A ligação telefônica que afastou o juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba – palco da Lava Jato – foi registrada em um vídeo gravado por uma pessoa ao lado de José Eduardo Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, do TRF-4, além de sócio e genro do ex-juiz Sergio Moro.
Na conversa, uma voz atribuída pela Polícia Federal a Eduardo Appio tenta confirmar a filiação de José Eduardo com Marcelo Malucelli. O filho do desembargador resiste a fornecer informações e, por se tratar de uma ligação sem identificação, começa a questionar a atitude da voz que se apresentou como servidor do setor de saúde do TRF-4.
No final, Malucelli pergunta se a voz se chama mesmo Fernando Gonçalves Pinheiro, e provoca: “Tem certeza que esse é o nome do senhor?”
O interlocutor responde: “Certeza absoluta. E o senhor, tem certeza que não tem aprontado nada?”
Essa declaração foi motivo para Malucelli procurar a Corregedoria Regional do TRF-4 alegando que Appio teria ameaçado seu filho.
Assista ao vídeo abaixo:
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Essa ligação tá cheirando a armação. Se lhe derem um óculos sem lentes, não aceite, é armação.
Não posso acreditar que um juiz de direito tenha feito tal ligação. Primeiro, desnecessário. Em seguida, um diálogo que não pode ser verbalizado por um juiz, dada a idiotice das falas. Depois, alguém já estava pronto pra fazer a gravação. Acho que o Trf4 não resiste a uma perícia dessa gravação. Por outro lado, se é de fato o juiz, que seja exonerado por absoluta inaptidão para o cargo. Burrice é doença.
Prezados
Penso que não podemos agir pelos parâmetros daquela turma de Moro, Deltan e demais. O que esse juiz Appio fez, aparentemente, é bem errado. Sinto muito dizer, mas se ficar comprovado que foi ele quem ligou, o afastamento parece ser justo. Que o Moro e seus asseclas fizeram coisas muito piores é fato, isso não dá o direito do juiz Appio fazer o que aparenta ter feito.
O problema não é alguém ligar se dizendo o juiz (ou outra pessoa qualquer), mas o TRF-4 afastar o acusado sem nem mesmo verificar a veracidade da informação. Apio é juiz federal e foi tratado como se fosse um “suspeito usual”. Esse é a questão que merece atenção aqui.