Coronavírus: SP usa monitoramento por celular contra aglomerações

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Os dados do programa serão divulgados por município, desde que tenham mais de 30 mil habitantes

Jornal GGN – O governador de São Paulo, João Doria, lançou oficialmente nesta quinta (9/4) a implementação de um sistema de monitoramento inteligente, via celular, destinado à identificação de regiões onde há aglomeração humana em meio à pandemia de coronavírus. O objetivo é mapear zonas de maior concentração e orientar medidas para garantir o isolamento social.

“Vamos identificar locais onde existe concentração e onde as pessoas estão, para chegar ao percentual de isolamento [desejado] e [realizar] ações de interferência, se necessário”, anunciou Doria.

O sistema foi batizado como Simi-SP e, em seu primeiro teste, apresentou dados preocupantes para o governo.

Atualmente, entre 49% e 50% da população estão obedecendo às restrições de convívio social. Mas o governo entende que é preciso chegar à taxa de 70%, para que o planejamento relacionado aos leitos e equipamentos hospitalares seja suficiente para suportar o pico da epidemia. Sem atingir a meta, não é possível retomar à normalidade gradualmente.

“A nossa meta em São Paulo é atingir a 70% de isolamento. Chegamos a 59% de isolamento no domingo passado, mas é preciso fazer mais. Por isso a campanha de disparo de SMS com as operadoras vai alertar localmente, regionalmente e separadamente as pessoas que estão em áreas de São Paulo, no campo, em núcleos urbanos, para que fiquem alertas”, explicou o governador.

“Hoje, 80% dos casos de coronavírus estão concentrados na capital. Atingimos ontem a menor taxa de distanciamento social, de 49% a 50%. Os leitos estão sendo feito assumindo a taxa ideal de 60 a 70%, e não estamos alcançando esse indicador”, acrescentou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social do Estado, Celia Parnes, a medida será utilizada também em favelas, onde há maior densidade demográfica. “Estamos preocupados e olhando as comunidades de grande adensamento”, comentou.

Ela informou que negocia com as operadoras a instalação de “rádio base nessas comunidades, para conseguir monitorar mais proximamente as regiões de mais adensamento. Nessas regiões, o vetor de coronavírus é mais veloz. Vamos ver não só o deslocamento da pessoas mas o índice de incidência de contágio”, pontuou.

No programa de monitoramento, os dados do isolamento social poderão ser divulgados por município, desde que tenham mais de 30 mil habitantes. A informação é “anonimizada”, ou seja, o governo alega não ter acesso aos dados pessoais dos usuários. “Só têm dados suficientes para entender o comportamento em cada região”, afirmou Ellen.

Quatro operadores de telefonia celular – Vivo, Claro, Oi Tim – participam da iniciativa cedendo os dados brutos para monitoramento. A cobertura chega a 100% dos usuários de telefonia móvel em São Paulo.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador