Taxa de inadimplência deve seguir em alta

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Taxa de endividamento atingiu 6,2% para famílias, e 4,7% para empresas

Jornal GGN – A inadimplência deve continuar a subir neste ano, em um ambiente de queda da atividade econômica e alta das taxas de juros. Dados do Banco Central mostram que a taxa de endividamento (atrasos acima de 90 dias no pagamento de dívidas) das famílias chegou a 6,2%. No caso das empresas, a taxa ficou em 4,7%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a inadimplência, principalmente de pequenas e médias empresas é mais expressiva. No caso das famílias, Maciel classificou o crescimento da inadimplência de “relativamente modesto”, em um cenário de retração da economia e aumento do desemprego.

De acordo com informações da Agência Brasil, Maciel disse que o aumento da inadimplência tem ocorrido de forma gradual, o que permite aos clientes dos bancos renegociar as dívidas e às instituições financeiras fazer adequações no nível de provisionamento (reserva de recursos para situação de inadimplência).

Segundo Maciel, o aumento das taxas de juros ocorre por influência de diversos fatores, como o crescimento da inadimplência. Ele enfatizou que as alterações nos juros do crédito não ocorrem somente por influência da taxa básica de juros (Selic), que não sido elevada pelo BC nos últimos meses.

Em janeiro, a taxa média de juros cobrada das famílias subiu 2,4 pontos percentuais em relação a dezembro e ficou em 66,1% ao ano. De acordo com Maciel, a alta da taxa média é “puxada” pelos juros do crédito rotativo (cartão de crédito e cheque especial).

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 8,1 pontos percentuais de dezembro para janeiro, quando atingiu 439,5% ao ano, a maior já registrada na série histórica do BC, iniciada em março de 2011. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. A taxa do cheque especial chegou a 292,3% ao ano, com alta de 5,3 pontos percentuais.

A taxa média de juros do crédito do sistema financeiro, incluindo operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 31,4% ao ano em janeiro, alcançando o patamar mais elevado da série histórica iniciada em março de 2011, com elevações de 1,7 ponto no mês e de 6,5 pontos em doze meses. A taxa de juros atingiu 49,4% ao ano no crédito livre (aumentos de 2,2 pontos no mês e de 10,3 pontos em doze meses) e 11% ao ano no crédito direcionado (+1,2 ponto no mês e +2,6 pontos em doze meses).

Maciel recomenda aos consumidores evitar o crédito rotativo, parcelando a fatura quando não é possível fazer o pagamento total ou tomar outra modalidade de crédito com taxas mais baixas. “O crédito rotativo deve ser usado com extrema cautela, em prazo curto de tempo para que isso não onere o orçamento pessoal”, enfatizou.

 

(Com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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