A arte do encontro e do desencontro

Silzi Mossato, de quem eu já falei aqui, é escritora, ceramista, produtora cultural, dramaturga e agora tem um de seus textos, “A arte do desencontro”, escrito em 2008, levado ao palco pela produtora Loana Terra, da Lak Eventos, sob a direção de Jul Leardini.

Formada em psicologia, profissão que exerceu por vários anos como terapeuta familiar ou trabalhando em escolas e com educação especial, Silzi stá lançando também um breve romance infanto juvenil pelo Clube de Autores, “Alem das Montanhas Coloridas” (veja entrevista aqui). O romance é uma fábula sobre alteridade, ruptura, transposição dos limites impostos pelos sistemas sociais, desenvolvimento humano, sonhos, a pureza do amor livre da condicionante materialista que determina os valores sociais no nosso moderno mundo real. Para ela, o termo travessia talvez defina o livro, “que narra uma jornada, um ciclo, que pode ser concebido como uma vida ou um período de transição, com rupturas, resgates, ressignificações desvelados por imagens e simbolos. Já o texto “A arte do desencontro” trata de discussão de gênero e estreia no Mini Guaira no próximo dia 13.

“Dizem que a arte do encontro reside no companheirismo. Dizem que o companheirismo é manjar dos deuses. Eu, humanamente imperfeita, só posso tecer considerações sobre a “arte do desencontro”, escreveu a autora no programa do teatro.

No espetáculo, três mulheres que habitam três universos aparentemente paralelos são biografadas e, ao mesmo tempo, se revelam através de pequenos monólogos entrelaçados. A contraposição dos três universos femininos conduz o espetáculo em três atos, mas as incursões de personagens masculinos diversificados, no segundo e terceiro atos, rompem a visão do gênero feminino (e masculino) e funcionam, segundo a autora, como um elemento bem humorado de desconstrução dos estereótipos que permeiam as trajetórias das personagens, carregando versões que podem desarticular as verdades quase inquestionáveis nos universos de cada gênero. Esses universos divergentes e controversos fazem um provocativo jogo cênico que leva o espectador do riso à ternura e à interrogação.

Produzido pela Lak Eventos através da Lei Municipal de Incentivo de Curitiba (Mecenato), sob s direção de Jul Leardini, a peça tem no elenco Loana Terra, Fernandah Rocha, Isabel Oliveira e Tom de Deus, com música, sonoplastia e imagens desse que escreve.