O jornalista em Marinho faleceu quando passou a usar a notícia em benefício próprio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Nirlando Beirão

O jornalismo do “jornalista”

Na CartaCapital

O problema do jornalismo da Globo começa com aquele “jornalista” que Roberto Marinho tanto insistia em apor à sua condição inequívoca, categórica e bastante autoritária de patrão.

Jornalista ele pode ter sido, sim, lá nos primórdios bicudos do século XX, mas, quando o doutor Roberto se firmou depois como operoso empresário, transitando alegremente na avenida de mão dupla aberta pelos interesses convergentes das Organizações Globo e do regime fardado, jornalista ele deixou de ser. Por mais que reivindicasse a mítica insígnia e a usasse abusivamente para constranger seus subordinados, o “jornalista” faleceu no momento em que passou a traficar a notícia em favor de suas finanças pessoais.

Mas não é assim que se comportam, no Brasil, nove entre dez dos oligarcas das comunicações? É verdade, mas o fato é que no quesito manipulação da verdade o doutor Roberto foi incomparável.

Nas sucessivas mesas-redondas que o Jornal Nacional promoveu dias atrás para festejar os 50 anos da emissora, o âncora William Bonner chegou a ensaiar um rápido mea-culpa a propósito de um ou outro episódio em que os interesses fiduciários e ideológicos do patrão prevaleceram sobre a verdade dos fatos.

Passeando o olhar por aquele cenário de grisalhos jornalistas, profissionais de respeito com muitas histórias nas costas, não dá para não sentir por eles uma simpatia solidária. Não deve ser nada fácil preservar certa decência numa escola de jornalismo que cobra ética dos adversários políticos e comerciais, mas não gosta de praticá-la, ela mesma.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. O “jornalista”

    Meu caro Nirlando Beirão, 

    Você, ao dizer que jornalista ele pode ter sido lá pelos primórdios do século XX, eu retrucaria com o seguinte: essa parte parte da história, você desconhece, pois se a conhecesse, jamais em tempo algum afirmaria isso!  Mui cordialmente.

  2. falecimento

    “o “jornalista” faleceu no momento em que passou a traficar a notícia em favor de suas finanças pessoais.”

    Logo, esse longo falecimento remonta, no mínimo, aos anos 50 do século passado.

    Eita! que falecimento mais demorado.

  3. “jornalista” roberto marinho

    Não, não é descuido, escrevi minúsculo mesmo. Tudo.  Só tem um remédio: cassação da concessão. O mais impressionante de tudo é que não consigo mais fazer de conta que não percebo o coxo dele como independente, faz parte de uma articulação internacional, que ficou evidente a partir do Macarthismo, depois nas perseguições aos Sindicatos Americanos, e em eventos recentes foi usada para Denegrir “D-S-K” do Fmi, para abrir caminho para La Garde, zumbizona da “austeridade”, citando casos internacionais que me recordo agora. Uma das operadoras do linchamento moral que é usado pela mídia nacional para denegrir oPT, usada por Lacerda contra Getúlio, JK, e algumas vezes é usada para “santificar’ alguém, como Moro ou CB. Então, é muita cincidência para ser conicidência, e ainda por cima “casa” com o discurso da direita vendida. Só não vê quem tem preguiça.

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