Para membros da SIP, desconcentração da mídia enfraquece as empresas

Do Estadão

SIP debate concentração da mídia e poder do Estado
 
Desconcentração é forma de ‘debilitar empresas’ e ‘fortalecer o populismo’, diz jornalista na reunião da entidade em Barbados
 
Gabriel Manzano – O Estado de S.Paulo

No último dia de debates da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Bridgetown, capital de Barbados, palestrantes fizeram críticas ao modo como é debatida, no continente, a questão da concentração das comunicações. “O conceito de desconcentração é muito bonito, mas é manipulado pelos governos para debilitar as empresas”, disse o argentino Adrian Ventura, do jornal La Nación. Com críticas aos governos que querem mudar as regras, ele afirmou: “Os autoritários nos embrulham no uso da palavra democracia”. Outro jornal argentino, El Clarín, acusado de monopólio, foi obrigado por lei a vender parte de suas empresas.

Depois de Ventura, Asdrúbal Aguiar, da Venezuela, Edward Seaton, dos EUA, também fizeram críticas às as leis de imprensa baixadas em alguns países para “democratizar a informação”. Segundo Aguiar, isso “é populismo e se dirige a maiorias” mas não combina com a cidadania. No debate, um grupo de manifestantes venezuelanos entrou no auditório com cartazes em protesto contra a repressão policial em seu país.

Outro painel foi dedicado a um balanço dos 20 anos da Declaração de Chapultepec – criada em 1994 e vista como uma espécie de ‘carta magna da liberdade de expressão” na América Latina. “Apesar de Chapultepec, estamos hoje pior do que há dez anos”, afirmou Eduardo Ulibarri, representante das Nações Unidas. Ele propôs que se convoque uma conferência “para adaptar a Declaração às realidades da internet e redes sociais”.

Google vs. jornais. No último debate do dia, foi analisada “A proteção da informação na era do Google” – sobre a ação do sistema de buscas, criticado por faturar publicidade distribuindo notícias sem remunerar as fontes que as produzem. José Maria Moreno, do International Institute for Media Development, resumiu o poder do Google hoje: ele “concentra 90% das buscas na internet e fica com 90% do faturamento”.

O colombiano Roberto Pombo, de El Tiempo, relembrou conflitos que, desde 2010, levaram países como França, Alemanha, Espanha e Brasil a estabelecer medidas de controle. Essa relação entre os dois lados tem de ser mais de diálogo do que de demandas”, resumiu.

Pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), o brasileiro Carlos Müller afirmou que o Brasil é visto como “exemplo de resistência” nessa disputa – os jornais ligados à ANJ recorreram à Justiça para evitar o uso de seu trabalho. Ele defendeu que qualquer solução para o caso deve passar pelo reconhecimento dos direitos dos jornais e outros meios, que produzem conteúdo. 

 

Redação

23 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Viva a ditadura midiática
    Desconcentração é forma de ‘debilitar empresas’ e ‘fortalecer o populismo’, diz jornalista na reunião da entidade em Barbados————————- Não poderia haver defesa mais clara dessa ditadura midiático-penal que, no momento, no Brasil, manda e desmanda, por exemplo, no STF. Até o México regulou sua mídia. Enfim, o Brasil foi o último pais a abolir a escravatura e será o último a democratizar os meios de comunicação

  2. Golpistas sem escrúpulo

    Manda a SIP pregar essa barbaridade nos EUA, o que esperar dessa entidade patronal que defendeu por exemplo o golpe em Honduras

  3. tem toda a razão, empresas

    tem toda a razão, empresas pequenas são facilmente manipuladas pelo poder economico, moro em Piracicaba, temos 03 jornais, e todos estão a serviço de grupos politicos locais, sem independencia alguma, eu prefiro 02 jornais parrudos que 20 minusculos que estarão sempre defendendo o poder pois depende de verbas!

     

     

    1.  Você prefere que meia dúzia

       Você prefere que meia dúzia de famíglias controlem a mídia, que usem seu poder concentrado de manipulação para extorquir governos, obtendo rios de publicidade estatal, sonegando impostos e defendendo interesses dos ricos e poderosos, do que centenas de midiais com pontos de vistas diversos, claro, cada uma com seus próprios interesses, mas com pouco poder de controlar a notícia e fazer os governos reféns delas?

       

  4. Quer dizer que o bom é ter

    Quer dizer que o bom é ter oligopólio, deixando de fora novas tecnologias vindas da Internet. Então tá! E imaginar que coronelismo seria coisa do passado.

  5. Deixa “ve se’u intendi”

    O que eles querem é haja concentração pois só assim o negócio deles podem prosperar e eles assim ganham mais dinheiro…

    … e com isso ganham mais poder…

    …  e assim poderão chantagear mais o governo…

    … e assim se perpetuarão ganhando dinheiro/poder mais ainda.

  6. A importância estratégica do meio de informação.

    O meio de informação significa um modo de, pelo passado, capturar o futuro, para, pelo futuro, ser capturado pelo meio de publicação. Qual a formula de ambos? Inventando o futuro como meio do passar do passado ao presente; a realidade se torna base de lançamento de outros meios no futuro.

    Não há como cortar o movimento dos tempos que são o corpo desta comunição simultânea sem provocar uma ruptura com os outros meios da história de tudo que existe.

    Ou o Estado tem a propriedade da informação como uma apropriação de poder absoluto dos meios ou se relativiza como uma formação da difusão.

  7. “Oxente, só purquitú é um

    “Oxente, só purquitú é um cabra clarin, acha que pode tudo, é? Vai chupar uma rapadura, fio de uma égua!” – Xexéu do Brejo Seco

  8. Então, monopólios e

    Então, monopólios e oligopólios são coisas boas, cianureto faz bem para os dentes e a CIA é uma organização filantrópica…

  9. Nenhum monopolio de

    Nenhum monopolio de comunicaçao privado pode ser mais nocivo do que o monopolio do estado no trato da informaçao

    A esquerda não é democratica nunca foi, é totalitaria e fala em democracia para enrolar incauto

    Pela esquerda nao ha necessidade de livre expressao pois como é totalitaria o certo e o errado quem define é o partido e nao os fatos logo nao ha razao na sua visão insana para que se permita à terceiros noticiar os fatos com ponto de vista contraditorio

    A chamada ” democratizaçao ” da midia nada mais é do que dissolver grandes grupos de comunicação para que sendo pequenos dependam ainda mais da verba oficial

    Verba oficial é do governo ( leia-se estado ) mas como esses desavergonhados acham que Estado = a Partido, eles tem o despudor de reclamar do fato do PT estar dando dinheiro para midia que fala mal dele

    O PT nao esta dando nada, porque o dinheiro como o estado NAO É DELE

    Obvio que a midia é tendenciosa, e normalmente esta à esquerda dos conservadores mas apanha da extrema direita que a considera à serviço do comunismo e da causa gay e apanha dos estelionatarios progressistas que acham que ela esta a serviço da CIA e da elite

    Esquerdista nao tem e nunca teve nada contrfa censura e ditadura ( Cuba é um exemplo claro disso ) fica aqui falando abobrinha e enchendo o saco pedindo condenaçao à ditadura militar e controle da Midia apenas para impor sua agenda totalitaria que só levou miseria e fracasso a todas as naçoes que adotaram  o lindo modo e fazer governo desses insanos…

     

    1. Bom mesmo é a Rede Goebbels

      Bom mesmo é a Rede Goebbels (mostra o DARF), a Veja do Carlinhos Cachoeira, a Folha Ditabranda, o SBT do $$ e do Figueiredo é coisa nossa. Isso é exemplo de imprensa livre, honesta, a serviço do povo. Empresas que vivem única e exclusivamente do seu trabalho, que não aceitam publicidade estatal, que pagam seus impostos regiamente, não obtém nenhum favorecimento do estado, como isenção de impostos no papel, empréstimos subsidiados do BNDES, terrenos públicos invadidos, etc etc etc.

       

  10. A reunião foi em Barbados

    conhecido local para sediar empresas “offshores”. Os rapazes depois das “reuniões” foram verificar os saldos das continhas.

  11. Santa Deus, Nassif! Não dá

    Santa Deus, Nassif! Não dá para ler isso não. Acabei de almoçar

    Só digo uma coisa, baseado no que disse o jornalista (operário padrão) do pig argentino.

    Nós somos adultos o suficiente para sabermos que escapar do monopólio do estado para cair no de empresas privadas não nos interessa. E numa democracia é mais fácil enfrentar governos do que o grande capital.

    Em português curto e grosso. Vão manipular a ponte que partiu!

  12. O sr. Ventura , do La Nacion

    O sr. Ventura , do La Nacion , diz que a desconcentração da mídia enfraquece as empresas e fortalece o populismo . Bem , essa é a leitura do empresário , há outras maneiras de ver o problema , à luz da história e da experiência dos povos. Por exemplo , a regulamentação do setor de mídia enfraquece o golpismo e fortalece a democracia …

  13. A SIP serviu de apoio a todos

    A SIP serviu de apoio a todos os golpes de direita na America. Pena que o Brasil ainda não seguiu o exemplo de outras nações para assegurar a desconcentração da mídia. Como foram os casos recentemente da Inglaterra e da Argentina.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador