Antecipação do julgamento do Lula é a quintessência do regime de exceção, por Jeferson Miola

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Antecipação do julgamento do Lula é a quintessência do regime de exceção
 
por Jeferson Miola
 
A decisão de acelerar o julgamento do ex-presidente Lula em segunda instância é a quintessência do regime de exceção e do terrorismo jurídico instalado no Brasil.
 
O julgamento do Lula terá um trâmite totalmente excepcional, muito mais rápido que o ritmo normal de julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região [TRF4], que em média consome 14,5 meses para proferir sentenças de segunda instância.
 
O ex-presidente Lula, todavia, será julgado no tempo recorde de apenas 5 meses. É uma decisão arbitrária que tem motivação exclusivamente política.

 
A aceleração do julgamento expõe a maquinação processual operada no contexto do chamado “direito penal para inimigos”, oposto ao “direito penal do cidadão”.
 
A violência sobre o “réu-inimigo” é pesada: suspensão dos direitos e das garantias legais e processuais; condenação prévia, sem provas e baseada em “convicções”; e extremo subjetivismo de investigadores [PF], procuradores e juízes – tudo guarnecido por um brutal e constante massacre midiático, no qual a Rede Globo ocupa papel de destaque.
 
O regime de exceção antecipa a condenação do Lula para inviabilizar sua candidatura presidencial, tida como imbatível em qualquer cenário projetado para 2018 e contra qualquer opção eleitoral testada pela classe dominante até agora.
 
Esta cartada jurídica de exceção é a compensação da oligarquia golpista à incapacidade de evitar a eleição do ex-presidente Lula nas urnas.
 
A oligarquia tenta, com este golpe dentro do golpe, assegurar a continuidade do golpe e das políticas anti-povo e anti-Nação que estão devastando e colonizando o país.
 
Somente Lula tem autoridade política e moral para restaurar a democracia e o Estado de Direito e dar início à reconstrução econômica e social do Brasil.
 
O banimento do Lula, se consumado, poderá mergulhar o país num ambiente de instabilidade e conflito social de dimensão impensável. Qualquer que seja o resultado de uma eleição fraudada, este jamais será aceito pelo povo brasileiro.
 
A oligarquia golpista demonstrou à exaustão que, num cenário de maior ilegalidade e ilegitimidade do regime, não hesitará em adotar medidas autoritárias e anti-democráticas necessárias à sua manutenção.
 
A guerra contra o Lula é a guerra contra o povo e contra o ideal de uma nação justa, soberana e democrática. Esta guerra, ao que parece, está longe do fim.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Ordem unida

    A última enquadrada veio do editorial do Globo criticando FHC. Dias depois, ordem unida: G. Mendes confirmou a ilegibilidade de Lula; TRF-4 antecipou o julgamento final; Ciro Biruta, sentindo a mudança de ventos, trairou Lula (dias depois de acordar apoio mútuo no 2º turno); FHC voltou atrás, pedindo a prisão e não o enfrentamento de Lula pela legalidade das urnas.

    A imagem mais icônica desse movimento desesperado da Casa Grande é a foto de semanas atrás de M. Bretas portando um fuzil, com cara de mal. Quando um juiz se fantasia de macaco, como se Lula Lampião fosse, está sinalizando sem palavras que, acima da Lei, há o Império da Bala, que já está valendo o Estado de Exceção, a lei do mais forte.

    Houve um tempo em que a esquerda sequestrava diplomatas. Hoje é a direita quem busca a solução com jagunços armados, pela via da violência fascista da mídia e da justiça. A Casa Grande vai ao Amargedom por seus privilégios escravocratas.
     

  2. É DITADURA!

    Não estamos sob “regime de exceção” e sim oprimidos por uma DITADURA MIDIÁTICO-JUDICIAL, onde a globo dá as ordens e o sistema judicial as cumpre como cãezinhos medrosos.

  3. Qual é o plano depois?

    Amigos, de fato me surprendo como tenho a impressão de viver uma época de infantilismos, tantas são as perguntas sobre questões básicas que me coloco. Passo a desconfiar seriamente de que perdi o trem da História, mas vamos lá, arrisco uma reflexão.

    Tendo em vista que boa parte da esquerda e dos movimentos progressistas escolheram a eleição de Lula como principal estratégia para a reversão do golpe em todos os seus sórdidos detalhes, qual é o plano caso Lula sseja impossibilitado de concorrer? 

    Indicar um “herdeiro” e tentar a transferência de votos ?

    Porque não resta a menor dúvida de que ele já está condenado e de que o golpe não vai parar, não importa quanta manifestações pacíficas ocupem as ruas. Eles não foram tão longe para recuar agora, no auge do seu poderio, ainda que sustentado essencialmente na força da mídia, nos bandos de servidores públicos que assaltaram a democracia  e na ratoagem de derrotados pelas urnas de todos os matizes.

    Volto a perguntar; o plano então é este? Inviabilizado de concorrer, transferir-se-ão os votos ao herdeiro? É o que nos restou?

    Ou mais das passeatas de protesto ordeiras e pacíficas, até quando não sejam simpesemente proibi-las?

    Vamos agaurdar que o inimigo tome todas as fortalezas, ocupem todos os lugares estratégicos e posiçôes de força, para só então gritarmos “DITADURA!” ??

     

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