O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou nesta segunda-feira (24) que a investigação das mortes de Marielle Franco e de Anderson Gomes alcançaram um “novo patamar” com uma novidade importante: a delação premiada de Élcio Queiroz, um dos presos pela execução da ex-vereadora e seu motorista. O crime ocorreu em março de 2018.
A partir de novas provas obtidas pela Polícia Federal, Élcio Queiroz teria aceitado fazer acordo de delação premiada, confessado sua participação no crime, confirmado também o envolvimento de Ronnie Lessa, e delatado um terceiro envolvido no planejamento, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel.
No depoimento, Élcio, motorista do carro que perseguiu Marielle, afirmou que Ronnie Lessa foi o atirador. Maxwell teria participado de atos preparatórios e ajudado a encobrir provas e autores do crime.
Maxwel foi preso nesta segunda (24) em ação da Polícia Federal junto com o Gaeco do Rio de Janeiro, que cumpriu o mandado de prisão e mais sete de busca e apreensão. Em 2020, Maxwell já havia sido preso e acusado de obstruir as investigações, ao ocultar armas guardadas por Lessa.
Ingresso da PF foi decisivo, diz Dino
Segundo Dino, o ingresso da PF na investigação, em fevereiro de 2023, criou uma “união de forças decisiva a este resultado.” O ministro argumentou que foram as novas provas de autoria do crime, obtidas pela PF nos últimos meses, que levaram à delação de Élcio Queiroz, que está sob segredo de Justiça. A delação teria sido negociada em conjunto pela Polícia Federal, Polícia Penal Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Como todos sabem, há alguns anos essa investigação gira em torno dos dois personagens, o Ronnie Lessa e o Élcio Queiroz. O senhor Élcio Queiroz fez delação premiada, já homologada judicialmente, e isso resultou na operação de hoje no Rio de Janeiro. Nessa delação, Élcio revelou a participação de terceiro indivíduo, o Maxwel [Maxwel Corrêa], e confirmou a participação dele próprio e do Ronnie Lessa“, frisou Dino.
Na visão do ministro, “temos hoje uma fase importante, de confirmação de passos dados anteriormente na investigação, e abertura de uma outra fase em que, evidentemente, a derivação da delação premiada e das buscas e apreensões hoje realizadas, vão conduzir a outras pessoas que participaram, determinaram a ocorrência dos homicídios.”
Mandantes do crime
De acordo com Dino, a Polícia Federal e demais participantes da investigação dão por “concluída uma fase da investigação, “com a confirmação de tudo que aconteceu na execução do crime”.
“As investigações vão prosseguir. Não estão concluídas com a delação. O que há é uma espécie de mudança de patamar da investigação. Há elementos para um novo patamar, qual seja a identificação dos mandantes do crime. Há aspectos que estão em investigação sob segredo de Justiça. O certo é que, nas próximas semanas, haverá novas operações derivadas do conjunto de provas colhidos no dia de hoje“, pontuou o ministro Flávio Dino.
Repercussão
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, postou no Twitter uma mensagem reafirmando a confiança nas investigações.
“Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e com o diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há cinco anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, questionou mais uma vez.
Confira a coletiva de imprensa do Ministério da Justiça, abaixo:
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Na delação, com certeza, estão incluídos os mandantes
Agora se levantam mais provas para não ficar a palavra de um contra o outro
e proteger bem as saídas para os EUA e Itália
Vendo a casa, concluí que bombeiro no Rio ganha bem. Agora, entender como ninguém vê (Receita, por exemplo), isso sim é difícil.