Bolsonaro compromete democracia e aprofunda polarização

Enquanto Congresso e STF seguram radicalização, presidente segue com discurso agressivo e repete atitude que levou outros países à ditadura

Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil – via fotospublicas.com

Jornal GGN – O primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro foi marcado pelos temores das minorias e por uma série de ataques: contra a imprensa, a ciência, a história, outros poderes do Estado, entre outros. Primeiro presidente de ultradireita desde 1985, o militar segue com discurso adotado em campanha e testou as instituições brasileiras.

O quadro só não foi ainda mais destrutivo uma vez que o Congresso brasileiro (no qual Bolsonaro não tem maioria) deteve seus projetos mais radicais, como purgar os livros escolares de esquerdismo e eximir policiais e militares de responsabilidade em tiroteios.

O Supremo Tribunal Federal (STF) também conteve os avanços do presidente, mas ele destruiu tudo aquilo que não atende sua visão em outras áreas, como na política cultural.

Em entrevista ao jornal El Pais, o professor Staffan I. Lindberg, que integra o V-dem (instituto da Universidade de Gotemburgo) afirma que o Brasil vive “uma guinada à autocracia das mais rápidas e intensas do mundo nos últimos anos”.

O fator que mais traz preocupação aos acadêmicos europeus são os esforços de Bolsonaro e seu Governo para impedir a manifestação daqueles que o criticam, em atitude semelhante a de outros políticos que levaram seus países da democracia para a ditadura – como Narendra Modi na Índia, Viktor Orban na Hungria e Recep Tayyip Erdogan na Turquia.

Redação

2 Comentários

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  1. Bolsonaro só não é ainda mais agressivo, porque carrega no lombo as rédeas das complicações familiares com o sistema de repressão que está também fragmentado e degradado, através do falso-moralismo que foi seu mote de campanha e é sua linha de ligação com a hipocrisia dos homens das salas com crucifixo na parede, com o três-oitão na gaveta. A tal elite brinca com o fogo, menos por apoiar a Bolsonaro e mais por manter fogo alto na panela de pressão já com muito pouca água. Em breve o “rancorismo” produzirá uma grande e irrecuperável explosão.

  2. O Bolsomerda é favorável ao vazamento de tudo mas, ao mesmo tempo, é desfavorável que a imprensa noticie os fatos:

    “Quem ganha com isso? Para que esculachar minha esposa e dizer que ela não tem legitimidade para fazer o trabalho social que ela faz? Ela está abatida, arrasada. Para que isso?”- Bolsonaro, referindo-se às noticias veiculadas na imprensa sobre os crimes dos parentes da Micheque Bolsonaro

    Antes, o Bolsonaro era a favor de que toda a imundície, toda a podridão fosse vazada, revelada:

    “O Queiroz não estava sendo investigado, foi um vazamento que houve ali, não sou contra vazamento, tem que vazar tudo mesmo, nem devia ter nada reservado, botar tudo para fora e chegar a uma conclusão. Dói no coração da gente? Dói, porque o que nós temos de mais firme é o combate à corrupção e aconteça o que acontecer, enquanto eu for o presidente, nós vamos combater a corrupção usando todas as armas do governo, inclusive o próprio Coaf”.

    Desde quando noticiar os fatos equivale a esculachar alguém?

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