Sites jornalísticos de língua inglesa estão explorando uma tragédia familiar que, ao que tudo indica, envolve problemas de saúde mental acrescidos de entorpecimento e privação de sono. Uma mãe de ascendência russa que mora em Wisconsin, nos Estados Unidos, foi presa no final de março acusada de homicídio doloso. Ela admitiu ter assassinado o filho mais novo, de 8 anos, por asfixia, e simulado o afogamento do segundo filho, de 11 anos, além de ameaçar a família com uma faca de cozinha. A mídia internacional afirmou que a motivação da mulher foi uma “paranoia” causada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O caso repercutiu nesta quarta-feira (6) nos sites New York Post e Law and Crime, dos Estados Unidos, e também no The Independent e The Sun, da imprensa britânica, entre outros.
A versão reportada pela mídia internacional é a do marido e pai das crianças, que tentou socorrer a vítima fatal. O inquérito policial, que guarda o depoimento oficial da mãe, mostra informações um pouco contraditórias.
A VERSÃO DO MARIDO
O marido de Natalia Aleksandrovna Hitchcock, 41 anos, disse à polícia que a mulher aparentemente teve um surto. Segundo ele, Natalia estava acompanhando a cobertura americana sobre a Guerra na Ucrânia com apreensão nos últimos dias, tendo demonstrado medo de uma invasão na Rússia – onde moram familiares dela – ou de a guerra chegar aos Estados Unidos.
A mãe russa teria pedido ao marido para comprar equipamentos de sobrevivência – como fogão de acampamento, armas, combustível e outros itens – além de querer viajar à Rússia para ver os pais. Ele negou a maior parte dos pedidos.
Natalia também foi acusada de ser agressiva pelo marido. Ele disse que ela começou a beber nos últimos tempos. Mas negou, no depoimento à polícia, ter conhecimento de que a esposa tinha problemas mentais graves.
A VERSÃO DA “MÃE RUSSA”
Já o depoimento de Natália expõe a confusão mental da mulher. Ela relatou que estava privada de sono, que tomou inúmeros comprimidos de Tylenol para aplacar uma dor nas costas e que, quando atacou o filho mais novo, ouvia vozes em sua cabeça. Ela disse ainda que matou o próprio filho porque queria evitar que ele fosse “abusado”.
Na reportagem do site Law and Crime, que teve acesso ao inquérito policial, Natália afirmou acreditar que o marido venderia os dois filhos na dark web e, por isso, decidiu tirar a vida do menor, pois ele não teria condições de reagir aos abusos. Já o filho de 11 anos, ela disse que pouparia por ser mais velho. Ela admitiu que simulou o afogamento do menino maior na banheira, mas para ele “aprender que sua vida corria perigo”.
O trecho da reportagem mostra que a preocupação com a guerra na Ucrânia teria sido criada pelo marido:
“Uma entrevista posterior com um detetive rendeu informações semelhantes, mas quando perguntada sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, surgiu uma história diferente, de acordo com a papelada. A mulher admitiu que seu marido expressou preocupação com a guerra causando estresse, mas ela disse que estava ‘mais preocupada por estar sendo vendida na dark web’, diz a queixa.”
O site Law and Crime ainda afirmou que o caso testará “os parâmetros da defesa da saúde mental” nos Estados Unidos. “Uma pessoa não é responsável por conduta criminosa se, no momento de tal conduta, como resultado de doença ou defeito mental, a pessoa não tiver capacidade substancial para apreciar a ilicitude de sua conduta ou conformar sua conduta aos requisitos da lei”, apontou.
Leia também:
1 – Um relato definitivo da guerra da Ucrânia, por um coronel suíço
2 – Xadrez de Zelensky, o “heroico comediante” inventado pela mídia, por Luis Nassif
3 – Guerra da Ucrânia: diferenças entre fabricantes de paçoca e de notícias, por Luis Nassif
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Este é o espírito desta época, lembrando o termo usado por filósofos alemães do séc. XIX. A mãe Natália pirou na batatinha 1, 2,3. Seu marido perdido tentou salvar a família da autodestruição. Como viver sem TV, internet, cabo, satélite e midias sociais?
O sociólogo Zigmunt Bauman descreveu essa era pós industrial como Sociedade Líquida onde as relações humanas são mais fluidas e frágeis. O tapa que Will Smith desferiu para defender sua esposa gerou quantos tapas em todo planeta? Impossível saber…
É fácil falar em oferecer a outra face, só Jesus… só Jesus… me chama atenção o sobrenome da mãe que pirou e lembra o diretor de filmes como Frenesi, Psicose, Vertigo (Um corpo que cai), e aquele fime de passarofobia. Natália Hitchcock é uma mãe do sec. XXI