“Defunto não sente desprezo”: bolsonaristas praticam violência política contra Lula em Juiz de Fora

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Atos em Juiz de Fora abre a série de confrontos esperados entre bolsonaristas e a militância que apoia Lula na eleição de 2022

A passagem do ex-presidente Lula por Juiz de Fora, em Minas Gerais, nesta quarta-feira (11), contrastou com a mobilização de grupos bolsonaristas que realizaram atos contra o líder das pesquisas, inclusive contanto com a truculência da Polícia Militar, que apontou armas em direção à cabeça de militantes do MST.

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A violência política deu o tom de protestos convocados para fechar a saída de aeroporto local, ocupar praças, ruas de centros comerciais, além da entrada da Câmara Municipal, com bolsonaristas ostentando faixas com ataques a Lula, além de bandeiras, camisetas, adesivos, bonés e outros acessórios com as cores verde e amarelo, sugerindo uma estrutura profissional por trás da mobilização.

Um dos vídeos que mais circulou nas redes sociais mostra agentes da Polícia Militar de Minas Gerais apontando uma arma para militantes do MST que aguardavam a passagem de Lula. Procurada pela coluna de Chico Alves no site UOL, a chefia da PM disse que vai apurar se a conduta dos oficiais foi “adequada”. Nas imagens é possível ouvir um bolsonarista incentivando a PM a atirar nas pessoas vestidas de vermelho.

Elis Carvalho, da direção estadual do MST em Minas, repudia as ameaças sofridas pelo povo Sem Terra e cobrou ação da Polícia Militar para garantir segurança das manifestações pró-Lula.

Nas redes sociais, contas alinhadas a Bolsonaro, com milhares ou até mesmo milhão de seguidores, coordenaram o compartilhamento de vídeos e fotos dos atos contra Lula, na tentativa de criar a ideia de que a onda verde e amarela engoliu a vermelha.

https://twitter.com/marciadedireita/status/1524425267699228672

Uma das agitadoras bolsonarista da vez é a jornalista Lis Macedo. Com mais de 150 mil seguidores no Facebook, 35 mil no Instagram e 4 mil no Twitter, Lis convocou e participou dos atos. Em vídeo feito na véspera, ela afirmou que os protestos seriam “pacíficos”, porque “ninguém quer Lula sofrendo atentado ou qualquer tipo de retaliação física”, afinal, “defunto não sente desprezo”, disse ela. Em outra mensagem, ela escreveu: “Quem tá incentivando violência é o PT, colocando um bandido, chefe de quadrilha, pra andar em nossa cidade como se fosse herói.”

Hoje, no Instagram, Lis mostrou uma sala de escritório onde é possível ver uma operação para distribuir adesivos associados à estética bolsonarista ao público.

https://twitter.com/lismacedosbr/status/1524196455518543873?s=20&t=RHfaVNU39HPHYhpCZ1kh7A

Na manhã desta quarta, Lula participou de encontro com reitores da Universidade Federal de Juiz de Fora. No começo da tarde, Lula esteve no Memorial Itamar Franco, que possui em seu acervo histórico-cultural o fusca do ex-presidente Itamar Franco. Por volta das 16 horas, o petista deve participar de uma plenária popular e, a partir das 17h30, conceder entrevista coletiva para encerrar a viagem a Minas Gerais.

No Estado, o PT espera que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), apoie a candidatura presidencial de Lula. Em sabatina ao site UOL, na manhã de hoje, Kalil disse que quer uma “aliança formal com Lula”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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