Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

26 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Governador do RS vira atração ao ajudar cadeirante em praia

    http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/de-sunga-governador-do-rs-vira-atracao-ao-ajudar-cadeirante-em-praia,8fad1654876a3410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

    Após assinar contratos de obras para a expansão da rede de água e esgoto no litoral gaúcho, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, virou atração na praia de Capão da Canoa ao ajudar um cadeirante a entrar no mar. Ele também aproveitou ele próprio para tomar um banho de mar. 

     

    Genro assinou neste sábaco contratos para a expansão da rede de água e esgoto da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em Capão da Canoa e Xangri-lá. O objetivo dos investimentos é garantir que o abastecimento de água dos municípios esteja garantido pelos próximos 30 anos e elevar a cobertura de esgoto em 72%. 

     

    Após o evento, ele visitou a Casa do Governo montada na praia de Capão da Conoa e entrou no mar. Ele também ajudou a conduzir o cadeirante Edemar Puitol, 23 anos, até o mar. O jovem é atendido pelo serviço Praia Acessível do Programa Verão numa Boa, do Governo do Estado. 

     

    Também neste sábado, Genro fez a entrega simbolíca de 30 radares móveis ao Comando Rodoviário da Brigada Militar, que representam um investimento de R$ 3,1 milhões. 

     

      1. Está certo

        Serra foi muito criticado (em blogs progressistas), em 2010, por ter se deixado fotografar em situação parecida com um programa parecido do governo paulista.

        Não sei achar post aui pra isso, deve ter ficado pra trás na migração do ning para advivo, mas achei este artigo:

        http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-entra-no-mar-com-roupa-e-tudo-na-praia-grande,511666,0.htm

        Mas eu acho bacanas essas coisas, não me importo para isso se é Serra ou Genro. Inclusão nunca é demagogia.

         

  2. Criador de grupo para “caçar” gays na Rússia é preso em Cuba

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/33512/criador+de+grupo+para+cacar+gays+na+russia+e+preso+em+cuba.shtml

    Pedido de prisão foi feito pela Interpol; Maksim “Tesak” Martsinkevich é acusado de incitar ódio e foi condenado à revelia em Moscou

    Maksim “Tesak” Martsinkevich, que se diz ex-skinhead, foi preso neste sábado (18/01) em Havana após um pedido da Interpol. Ele é o fundador do grupo “Ocuppy Pedofilia”, que tem como objetivo “caçar” gays na Rússia.

    Segundo a agência de notícias Itar-Tass, ele foi condenado em Moscou, à revelia, por “incitar o ódio ou a hostilidade e humilhação da dignidade humana com violência ou ameaça de violência”.

    De acordo com a agência, Martsinkevich se encontrava na Bielorrússia antes de ir para Cuba e não foi divulgado o motivo da viagem. Ele já havia cumprido, anteriormente, três anos de pena por incitação a crimes de ódio étnico.

    Reprodução

    Martsinkevich (no centro da foto, de camiseta preta com detalhes verdes e short) e membros do Ocuppy Pedofilia

     

    Leia maisApós atentados, Rússia limita acesso à cidade que vai sediar Jogos Olímpicos de InvernoPara Putin, gays devem “deixar as crianças em paz” nos Jogos Olímpicos de Inverno 

     

    O objetivo do movimento “Occupy Pedofilia” é “criar um banco de dados de pedófilos” (que, para os membros, equivale a ser homossexual) para que “qualquer um possa conferir se tem algum colega, professor ou médico” que se encaixe no perfil-alvo do Occupy. Em uma das páginas do grupo, há mais de 160 mil seguidores.

    Os membros do grupo Occupy dedicam tempo a encontrar homossexuais ou supostos pedófilos através da Internet e tudo acontece como nos habituais flertes virtuais: frases elogiando a foto do perfil, estabelecimento de uma amizade, troca de telefones e finalmente o encontro real.

    A vítima do trote é, então, forçada a confessar para as câmeras que é um pedófilo ou um homossexual e logo em seguida passam por diversos tipos de humilhação, como ter que tirar a roupa, falar para os “entrevistadores” segurando uma banana, passar maquiagem e até mesmo beber urina. Em muitos dos casos, há também agressões.

  3. Cadeia: não-território para seres inumanos

    http://revistaforum.com.br/blog/2014/01/cadeia-nao-territorio-para-seres-inumanos/

    O Estado comete, sim, seus horrores, mas o faz principalmente como extensão daquilo que a sociedade como um todo concebe, estimula ou permite

    Por Glauber Piva

    Costuma-se dizer que ninguém conhece verdadeiramente uma nação até que tenha estado dentro de suas prisões. Uma nação não deve ser julgada pelo modo como trata seus cidadãos mais elevados, mas sim pelo modo como trata seus cidadãos mais baixos”

    (NELSON MANDELA – Long Walk to Freedon, Little Brown, Londres: 1994)

    A sociedade brasileira é cruel, cultiva abismos e desumanidades e se equilibra em razão de suas desigualdades e hierarquias. O caso das decapitações, estupros e invisibilidades nas cadeias do Maranhão é apenas mais um capítulo na extensa lista de insensibilidades. Há pouco tempo foram as cadeia do Espírito Santo que ensanguentaram as manchetes. De tempos em tempos, são as cadeias paulistas de seus pulverizados Carandirus. Mas há casos em todos os Estados como todo tipo de ignomínias.

    Todos os casos são parte do mesmo enredo de uma sociedade que prefere trancar criminosos e contraventores em territórios invisíveis. Ao invés disso, deveríamos fazer de nossas prisões parte de um sistema vocacionado a corrigir seus desvios, a melhorar o conjunto e não a aniquilar o que lhe magoa. Seria, assim, um sistema dotado de um complexo de soluções e não apenas a soma de uma série prisões que aprofundam a violência já instalada há séculos entre nós.

    Quando surgem vídeos de decapitações ali, parte de nós de regozija em silêncio: “Um a menos! Viva!” (Barnellbe/WikiCommons)

    Nos últimos 20 anos, o país quadruplicou sua população carcerária e multiplicaram-se as denúncias de assassínios, torturas e outros horrores praticados ou tolerados pelo Estado. Mas, não nos enganemos. Não é o Estado que os pratica ou os tolera: somos nós!

    O Estado comete, sim, seus horrores, mas o faz principalmente como extensão daquilo que a sociedade como um todo concebe, estimula ou permite. Fazemos isso de várias maneiras: algumas vezes explicitamente e outras de maneira camuflada. Fazemos isso quando aceitamos o debate enviesado patrocinado pela elite eugenista que defende a redução da maioridade penal ou a pena de morte – segura e exclusivamente para pretos e pobres -, ou quando aceitamos que a mídia tradicional alimente seus ideais de consumismo e sua ideologia de brancos e limpinhos que nos violenta e amplia nossos abismos.

    A maneira como nossa sociedade trata as cadeias e suas populações é quase como o reconhecimento de que ali é um não-território para seres inumanos. Quase ninguém se preocupa se eles comem, respiram ou dormem: “são seres que merecem o que passam por não terem sabido se comportar”. E isso vale para todos e qualquer um.

    A questão é que as cadeias (expressão que não gostamos de pronunciar) são parte de nosso espaço urbano e, portanto, resultado dos arranjos e valores que produzimos, expressões de uma sociedade que concebe a cidade como um sistema essencialmente de contradição e distinção. Quando surgem vídeos de decapitações ali, parte de nós de regozija em silêncio: “Um a menos! Viva!”. Outros, mudam de assunto: “Discutamos problemas mais nobres”.

    Somos cruéis e invejosos. Invejamos os que acumulam mais riqueza que nós e queremos nos livrar dos que agem fora das regras de nosso joguinho egoísta. Por outro lado, como nos achamos tolerantes e generosos, não criamos e nem debatemos a necessidade de um sistema único de segurança pública no país, permitindo que as polícias sejam fragmentadas e suas ações e inteligências sejam marcadas pela descontinuidade, pelo ideal de exclusão e limpeza social.

    É por isso que as cadeias estão nas periferias do país. Lá, nossos holofotes não iluminam e nossos olhos poderão se fechar com mais facilidade. E assim, fingiremos que essas mortes não tem nada a ver conosco.

    Ignoramos, porém, que temos produzido um discurso em favor de cadeia para todos e sob qualquer circunstância. Temos judicializado a vida social e almejado a exclusão como fator de assepsia. Quantos de nós já não pediram cadeia para todo tipo de crime e condenações sem julgamento – de roubo de sabonete a acidentes de trânsito, de comentários preconceituosos a dívidas por jogo? E fingimos não saber que nossos sistema judiciário está montado para defender os ricos e punir os pobres, para perpetuar as desigualdades e, assim, promover a injustiça. Por acaso nossa imprensa diz que no Equador um processo judicial deve ser concluído em menos de seis meses enquanto aqui pode não ter fim? Será que não sabemos que criamos tantas ferramentas de controle que nosso prazer maior está na detecção do suposto desvio e não na realização do investimento público?

    Como disse Nelson Mandela – hoje, alegre e superficialmente saudado – para conhecermos uma nação precisamos observar como ela trata seus cidadãos mais baixos. No caso brasileiro, as prisões estão em toda parte. Pela via da cadeia, da negativa de direitos ou da falência consentida do Estado, somos uma nação que prefere condenar à prisões intermináveis seus pretos e pobres, ainda que eles sejamos nós.

    Glauber Piva é sociólogo e ex-diretor da Ancine (Agência Nacional do Cinema)

  4. Autor e atriz de novela na Venezuela rebatem críticas de Maduro

    http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/01/1399399-autor-e-atriz-de-novela-na-venezuela-rebatem-criticas-de-maduro.shtml

    ROGÉRIO ORTEGA

    Imagine um presidente discursando contra um vilão de novela: José Sarney atacando Maria de Fátima (Glória Pires) em “Vale Tudo”, Lula chamando Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) de “mau exemplo” em “Senhora do Destino” ou Dilma Rousseff condenando Félix (Mateus Solano) em “Amor à Vida”.

    Nunca aconteceu no Brasil, mas acontece na vizinha Venezuela –a ponto de o autor e uma atriz de uma popular telenovela protestarem publicamente contra o pronunciamento do presidente Nicolás Maduro na última quarta.

    No discurso à Assembleia Nacional, o mesmo em que anunciou a limitação da margem de lucro das empresas venezuelanas a 30%, Maduro acusou as emissoras de TV do país de fomentar “antivalores da morte: o culto às armas, às drogas, à violência”.

    O presidente afirmou ainda que uma “novela muito famosa” mostrava como heroína uma personagem que matara nove pessoas, inclusive a mãe –e nem foi preciso citar nomes para os venezuelanos reconhecerem o enredo de “De Todas Maneras Rosa” e sua vilã, Andreína Vallejo.

     Reprodução Norkys Batista como a vilã Andreína Vallejo em cena da novela 'De Todas Maneras RosaNorkys Batista como a vilã Andreína Vallejo em cena da novela ‘De Todas Maneras Rosa’

    Em carta publicada na sexta-feira (17) pelo jornal “El Universal”, o autor da novela da rede Venevisión, Carlos Pérez, negou que Andreína seja a protagonista: “Ao contrário, é exemplo do que não se deve fazer. É a vilã, irreversivelmente condenada ao fracasso e a ser castigada pela sua maldade”.

    Em sua defesa, Pérez citou ainda “Os Miseráveis”, de Victor Hugo (1802-1885), “a rigor a história de um ladrão” (o protagonista, Jean Valjean), e lembrou episódio ocorrido com o mentor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013), quando este estava preso por sua tentativa de golpe em 1992, antes de ser eleito presidente.

    “Quando escrevemos ‘Por Estas Calles’, recebemos uma carta do cárcere em que o comandante Chávez felicitava os escritores. E, se alguma novela mostrou cenas de violência, foi precisamente essa.”

    A intérprete de Andreína, a ex-miss Venezuela Norkys Batista, reagiu com veemência. Disse no Twitter que sua personagem era uma “psicopata” e perguntou se seus colegas “atores revolucionários” nunca haviam interpretado assassinos. Afirmou ainda temer por sua segurança.

    Críticos de Maduro, por sua vez, temem que o presidente aja como censor. No discurso, ele disse ter ordenado à ministra das Comunicações que “revisasse” toda a programação das TVs do país, para “construir uma cultura de paz para nossas crianças”. 

     

  5. Água mole em pedra dura

    Vejam que ótimo: ministra Maria do Rosário critica demora em aprovação de lei que criminaliza a homofobia e é lembrada por repórteres que vários políticos que impedem a sua aprovação são da base do governo.

    E isso sai no R7, que, ‘grosso modo’, também é simpatizante do governo.

    http://noticias.r7.com/sao-paulo/ministra-critica-demora-em-aprovacao-de-lei-que-criminaliza-a-homofobia-18012014

    Ministra critica demora em aprovação de lei que criminaliza a homofobia

    Maria do Rosário fez referências à morte de adolescente tida como suicídio pela PM

     

    Em inauguração de um Centro de Referência em Direitos Humanos em Porto Alegre, nesta sexta-feira (17), a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, pronunciou-se sobre o fenômeno dos “rolezinhos”, assassinatos ocorridos dentro de presídios e também fez referências à morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, em São Paulo — tida como suicídio pela Polícia Militar.

    — Consideramos que há indícios claros de homofobia.

    A ministra destacou que um centro de referência, como o inaugurado em Porto Alegre, está apoiando a família.

    Após morte de jovem, comunidade LGBT protesta no centro de SP 

    Ela aproveitou o tema para criticar a demora para aprovação, no Congresso, do projeto de lei que torna crime a discriminação ou o preconceito contra a orientação sexual das pessoas.

    — É um absurdo que o Brasil ainda não tenha uma legislação que criminalize a homofobia.

    Lembrada pelos repórteres que entre os grupos que se opõem à proposta também estão aliados do governo de Dilma Rousseff, Maria do Rosário disse que “não interessa” se são da base ou não.

    — Quando falamos de direitos humanos não falamos em base aliada ou adversários, nós falamos de direitos humanos e direitos humanos não são seletivos. Não é possível que alguém seja vítima de violência por ser homossexual.

    “Crime de ódio”

    Em nota emitida também nesta sexta-feira, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República manifestou solidariedade à família de Kaique Augusto Batista dos Santos e destacou que o jovem foi “assassinado brutalmente”.

    A nota enfatizou também que “as circunstâncias do episódio e as condições do corpo da vítima, segundo relatos dos familiares, indicam que se trata de mais um crime de ódio e intolerância motivado por homofobia”.

    A pasta informou que vai acompanhar a investigação junto às autoridades estaduais, “no intuito de garantir a apuração rigorosa do caso e evitar a impunidade”. Dados do Relatório de Violência Homofóbica, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos, em 2012, apontam um aumento de 11% dos assassinatos motivados por homofobia no Brasil em comparação a 2011.

    Ainda conforme o texto, a ministra Maria do Rosário designou o coordenador-geral de Promoção dos Direitos de LGBT e presidente do Conselho Nacional de Combate a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes, para acompanhar o caso pessoalmente. O servidor da SDH/PR desembarcou no início na tarde desta sexta-feira na capital paulista.

    A nota informou também que a “Secretaria de Direitos Humanos está investindo recursos para a ampliação dos serviços do Centro de Combate à Homofobia da Prefeitura Municipal de São Paulo, fortalecendo a rede de enfrentamento à homofobia”.

    1. Está vendo ai, Gunter. A

      Está vendo ai, Gunter. A ministra tem razão, até quando iremos suportar essa ausência de investigação e apuração somente para poupar os autores dos crimes bárbaros ? Isso que a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo está falando é um absurdo, como poderia ter sido suicidio ? Temos que engolir também isso ? Já não bastou ter nos enfiado goela abaixo a explicação de que o menino Marcelinho que tinha matado os pais PMs e depois se matado, quando ficamos sabendo que a mãe prestara testemunho em sindicância sobre seus colegas PMs bandidos ladrões de banco ? Você não nota que estão protengendo cruéis assassinos com essas pseudo investigações ?

  6. Tempo de caça

     

    http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,tempo-de-caca,1120067,0.htm

    Pense em Kaique, encontrado morto com apenas 16 anos. Toda vez que morre um gay é esse silêncio

    Marcelino Freire

    Pense, leitora, amigo leitor, na alegria de um menino de 16 anos. No colorido que há no olhar. Olhe. Lembre-se de quando você era assim. Serelepe. Cheio de vigor. Quando acreditava no mundo. Ia fundo aonde fosse. Perceba de lado. No seu vizinho, no seu irmão. Nos moleques no shopping. No rolezinho pelas praças. Nas várzeas. Cada um, a seu modo. Inocente. Chutando o país para a frente. Ao sol, ao gol.

    Kaique dos Santos é encontrado morto e desfigurado após festa no centro de SP. - ReproduçãoReproduçãoKaique dos Santos é encontrado morto e desfigurado após festa no centro de SP.

    Pense, hoje. Na idade que seu filho adolescente porventura tenha. Nas espinhas da revolução. Em cada recente manifestação. Que tomou conta do Brasil. Nas caras pintadas. No sol raiando. Triunfante. Nos arco-íris de gente. Pequena. Miúda. Colegial. Garotos e garotas que fizeram todo mundo cair na real. Pense.

    Agora pense em Kaique Augusto Batista dos Santos. Seu corpo morto foi encontrado embaixo de um viaduto de São Paulo. Na madrugada de sábado passado. Ele tinha apenas 16 anos. Pense no que é encontrar seu filho. Largado, desfigurado. Os dentes quebrados. Sem sorriso. Pense na falta que a alegria nos faz. Que essa alegria nos fará. Reflita sobre isso.

    Ponha-se, mesmo que você seja mais velho, ou velha, ocupe agora o lugar desta matéria. Morta. Até quando nosso coração suportará abrir o jornal? Olhar pela janela e encontrar? Esse futuro? É prematuro dizer que foi assassinato. A polícia avisa que ainda está apurando o caso. Grupos se organizaram para protestar. Contra a homofobia. Está reaberta a temporada de caça aos pretos, aos jovens da periferia, a todos os veados no ano que mal se inicia. Na última vez em que foi visto, Kaique estava saindo de uma festa gay.

    Divirta-se. Puxe pela lembrança, agora, amigo leitor, leitora. Traga de volta, à tona, suas primeiras aventuras amorosas. Recorda-se? O segredo do amor, as chaves. Aquele rebuliço nos hormônios do peito. O desejo. As descobertas dos sentidos. Averigue, no presente, no passado. Quanto é divertido viver. Promissor crescer. As viagens que você pensava em fazer. Os filhos que você poria no mundo. O dinheiro do próprio suor. Seu primeiro emprego. Pense. Quantos livros, quantos filmes. Quantos carnavais esperados. Planejados. Nos pioneiros porres de vodca, pense. No tempo do iê-iê-iê, do rock, do funk. Nos brilhos da noite. No amanhecer. Você e sua turma, juntos, vendo o sol nascer. Pense, não pare de pensar. Não pare. A vida é esse movimento. É feita dessa asa que nos move. Foi o céu mais lindo o céu daquele nosso tempo. Lembre-se. Da paisagem que você deixou perdida. Na memória.

    Pare, agora, por favor. E pense de novo em Kaique Augusto Batista dos Santos. Morto, com marcas profundas pelo corpo. Franzino. Completamente diferente da imagem saudável de menino. E tão rica de destino. Eu, de minha parte, desde que soube da morte dele, é só o que eu tenho feito: pensado nele. Toda vez que morre um gay é esse silêncio. De pesar e sofrimento. O que me acontece. Esse tédio. Esse medo. Essa angústia. Esse desmantelo. Eu grito por justiça quando penso. Quando escrevo. Chamo à responsabilidade as autoridades. Urgentemente. Volto a me encher de garras. Minha juventude sempre renasce em meus textos.

    Kaique, querido, meu filho, meu amor, meu amigo, companheiro. Nunca nos vimos. Nem sei quem você foi. Mas eu te conheço, íntimo. À margem. Brasileiro igual a mim. Eu já tive sua idade. No Recife que até hoje me invade. Vivi minha adolescência por lá. Pelas pontes da minha cidade. Passeei. Numa época, ave, em que não havia cabeças raspadas, desreguladas, gente que hoje marca, via Facebook, encontros para nos matar. Hoje mesmo, neste domingo, parece que haverá skinheads no Parque do Ibirapuera. Organizados em grupos, prontos para trucidar o primeiro que passar. Veados como eu. Nordestinos como eu. Pense. Não deixe de pensar. É duro imaginar. Tamanha covardia. Repito. Pense. Reflita, por um instante, é o que peço.

    Largue, leitor, leitora, esse jornal no sofá, no colo, e olhe aéreo, e olhe, aérea, para fora de sua janela. Nossa pátria lá fora merece nosso amor. Kaique era todo amor. Eu tenho a certeza. Nos dias em que viveu ele sabia. Que a vida pulsava. Mesmo que tudo seja contra a gente. A vida é a favor. Sempre a favor. Quantos anos você tem hoje? Já pensou? Voltemos.

    Não faz tanto tempo que chegamos ao mundo. E ele já girava. E ele nunca para. É preciso valer a pena cada minuto de nossa permanência por aqui. Pense. Quando adolescente, a febre que nos dá. O olho para o horizonte. Aonde nos levou aquela ponte de esperança no olhar? Eu não perco a esperança. Kaique, saiba. Eu não tenho o direito de perder a esperança. Não temos o direito de perder a esperança. Apesar de tudo, é ela que nos dá fôlego para viver. Vindo de longe, desde os primeiros anos de nossas vidas, será esse tipo de amor que nos guiará. Essa a luz que nos acompanhará. Sem nunca se apagar. Até morrer.

    MARCELINO FREIRE, ESCRITOR, É AUTOR, ENTRE OUTROS, DE NOSSOS OSSOS (RECORD)

     

    1. Você só se sensibiliza quando

      Você só se sensibiliza quando é assassinado um gay ? Morrem centenas com essa mesma descrição em São Paulo, nem se fica sabendo se são gays ou não. Quem está sendo assassinado em São Paulo são jovens, principalmente negros e mulatos, moradores das periferias.  Muito tem sido disso nos últimos anos, tanto que tem sido caracterizado como genocídio.

      1. Não, nilccemar, sou Viajante Solitário

        “Você só se sensibiliza quando é assassinado um gay?”

        Acho chato e injusto esse tipo de pergunta. Que vem se tornando corriqueiro por aqui, mas eu não ligo porque durmo com consciência tranquila.

        Pode ver que nem 20% do que escrevo é sobre LGBTs:

        https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/de-poeta-e-louco-todos-tem-um-pouco

        Eu só estou querendo conscientizar os colegas da necessidade do poder público combater a homofobia. Com programas baratos ou com previsões legais, que por motivos meramente políticos e antiéticos são barrados.

        Você não vê programas antirracismo ou de inclusão de moradores de periferias sendo barrados por motivos políticos, não é? Sobre o genocídio dos jovens de periferia, que de fato existe, você e dezenas de colegas trazem os links. Eu só estaria sendo redundante.

        O que faço, no entanto, não agrada a muitos por expor um ponto fraco do PT e do governo. E, por isso mesmo, eu foco nisso, já que sei que os demais colegas fingem que não se sensibilizam, percebeu?

        Tarefa difícil, já que um monte de gente paga de ‘progressista’ mas estão mais pra ‘Stalin mandou lembranças’.

        Seria até bom, acho, para o PT que seus militantes notassem que se cometem equívocos políticos, mas não parece haver espaço para esse tipo de crítica, paciência.

        Não tem importância que eu seja um Viajante Solitário. Sei que é difícil mesmo confrontar o poder.  Se a gente não caminhar para uma “Rússia dos Trópicos’ já me dou por feliz.

        Mas, se você quer saber, sou também dos que mais reclama da horrível criminalização do aborto (200 vítimas/ano), da tolice da criminalização da comercialização de maconha (que afeta justamente com aprisionamento indevido 100 mil jovens de periferia), do machismo renitente (que acaba levando a 2000 mil feminicídios/ano), do terror que são as políticas neoconservadoras de segurança pública.

        Por que não comenta nos posts a respeito desses assuntos (estão nos blocos sociedade e comportamento da lista no post indicado)? Menos prejulgamentos, portanto. Você irá notar que os colegas daqui também quase não me apoiam em nenhum desses assuntos “não-gays”. Porque também não são de interesse da “esquerda beata”.

        Sem falar do absurdo da PEC do Plebiscito, que pode levar à constitucionalização da redução da maioridade penal, mas que é mais um tema tabu por aqui por ser projeto de deputado do PT. Menos mal que parece que já esqueceram desse monstrengo jurídico.

        Sem falar de povos indígenas e internação compulsória, que também são tema tabu, para não afetar uma certa candidatura a governadora.

        Sem discutir o uso de religião em campanhas políticas, que remetem a uma certa candidatura a governador.

        Sensibilizo-me com um monte de coisas portanto. Uma pequena lista aqui:

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/resistire-por-duo-dinamico

        Só que cometi o pecado de ser crítico ao governo e PT pelas omissões em relação a tudo o que me sensibiliza… Meio anos 70 isso, não?

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/acorda-alice

        Também sou dos poucos que gosta de sertanejo universitário por aqui 😉

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=OHLXmzIf0Ao%5D

        VIAJANTE SOLITÁRIO – Cézar e Paulinho 

        Sou / Viajante solitário / Que carrega seu rosário / No painel do caminhão

        Sou  / Um honesto brasileiro / O melhor caminhoneiro / Que cruza este sertão…

        Eu / Nasci pra ser viajante / Eu sou cobra no volante / Com muitas léguas de chão…

        Meu / Trucadão barra pesada / dinossauro rei da estrada / Nunca perde a direção…

        Sou / Qual buzina de um comboio / Que madruga todo dia… / Minha vida é viajar

        Sou / O amor que alguém espera / Sou portador da alegria… / Quando é hora de chegar

        Sou / O artista da estrada / Representa quase nada… / Distância do caminhão…

        Sou / Estradeiro de verdade / Passo e deixo uma saudade… / Sempre chora um coração…

        Eu / Piso fundo, sigo avante / Solto as rédeas do possante / É lá na imaginação, Coração

        De saudade carregado / Muito, muito mais pesado / Que a carga do trucão…

         

        1. Eu sei Gunter, você é mesmo

          Eu sei Gunter, você é mesmo um grande batalhador, te admiro por isso. Só acho que se vocês se integrassem mais na luta contra o PRECONCEITO ficariam mais fortes. Lutemos todos juntos contra o preconceito e a discriminação social, racial, sexual, política, religiosa e outras que podem haver ai. Já pensou se nós mulheres ficássemos o tempo todo insistindo em causas feministas, e olhando todos assuntos sob esse ângulo ? Ninguém iria gostar, e as mulheres também são grandes vítimas de violência. Nesse caso, Gunter, desse menino, ele foi vítima de mais preconceito do que por ser gay, era pobrezinho, negro, da periferia; se fosse um gay chique, loiro de olhos azuis, bem provavelmente estaria mais seguro. Nos indignemos contra os grupos de extermínio, tá na cara que estão em ação uns esquadrões da morte, como aqueles que fizeram a chacina em Campinas.

  7. Russo preso por portar bandeira do arcoíris

    Até onde pode chegar a paranoia : russo é preso ao mostrar bandeira do arco-íris durante passagem da tocha olímpica em Sochi.

    Um regime censurando uma combinação de cores já é caminho andado para ‘1984’.

    http://www.pinknews.co.uk/2014/01/18/russia-gay-protester-detained-for-unfurling-rainbow-flag-during-olympic-torch-relay/

    Russia: Gay protester detained for unfurling rainbow flag during Olympic torch relay

    A Russian gay protester was detained today for revealing a rainbow flag during the Olympic torch relay.

    Pavel Lebedev, of Voronezh, which is 560 miles north of Sochi, unfurled the rainbow flag as the torch passed through his hometown.

    The Sochi Winter Olympics will begin on 7 February and have already caused an international outcry as Russian President Vladimir Putin in June signed a bill into law banning the “promotion of non-traditional relationships” to minors.

    Photos were uploaded by Lebedev’s friends of him unfurling the flag before being detained by security staff. He was wrestled to the snowy ground and held there until police arrived.

    Pavel Lebedev2

    Speaking to the AP, Lebedev said he was still in the police station being questioned.

    He said: ”Hosting the games here contradicts the basic principles of the Olympics, which is to cultivate tolerance.”

    Limits have been set by Russian authorities on protests allowed to take place during the Sochi games.

    Putin originally signed a decree banning all demonstrations, but later said protests would be allowed in authorised protest zones.

  8. Lindberg Farias ajuda a enterrar PLC 122/06

    [Nota: a matéria tem um mês, mas só vi agora. Ainda tem seu valor por ser uma das raras críticas a um candidato do PT que eu vi na blogosfera. Aparece sob a rubrica “Denúncias”. Sinal, acredito, de que já não há mais aquele discurso monolítico de ignorar os equívocos em torno de questões LGBT.]

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/lindberg-farias-ajuda-a-enterrar-projeto-que-criminalizava-homofobia.html

    Lindberg Farias ajuda a enterrar projeto que criminalizava homofobia

    publicado em 19 de dezembro de 2013 às 17:38

     

    HOMOFOBIA

    18/DEC/2013 ÀS 17:45

    Silas Malafaia celebra sepultamento do PLC 122

    do Pragmatismo Político

    Após o apensamento do projeto de lei 122/2006 ao projeto do Novo Código Penal por parte dos senadores, o consenso geral entre favoráveis e contrários é de que a proposta da ex-deputada federal Iara Bernardi [Nota do Viomundo: Leitor informa que ela ainda é deputada] foi “sepultada”.

    Através do Twitter, o pastor Silas Malafaia – um dos líderes evangélicos que mais se opôs ao PL 122 – comemorou abertamente a conquista e agradeceu o empenho dos parlamentares da bancada evangélica, como o senador Magno Malta (PR-ES), que influenciou a tomada de decisões dos demais parlamentares.

    “PLC 122 acaba de ser enterrado no Senado. A Deus seja a glória. Parabéns aos senadores Renan Calheiros, Magno Malta, Lindberg Farias e outros. Não adianta chorar ou xingar o PLC 122 foi para o ‘espaço’. Nada de privilégios para ninguém. Homo, hetero, religioso ou não, lei é pra todos […] Vitória do povo de Deus que esta aprendendo a usar os direitos da cidadania.Valeu o bombardeio de emails para os senadores. Ainda tem mais […] 7 anos de lutas incluindo processos, calúnias, difamação e etc. Vitória da família, bons costumes e da criação pela qual Deus fez o homem. Ainda tem muita coisa que precisamos estar atentos. São mais de 800 projetos no Congresso para destruir os valores cristãos. Não vão nos calar”, escreveu o pastor em seu perfil.

    O “sepultamento” do PL 122 se deu através de um requerimento apresentado pelo senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), que diante da falta de consenso a respeito do projeto, propôs que o debate sobre as propostas do texto fossem incluídas nas discussões do Novo Código Penal, que o Senado vem elaborando com a consultoria de juristas renomados.

    Entretanto, as propostas mais radicais do PL 122, que eram consideradas privilégios aos ativistas gays – tiveram um destino definitivo com a aprovação de um requerimento de Magno Malta que exclui os termos “gênero”, “identidade de gênero”, “identidade sexual” ou “orientação sexual” do Novo Código Penal e dos parágrafos relativos ao preconceito.

    No Twitter, o ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) queixou-se do final que o PL 122 teve no Senado, e atacou as lideranças evangélicas que lutaram pela reprovação do projeto enquanto ele tramitou.

    “Lamento a aprovação do requerimento do senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) que apensa o PLC 122 ao projeto de reforma do Código Penal. Apesar do pedido de votação nominal feito pelos senadores Suplicy e Randolfe, não foi suficiente para superar os votos favoráveis. Na prática, isto significa o enterro definitivo de uma luta de 12 anos desde que o PLC 122 começou a tramitar no Congresso. As minhas críticas e questionamentos ao PLC são públicas, mas sempre defendi sua aprovação, mesmo achando necessário um debate mais amplo. Defendo porque a derrota desse projeto seria uma vitória do preconceito e dos discursos de ódio. Contudo, infelizmente, o que aconteceu hoje é o final de uma ‘crônica de uma morte anunciada’. Longe de promover um debate sério, a bancada governista cedeu à chantagem dos fundamentalistas, como o gov. Dilma tem feito desde o início. Cada novo substitutivo do projeto, cada nova alteração, cada novo adiamento significou um retrocesso. Foi tanto o que cederam (para garantir o ‘direito’ dos fundamentalistas a pregar o ódio) que do PLC-122 original só restava o título. E foi esse título que enterraram hoje!”, disse Wyllys.

    O deputado afirmou que, na Câmara, tentará mudar o texto do Novo Código Penal para incluir novamente as propostas “sepultadas” com o PL 122 e com o requerimento de Magno Malta: “A comissão responsável pelo projeto do Código Penal aprovou o relatório do senador Pedro Taques, relatório que exclui as referências a “gênero”, “identidade de gênero”, “identidade sexual” ou “orientação sexual”, acatando as emendas de Magno Malta, senador publicamente conhecido por se opor ao reconhecimento da cidadania para a população LGBT. Estamos atentos e alertas para quando o projeto do Código Penal chegar à Câmara, já estudamos a apresentação de uma proposta mais ampla. Proposta esta que enfrente de maneira sistêmica os crimes discriminatórios! Proposta esta que garanta políticas públicas e ferramentas legais de proteção contra todas as formas de discriminação! Proposta esta que também promova a educação para o respeito à diversidade!”, escreveu o deputado federal.

    A lista

    O apensamento do PL 122 ao projeto do Novo Código Penal não foi aprovado por unanimidade. O então relator do projeto na Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS) emitiu parecer contrário à proposta de Eduardo Lopes, e pediu votação nominal como forma de pressionar os colegas a votarem contra.

    No entanto, a proposta do senador Eduardo Lopes foi aprovada por 29 votos favoráveis, 12 contrários e 2 abstenções – entre elas, a do senador Walter Pinheiro (PT-BA), evangélico, e apontado por Jean Wyllys como um dos que mobilizaram grande influência contra o PL 122.

    PS do Viomundo: Os senadores Walter Pinheiro (PT-BA)  e Aécio Neves (PSDB-MG) teriam se retirado do plenário na hora da votação.

     

  9. Primeiro partido pro-LGBT e religioso do mundo

    Desmond Tutu cria um novo partido político para lutar por direitos LGBT na África do Sul: “Aliança Religiosa Democrática”:

    http://www.inoutpost.com/noticias-LGBT/se-crea-el-primer-partido-politico-gay-y-religioso-del-mundo-20140118134106.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

    Se crea el primer partido político gay y religioso del mundo

    Se crea el primer partido político gay y religioso del mundo

    Sudáfrica contará con una nueva formación política de cara a los próximos comicios generales. Se trata de la Alianza Religiosa Democrática contra el Antagonismo a las Minorías que el Arzobispo anglicano y premio Nobel de la Paz Desmond Tutu ha creado para luchar contra la discriminación.
     

    The Zimbabwe Mail recoge la noticia del sorpresivo anuncio que ha hecho el Arzobispo sudafricano Desmond Tutu, que ha desvelado que se presentará a las elecciones generales de su país junto con la recién creada formación política Alianza Religiosa Democrática contra el Antagonismo a las Minorías -bautizada peculiarmente como DRAAMA por sus siglas en inglés-.
     

    La quinta elección quinquenal celebrada bajo sufragio universal de los adultos sudafricanos se celebrará en una fecha aún no determinada entre los meses de abril y junio. Tutu, del que conocemos su compromiso con las minorías y las clases desfavorecidas, no es la primera vez que ha criticado a las religiones por oprimir y condenar a la comundidad LGTB, por lo que no extraña su útimo movimiento.
     

    El religioso, uno de los hombres y cristianos más respetados de Occidente, ha manifestado que decidió crear el partido político como reacción a la política del actual presidenteJacob Zuma al respecto:

    La primera y última vez que se ha escuchado al presidente Jacob Zuma defender una postura anti homofóbica ha sido cuando tuvo que diculparse públicamente tras una declaración en contra de este grupo minoritario’

    En un comunicado de prensa, DRAAMA afirma que está situado a la vanguardia en cuestiones de derechos humanos de las minorías y que el partido pretende impulsar una representación de la Diversidad en la esfera pública Sudafricana.

     

  10. então pegaram o deputado lavando uma grana

    tá meio mal contada parece.

    http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/01/18/policia-prende-suplente-de-deputado-por-suspeita-de-fraude-milionaria-na-caixa.htm

     

    Polícia prende suplente de deputado por suspeita de participação em fraude milionária na Caixa

    174

    Alex Rodrigues, da Agência Brasil

    18/01/201418p4    Comunicar erro Imprimir

    A Polícia Federal deteve no fim da tarde deste sábado (18), no Maranhão, o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto. Filiado ao PMDB, ele é suspeito de fazer parte do esquema que desviou cerca de R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal no fim de 2013. O crime é tratado como a maior fraude já sofrida pela instituição.

    Segundo o delegado federal Omar Pepow, o suplente foi detido entre as cidades de Carolina e Estreito, na região sul do Estado. Neto foi levado para Araguaína (TO), onde deve prestar depoimento ainda hoje.

    Pepow afirmou à Agência Brasil que ao investigar a fraude denunciada pelo próprio banco estatal, a PF encontrou indícios de que Neto forneceu uma conta de luz de uma ex-empregada para que integrantes do esquema abrissem uma conta corrente em uma agência da Caixa de Tocantinópolis (TO).

    Pouco tempo depois, cerca de R$ 73 milhões foram depositados nessa conta como se fossem o pagamento de um prêmio da Mega Sena que nunca existiu. Por fim, o dinheiro foi transferido para várias contas.

    Durante as investigações, a PF prendeu o ex-gerente-geral da agência de Tocantinópolis Robson Pereira do Nascimento.

    De acordo com o delegado federal, há gravações de conversas telefônicas, obtidas com autorização judicial, em que o ex-gerente, pouco antes de ser preso, pede ajuda a Neto para se defender, demonstrando já ter conhecimento de que a PF investigava o assunto e identificara alguns dos envolvidos no esquema.

    Segundo a PF, aproximadamente 70% do total desviado foram recuperados. As investigações continuam. Quatro pessoas estão sendo procuradas. Além de cinco mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu dez mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva a serem cumpridos em Goiás, Maranhão e São Paulo.

    Ao todo, 65 policiais federais do Tocantins, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo participam da operação, que recebeu o nome de Éskhara e conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).

  11. Testemunha viu adolescente ser jogado de viaduto, diz advogado

    http://blogs.odia.ig.com.br/lgbt/2014/01/17/testemunha-viu-adolescente-ser-jogado-de-viaduto-diz-advogado/

    A mãe do adolescente homossexual Kaique Augusto Batista dos Santos, 17 anos, encontrado morto no último sábado no centro de São Paulo recebeu uma ligação no início da tarde desta sexta-feira (17) de uma pessoa que se identificou como testemunha do assassinato do adolescente. A informação foi concedida pelo advogado da família, Ademar Gomes, ao BLOG LGBT.

    “Ela recebeu uma ligação por volta do meio-dia de uma pessoa que afirmou ter visto o homicídio. Essa pessoa teria agredido o Kaique e jogado ele do viaduto. Nós vamos tentar rastrear essa ligação e trazer quem ligou para prestar depoimento na delegacia”, declarou.

    A mãe de Kaique, Isabel Batista, presta depoimento nesta tarde no DHPP (Delegacia De Homicídios e de Proteção à Pessoa). Ela não acredita na hipótese de suicídio, considerada pela Polícia Civil a mais provável até o momento. “Eu tenho certeza que ele foi vítima de preconceito. A forma que ele foi encontrado, sem os dentes, muito machucado, todo desfigurado, com uma barra de ferro atravessada na perna, foi uma crueldade. Eu só quero que a polícia diga quem foi que matou meu filho”, disse ela.

    O jovem foi encontrado morto com o rosto desfigurado e lesões por todo o corpo na avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo. O caso foi registrado na 2ª DP (Bom Retiro) como suicídio. Os parentes conseguiram localizar o corpo de Kaique no IML somente na manhã de terça-feira (14), tratado como indigente. Segundo a irmã do jovem, Tayná Chidieber, 19, o corpo estava esperando identificação desde o último sábado.

    O adolescente foi visto pela última vez na boate PZÁ, localizada no centro da capital paulista. Testemunhas disseram que ele foi visto pela última vez saindo da casa noturna. As testemunhas não souberam dizer se ele saiu sozinho ou na companhia de alguém.

    Os amigos contaram ainda que Kaique teria perdido a carteira  com documentos no interior da boate. O grupo teria se separado para procurar o objeto. Desde então o jovem não teria sido mais visto pelos colegas.

    A Secretaria da Segurança Pública informou que o laudo da morte é sigiloso e que não vai comentar possíveis sinais de tortura. A Polícia Civil declarou apenas que a investigação está em andamento.

    O caso provocou revolta nas redes sociais. Ativistas LGBT também acreditam que a morte de Kaique tenha sido mais um crime homofóbico ocorrido no país. Uma manifestação foi convocada pelo Facebook para esta sexta-feira (17), no Largo do Arouche, na região central de São Paulo. Mais de quatro mil pessoas confirmaram presença. O protesto pedirá a rápida solução do caso e a criminalização da homofobia.

     

  12. Sobre passarinhos e abutres

    Brasil 247

     

    Sobre passarinhos e abutres

     

    LULA MIRANDA

    18 de Janeiro de 2014 às 15:56A jovem Miruna, filha guerreira de um gigante moral injustiçado, deverá servir como exemplo a muitos jovens que hoje desacreditam na política

    Miruna Guerreira Genuína. Esse é o novo nome com o qual foi rebatizada a filha de José Genoino. Quem não gostaria de ter uma filha assim como Miruna? Eu gostaria.

    Uma cidadã que não se dobrou ao arbítrio dos verdugos de ocasião – seja nos tribunais, na opinião pública ou na mídia (a opinião publicada).

    Uma mulher que não se acovardou nem silenciou e, ao contrário, defendeu seu pai condenado por um crime absurdo, num tribunal de exceção, em um processo kafkiano no qual, desgraçadamente, o despudor conspurcou o elegante, impoluto e respeitado sentido da palavra MAGISTRATURA. E, também, maculou o raro sentido de uma outra palavra, rebento daquela primeira: JUSTIÇA.

    E não venha você me dizer que esse pai, esse “condenado” é um bandido, um reles criminoso. Que merece a prisão. Não é não. Não merece não. Isso é o que dizem e o que pensam os odientos, com a vil covardia da injúria. Tampouco é um “qualquer”, um “mequetrefe” – como tantos “probos” e “impolutos”, como tantos pequeno burgueses que compram apartamentos em Miami. Aqueles que julgam a si mesmos com uma métrica diferente da que utilizam para julgar os outros. Aqueles que se acham “justos” e “intocáveis”; os falsos moralistas que se refestelam, com suas bundas sujas, nas suntuosas poltronas dos gabinetes; que se deliciam na arrogância rastaquera dos pequenos poderes; que, sádicos, se regozijam com o aplauso fácil das plateias de programas de auditório; que esquecem que “a mão que [hoje] afaga é a mesma que [amanhã] apedreja”.

    Mas poesia, cá entre nós, não é propriamente o forte desses poderosos de fancaria – apesar de que alguns até publicam, vez em quando, seus livros de alta vaidade e baixa literatura nos salões suntuosos da República. Gregório de Mattos faz falta nos dias que correm.

    Poesia é arma dos rebeldes, dos revolucionários. A poesia é o sentido da nossa utopia.

    A poesia é a arma dos que estão do lado de cá, dos humanistas, dos esquerdistas.

    As armas dos que estão, e sempre estiveram, do lado de lá, do lado do arbítrio, do conservadorismo, do cálculo maquiavélico e do obscurantismo são também aquelas armas de sempre, que são sacadas em ocasiões onde o risco da mudança, da transformação da sociedade é iminente: a intolerância, a mentira, a violência e a injustiça. Mas já são por demais conhecidas todas as armas espúrias e os ardis dos reacionários.

    “Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão…/Eu passarinho!”.

    Estes são versos do poeta Mario Quintana, um velhinho simpático e bem-humorado, já falecido, que morou por muito anos, solitário, num quartinho do Hotel Majestic, situado no centro de Porto Alegre. Hoje, Casa de Cultura Mario Quintana.

    Atenção para o sugestivo nome do hotel: Majestic. Sim, os poetas ainda não se tornaram prostitutas do poder. Ainda não perderam sua força e… majestade. Os poetas ficam. Os verdugos perecem.

    Esse verso do simpático velhinho Quintana sempre me serviu como uma espécie de mantra, de oração. E há anos vem me protegendo no bom combate. Em meio às adversidades mais difíceis mentalizo:

    “Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão…/Eu passarinho!”.

    Sempre vale a pena lembrar/reiterar os versos do poeta.

    Eis que esses versos foram bordados, pacientemente, ponto a ponto, palavra a palavra, dor a dor, por Miruna e por sua mãe, num manto com o qual Genoino se cobriu (e protegeu), coberto por toda sua inegável decência, vestido com a sua inabalável dignidade, para o dia da sua injusta prisão.

    Como suportar tamanha ignomínia?! Só mesmo com o apoio da família, da militância de esquerda e dos versos eloquentes do velho poeta:

    “Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão…/Eu passarinho!”.

    Aquela imagem de Genoino (e também do Zé Dirceu) com os punhos cerrados, à porta da PF, é uma imagem que não sai da minha mente; é um símbolo que nos fortalece para o bom combate, nos fortalece para a luta. O que não nos destrói nos fortalece – já disse certo filósofo, por muito tempo, de modo equivocado, apropriado, quase que como um patrimônio, pela direita.

    A jovem Miruna, filha guerreira de um gigante moral injustiçado, deverá servir como exemplo a muitos jovens que hoje desacreditam na política, pois esta ainda está dominada pelos carniceiros, pelos abutres. Dominada por aqueles que querem levar vantagem em tudo.

    Que venha Miruna, com sua vontade, com sua coragem, com sua altivez aguerrida! Para nos ajudar a mudar a cara da política brasileira, hoje manietada por alguns poucos canalhas!

    Está lançado, pois, o convite- desafio!

    E que, junto com ela, venham outros jovens, como os nossos filhos, para nos ajudar a mudar esse país. Pois só se muda um país através da política, não pelas redes sociais. A internet é apenas mais um valioso instrumento que, sim, deve ser muito bem utilizado. Mas não se muda o mundo por intermédio de ferramentas como o Facebook ou o Twitter.

    Quero eleger Miruna Guerreira Genuína deputada! Se possível, com mais de um milhão de votos.

    Quero ver resgatada e imortalizada a conspurcada memória e herança de guerreiros valentes como seu pai, José Genoino.

    “Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/Eles passarão…/Eu passarinho!”

    O caminho é nosso; cumpre-nos caminhar – à revelia daqueles que insistem em nos atravancar.

    http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/127399/Sobre-passarinhos-e-abutres.htm

     

  13. Dona Zelite abre o verbo contra os rolezinhos

    .titulo_detalhe p b{
    color: #0061a6
    }

    .titulo_detalhe p i{
    color: #0061a6
    }

    .titulo_detalhe p em{
    color: #0061a6
    }
    Carta Maior

     

    17/01/2014

     

    Exclusiva: Dona Zelite abre o verbo contra os rolezinhos

     

    Entrevistamos Dona Zelite, a socialaite mais afamada de Higienópolis. O assunto não poderia ser outro: os rolezinhos que estão tirando a Zelite do sério.

     

     

     

    Estanislau Castelo

    Maringoni

     

    Entrevistei, com exclusividade, Dona Zelite, a socialaite mais afamada de Higienópolis. O assunto não poderia ser outro: os rolezinhos que estão tirando a Zelite do sério.

    Estanislau: Dona Zelite, tudo bem?

    Zelite: Essa já é a primeira pergunta, ou você está só me cumprimentando?

    Estanislau: Já é a primeira pergunta.

    Zelite: Então quero logo dizer que só estou dando essa entrevista, quer dizer, dando não porque rico não dá nada, vende, oferece ou aluga; mas, enfim, só estou oferecendo essa entrevista por uma causa pedagógica. Temos que superar este momento antes que seja tarde. Antes que as pessoas de bem, aquelas que são as cabeças pensantes e reinantes do PIB, prefiram mudar de país. Voltando à sua pergunta, não, meu caro, não está nada bem. As pessoas de bem estão com medo. Eu estou com medo.
     
    O país vai de mal a pior, pois se uma pessoa não tem garantido o seu direito constitucional de ir ao Shopping tranquilamente com uma Louis Vuitton sem sentir medo, sem ser incomodada, sem correr o risco de esbarrar em um rolezento vestindo um boné escrito “Funk You”… não, definitivamente, nada vai bem. Me dá aí seu caderninho pra ver se você escreveu Louis Vuitton direitinho, se não pega mal pra mim… tá ok.

    Estanislau: a senhora viveu a experiência de participar de um rolezinho?

     
    Zelite: sim, infelizmente, eu vi, com esses olhos que o cirurgião plástico remodelou. Vi aquela horda de bárbaros invadindo o meu sossego e atropelando o aroma do meu Chanel. Eu me senti vítima de um tsunami de testosterona e progesterona que me assustou muito. Eram jovens tão mal vestidos que fariam Glória Kalil ter um enfarte. Por sorte eu desconhecia a maior parte dos palavrões que eles falavam. Uma em cada três vezes que eles abrem a boca é para dizer um palavrão. Um horror.

    Estanislau: Qual foi sua reação?

     
    Zelite: Eu me refugiei em uma loja, que fechou as portas, e aguardei pacientemente sentada em um provador, com as cortinas bem fechadas.

     
    Estanislau: a senhora pensou em tomar alguma atitude por conta própria?

    Zelite: Pensei e tomei. Imediatamente liguei para um ministro amigo meu, do Supremo, para pedir providências realmente supremas, pois o assunto é grave. É caso de segurança nacional. Descobri que esse meu amigo está em férias – eles vivem em férias. Tive que me contentar em travar um debate com o gerente do shopping. Cobrei providências urgentes e lembrei que sou sócia-proprietária do shopping. Mandei que ele impedisse aquela bagunça imediatamente. Que ponham portas com senhas individualizadas; detectores de aromas, para impedir gente com desodorante; portas giratórias com câmeras que identifiquem se a pessoa tem um padrão mais caucasiano, o que seja. A tecnologia está aí é pra nos ajudar a separar o joio do trigo.

    EC: Então a senhora foi quem deu a ideia de barrar pessoas na entrada dos shoppings?

    Zelite: Eu ofereci minha contribuição. Se for pra ajudar o Brasil, pode contar comigo, sempre. Meu amigo do Supremo retornou minha ligação ontem e disse que falaria com o pessoal dos tribunais de justiça. Parece que eles entenderam a gravidade da situação.

    EC: Em sua opinião, essa questão não tem um fundo sociológico que…

    Zelite: Ah, não me venha com sociologias. Esse pessoal que faz rolezinho nem sabe o que é isso. Eu, que sou vizinha de FHC, sei bem que tipo de sociologia esse pessoal merece. É o seguinte: mais uma vez, estamos vendo que a raiz do problema é a educação. Essa turba faltou à aula de Inglês que ensina que “shopping” é uma palavra que quer dizer “comprar”, “ir às compras”. Ou seja, os seguranças têm que perguntar aos rolezentos: vai comprar alguma coisa? Onde? Quanto custa o que você vai comprar? Deixa eu ver o dinheiro ou o seu cartão de crédito. Se não tiver, não entra. Simples. Não tem nada a ver com limpeza étnica. É o que eu chamo de limpeza ética, faz parte do espírito do capitalismo. País desenvolvido é país limpinho e cheiroso, qual o problema?

    EC: a senhora acha que o fenômeno reflete a situação do país, ou é uma nova tendência?

    Zelite: O que eu acho mesmo é que é muito triste ver as manchetes de jornal tomadas por esse assunto, quando, em pleno verão, poderíamos estar discutindo temas mais elevados, como a importância da combinação do uso de terno e gravata com bermudas chiquérrimas em escritórios, a atualidade das mechas californianas e questões de utilidade pública, como dicas de produtos básicos para se colocar na “nécessaire”. Deixa eu ver no seu caderninho como você escreveu “nécessaire”… não se esqueça do acento no primeiro “e”. Obrigada.

    Créditos da foto: Maringoni http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Exclusiva-Dona-Zelite-abre-o-verbo-contra-os-rolezinhos/4/30035

     

  14. Shopping

    http://www.blogdacidadania.com.br/2014/01/shopping-jk-barra-protesto-em-uma-porta-e-recebe-clientes-na-outra/

     

    Shopping JK barra protesto em uma porta e recebe clientes na outra

    Buzz ThisPost to Google BuzzBookmark this on DeliciousBookmark this on DiggShare on FriendFeedShare on FacebookShare on LinkedIn

    Às 12 horas e 51 minutos do último sábado (18/1) atravessei com o meu automóvel cancela de entrada do estacionamento do shopping JK Iguatemi, no bairro paulistano do Itaim Bibi. Prevendo os acontecimentos que sobreviriam, tive ideia que se mostraria boa: estacionei dentro do empreendimento por razões que ficarão claras mais adiante.

    Estacionei no piso “2SS”, na vaga “I10”, próxima ao espaço envidraçado que encerra escadas rolantes que levam o visitante ao ponto do corredor do piso térreo do shopping em que ficam as lojas “Prada” e “Chanel”.

    Fui até lá para participar de protesto organizado por estudantes e movimentos negros sob a liderança da ONG UneAfro.

    O protesto foi contra “triagem” feita por aquele shopping uma semana antes, quando seus “seguranças” passaram a escolher quem podia ou não entrar com base em critérios que muitos entenderam como discriminatórios, pois tais critérios se basearam na indumentária e em traços físicos dos visitantes.

    O grupo de manifestantes combinara de se concentrar no Parque do Povo, do outro lado da avenida presidente Juscelino Kubitschek, bem em frente ao shopping. Desse modo, atravessei os assépticos corredores do estabelecimento e logo ganhei a rua, onde a grande imprensa esperava com seus equipamentos o protesto prometido.

    Cerca de 200 pessoas brancas e negras, entre estudantes, jornalistas, militantes de partidos políticos e ativistas se preparavam para marchar pela avenida Chedid Jafet, onde fica a saída do parque e, mais adiante, a entrada principal do shopping JK.

    Marchamos em meio a faixas denunciando os atos de racismo da semana anterior e entoando bordão que desde 2012 vem sendo usado em manifestações do movimento negro:

    —–

    – Por menos que conte a história

    – Não te esqueço meu povo

    – Se Palmares não vive mais

    – Faremos Palmares de novo

    —–

    Entre o momento em que deixei o shopping para ir ao parque e o momento em que para lá retornei com os manifestantes, passaram-se, no máximo, uns 15 minutos. Foi tempo suficiente para o empreendimento fechar as portas da avenida Chedid Jafet (entrada principal), fazendo com que os manifestantes dessem com a cara na porta.

    Após entoar algumas palavras de ordem ao lado dos manifestantes, diante das portas fechadas do shopping tentei ingressar pela entrada do estacionamento que fica ao lado da entrada principal de pedestres, na avenida supramencionada. Disse aos “seguranças” que meu veículo estava lá dentro, que eu saíra para comprar cigarros e que agora precisaria entrar para retirá-lo.

    Ao meu lado, funcionários de lojas do shopping que tinham saído para almoçar ou que chegavam para seu turno de trabalho também foram barrados. Alguns, preocupados, perguntavam se telefonando para seus chefes nas lojas para que fossem até a porta buscá-los poderiam entrar. Não poderiam. “Ninguém entra, ninguém sai”, disse o “segurança”.

    Vendo a ampla cobertura da imprensa alternativa e da grande imprensa na entrada da avenida Chedid Jafet, optei por buscar uma abordagem diferente da mera reprodução do que estava acontecendo ali. Por isso estacionei dentro do shopping. Previ que fecharia as portas ao protesto e quis saber se a proibição de ingressar no estabelecimento valeria para todos.

    Contornei o Shopping e caminhei ao seu lado pela Juscelino Kubitschek até a outra entrada de veículos e pedestres, que fica no lado oposto da entrada principal do complexo. Havia uma viatura da empresa de segurança no acesso direto da rua, em que corpulentos agentes da empresa de segurança Verzani & Sandrini faziam triagem igual à da semana anterior.

    Para não ser alvo de desconfiança, ao ir falar com os “seguranças” tive que guardar o celular com o qual registrei imagens e vídeos. Apresentei o cartão de estacionamento e, à diferença do que ocorreu na entrada principal, onde ocorria o protesto, pude entrar tranquilamente.

    Ao me aproximar da entrada de trás do shopping para ir ao estacionamento, clientes habituais, muitos com crianças, caminhavam sem problemas pelo local.

    Paguei o estacionamento (vide reprodução do ticket no alto do texto) e, enquanto percorria os corredores, vi os clientes habituais caminhando despreocupados, portando suas sacolas de compras. A grande maioria ignorou solenemente o protesto.

    Desci ao estacionamento pela mesma escada rolante que me dera acesso ao shopping cerca de três horas antes. Saí com meu veículo pela cancela, mas não deixei o local. Manobrei para passar novamente pela cancela de entrada pela qual poucos veículos ingressavam naquele estacionamento, assim como faziam pedestres na entrada oposta à principal, na parte de cima.

    O “fechamento” do shopping foi de araque, portanto. Os conhecedores dos “macetes” e que têm reconhecimento da direção do empreendimento continuaram fazendo compras, passeando, almoçando tranquilamente, entre ironias e olhares de desprezo que dedicaram aos que protestavam.

    *

    Abaixo, vídeo que gravei no estacionamento do shopping enquanto a manifestação ocorria na porta principal. Logo abaixo, flagrante do momento em que o protesto chegou ao empreendimento e deu com a cara na porta.

     

     

     

     

  15. Entre loiras e anjos

    Da Folha

    Entre loiras e anjos
    Regras para fumar, vocabulário próprio, barracos que davam status; a Folha acompanhou as duas últimas semanas da ‘favelinha’ da cracolândia

    JOÃO WAINER
    EDITOR DA “TV FOLHA”
    Quatro usuários de crack sentados na sarjeta dividem um guarda-chuva na alameda Dino Bueno, no centro de São Paulo. Não chove, mas a função do guarda-chuva, diz um deles, é proteger o “anjo” que passa na rua.

    Na linguagem dos usuários, “anjo” significa criança e, no código de conduta da região, é proibido fumar crack na frente de crianças.

    “Quando uma criança passa, a gente grita: Olha o anjo’ e todo mundo tem que abaixar o cachimbo ou se esconder atrás do guarda-chuva”, conta um usuário que não quis se identificar.

    A reportagem da Folha acompanhou as duas últimas semanas da “favela da cracolândia”, que foi removida pela prefeitura na última quarta-feira. Os moradores foram alocados em hotéis da região e passaram a integrar uma frente de trabalho em que ganham R$ 15 por dia.

    FAMÍLIA CRACOLÂNDIA

    “Quem tá na cracolândia já foi rejeitado pela família e pela sociedade porque usa crack. Aqui a família cracolândia’ te recebe de braços abertos. Fora uma rixa ou outra, todo mundo aqui é irmão no sofrimento, então a gente se ajuda”, diz Marcos Paulo dos Santos, 32, que vive na região há cerca de dois anos.

    Na hierarquia da cracolândia, quem tinha um barraco na Dino Bueno era considerado elite. Agora vivendo em um quarto de hotel pago pela prefeitura, esse status deve continuar. As casinhas de madeira, papelão e lona mantinham alguma organização e privacidade, apesar da falta de banheiro.

    A maioria dos usuários que circula na cracolândia vive na rua. Muitos têm família e passam temporadas na rua usando crack. Quando não aguentam mais as condições insalubres, voltam para casa para repor as energias até a hora de novamente mergulhar no vício.

    Com o tempo, formam-se crostas de sujeira nos pés e nas mãos, que acabam funcionando como uma espécie de casca protetora.

    Vivem de refeição em refeição, comem quando podem e nunca sabem quando vão comer de novo.

    Quando há fartura de pedra, passam cinco dias acordados. Quando a “brisa” acaba, comem e dormem por dias. Desenvolveram anticorpos fortes para sobreviver à vida selvagem da rua. “Como comida do lixo sempre, bebo água de poça e não fico doente. O único problema é que a pedra estraga os dentes”, diz o morador de rua M.

    NO GRITO

    A comunicação na cracolândia é feita por meio de gritos. Alguém grita o que precisa e quem pode ajudar responde em meio à multidão de usuários. “Dou um trago” é um dos gritos mais ouvidos.

    Quem não consegue completar os R$ 10 para comprar uma pedra inteira do traficante sai gritando “Dou um trago” até que algum usuário tope revender um terço ou metade de sua pedra por um valor inferior.

    Na cracolândia, ouve-se o grito de “Olha a loira” sempre que uma viatura da polícia se aproxima.

    “A primeira vez que ouvi alguém gritando Olha a loira’ fiquei procurando uma mulher de cabelo amarelo e quase fui presa”, diverte-se E., 23, enquanto fuma uma pedra na frente da câmera da TV Folha para provar que não se altera quando está “brisada” (sob efeito da droga).

    “Vou dar um trago e vou ficar igualzinha eu estou agora, vocês vão ver”, diz ela, descumprindo a promessa no minuto seguinte.

    Outro grito constante é o de “cigarreiro”, pessoa que vende cigarros avulsos. Quem é “cigarreiro” e procura clientes grita “eigth” “”marca de cigarro paraguaio barato.

    Antes de fumar a pedra, os usuários “fazem a cinza”, que é encher o cachimbo com cinzas de cigarro para acomodar a pedra de crack. “Se depois de fumar, a parte que sobrou da pedra ficar branquinha, significa que a pedra é boa. Se ficar preta, é uma porcaria”, afirma um deles.

    Apesar da desconfiança habitual, há um clima positivo entre os usuários de crack hoje. A proposta da prefeitura agradou, e muitos dizem que sairão do vício. Porém, em relação à epidemia de crack, a única certeza possível é a de que não existem certezas.

  16. Então, o culpado é o Maranhão? Quanta canalhice!!! Índice aponta

    Então, o culpado é o Maranhão? Quanta canalhice!!! Índice aponta Brasil mais rico, mas com desafios de inclusão social

    Publicado em janeiro 19, 2014 por Caio Hostilio

    Um ranking de países latino-americanos indicou que o Brasil de hoje é uma nação mais rica, mas que ainda fica atrás dos líderes regionais quanto o assunto é a inclusão social. Mas nos últimos dias o que mais se ouviu foi que o Maranhão ficou rico, mas que a divisão dessa riqueza é entre pouco… Isso é de uma canalhice tremenda, haja vista que nesse país são mais de 200 milhões de habitantes, enquanto que o Maranhão tem apenas 6 milhões de habitantes, não conseguindo sequer chegar aos 10% da quantidade de habitantes do Brasil. Mas a canalhice politiqueira quer fazer crer que essa desigualdade só ocorre aqui… Criem vergonha na cara e passem a repassar para a população como um todo o que é verdade de fato. Os rolezinhos estão aí para mostrar exatamente que essa desigualdade está por todo esse país. Basta observar o que os desfavorecidos disseram quando de uma rolezinho no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro…

    Pablo Uchoa

    Da BBC Brasil em Washington

    130726152131_manguinhos_464_464x261_apEssa análise abaixo e de 2013, em 16 países, feita por um grupo de estudos com sede em Nova York, olhou para aspectos que vão além de componentes econômicos como, por exemplo, a redução da pobreza, geralmente mencionada como indicador de maior inclusão.

    Foram avaliadas algumas áreas que, acreditam os autores do indicador, explicam os protestos recentes no país e “criam critérios tangíveis” para balizar as políticas públicas.

    A segunda edição do Índice de Inclusão Social pesou 21 variáveis de avanço econômico, inclusão financeira, direitos políticos e civis, acesso a educação e moradia, e avanço nas questões de gênero, raça e orientação sexual, para citar algumas facetas.

    As informações foram coletadas a partir de fontes como a ONU, organizações multilaterais e pesquisas de opinião regionais.

    “Nosso índice reflete o consenso emergente de que a inclusão social compreende um ambiente institucional, social, político e de atitudes que vai além da economia e da redução da pobreza e desigualdade”, afirmaram os autores.

    “No seu sentido mais básico, a inclusão social é uma questão de oportunidade: representa a combinação de fatores necessários para que um indivíduo desfrute de uma vida segura e produtiva como membro totalmente integrado à sociedade – independentemente de raça, etnia, gênero ou orientação social.”

    Desigualdade sistêmica

    O Brasil liderou a América Latina em percentagem do PIB investido em programas sociais, por exemplo, uma medida importante para reverter desigualdades históricas de raça e gênero – na opinião dos analistas.

    O país também foi considerado em melhor situação que outros vizinhos na existência de leis para proteção de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). O critério utilizado se baliza puramente no reconhecimento dos direitos e dá pouco peso a problemas como a homofobia e a violência contra individuos LGBT, o que foi apontado como uma falha no índice.

    O indicador colocou o Brasil nos últimos lugares do ranking em termos de participação da sociedade civil na vida pública e nos critérios que apontam a satisfação dos cidadãos quanto à sua capacidade de influenciar os destinos da sociedade. Os dados foram coletados antes dos protestos do mês passado.

    Índice de Inclusão Social*

    1 – Uruguai

    2 – Chile

    3 – EUA

    4 – Costa Rica

    5 – Brasil

    *Foram analisados 16 países da América Latina. Fonte: Conselho das Américas

    A crença dos brasileiros na reação do seu governo piorou quando foi feito o corte por raça e gênero.

    “O Brasil fica para trás na região em termos da percepção pública sobre a capacidade de resposta do governo aos problemas da nação. E é muito difícil mudar isso (a percepção) do dia para a noite”, disse à BBC Brasil Christopher Sabatini, diretor de Políticas da organização que criou o índice, o Conselho das Américas.

    “Existe uma lacuna de tempo entre fazer isso e as percepções das pessoas mudarem.”

    Sabatini notou que a desigualdade econômica no Brasil diminuiu em todo o espectro da sociedade, mas a disparidade de acesso a serviços como saúde e educação de acordo com gênero, raça e etnia continua sendo um desafio persistente.

    “O problema é que a ineficiência governamental é algo muito difícil de combater. O governo até agora tem se concentrado em macrorreformas em vez de trabalhar mais especificamente nas necessidades básicas como as que o índice aborda”, afirma o especialista.

    “Não basta simplesmente direcionar os recursos do petróleo para a educação, por exemplo. O que estamos mostrando é uma diferença real de acesso. Botar mais dinheiro em um sistema que já é desigual – seja o sistema educacional, de moradia, de Justiça ou o que for – não vai necessariamente resolver o problema.”

    Em construção

    O indicador da inclusão social é reconhecidamente ainda um trabalho em construção, o que impede a comparação com a edição anterior do ranking – quando foram avaliados menos países e utilizados menos critérios.

    Nesta edição, Venezuela e Argentina ficaram de fora. O Brasil ficou em 5º lugar, atrás de Uruguai, Chile, EUA e Costa Rica. Mas a pontuação brasileira ficou bem abaixo da dos dois primeiros, indicando que pode haver outros sinais da precariedade da inclusão social brasileira que não foram captadas neste estudo.

    “Uma coisa que não captamos ainda foram as diferenças geográficas em um país imenso como o Brasil. O acesso a bens e serviços é diferente conforme raça, gênero, orientação sexual… e também localização geográfica. Isto inclui serviços do governo e empregos formais”, disse Sabatini.

    Durante a discussão em Washington, especialistas de várias áreas ligadas ao desenvolvimento humano fizeram sugestões para que a pesquisa passe a incorporar aspectos mantidos fora da consulta, como inclusão digital, segregação espacial, acesso a mais serviços, como transporte e justiça, e aspirações da juventude.

    Durante o evento, os analistas fizeram uma comparação entre inclusão social e violência, indicando que os países menos inclusivos tendem a registrar mais altos níveis de violência.

    O especialista que apresentou essas conclusões, Jason Marczak, teorizou que as sociedades mais inclusivas põem os seus atores em um “mesmo patamar” no debate público, esvaziando as justificativas para que se apele à violência.

    O MARANHÃO É O CULPADO POR TODA ESSA DESIGUALDADE QUE SE APRESENTA NO BRASIL? SOMENTE NA CABEÇA DE POLITIQUEIROS CANALHAS E SAFADOS E DE UMA MÍDIA QUE NÃO RESPEITA OS CIDADÃOS E AINDA TENTA SUBESTIMAR SUA INTELIGÊNCIA!!!

  17. O jogo de xadrez entre Alckmin e Eduardo Campos para 2014 e 2018

    Eduardo Campos joga a toalha em 2014 para enfraquecer Alckmin como adversário em 2018

    Não é difícil entender porque Eduardo Campos (PSB-PE) decidiu que o PSB lançará candidato próprio em São Paulo contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

    Não foi mera concessão à Marina Silva (PSB-AC), apesar disso aplacar uma “revolta dos marineiros”. Quem “traiu” politicamente Lula não teria cerimônia em trair Marina também, se achasse interessante para suas ambições políticas. A decisão foi cálculo político do próprio Eduardo Campos.

    Vendo que há 8 meses das eleições os apoios que recebe não dará para encher seu copo de votos até outubro, Eduardo Campos praticamente joga a tolha e passa a operar com vistas a 2018, procurando se projetar nacionalmente neste ano e se posicionar como liderança com protagonismo de peso nas eleições deste ano.

    É fácil entender esse jogo de xadrez político, analisando 5 cenários:

    1) Alckmin vai ao segundo turno em SP e Dilma ganha no primeiro turno no Brasil.

    Não interessará à Campos fortalecer Alckmin. Dilma não poderá ser candidata em 2018, enquanto Alckmin virará pré-candidato natural tucano se for reeleito, ainda mais com Aécio dando vexame nas urnas. Portanto o adversário de Campos em 2018 seria Alckmin e não Dilma.

    2) Alckmin vai ao segundo turno em SP e Aécio vai ao segundo turno no Brasil.

    Também não interessará a Campos fortalecer dois possíveis adversários em 2018: Alckmin e Aécio. Pela lógica, interessará mais a Campos negociar apoio a Dilma para ter protagonismo político no governo e não ficar “no sereno” durante quatro anos, esperando 2018 chegar.

    3) Alckmin vence no primeiro turno em SP e Campos vai ao segundo turno no Brasil.

    Com eleição liquidada e Aécio fora do segundo turno, Alckmin se tornaria imediatamente o presidenciável tucano em 2018, quando Dilma não poderá ser candidata. Portanto Campos seria seu futuro principal adversário e não Dilma. Não haveria interesse dos tucanos em fortalecer Campos. A maioria do “alto clero” tucano faria corpo mole no segundo turno, para o PSB não tomar do PSDB o lugar de segunda força política na expectativa de poder para 2018.

    4) Alckmin vai ao segundo turno em SP e Campos vai ao segundo turno no Brasil.

    Pelo exposto no cenário 3 acima, esta seria a única forma de Alckmin suar a camisa por Campos em um segundo turno. Só assim os dois precisariam do apoio do outro. Mais um motivo para interessar à Campos a candidatura própria do PSB paulista no primeiro turno, para forçar haver segundo turno em São Paulo.

    5) Alckmin vence no primeiro turno em SP e Aécio vai ao segundo turno no Brasil.

    Para Campos é semelhante ao cenário 2 acima. Não interessará fortalecer dois possíveis adversários em 2018: Alckmin e Aécio.

    Como se vê, por mais que Aécio e Campos jantem juntos no restaurante Fasano em Ipanema, e Merval Pereira escreva sobre uma suposta “união da oposição” (sem acreditar muito no que escreve), são adversários não só para tentar ir ao segundo turno em 2014, mas também para saírem desta eleição pelo menos como principal nome para 2018. 

    E nesta disputa, a conta não fecha se um suar camisa pelo outro no segundo turno, a não ser que haja muitos palanques estaduais do PSB e PSDB em jogo no segundo turno, para negociar trocas de apoio que tragam vantagens grandes o suficiente para os dois lados.

    Daí a candidatura própria em São Paulo se tornar interessante para o PSB, mas não por questões programáticas como gosta de dizer Marina Silva, e sim pelo pragmatismo da raposa política que Eduardo Campos é.

    Campos praticamente joga a toalha em 2014 e mira 2018

    O apoio à Alckmin já no primeiro turno poderia trazer mais votos para Campos em São Paulo, dividindo votos demotucanos com Aécio. Campos poderia se apresentar mais palatável do que Aécio para o eleitorado de Alckmin, em um palanque duplo. Facilitaria as chances de Campos chegar ao segundo turno, mas dificilmente o ajudaria a vencer no segundo turno, por todos os motivos expostos e por outros. Seria uma ousadia aventureira de apostar no tudo ou nada em 2014, com baixa probabilidade de vitória. Se não desse certo (e só a vitória total seria dar certo), Campos viraria carta fora do baralho em 2018, assim como ocorreu com José Serra em 2010. Mesmo indo para o segundo turno e tendo votação expressiva, Serra saiu estigmatizado e passou a ser visto como certeza de derrota em 2014, após fazer uma campanha na base do tudo ou nada.

    A candidatura própria do PSB paulista funciona ao contrário. Baixa a expectativa de Campos vir a ser “zebra”, diminuido qualquer chance de vencer em 2014, para se posicionar melhor para 2018.

    Assim, Campos opta por ter cartas na manga para negociar apoios estaduais (ou federal) do PSB no segundo turno, lhe dando protagonismo e espaços no poder. Além disso, deixa uma porta aberta para reposicionar sua imagem política no segundo turno (conforme o lado que o vento das urnas soprar). Mesmo que ele fique fora do segundo turno nas eleições presidenciais, como presidente do PSB negociará os apoios do partidos nos estados e na eleição presidencial (se for para o segundo turno).

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador