CPI foca investigação em Del Nero e patrocinadores, mas ignora TV

Por Augusto Diniz

A CPI do Futebol já pediu para ver a conta bancária do presidente da CBF, e quer analisar contratos de patrocinadores.

Mas ainda não avançou sobre os acordos de transmissão de futebol assinados entre a CBF e emissoras de televisão – apesar do FBI os investigar e depoentes alertarem à comissão sobre a fragilidade deles.

A comissão pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Marco Polo Del Nero. O presidente da CBF entrou com um mandato de segurança no STF alegando não ter razão para isso, mas o Supremo negou o pedido.

Poucos dias atrás, a CPI aprovou requerimento para ter acesso ao contrato de uma das principais patrocinadoras da CBF: a General Motors (Chevrolet).

O senador Romário, presidente da CPI e autor do pedido, disse achar “curioso” a GM tornar-se patrocinadora da CBF, no lugar da antiga patrocinadora da entidade, a concorrente Volkswagen, quase no mesmo período em que Del Nero assumiu a CBF.

A GM era patrocinadora também da Federação Paulista de Futebol (FPF) quando Del Nero a presidia. A CPI, inclusive, aprovou pedido de cópia de patrocínios da FPF de 2005 em diante.

Andrew Jennings, autor de diversos livros que ajudaram o FBI a investigar a FIFA e que levou à prisão de vários dirigentes – incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin -, falou à comissão.

O jornalista disse que o esquema de corrupção começou com o brasileiro João Havelange, quando assumiu a presidência da FIFA, em 1974.

Jennings defendeu investigação de contratos de direitos de transmissão de televisão – o mesmo já feito por outros depoentes da CPI.

O escocês alertou que as multas que a FIFA receberá por conta das investigações do FBI, podem levar a entidade máxima do futebol mundial à falência.

Romário, nesta quinta-feira (3/9), ao fim dos trabalhos da semana da CPI, informou que deverá refazer pedidos de acesso a contratos assinados pela CBF com terceiros – a CBF conseguiu uma liminar antecipada que desobriga enviar os documentos à CPI.

Como alguns já alertaram assim que a CPI foi criada, se ela não investigar a fundo os direitos de transmissão de futebol envolvendo a CBF e emissoras de televisão (leia-se TV Globo), não valerá de quase nada.

8 Comentários

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  1. Dúvida cruel

    Pergunto a todos, desde Nassif até ao “menos assíduo” dos comentaristas:

    Alguém, em algum momento, uma única vez, por uma fração de segundo, em momento de delírio, em transe mesmo, chegou a pensar que Romário faria alguma coisa que alcançasse a Globo?

    Aproveito o momento.

    Alguém leva ou levou Romário a sério alguma vez?

  2. A questão não é ter culhões

    “Romário não tem culhões para investigar a Globo.”

    Juarez Campos, a questão não é essa.

    Se fosse, Romário estaria absolvido, porque ninguém tem.

    Olhe para Romário deixando de lado o jogador que foi.

    Quantas vezes ele teve postura e atitude que justificassem o assombro que se manifesta na reação aos primeiros sinais contrários à esperança de que alguma coisa séria viesse a acontecer na CPI do futebol?

    Entre tantas outras, lembre das inúmeras situações de irresponsabilidade em que ele foi patrocinador como jogador de futebol, como as agressões feitas à seleção de 1982, que tinha profissionais como Zico, Sócrates e Falcão.

    Não por coincidência aquela seleção tinha como treinador Telê Santana.

    Além do belíssimo futebol jogado, até hoje respeitado e tido como um dos melhores de todos os tempos, aquela seleção se fez respeitar mundo afora.

    Romário nunca foi e nunca será Zico, Sócrates ou Falcão, porque é pequeno e não se equipara a nenhum deles.

    Comporta-se até hoje como se o mais pobre futebol jogado pelo Brasil em Copas do Mundo, o de 1994, o tivesse posto no pedestal dos inatingíveis.

    Não sou nem um pouco admirador de Zagalo como treinador e muito menos de Carlos Alberto Parreira, este inclusive como homem, mas lembre do que Romário fez com Zico e Zagalo em um bar que ele fez após a Copa.

    Colocou as fotos de Zico e Zagalo em portas de sanitários.

    Após ter ganho a Copa das Copas (na cabeça dele) sob o comando de Parreira (técnico de 1994) e Zagalo (auxiliar de Parreira), a atitude dele foi vergonhosa.

    Para Romário, os frutos da luta e conquista da presidência da CPI estão logo ali após a esquina: a sua candidatura à prefeitura do Rio ou, o mais provável, ao governo do Estado do Rio de Janeiro.

    Nesse caminho poderão ser atropelados alguns desafetos.

    Estariam Del Nero, Marin e outros entre eles?

    Mas a Globo!!!

    Dela passará a quilômetros de distância.

    E aí volto para concordar um pouco com você.

    Globo, que ninguém teve ou tem coragem (amenizo a expressão, até porque se torna mais abrangente ao apontar para homens e mulheres) de enfrentar.

    Neste momento presto minha homenagem a Leonel Brizola.

    O único que teve coragem para isso.

  3. Contra a globo, o romário fic


    Contra a globo, o romário fic mais baixinho ainda! Se alguem falarr o nome dessa empresa corrupta, ele vai pra baixo da mesa. Ora, ora, afinal o baixinho, contra a globo vira um nanico. Coragem contra poderosa, pra que, né?

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