Enviado por Oswaldo Conti-Bosso
Amigos,
“Bilhete” foi composta em dezembro de 1979, em Teresópolis, em nossa ex-casa, no Ingá.
Eu e meu letrista e amigo Vitor já estávamos tentando fazer uma canção fazia dias e nada.
O clima começou a ficar desagradável. Começamos a nos estranhar.
Eis que nossa empregada, Dona Carmelita, reparando a situação, veio a nós e nos recomendou uma rezadeira que ela conhecia, chamada (pasmem) Madalena.
Fomos lá. Era numa pequena favela (hoje grande), no Caxangá. Subimos e chegamos à casinha dela. Dona Madalena era uma senhora branca, tipo nórdica, cabelos desgrenhados e simpática. Dona Carmelita explicou a ela que nós precisávamos de uns passes.
Aí ela foi para um canto e se concentrou e de repente estremeceu toda e recebeu uma entidade. Pegou um caderno e começou a escrever rabiscos nervosos, páginas e páginas, numa velocidade incrível, quando acabou, voltou para o canto, estremeceu de novo e voltou ao que era, e passou a traduzir a rabiscada toda: MAL OLHADO, INVEJA BRABA.
Virou-se para Vitor e disse pra ele acender uma vela numa pedra na beira de um rio e dedicar a uma entidade tal. Virou-se para mim também e disse para eu acender uma vela num descampado e dedicar a uma outra entidade. Já eram umas 20h da noite. Saímos de lá e Vitor logo achou o rio e acendeu a sua vela. Demorei a achar um descampado. Peguei minha vela, acendi e vi que não tinha pavio. Saímos atrás de outra vela, era domingo, tudo fechado. Acabei ganhando uma vela numa padaria.
Voltei ao descampado e acendi, dedicando a tal entidade. Voltamos para casa.
Dia seguinte, à tarde, minha sobrinha Heliane atende a um telefonema e vem me chamar dizendo que era um tal de Bíblia ou coisa parecida. Atendi e era o Quincy Jones, dizendo maravilhas de minhas músicas e nos convidando para Los Angeles, para saber o que ele estava preparando para nossas canções.
Minha carreira internacional começou ali.
Claro que no dia seguinte já estávamos inspiradíssimos e a primeira que saiu foi “Bilhete”.
Fiquei meio assustado com o tema, dizendo pra mim mesmo que nunca gostaria de cantar aquilo.
A inspiração não ficou só nisso. Fizemos mais umas 3 canções, entre elas “Atrevida”, que Simone e Isabella Taviani gravaram.
Canções femininas. Acho que a entidade do Vitor era uma mulher.
Gravei “Bilhete” no disco “Novo Tempo” de 1980. Ano seguinte Fafá de Belém grava e estoura a música nas paradas, com um arranjo belíssimo de César Camargo Mariano.
Dois anos depois ganhei meu “Bilhete”. O que eu temia aconteceu.
Fazer o quê?
Beijos,
Ivan
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Dez, Nota dez
Para o documentário que assisti esta semana com Ivan Lins e Monica Salmaso sobre Luiz Gonzaga. Um dos momentos mais grandiosos que vi em TV nos últimos tempos. Fico com a palavra dita pelo Lenine no documentário:
D I G N I D A D E !
Quanto a “bilhete” todos nós, em algum canto das esquinas da vida, temos que ficar “juntando paninhos” e colocando as chaves por debaixo das portas.
Bilhete, A Noite, Guarde nos Olhos…
…esse cara já fez muita coisa boa! Viva Ivan.
Acompanhei pela imprensa,
pela TV e pelo rádio, na época, o episódio que de fala Ivan, assim hoje.
Sofreu pra caramba com a perda da companheira, cantora, mãe de seus filhos, mas que carrega até hoje seu sobrenome. Talvez carregue bem mais que isso.
Ele também.
Curioso é que nesse momento estou ouvindo um cd do Ivan. Adoro Ivan Lins. Ponto.
Eu também sou grande fã do
Eu também sou grande fã do Ivan. Ele tem umas melodias que adoro, são inesquecíveis para mim.
Ivan Lins
Ah, essa canções de despedidas matam a gente……….. Morremos um pouquinho depois delas, das canções e das despedidas.
Para mim ou dois maiore hits
Para mim ou dois maiore hits do Ivan: “Bilhete” e “Madalena”.
por que será que os músicos
por que será que os músicos adoram o ivan lins?