40% da Previdência bancam os 20% mais ricos. Os 20% mais pobres pesam 3,3%

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Embora o governo Bolsonaro queira convencer os mais pobres e a classe média a abrir mão de direitos trabalhistas e apoiar uma reforma da Previdência que acaba com o sistema solidário em detrimento do capitalizado, além de impor regras duras para que o benefício seja concedido integralmente, dados do Ministério da Fazenda (gestão Temer) mostram que quem fica com a maior fatia (40%) do dinheiro pago pela Previdência hoje são os 20% mais ricos do País. Os 20% mais pobres pesam 3,3% no orçamento da Previdência.

Quando o assunto é rombo na Previdência, “grande parte da distorção é provocada pelas aposentadorias do setor público, onde os trabalhadores já ganham mais na ativa –cerca de 60% mais, na comparação entre os salários médios nos Executivos federal, estaduais e municipais e os da iniciativa privada (o que põe o funcionalismo na parte superior da pirâmide)”, escreveu o jornalista Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo, em artigo divulgado na quinta (7).

Na proposta do governo, os servidores públicos civis e militares passariam a contribuir no mínimo por 25 anos para a Previdência, e não mais 20 anos.

O governo ainda estuda estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem. Além disso, para obter o benefício integral, é preciso ter 40 anos de contribuição. Com 20 anos de contribuição, 60% do valor da aposentadoria será liberado. Cada ano a mais de contribuição acresce 2% no valor do benefício.

“Entre todos os pontos de resistência à frente da reforma, esse [as mudanças para servidores públicos] talvez seja o maior, além da teima de boa parte da sociedade (sobretudo da parcela mais rica) em achar o déficit previdenciário não é problema dela.”

Hoje, o Brasil tem 42% das famílias ganhando até R$ 1,9 mil por mês. Outras 22% vivem com menos de R$ 3 mil. Somando as duas parcelas, 64% das famílias brasileiras ganham menos de R$ 3 mil.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. ANTICAPITALISMO DE ESTADO ABSOLUTISTA DITATORIAL ESQUERDOPATA
    Instalado num Golpe Civil-Militar Fascista em 1930. Uma transferência brutal de Poder e Dinheiro aos Déspotas de um Nepotismo de Capitanias Hereditárias que se perpetuam por 88 anos. Elite que não quer ser vita como Elite. Não é mesmo, canalhas da Família Covas? E seu feudo, cara Família Arraes/Campos: Congressista com 22 ou 23 anos? Ensinou muito bem ao Novo Coronel. País de muito fácil explicação.

  2. Não esqueçam que o funcionario publico paga 11% em cima do salário integral e não em cima do teto de R$5000, da previdência. E durante muitos anos empregado privado pagou 8% em cima de no máximo o teto que é cerca de $5000 aproximadamente. Lembrem também que o empregador deveria pagar uma outra percentagem no caso do empregado privado. Qual é a divida dos empresários e industrias e corporações com a previdência pública. O adicional pago pelo funcionário publico equivale ao que seria pago a uma previdência complementar. O discurso contra o funcionalismo e os privilégios encobre apenas os olhares de cobiça dos fundos de pensão e do sistema financeiro, quando puderem transformar todos em contribuintes do sistema financeiro e fundos de pensão. Isto se chama privatização da previdência.

  3. A reportagem não abordou a alíquota diferenciada de contribuição dos servidores públicos e tão pouco as regras atuais que já aumentam o tempo de contribuição, além da extinção da integralidade. Somente levando-se em conta estes tópicos é que se pode chegar a uma reportagem isenta. Estas omissões estão recorrentes nas matérias relacionadas ao tema. Parecem, até, dada a reincidência contumaz, intencionais.

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