Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (18/02/22), oito meses antes das eleições, deixou setores da esquerda alvoroçadas. Apesar de sondagens por telefone merecerem ressalvas, o estudo do Ipespe indica que Fernando Haddad (PT) teria, hoje, vaga garantida no segundo turno da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes: ele empata com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) ou lidera em todos os cenários de primeiro turno em que aparece.
Caso Alckmin deixe a disputa em São Paulo e passe a apoiar Haddad – muito provavelmente na condição de vice de Lula na disputa presidencial – Haddad chegaria a 38% das intenções de voto no Estado, aponta a pesquisa. Lula, por sua vez, aparece vencendo a eleição no maior colégio eleitoral do País em qualquer cenário de segundo turbo. Os dados ilustram a chance de ouro do PT fazer história no território apelidado de Tucanistão.
Governado há 28 anos pelo PSDB, que venceu sete eleições consecutivas no Estado, São Paulo agora assiste a uma situação curiosa. O atual governador, João Doria (PSDB), autoproclamado “pai da vacina” contra a Covid, amarga um desempenho pífio nas pesquisas.
O candidato de Jair Bolsonaro em São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL), consegue aparecer numericamente à frente de Doria e de seu candidato à sucessão, Rodrigo Garcia (PSDB), na pesquisa espontânea. Cabe a ressalva de que, nesta situação, 64% dos entrevistados disseram ao Ipespe que ainda não têm candidato.
Já nas perguntas estimuladas, quando o foco é o peso do apoio de Lula, Bolsonaro e Doria a seus afilhados políticos, Garcia é a última opção do eleitorado, com 10% de intenções de voto. É quando Haddad chega a 38% e Tarcísio marca 25%. Brancos, nulos e indecisos somam 27%.
O trabalho de Doria na pandemia, marcando contraponto ao negacionismo de Bolsonaro, até que é reconhecido pela maioria (45%) dos entrevistados. Mas no geral, Doria é avaliado como péssimo gestor por 36% dos paulistas. Outros 38% dizem que é “regular” e apenas 24% consideram que ele faz um bom governo.
Na corrida para presidente, Doria aparece com apenas 5% de intenções de voto na pesquisa estimulada em seu próprio Estado. Ou seja, em quinto lugar, atrás de Lula, Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PSDB).
Em 2018 o PSDB já havia passado por uma humilhação história. O partido saiu pequeno da corrida presidencial, em quarto lugar, com apenas 4,76% de votos válidos em Geraldo Alckmin.
HÁ FATORES QUE TORNAM A CORRIDA EM SÃO PAULO IMPREVISÍVEL
Os partidos ainda não definiram os candidatos em São Paulo. Não à toa, Ipespe testou cinco cenários de primeiro turno, mais um sexto com pergunta espontânea, e nenhum de segundo entre os postulantes ao Paláco dos Bandeirantes. Com esta pesquisa ainda não é possível saber, por exemplo, quem desempenha melhor no segundo turno no campo da esquerda.
No cenário mais provável hoje, em que todos os partidos lançam seu próprio candidato em São Paulo, e Alckmin se retira da disputa local, Garcia, o candidato do Tucanistão, terminaria o primeiro turno atrás de Haddad (28%), França (18%), Guilherme Boulos (11%) e Tarcídio (10%). O tucano aparece neste cenário com 5%, ou seja, em quinto lugar. Brancos, nulos e indecisos somam 28%.
Por outro lado, Garcia tem a seu favor ao menos dois fatores importantes: (1) terá a máquina do governo nas mãos e (2) sua base eleitoral ainda não está completamente estabelecida.
O gráfico de potencial de voto da pesquisa Ipespe, logo abaixo, mostra que Garcia ainda é desconhecido por 44% do eleitorado. Tarcísio, candidato de Bolsonaro, também é desconhecido para 45%. Tanto Garcia quanto Tarcísio podem surpreender pois têm margem para crescimento.
Com Bolsonaro polarizando com Lula no plano nacional, não é possível subestimar a candidatura de Tarcísio – que já aparece em segundo lugar na espontânea em São Paulo e tem mais que o dobro das intenções de voto de Garcia hoje, sendo que ainda nem confirmou sua candidatura. O ministro de Bolsonaro certamente será amparado pela máquina federal e pelo “gabinete do ódio”.
Enquanto isso, apenas 4% dizem que não conhecem Haddad, que tem a maior da rejeições (52%) – acima de França, desconhecido por 18% e rejeitado por 39%.
A candidatura de Haddad passa ainda por uma discussão envolvendo o apoio do PSB ao PT na eleição de 2022. São Paulo é um dos estados em que o PSB já reafirmou inúmeras vezes que não pretende abrir mão de uma candidatura própria com França. PSOL também racha quando o assunto é lançar candidato próprio ou apoiar o PT em São Paulo. A frente ampla no Estado pode ficar só no papel.
Lula tem admitido espaço para negociação com o PSB, mas frisa que o PT “nunca esteve tão perto de ganhar” a eleição em São Paulo, e sugere que uma pesquisa decida quem é o melhor nome: Haddad ou França. A pesquisa Ipespe confere vantagens a Haddad. Mas França ainda pode argumentar que é cedo e que boa parte do eleitorado ainda não tem candidato.
Com tanta água para rolar embaixo dessa ponte, é precipitado afirmar até que a hegemonia do PSDB em São Paulo está com os dias contados. A ver.
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Em que pese o atual governador não estar,ainda,candidatando-se a reeleição cravaria,quase com certeza,que esta acabará sendo sua opção e com o eleitorado tradicional,para ser educado,de São Paulo,ele terá grandes chances de se reeleger até com certa facilidade,assim com parece estar ocorrendo com figuras muito mais sinistras que ele,como o camundongo do Paraná ou o sujeito de Minas Gerais,para ficar nos mais próximos.
E isso tem uma explicação: Foram 4 anos de inépcia total do sujeito que ocupa a presidência da república.
4 anos em que o sujeito,pela sua escrotidão,dominou todo o noticiário conseguindo dividir o país e atrasá-lo mais do que os 30 anos que almejava. Com isso,os governadores nadaram de braçada.ficaram sem grandes críticas e podem fácilmente contrapor-se ao sujeito planaltino com suas realizações e,aí,o boneco de plástico,que cortou tudo e mais um pouco nas áreas sociais,principalmente Saúde e Educação,tem muito a mostrar.
Pode ser inclusive um caminho para viabilizar a via infinita.