Federação Internacional de Jornalista denuncia golpe de Temer à EBC

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Federação Internacional de Jornalista denunciou o interino Michel Temer à imprensa nacional e internacional, pela tentativa de desmontar a EBC após o término da Rio 2016. O plano de Temer é editar uma Medida Provisória para mudar a estrutura da empresa pública de comunicação.

Desde que assumiu o poder, o governo peemedebista tem dito que a EBC está “aparelhada pelo PT” e endividada. A primeira investida ocorreu na troca do presidente Ricardo Melo por Laerte Rímoli, ligado a Eduardo Cunha. O Supremo Tribunal Federal teve de restabelecer o mandato de Melo, de quatro anos, segundo aprovado em lei justamente para impedir intervenções políticos ao sabor das mudanças na Presidência.

Ontem, Ricardo Melo, numa tentativa de mostra isenção, anunciou que a EBC abriu uma sindicância para apurar o uso do Twitter oficial da empresa por um funcionário que ironizou a participação de Temer na abertura da Olimpíada, nesta sexta (5). A notícia foi divulgada com a mensagem “Quando a pessoa decide passar vergonha…”

Melo também tem negado que a EBC seja uma empresa em déficit, lembrando que o governo possui um fundo cujos recursos podem ser revertidos para a comunicação pública.

IFJ denuncia “jogos políticos” de Temer para desmantelar EBC após Rio 2016

Do Terra

A Feração Internacional de Jornalistas (IFJ) denunciou nesta quinta-feira as tentativas do governo interino de Michel Temer de “desmantelar” a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) após os Jogos Olímpicos e pediu à imprensa internacional que também informe sobre esses “jogos políticos”.

A IFJ, junto com os representantes regionais da Federação de Jornalistas da América Latina e o Caribe (FEPALC) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), declarou em comunicado que foi feita “uma série de mudanças perturbadoras” na EBC desde que Temer assumiu o poder.

A entidade jornalística também afirmou que escreveu à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para que “atue para defender e promover a democracia” no Brasil em relação aos veículos de imprensa.

De acordo com a IFJ, a “interferência” do governo interino de Temer alcançou seu “auge” em maio com a exoneração do presidente da EBC, Ricardo Melo, a demissão repentina de jornalistas considerados críticos ao governo e o cancelamento de vários programas de televisão.

Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, o governo interino “continua a colocar pressão sobre a EBC e anunciou planos para fechá-la ou pelo menos modificar sua missão logo depois dos Jogos Olímpicos” no Rio de Janeiro.

A entidade também criticou a intenção de desmantelar o conselho de administração, que garante a independência da EBC perante interesses privados e políticos, e informou que a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também consideraram as interferências do governo interino como “passos negativos”.

IFJ, FEPALC e FENAJ, assim como a Frente em Defesa da EBC, “instam a jornalistas estrangeiros que cobrem os Jogos Olímpicos que falem destes ataques ao serviço público de radiodifusão do Brasil e dos perigos que representa uma indústria de veículos de imprensa cada vez mais concentrada, uma das maiores barreiras à democracia real”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. ” Ontém Ricardo Mello, numa

    ” Ontém Ricardo Mello, numa tentativa de mostrar isenção”

    Puxa vida, então Temerário tem razão, se ele precisa tentar mostrar isenção, logo, não é isento e sim partidarizado

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