabesp beneficia seus acionistas

    e esquece de investir para atender bem os usuários.

    tudo em consórcio com o o ninho tucano,

    de onde só nascem ovos de serpentes que

    geram novas calamidades sempre omitidas.

    afundam tanto na omissão pervertida, que daqui

    a pouco esvaecem e morrem afogados na omissão

    como vai neesse ritmo o

    esvaécio neves. . 

    o alquimista mor disso tudo,  

    ao invés de exonerar os incompoetentes,

    exonear-se das responsabilidades.

    é a técnica suicida da avestruz afundando

    sua cabeça na lama da cantareira

    seguida pela trupe entusiástica do pauteiro, dos editores, dos repórteres e e dono da foolha

    tudo muito fool.  

    folie.

    freud ou foucault explicam?

  17. Bode expiatório.

    Em 1988 o Instituto  Oceanográfico da USP cedeu seu anfiteatro para o seminário Mudanças Climáticas e Possíveis Respostas Políticas, veio gente da Alemanha para assistir;  pesquisadores do INPE como o doutor Carlos Nobre, pesquisadores do Instituto Astronômico e Geofísico da USP com seu Departamento de Meteorologia, grandes nomes da Meteorologia cogitavam a possibilidade de haver uma flutuação natural, mas pesquisadores, como a doutora Assunção Faus da Silva Dias, discutiram a questão por ainda uns três anos, daí que a partir de 1992, os principais nomes da academia já se posicionavam ante os riscos que corríamos por eventos extremos, portanto bem antes do fim da renovação da outorga do Cantareira para a tecnocracia financeira. O calvário por que passará a população pela falta de água e o consequente  desemprego deverá ser espetado na conta de quem de fato será escolhido pela falta de liberdade de expressão midiática: PPPP e a classe “tragicomédia” paulista poderá racionalizar e recalcar, graças aos “P’s”,  sua culpa pelos preconceitos orientados contra as maiores vítimas mais uma vez, pois são culpados por serem vítimas; taí nossa sombra escravocrata! 

  18. De quem é a responsabilidade????
    É inadmissível acusar a imprensa de estar isentando os governos estaduais, como o de São Paulo, acerca da falta de água. A falta de água não responsabilidade apenas e principalmente de governos estaduais. . A falta de água em São Paulo tem os mesmos motivos que o restante do Brasil.. 1. Disparadamente, o o principal motivo é Desmatamento da Amazônia e das Florestas Tropicais, tendo em vista que as principais fontes de captacão de água são rios e represas que dependem da chuva. O Brasil está secando e ninguém faz nada, a começar pelo governo federal. Consideremos que o lobby de proprietários rurais e de frigoríficos (Friboi, etc) não permite bloquear a produção de carne em detrrimento  das Florestas brasileiras..2. Falta de educação e conscientização do povo que gasta água potável mais que o necessário e em coisas supérfluas como lavar o carro e a calçada da casa. Neste caso poderíamos atribuir responsabilidades sobre todos níveis de governo e casas liegislativas, bem como o terceiro setor, escolas e a própria população..3. Falta de programas de incentivos para redução de consumo (modelos de torneiras, privadas, etc). Também aqui podemos atribuir responsabilidades sobre todos os níveis de governo e legislativos..4. Falta de programas de incentivos para captação e reciclagem de água em todos os âmbitos da construção civil (água da chuva, pocós artesianos, água usada, etc). Semelhantemente a responsabilidade é de governos e legistadores..5. O brasil está amarrado a ter a produção e distribuição de água a cargo de empresas públicas e mistas, como a SABESP e outras.. A legislação poderia prever a produção in-loco por condomínios e comunidades.     

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