Vídeo editado transforma jornalista da CNN em vítima de agressão que não houve, por Luis Nassif

Com um vídeo editado, Raquel Landim atribuiu ao ministro Paulo Pimenta afirmações falsas. E a imprensa comprou o discurso de vítima

Qual o principal instrumento de manipulação das redes sociais? Editar falas, tirar do contexto e publicizar conclusões incorretas, frutos da edição.

O que a mídia fez, no episódio da entrevista do Ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, é construção típica de rede social. Definitivamente, não é jornalismo.

Tudo começou com um vídeo editado da repórter Raquel Landim. No vídeo, ela atribui a Paulo Pimenta afirmações falsas, contidas na própria íntegra da entrevista. Pimenta não coloca em dúvida a operação, mas a série de coincidências que jogaram no colo da juiza Gabriela Hardt – ostensivamente ligada a Sérgio Moro – a decisão de divulgar trechos do relatório, em seguida à fala de Lula ao 247.

Era uma colocação falsa, que mereceu uma resposta do Ministro. Da maneira como foi editada, impede o espectador de conferir o contexto. Mesmo assim, foi comprada na hora por veículos de mídia. E Raquel tornou-se, imediatamente, suposta vítima de agressividade do Ministro, respondendo à altura e deixando o Ministro sem resposta. Tudo isso, obviamente na edição.

Fiquei curioso, e decidi ir atrás da íntegra da entrevista.

  1. Em nenhum momento, Pimenta colocou em dúvida a seriedade da investigação.
  2. Quando ele pergunta se Raquel é jornalista, (08:40) é para se colocar ele mesmo como jornalista, e explicar que o papel do jornalismo é montar seu raciocínio com o exercício permanente do questionamento. E critica fato de que a experiência da Lava Jato não trouxe o ensinamento do questionamento. E dá inúmeros exemplos de manipulações de Moro.
  3. Em nenhum momento houve a desqualificação da jornalista por Pimenta.

Em nenhum momento ocorreu a agressividade sugerida pelo vídeo editado de Raquel. Foi apenas um factoide.

Pode-se discutir o conteúdo do diálogo. Mas decididamente não houve a agressividade sugerida. O episódio serve apenas para confirmar o que o ótimo ombudsman da Folha, José Henrique Mariante, ressaltou em seu comentário semanal, “A bolsonarização de Lula“.

Narrativas de lado, era sabido desde antes da eleição que o comportamento da mídia em relação ao presidente retornaria ao nível pouco amistoso dos primeiros mandatos e completamente degenerado durante a Lava Jato, pródiga na oferta de informação para a imprensa com timing e efeito estudados. A Vaza Jato mostrou mais tarde, em diversas oportunidades, que os luminares de Curitiba exaltavam o uso da mídia como forma de pressão sobre tribunais, políticos e delatores”.

Luis Nassif

17 Comentários

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  1. Paulo Pimenta é Ministro da Secretaria de Comunicação. Nem poderia ser tão ingênuo ao falar, dando chance da edição do que disse e nem pode permitir, sem ação, o que estão fazendo com sua fala editada. Afinal, é para isso que ocupa o cargo.

  2. CHEGA A DAR VERGONHA ALHEIA ver a parcialidade desses PAUS MANDADOS!
    Ok! Ok! Todos sabemos que o CAVIAR custa muito caro, o WHISKY ESCOCÊS custa muito caro e o VINHO FRANCÊS caríssimo custa, mas, ainda assim, para tudo tem um limite!

    Fica óbvio e ululante que o Brasil tá precisando, sim – de MUITOS MAIS PEDROS CARDOSOS DANDO AULA DE JORNALISMO a SUPOSTOS JORNALISTAS!

    Estamos precisando, sim – de muitos mais ATORES ensinando – como vimos na própria CNN – o ‘beabá’ do JORNALISMO à SUPOSTOS JORNALISTAS!

  3. Nassif, efetivamente, o jornalismo brasileiro definha a cada dia. Repercute notícia de “agências”, sob o epiteto “Agressividade”, e tome-lhe assinar texto de terceiros como se do autor fosse. Aliás, a mídia impressa e eletrônica faz o mesmo. Foi-se o tempo em que o jornalista apurava, apurava, checava, etc., até ter pelo menos a verdade a que se referiu o jornalista e professor Nilson Lages, recentemente falecido. E olhe que o youtube está ai para que a verdade seja posta. Depois, há queixas de que a mídia impressa está perdendo leitores. É que ninguém mais é trouxa.

  4. Está na hora (ou já passou da hora?) de pararmos de tratar esses veículos corporativos como “a mídia”. Se essa é “a mídia”, o que seria por exemplo o GGN? Mera atividade diletante de ex-profissionais “da mídia” e de jovens que não encontram emprego lá? Pra mim não é. Hoje eu pouco dou atenção à mídia corporativa, exceto vez por outra para saber por onde anda o pensamento da nossa elite financeira e da direita que a acompanha. Sabendo que o mundo que elas apresentam é um mundo forjado pra iludir em favor de interesses muito restritos. Pra me manter realmente informado, recorro seguramente às matérias, lives, podcasts dos meios que muitos ainda insistem em chamar de comunicação alternativa. Essa é a mídia do mundo de hoje.

  5. Essa metodologia continuou a ser utilizada mesmo depois da eleição do ex-ocupanto do Palácio do Planalto,só que,com seu gabinete do ódio,deixou a mídia golpista m pouco mais livre para tentar resgatar um pouco de sua credibilidade o que,não ocorreu.
    Agora,essa mídia golpista,que foi apoiadora e instigadora do golpe de Estado contra o povo brasileiro,que apoiou sem restriçoes a destruição de nossas empresas de engenharia e a doação de parte de nossas empresas pública a da criminosa autonomia do Banco central;volta,novamente a se unir aos golpistas porque já avaliou que o presidente Lula avançará firmemente sobre todos os redutos que impedem o avanço do país e,até pela sua experiência,idade e,principalmente,história,não tem o que e nem o porquê temer niguém nem nada. A história magnifíca e única dele ja está escrita e a retribuição pelo carinho e confiança que o povo brasileiro nele depositou virá através dessa luta contra essa gente que entende que para eles viverem bem é necessário que todo o resto da população brasieira viva mal.

  6. Só espero que na divisão de verbas governamentais desta vez o governo Lula deixe de ser republicano e deixe os defensores do mercado se sustentarem com o mercado. Lembrando que a Folha e o Uol tratavam a pec dos auxílios sociais como Pec da Gastança. É insuportável o ar de superioridade que jornalistas tipo Wack, Landim etc tratam entrevistados de governos petistas. E referenciam escroques como Moro.

  7. A culpa é do Pimenta.
    Deu “mole” para o azar!
    Deixou a carteira sobre a mesa numa reunião de bandidos.
    Esperava o que?
    Essa gente não merece nem um “bom dia”.
    Até isso eles são capazes de editar.
    Esse povo que vende a mãe por dinheiro não merece a atenção dos membros do governo.
    Se não houver outro jeito, falar com eles só ao vivo.

  8. Eu tenho pena daqueles que não tem discernimento e engolem essas pataquadas da imprensa, que de imprensa não tem quase nada, são pessoas famosas, inclusive, as que acreditam nessas asneiras

  9. Assisti, por acaso, e ao vivo, a essa entrevista e pude perceber que além do ódio destilado pelos entrevistadores ( o olho azul do repórter chispava e a repórter mal continha sua antipatia ) as palavras do ministros foram torcidas, retorcidas e por três vezes a transmissão sofreu interrupções muito rápidas enquanto o ministro falava, de modo que o que ele dizia não correspondia ao movimento dos seus lábios, dando a entender que pode ter havido edição ainda no decorrer da entrevista.

  10. Crápulas, vendidos, traidores e inconfiaveis existem em todos os segmentos do planeta, e as mídias estão sujeitas a serem contempladas também. Resta saber se estão apoiado e/ou incentivando tais crimes.

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