Anielle Franco defende ampliação do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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A ministra da Igualdade Racial citou a Lei 10.639/03, que, apesar de obrigar o ensino, continua sendo um desafio para o país

Foto: reprodução/YouTube Bom dia, Ministra

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou, nesta quarta-feira (6), que o governo pretende ampliar o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas.

A fala foi feita durante o programa Bom Dia, Ministra, exibido pelo Canal Gov, e ocorre após a herança afro-brasileira ter sido o tema da redação do Enem deste ano.

“Apagar essa parte da história é muito cruel com o povo negro. O tema dá visibilidade às nossas pautas, à luta do ministério, à luta do povo negro e dos movimentos negros também”.

A ministra da Igualdade Racial citou a Lei 10.639/03, que, apesar de obrigar o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, continua sendo um desafio para o país, mesmo após 21 anos de aprovação.

“A aplicabilidade da Lei 10.639, o Camilo Santana [ministro da Educação], está muito empenhado para que isso se torne realidade, mas existem estudos que demonstram que, infelizmente, apenas 17%, e em algumas regiões até menos, aplicam essa lei”, explicou.

Sobre o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, Anielle reiterou a importância da abordagem, visto que “um país mais diverso é um país fortalecido pela igualdade racial”.

“Eu fui professora desde os meus 17 anos e, muitas vezes, eu que imprimia fotos de pessoas negras em momentos felizes e as levava para a sala de aula porque nos livros não havia. Então, por isso, a lei é tão importante. Por isso, precisamos fortalecer [o ensino] com editais e [a população negra] com oportunidade e empregabilidade”.

Caminhos Amefricanos

O objetivo, segundo Anielle, é que os professores adquiram conhecimento sobre a história e cultura desses países e apliquem os estudos em sala de aula. Para o próximo ano, novos editais serão lançados para Angola, República Dominicana e Peru.

Ainda no mês da Consciência Negra, que homenageia o líder Zumbi dos Palmares, o ministério deve lançar um edital de R$ 30 milhões, em parceria com o BNDES, para fortalecer quilombos da Amazônia.

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