Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Luis Nassif

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  1. Campanha da Sociedade

    Campanha da Sociedade Brasileira de Urologia para a Bahia

    “Falamos muito em saúde da mulher e esquecemos de trabalhar a saúde do homem. Ensinar o óbvio faz parte da educação em saúde. Muitos pensam que só os meninos não sabem limpar seu pênis. Puro engano, pois muitos homens adultos não sabem limpá-lo, e as taxas de penectomia estão aumentando.”, explica Thiago França, enfermeiro especialista em oncologia.

  2. http://cache4.asset-cache.net

    http://cache4.asset-cache.net/gc/105291502-aristotle-onassis-during-jackie-onassis-and-gettyimages.jpg?v=1&c=IWSAsset&k=2&d=R4V%2FQay2ANwpmCZhkZDSEnFjt4PLNvZlPoJrYwpK9bJgRhKotFNXtwu5mAL8mRJnAEkQTcxK0uBcnpUC6Q0AGQ%3D%3D

    OS GREGOS, REIS DOS MARES – A ultima estatistica da União Maritima Internacional indica que armadores gregos detem 17% do frota mundial de marinha mercante, com 4.894 navios com 291 milhões de toneladas bruas, seguidos pelo Japão, com 8.357 navios e 241 milhões de toneladas, depois a China com 6.427 navios e 190 milhões de toneladas, seguida pela Coreia do Sul com 2.651 navios e 183 milhões de toneladas e no 5º lugar a Alemanha com 4.197 navios e 126 milhões de toneladas.

    Os gregos são os primeiros do mundo em navios tanques de petroleo e gás,  e segundos em navios porta containers, tambem segundos em graneleiros.

    Na lista dos armadores, o conglomerado Onassis está entre os gregos em 16º lugar em tonelagem.

    Onassis foi uma celebridade de dimensão social e politica mas nunca foi o maior armador grego, seu cunhado Stavros Niarchos sempre foi maior que ele e o sogro de ambos Stavros Livanos era maior que os dois.

    O impressionante é o tamanho da frota grega para um pais pequeno e relativamnte pobre mas eles tem uma tradição maritima inigualavel, milenar, embora o grande crescimento de sua frota de petroleiros tenha se dado após a segunda guerra, usando o estoque de navios “sobras de guerra”, a maioria novos, leiloados a baixos preços pelo governo dos EUA, esse foi o inicio da maioria das frotas gregas.

     

  3. Eletropaulo

    Nassif, dúvida minha. Se for possível postar no blog, agradeço:

    A luz, que caiu por volta das 16h, acabou de voltar.

    Aqui de cima, fiquei observando o trabalho do pessoal da Eletropaulo.

    Um caminhão vai até o poste onde fica o transformador. Eles estacionam e colocam cones e fitas de isolamento em volta da área toda. Ai soltam um monte de travas para liberar o braço mecânico e a grua.

    Estão em 3 caras. Um deles coloca os equipamentos de segurança e entra na cesta que fica na extremidade do braço mecânico. O segundo vai para a cabine e começa a subir a cesta, enquanto o terceiro berra instruções que nenhum dos dois escuta direito. Um galho de árvore impede que a cesta alcance a extremidade do poste. O cara tenta se desvencilhar do galho. Não consegue. Tenta de novo. Nada. Desiste. A cesta baixa. O cara que grita pega uma motosserra e entrega para o cara da cesta. Que sobe de novo. Na terceira tentativa, consegue se aproximar o suficiente para serrar o galho. O galho serrado cai sobre um outro galho logo abaixo que não aguenta a carga, quebra e cai em cima do capô de um carro estacionado. O capô amassa. O gritão grita, o da cesta se assusta e o da cabine ri. De volta ao trabalho. A cesta baixa, a motosserra volta para o seu lugar e o que grita entrega uma vareta para o da cesta. A cesta sobe. O da cesta tenta alcançar com a vareta uma chavinha, tipo um disjuntor. Alcançando, ele empurra a chavinha e “plim”, volta a luz no bairro todo. Tempo total da operação: uns 40 minutos. Tempo de espera: 8 horas. Tempo para virar a chavinha: 3 segundos.

    Ai vai a pergunta para os amigos engenheiros: por que catzo esse disjuntor não fica próximo ao chão, ao alcance das mãos?

     

    1. Média tensão.

      Caro André, bom dia!

       

      O sistema de proteção mencionado opera com tensão entre 11.400 e 13800 volts e se ficasse mais próximo ao solo poderia calcinar alguns transeuntes.

      Durante os períodos de chuva acontecem mais eventos como este, gerando atrasos e mais perigo para trabalhar ao ar livre com estas tensões. Talvez por um desses motivos a demora em atender.

      Importante retirar da tomada os equipamentos elétricos de uso contínuo, pois a queda de uma fase, pode elevar as outras duas e dar prejuízos aos usuários.

      1. A solução seria substituir a

        A solução seria substituir a rede aérea por instalações subterrâneas, mas quem vai pagar um investimento desses?

        A substituição da rede elétrica aérea em todo País teria um custo altíssimo.

        Mais uma vez temos um enorme passivo porque as coisas não foram feitas corretamente no passado.

        Acho uma pena que não se discuta esse assunto porque ninguém tem interesse em assumir tal investimento.

        O lamentável é que a ampliação da rede sempre é feita da forma errada, com instalações aéreas no lugar das subterrâneas.

        Estamos empurrando o problema para gerações futuras.

        Dá para conviver com a rede aérea, mas ficam esses problemas. Não adianta reclamar quando falta luz porque caiu um raio em um transformador ou uma árvore sobre os fios e esquecer a questão da forma como são feitas as instalações de rua.

        1. Instalação subterrânea? Na

          Instalação subterrânea? Na banânia?

          Sua ideia é de um grau de civilidade autíssimo. Mas note, que no Brasil, ainda não se dominou nem mesmo a técnica de fazer calçadas.

          É provável que em toda a cidade de São Paulo, não haja um único quarteirão com uma calçada decente.

          Instalação subterrânea? Eu já ficaria feliz se conseguíssimos fazer calçadas. Acho que isso seria um avanço impressionante.

           

  4. As sacanagens da folha contra Dilma

    AS SACANAGENS DIÁRIAS DA FOLHA CONTRA DILMA E LULA

     

    Não pude copiar, resolvi então digitar. Reproduzo na íntegra apenas o segundo parágrafo do que li na Folha de São Paulo, online, de hoje.

     

    1 -No início de seu mandato, em 2011, a Dilma TERIA feito uma cobrança a sua equipe para segurar o aumento das passagens aéreas consideradas “exageradas” (as aspas são da Folha) por ela.

    2 – Ao  ouvir dos assessores que os preços do setor são livres, a presidenta, irritada gritou: “isso é coisa de Tucano”.Só então foi lembrada que a última normatização sobre a área havia sido havia sido feita em 2006 – no governo Lula, portanto.

    Só um leitor/eleitor retardado para acreditar nesta (mais uma) empulhação da Folha. Poderíamos questionar uma série de coisas, como por exemplo: “quem fazia parte dessa equipe? Qual assessor disse que a Presidenta “irritada gritou”?

    Mas o que será que a Folha está querendo com mentiras dessa natureza? Que a GOL e a TAM aumentem ao extremo os preços das passagens aéreas durante a Copa do Mundo?

    Os empregados do Octavinho precisam ter o mínimo de respeito pela inteligência do leitor/eleitor. Além disso, eles nos tratam como se nós, brasileiros, tivessemos a memória de uma amega. Cretinos!

  5. Em qual Marina acreditar?

    Fonte: Blog os amigo do presidente Lula

    Marina, por favor, não me faça deixar de gostar da música de Dorival Caymmi.

     

    Em qual Marina acreditar? Na que defendeu a Copa no Acre ou na que critica hoje, sem citar Eduardo Campos, que fez estádio?

     Antigamente, como hoje, eu não votaria em Marina Silva para presidenta, porque acho que ela não dá conta do recado. Seria “jantada” pelos países imperialistas. Mas eu ainda compraria um carro usado dela no passado. Hoje não compro mais.

    Em 2007 Marina queria a Copa no Acre. Em 2012 carregou a bandeira em Londres. Em 2014 é contra o Brasil. Que decepção, Marina!
    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/139998/Marina-Silva-refor%C3%A7a-cr%C3%ADticas-contra-a-Copa.htmEm 2007, ainda ministra do meio ambiente, Marina Silva foi toda serelepe na comitiva do Acre apresentar para a FIFA a candidatura da capital Rio Branco como cidade sede da Copa.

    http://www.altinomachado.com.br/2007/08/marina-silva-apia-rio-branco.html

     

    Em 2009, já ex-ministra e pré-candidata a presidência, como senadora continuou apoiando a Copa, inclusive no Acre.
     

    http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2009/02/13/marina-silva-defende-escolha-de-rio-branco-como-sede-de-jogos-da-copa-em-2014

     

    Nas Olimpíadas de Londres de 2012 ela carregou a bandeira olímpica toda sorridente, sem qualquer crítica. Em entrevista à BBC (até foi simpática a entrevista e sem o rancor que ela destila atualmente), considerou aquele gesto simbólico um “legado” para o Brasil. Ora, se um gesto simbólico em Londres ela vê legado, imagina uma Copa inteira no Brasil, o quanto deixa de legado? E ela, agora, só vê defeitos? Quanta incoerência e complexo de inferioridade. Em Londres é bom. Só é ruim em Manaus, em Fortaleza, em Natal, em Recife, em Salvador, em Cuiabá, em Brasília, em Curitiba, em Porto Alegre, em BH, no Rio e em São Paulo?

     


    Por que ser tão reverente a um evento em Londres e porque se recusar a enxergar o lado bom da Copa para milhões de brasileiros e para o desenvolvimento do Brasil, inclusive cultural?

    Por acaso a Inglaterra não tem uma dívida histórica social com todas suas ex-colônias pobres africanas, asiáticas e do caribe? Que legado de hospitais, escolas, alfabetização a Inglaterra deixou para as ex-colônias africanas e asiáticas no passado? Se for pensar assim, seria a Inglaterra que não poderia fazer Olimpíadas ou Copa enquanto houvesse fome na África. Marina Silva fez alguma crítica a isso, quando carregou a bandeira em Londres? Não.

    O Brasil tem muito mais legitimidade para fazer uma Copa do que países imperialistas. E o legado ficará aqui, para os brasileiros, gerando riquezas, empregos e prosperidade para os brasileiros mais pobres melhorarem de vida com a indústria do turismo, do entretenimento e cultural.

    Agora, por mero oportunismo eleitoreiro, Marina Silva se engaja em uma campanha enganosa de detonar a Copa do Mundo no Brasil, com desinformações e falácias. Isso é até mais do que oportunismo. É fraqueza de caráter e um desserviço ao povo brasileiro.

    Além disso, quando ela critica “os estádios da Copa” o que ela tem a dizer sobre seu parceiro Eduardo Campos que, tendo três estádios em Recife que poderiam ser reformados, preferiu construir um quarto? Campos, talvez, tenha feito a pior de todas as escolhas entre todos os governadores.

    Mas o que está feito, está feito, e bola para frente. A Arena Pernambuco está lá e agora é dar um jeito de usá-la melhor após a Copa, também. A FIFA, como organização e pela sua cartolagem, merece todas as críticas que tem recebido. Inclusive pela corrupção na hora de fazer contratos de direitos de televisão como aconteceu com no escândalo envolvendo a ISL, TV Globo e Ricardo Teixeira. Mas o tal padrão FIFA nos estádios são bons projetos arquitetônicos e a proposta é justamente que não virem elefantes brancos, funcionando semelhante a um misto de shopping, parque, museu e ponto de atração e visitação pública, para ser rentável e útil, mesmo quando não há jogos. Se os governadores que licitaram os estádios não seguiram essa visão, mais cedo ou mais tarde os estádios deverão se adequar a ela.
       

     

  6. Superando preconceitos, pastor evangélico é também drag queen

    Reportagem de Fabíola leoni, em O globo

     

    O líder pastoral Marcos Lord vestido como drag queen: Luandha Perón, para os íntimos Foto: Gustavo Miranda / Agência O Globo

    O líder pastoral Marcos Lord vestido como drag queen: Luandha Perón, para os íntimos Gustavo Miranda / Agência O Globo

    RIO — Numa hora, ele pega a Bíblia na cabeceira para fazer uma pregação. Na outra, pega os cílios postiços para a próxima parada gay. Apesar de soarem antagônicas, as opções fazem parte do cotidiano do líder pastoral Marcos Lord — ou drag queen Luandha Perón, para os íntimos. Professor da rede pública há sete anos, em Duque de Caxias, Marcos é um carioca de sorriso largo, que demonstra sua crença religiosa com uma devoção para fiel fervoroso nenhum botar defeito. Evangélico de berço, ele diz ter sofrido quando se revelou homossexual, há dez anos, aos 26. A saída para não abandonar a fé foi entrar na Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM). O ramo evangélico é conhecido por ter a maior parte dos fiéis integrantes da comunidade LGBT, o cenário propício para o nascimento, em 2011, de Luandha — “uma subversão, uma exaltação do feminino”, como define o pastor.

    A transformação leva 30 minutos. Usando o próprio altar da igreja como mesa de maquiagem, Marcos pinta o rosto, sobe no salto alto e põe uma peruca de cabelos castanho-escuro com mechas californianas.— Quando o Marcos está no trabalho, Luandha fica guardadinha ali no lugarzinho dela, como um gênio na garrafa — afirma o professor do 3º ano do ensino fundamental, que diz que os alunos não sabem da existência da personagem.

    Perguntado sobre como é feita a pregação de um gay num ambiente com preceitos evangélicos, que levantam a bandeira contra a homossexualidade, o líder pastoral, sem tirar os olhos da Bíblia, defende de forma categórica uma releitura do livro, seu “manual de fé”. A ICM é considerada uma igreja inclusiva, o que, segundo Marcos, é uma expressão redundante — já que, para ele, todas as igrejas deveriam ser inclusivas. O pastor prega a liberdade como “o maior presente de Cristo” e acredita que “o essencial é o amor e a mensagem que a palavra de Deus transmite”. Para ele, a questão está no que ainda pode ser considerado sacrilégio ou não a partir das antigas escrituras.

    — Se você for ler a Bíblia ao pé da letra, terá muitos problemas. Ela fala sobre escravidão, que você tem direito a ter um irmão escravo seu por sete anos. Ela diz que você não tem direito de comer carne de porco. Mas quem vai abrir mão de comer o seu presunto e o seu pernil? Se nós mantivéssemos a mesma visão que sempre tivemos da religião evangélica, a mulher estaria até hoje calada — argumenta, seguro. — Eu não posso simplesmente pegar a Carta aos Romanos e lê-la como se ela tivesse sido escrita para os brasileiros do século XXI. A Carta aos Romanos foi escrita para os cristãos de Roma, daquele período histórico, do primeiro século. Então eu não posso achar que ela é válida para hoje. Mas eu posso tentar pegar alguns ensinamentos que estão ali e achar novos significados para os dias de hoje? Posso. Assim como pego os ensinamentos da minha avó e tento trazer para minha vida até hoje. Mas isso não quer dizer que eu não vá pedir manga com leite numa lanchonete porque ela disse uma vez, lá atrás, que faz mal.

    Foi nos idos de 1968, nos Estados Unidos, que surgiu a Metropolitan Community Church, liderada pelo pastor Troy Perry, que se revelou homossexual. O estudo da Bíblia feito a partir de um novo viés, com enfoque nos contextos histórico e social, ocorreu de forma concomitante com perseguições e ameaças à igreja, que cresceu desde então. Perguntado se é reconhecida internacionalmente, Marcos diz que ela é chamada de “a igreja dos direitos humanos” e que sua líder mundial, Nancy Wilson, faz parte de um grupo de aconselhamento, com representantes de organizações sem fins lucrativos, religiosas e laicas, que assessora o presidente Barack Obama.

    No Brasil, a comunidade existe há cerca de dez anos, segundo o pastor. Há unidades em Fortaleza, Maceió, Teresina, Cuiabá, Maringá (Paraná), Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), Belo Horizonte, Vitória, São Paulo e Mariporã (São Paulo). No Rio, há unidades em São João de Meriti e a comunidade Betel, em Irajá, onde Marcos é o líder pastoral. Na unidade, os cultos ocorrem numa pequena sala, onde podem ser vistos banners com dizeres como “O Senhor é meu pastor, e Ele sabe que eu sou gay”. Apesar de ser uma comunidade mundial, a ICM não é ligada a nenhuma convenção nacional de igrejas evangélicas.

    A aflita descoberta da homossexualidade

    Para quem desde que se entende por gente ouviu que ser gay era pecado e tinha “espíritos malignos”, a descoberta do gosto por uma pessoa do mesmo sexo pareceu um martírio. Marcos disse que teve receio do preconceito e da reação da família — que, inicialmente, foi negativa — e que fez penitências contra si próprio, em prol de sua “libertação”. Numa delas, levantou-se de madrugada durante sete dias. Foi na época em que morava com o irmão, pastor de uma igreja evangélica, em Barra Mansa, no Sul Fluminense.

    — Eu me lembro claramente de uma noite. Estava passando por aquele momento de crise existencial e de madrugada fazia poças de lágrimas, ajoelhado no chão, pedindo a Deus que me libertasse. No fim da sétima noite, eu percebi que não ia adiantar, que Deus não tinha que me libertar, que não havia do que ser libertado. E a crise foi tentar encontrar lugar na minha fé para a minha sexualidade, entender que eu poderia ser gay e ser cristão — diz Marcos, que conheceu a ICM por meio de um amigo. — No começo, eu tive muita resistência. Eu não queria uma igreja para gays. Eu queria uma igreja. Eu imaginava que ia ter uma drag queen dublando a Fernanda Brum e a Cassiane, e que na hora da pregação o pastor ia transformar todos os personagens da Bíblia em homossexuais. Mas fui, e eles estavam estudando a Bíblia, como eu estudava nas igrejas de onde vim. Percebi que era uma igreja como qualquer outra. Só que me aceitava como eu sou.

    Luandha Perón, segundo Marcos, aparece em eventos — paradas gay e festas da igreja — como forma de militância. O nome tem justificativa: é uma homenagem à África e à paixão pelo Museu Evita, em Buenos Aires, que conheceu em sua primeira viagem internacional, feita há três anos. Já a ideia de virar drag queen teve inspiração política: uma apresentação de integrantes da ICM de São Paulo. Durante a parada gay, fiéis da igreja paulista foram às ruas vestidos de noivas, para criticar o governo brasileiro, que se coloca contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

    — Quando você vai para a balada, vira um personagem Não é a mesma pessoa que vai trabalhar de segunda a sexta. E, no meu caso, a drag queen é um personagem político, exaltando a mulher. As pessoas não gostam só porque é gay, e sim também porque é pintosa. As pessoas gostam de falar “Ai, não basta ser gay, ainda tem que dar pinta?” Por que não se pode dar pinta? Por que ser feminino é tão ruim? — pergunta Marcos, já sendo maquiado para se transformar em Luandha. — Quando começa esse processo de maquiagem, o Lord vai para trás das cortinas, e a Luandha vai surgindo. Ela vai começando a criar corpo, forma, a personalidade de Luandha vai surgindo. Ela é diferente de mim. Ela é mais ousada. Eu sou um pouco mais contido. O grande problema de o Lord virar Luandha é a sobrancelha e o chuchu (a barba).

    Para Marcos, a inclusão que acontece na ICM é algo radical, já que deve ser aceito tudo aquilo que pode até chocá-lo:

    — Imagina uma drag queen no culto? Imagina a primeira vez que a Luandha for pregar? Mas tudo causa. Na primeira vez que uma mulher botou uma calça, as pessoas ficaram assombradas. Como ela tinha a ousadia de fazer aquilo? Então o processo é esse. No começo choca, causa estranhamento, mas as pessoas vão se acostumando. E se ninguém causar esse primeiro impacto, esse primeiro choque, nunca vai passar disso, sempre vai ser um choque.

    Maquiador de Luandha, o professor de história Léo Rossetti — também drag queen e membro da ICM Betel — defende que as pessoas usem a maquiagem como forma de transitar entre gêneros e ser o que quiser. Ele afirma que Deus não está preocupado com os corpos e não se define nem como macho, nem como fêmea:

    — Se falo que Deus é homem, eu o estou fechando, tornando-o menor. Ele é tudo. Deus está preocupado com outras coisas, com o coração e com a justiça, por exemplo.

    Jesus na Lapa

    Baseado no slogan da ICM de igreja inclusiva, o pastor Marcos afirma que Jesus Cristo era um ser extremamente inclusivo, que chamava para perto de si os excluídos da sociedade, como cegos e mulheres. E aposta que, se Cristo nascesse nos tempos atuais, isso aconteceria na Lapa, bairro boêmio carioca:

    — A gente aqui costuma dizer isso e que ele seria amigo das travestis, dos transexuais, dos malandros da Lapa. Jesus sempre andou com quem estava à margem da sociedade. Nós procuramos fazer isso também, apesar de não ser fácil esse trabalho diário. É chamar quem acha que não tem lugar junto às pessoas.

    Segundo Marcos, apesar de os princípios da ICM se chocarem com os de outras igrejas, existe diálogo entre elas.

    — Todo ano participamos da caminhada pela liberdade religiosa, contra a intolerância. Falamos com muita tranquilidade com a igreja episcopal anglicana, e temos contato próximo com a igreja presbiteriana da Praia de Botafogo. Mas há uma verdadeira ojeriza por parte das igrejas neopentecostais, principalmente. A gente vê pastores aí que, se pudessem, botavam o porrete na mão do povo para bater, porque eles não batem. Eles não são homofóbicos — ironiza o pastor.

    Sobre relacionamentos amorosos, Marcos diz não se sentir à vontade para se envolver com “alguma ovelha” da comunidade, que conta, por exemplo, com mais duas drag queens. Livre e desimpedido, como se intitula atualmente, ele afirma que pensa em ter uma filha, que se chamaria Maria Eduarda. Segundo Marcos, que já foi noivo de uma mulher, se até os 40 anos não achar um companheiro com quem construir uma família, dará entrada mesmo assim no processo de adoção.

     

    http://oglobo.globo.com/rio/superando-preconceito-pastor-evangelico-tambem-drag-queen-12522426

  7. A Copa é aqui ?

    A COPA é no BRASIL  ? ? !!

    Daqui uns 15/20 dias chegam as seleções e até agora , nada, nadinha ! 

    Quando se fala, se fala de ‘Marina contra a Copa- só aceitaria se fosse no Acre”!,  manifestação 15M.

    A única boa notícia foi da ex-zangada Dilma com os jornalistas esportivos – a Globo proibiu o Galvão de ir e a Band o falante Milton Neves .  A Dilma deveria ter chamado O Apolinho, da Tupi – ele conversa com  povão do radinho de pilha( acessório imprescindível para quem gosta de futebol) e dá mais votos do que todos os que estiveram lá, juntos !

    Vamos continuar ‘murchos  por conta do PIG” e torcer para o Brasil ser eliminado logo na 1a fase? Seria a glória da Veja !

    Vamos melhorar o astra.l Vamos torcer  gente !

     

    1. Arrependimentos virão

      Acho ridículo esse desespero oposicionista e midiático para usar a Copa do Mundo como arma de propaganda eleitoral.

      Quem perde são eles mesmos.

      Acho que a Copa não terá efeito eleitoral nem a favor da oposição, nem a favor do governo.

      É apenas um campeonato de futebol e como tal deve ser entendido. Quem gosta de futebol ou simplesmente do espetáculo pode curtir, quem não gosta pode ignorar.

      Mas aqueles que poderiam curtir o espetáculo e estão se recusando a aproveitá-lo por proselitismo, vão se arrepender em um futuro bem próximo.

      Ao ver que o uso eleitoral não deu certo e que eles apenas perderam uma oportunidade de curtir um espetáculo esportivo pertinho de casa atroco de nada, vão se arrepender do azedume, dos resmungos e da cantilena boçal que andaram cultivando em vez de aproveitar o evento.

      Dilma não será reeleita por causa da Copa do mundo, será reeleita pelos seus próprios méritos e pelas realizações de seu governo. Mas tampouco perderá votos por causa da Copa.

      Fosse TUDO um desastre e tivesse a Dilma apresentado o espetáculo de incompetência que os tucanos sempre protagonizam (alguém se lembra do vexame da “nau capitânea” nas comemorações de quinhentos anos do descobrimento? Ou do vexame da postulação inepta da copa de 2006 feita pelo governo do FHC?) talvez ela perdesse pontos com a Copa. Mas os estádios estão aí, os aeroportos estão aí e as obras de mobilidade também. Podem haver críticas pontuais, mas estas não vão influenciar de forma alguma o resultado das eleições.

      Enfim, quando eu vejo esse desespero em usar a Copa como arma de propaganda eleitoral eu apenas lastimo que a oposição seja tão inepta e esteja tão alucinada a ponto de jogar suas fichas nessa palhaçada em vez de fazer um debate político coerente.

  8. Eu não entendo a razão de

    Eu não entendo a razão de certas pessoas acharem que apenas porque alguem sobe num palco e começa a rebolar com uma guitarra na mão, fazendo caras e bocas, é um pensador, um ser com ideias avançadas.

    Alias, um embrulho não revela em si mesmo o conteudo do pacote.

    Ja li que o proprio Elvis era um racista dos piores. Atribui-se a ele inclusive uma frase: “eu prefiro beijar uma negra de que uma mexicana”.

    Esses nossos roqueiros dos anos 80 e mesmo os de antes não “se tornaram neoconservadores”.

    Sempre foram.

    Para vende-los é que se escondeu essa caracteristica.

    Frequentemente se fala corretamente do processo que ocorreu nas redações das midias, substituindo os jornalistas por empregados neo conservadores.

    O mesmo aconteceu na cultura, nas artes.

    O cinema, o teatro, a musica, as artes em geral alcançaram grande desenvolvimento nos anos 60, ajudando enriquecer a vida intelectual do povo brasileiro, a reconhecer as suas raizes, a sua identidade, a identificar seus inimigos, a vencer “o complexo de vira latas”..

    A ditadura entendeu isso e começou a dificultar os caminhos dos artistas progressistas e a fomentar o surgimento de novos nomes, não comprometidos com as causas publicas. Dai os caetanos da vida.

    Nos anos 80 esse processo se aprofundou.

    Dai os lobões da vida.

    Mas o grave erro ocorreu com a forma como os governos do PT trataram a cultura.

    Deveriam ter revertido esse quadro, incentivado os artistas autenticos.

    Colocaram, ao contrario,  um ministro que considerava a Ivete Sangalo “uma grande artista”.

    Não era ao menos capaz de entender que a cantora baiana é uma excelente produtora de artigos para a industria do entretenimento, mas nada comprometida com a arte.

    Para piorar as suas relações com os artistas o ministro meio expediente da cultura começou a combater a propria lei de direitos autorais, conquistadas com seculos de lutas pelos artistas.

    Para finalizar esse massacre  é, justamente, um deputado petista que esta mudando a lei que garante aos artistas ( e a todos) o sagrado e fundamental direito a privacidade, liberando as “biografias não autorizadas”.

    O ridiculo argumento é que saber se o Chico tinha uma amante é “acesso ao conhecimento”.

    Com toda essa politica sem logica so resta mesmo o governo ficar apanhando de um lobão da vida, travestido de”artista”

    1. Muitas vezes me pergunto

      Muitas vezes me pergunto porque gasto meu escasso tempo escrevendo comentarios neste blog.

      Primeiramente, porque existem  poucos espaços para uma discussão mais profunda dos problemas sociais, que vale a pena estimula-la onde houver essa chance.

      Não tenho muitas oportunidades, devido a afazeres, de rodar muito pela internet,  esse novo mundo virtual de overdose de informações.

      A primeira vista me parece interessante e mesmo raro um jornalista manter, como o Nassif,  um blog ativo, diario, abrangendo varios aspectos não encontrados em outras fontes de informação.

      O Azenha faz outro, mas não consegue manter a mesma rotatividade constante de textos.

      O mais interessante dos blogs é a possibilidade da interação, da difusão da noticia não se fechar em si mesma.

      Mas outro lado da moeda é o exagero no numero de comentarios.

      Um musico meio ingenuo, que frequentou por um tempo esse blog, lutava contra o direito autoral, baseado na crença que a internet iria transforma-lo num artista conhecido.

      Eu lhe respondia dizendo ser mais facil ele encontrar a notoriedade atraves de um anuncio nas listas amarelas da telefonica, porque o sucesso na internet, quando raramente acontece, não dura mais que algumas horas ou toques,com sua musica no meio de milhões de outras.

      Assim muitos comentarios que levantam importantes outros aspectos da discussão ficam perdidos no meio de muitos.

      Algumas vezes participo aqui quando o tema é futebol. Sou ruim de bola e de teorias futebolisticas, mas adoro futebol.

      Porem, estou sempre presente para defender pontos nos debates sobre cultura e comunicação.

      É a minha area, onde sempre atuei, algumas vezes ate com certo sucesso.

      Frequentemente aponto que o governo erra no trato com a comunicação.

      São muitos os que fazem a mesma critica, mas acreditam que apenas criando leis regulando as midias,o problema estara resolvido.

      Diferentemente da maioria, creio que o impasse so se ajustara no momento que o governo,alem disso,  incentivar os melhores jornalistas a criarem um grande portal virtual e um jornal proprio.

      Foi o que fez Getulio apoiando a criação da Ultima Hora, nos anos 50.

      Em relação a cultura o governo erra muito mais, sobretudo não tendo nenhum veiculo de informação para o defender

      Mesmo nessa condição desfavoravel não foi capaz de entender que o potencial dos artistas para contornar essa situação incomoda, como aconteceu durante a ditadura, quando havia censura na difusão de informação.

      O habil Lula foi cometer o ato mais impensavel para um governo de esquerda.

      Escolheu um ministro da cultura de direita. So um ingenuo ou desatento pode não ver que o parceiro de alguem com as ideias politicas do Caetano, não poderia pensar de forma diferente ideologicamente.

      O que mais o Gil fez foi lutar contra o direito autoral.

      É claro que os artistas de afastaram do governo.

      Estou me repetindo.

      Fiz todo esse alerta no comentario acima, que, apesar de analisar o problema por outro angulo, ficou perdido no meio de muitos.

      Tomara que ao menos algum petista o leia.

      Ainda temos tempo para mudar.

       

  9. IOR : a saga continua

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    Autoridade de Informação Financeira

    202 transações suspeitas no Vaticano em 2013

     

    por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador Hoje

    Uma criança com uma bandeira do Vaticano na Praça de São Pedro durante o Angelus, no domingoUma criança com uma bandeira do Vaticano na Praça de São Pedro durante o Angelus, no domingo Fotografia © Reuters/Tony Gentile

    Duzentas e duas transações suspeitas foram comunicadas no ano passado à Autoridade de Informação Financeira (AIF) do Vaticano, mas apenas cinco casos foram transmitidos à justiça da Santa Sé, anunciou o diretor do organismo.

    Em conferência de imprensa, o diretor da AIF, René Bruelhart, transmitiu pelo segundo ano consecutivo aos jornalistas os principais dados do “relatório anual sobre a atividade de informação e vigilância para a prevenção e luta contra ‘lavagem’ (de dinheiro) e financiamento do terrorismo”.

    O número de denúncias passou de uma em 2011 para seis em 2012 e 202 em 2013. “Isso não significa que tenham sido cometidas mais infrações, significa apenas que o sistema de sinalização funcionou e funciona. A tomada de consciência foi bem maior”, sublinhou.

    “Uma suspeita não é uma prova, é uma distinção muito importante. Uma suspeita é registada assim que alguns indicadores mostrem que dada transação não foi plenamente conforme” às normas internacionais, disse Bruelhart.

    O responsável atribuiu este número elevado ao novo sistema de controlo mais rigoroso e eficaz, em vigor no Instituto para as Obras Religiosas (IOR), conhecido como “banco” do Vaticano, e também a uma maior “cooperação internacional possível devido a uma série de acordos bilaterais”.

    O IOR gere contas bancárias de departamentos e funcionários do Vaticano, ordens religiosas e diplomatas da Santa Sé, tendo lançado uma série de reformas para aumentar a transparência, ao mesmo tempo que encerrou contas suspeitas.

    Uma nova lei adotada no outono do ano passado pelo Vaticano reforçou as competências da AIF, depois da nomeação de Bruelhart, em 2012.

     

  10. Publicado hoje (19/05/2014)

    Publicado hoje (19/05/2014) na Seção de Opinião do jornal O Globo.

     

    http://oglobo.globo.com/opiniao/contra-direito-12517847

     

    João Bernardo Kappen

    Contra o Direito

    Negar a quem está em regime semiaberto a possibilidade de trabalhar fora dos presídios é negar lógica da execução das penas privativas de liberdade

     

    Há um fato inegável: os presos famosos do presídio da Papuda estão ajudando a mostrar o nível de degradação moral e material do sistema carcerário e jurídico brasileiro. Não para nós, habitués de um mundo penal em ruínas, mas para os alienígenas obrigados a se confrontar diariamente com as manchetes dos jornais que estampam os suplícios daqueles que agora fazem parte da massa de encarcerados. Sempre soubemos que o cumprimento das penas impostas aos condenados no caso chamado de mensalão seria publicamente fiscalizado. No entanto, havia quem dissesse que, uma vez condenados, os réus não ficariam presos por muito tempo. Mas não sabiam eles que as execuções das penas impostas aos dois Josés, o Dirceu e o Genoino — estes que foram promovidos ao posto de inimigos públicos do país —, seriam, senão as mais, certamente duas das mais fiscalizadas da história penal brasileira. Não consigo me lembrar de um dia sequer em que os jornais não tenham noticiado a situação da execução penal de Dirceu e Genoino, desde o momento em que eles foram presos. Faz lembrar Graciliano Ramos que, sentindo na própria carne a perversidade do sistema penal, lançou em suas “Memórias do cárcere” que “certos crimes não desaparecem nunca; um infeliz ajusta contas com o juiz e fica sujeito ao arbítrio policial. Inteiramente impossível a reabilitação, pois não o deixam em paz”.

    Há certa incredulidade de parte da comunidade jurídica e, em especial, dos advogados criminais com a quantidade de erros graves registrados no julgamento do chamado mensalão. Agora, são os erros na execução da pena que representam o motivo de maior preocupação, já que se sabe que quando o exemplo vem de cima, nesse caso da Suprema Corte, os de baixo deitam e rolam. Uma decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal proibindo o trabalho externo dos presos que cumprem pena em regime prisional semiaberto sem o cumprimento de um sexto da pena tem a potencialidade de causar uma verdadeira carnificina no sistema carcerário, pois avaliza decisões no mesmo sentido nas instâncias judiciais inferiores, o que teria como consequência prática o fim do regime prisional semiaberto. Por quê? Uma das razões reside no fato de não existirem colônias agrícolas, industriais ou estabelecimentos similares onde, como determina a Lei de Execução Penal, os presos em regime semiaberto deveriam ficar. E, com isso, milhares de presos que estão atualmente cumprindo pena em regime semiaberto e trabalhando fora dos presídios teriam que voltar ao confinamento integral dentro dos presídios com características de regime fechado, o que, evidentemente, é contra o direito de quem deve cumprir sua pena em um estabelecimento prisional compatível com as características do regime semiaberto. Os reais motivos que levaram o ministro a decidir da forma como decidiu podem e devem ser objeto de questionamento, mas é fato que resultou de uma interpretação absolutamente equivocada da lógica que orienta o sistema de execução das penas. Um artigo de lei não pode ser interpretado isoladamente como se não fizesse parte de um sistema com uma lógica própria previamente pensada. Aprende-se isso nos primeiros anos de faculdade.

    A Lei de Execução Penal, considerando o ano em que foi projetada, 1983, representou e ainda representa um avanço em termos de execução penal. O que se precisa cobrar, por mais paradoxal que seja, é que seja cumprida. Está lá no item 14 da exposição de motivos da existência da lei que a pena deve ter como princípio a reincorporação do autor do crime à comunidade. Está lá também, no item 65, que o estabelecimento da garantia jurídica dos direitos dos condenados é fundamental na luta contra os efeitos da prisionalização. Por isso, por exemplo, o cumprimento progressivo da pena passando de um regime prisional mais rigoroso para um menos rigoroso representa a concretização do programa legal de reincorporação do preso à sociedade e de luta contra os efeitos nocivos da prisão. Negar, portanto, aos presos que cumprem pena em regime prisional semiaberto a possibilidade de trabalhar fora dos presídios é, antes de tudo, negar toda a lógica da execução das penas privativas de liberdade. Torceremos, ao bem do Estado de direito, para que a recente decisão do ministro Joaquim Barbosa não seja um entendimento prevalecente no Supremo Tribunal Federal.

    João Bernardo Kappen é advogado

  11. Extraído do Blog Fatos & Dados
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    Abreu e Lima: carta ao Estadão

    19.Mai.2014

    jonais2.JPGLeia carta enviada ao jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (19/05) sobre editorial que aborda a refinaria Abreu e Lima:

    “Sobre o editorial ‘Minucioso preparo do desastre’ publicado no dia 18/5 a Petrobras reitera, como esclarecido ao jornal Valor, citado no editorial, que o estudo da Fase I da Refinaria Abreu e Lima, elaborado em 2005, já apresentava um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica. Todas as fases seguintes (II, III e IV, sendo esta a fase de implantação) também continham análises de viabilidade econômica.

    As projeções iniciais de custos da RNEST referiam-se a um projeto em fase inicial de avaliação, cujo grau de definição permitia apenas estimativas preliminares em relação aos prazos e aos custos. A evolução do projeto, que permite maior grau de definição e detalhamento, possibilitou a incorporação de fatores inerentes à otimização do escopo, aos ajustes cambiais, ao aquecimento do mercado fornecedor de bens e serviços, dentre outros, que afetaram os prazos e elevaram o valor do investimento. A aprovação de aditivos passa por avaliação técnica, comercial, negocial, jurídica e tributária. Após estas etapas, segue para aprovação.

    A companhia destaca que vem fazendo otimizações e simplificações em seus projetos e obras de refinarias de forma a adequá-los a métricas internacionais.

    A Petrobras vem esclarecendo ao TCU que há divergência metodológica na contabilização de itens que são específicos da indústria de petróleo. O próprio tribunal reviu os valores, após os esclarecimentos. A companhia continua em entendimentos com o TCU para demonstrar que não há qualquer sobrepreço ou superfaturamento nas obras.

    Entre as ‘impeditividades’ indicadas pela Petrobras ao TCU estão requisitos como contratação, treinamento, acesso ao local da obra, exames de saúde e rotinas de comunicação diária, decorrentes do rigor com que a Petrobras trata questões de meio ambiente, saúde e segurança do trabalho.

    Por fim, a Petrobras reafirma que a refinaria entrará em operação em novembro de 2014 e contribuirá para o abastecimento de derivados ao mercado brasileiro, que vem crescendo a taxas superiores às da economia.”

    Leia também carta enviada ao Estadão em relação ao editorial “CPI da Trapaça”, publicado no dia 16 de maio:

    “Em relação à editorial ‘CPI da Trapaça’, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo (16/5) a Petrobras esclarece que a comissão interna instaurada pela companhia para investigar denúncias de supostos pagamentos de suborno envolvendo a SBM Offshore não encontrou fatos ou documentos que evidenciem tais pagamentos. Em nota de esclarecimento publicada em O Estado de S. Paulo (11/5), a própria SBM Offshore destacou que suas investigações ‘não encontraram evidências sobre pagamentos indevidos’.

    Com relação à Refinaria Abreu e Lima, conforme já informado em 15/5 ao Estado de S.Paulo, não procede a informação de que não havia estudo de viabilidade.  O estudo da Fase I, elaborado em 2005, já apresentava um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica e todas as fases seguintes do empreendimento (II, III e IV) também continham tais análises. As projeções iniciais de custos referiam-se a projeto em fase inicial de avaliação, cujo grau de definição era incipiente. A evolução do projeto possibilitou a incorporação de fatores como ajustes cambiais, aquecimento do mercado fornecedor, dentre outros. A companhia destaca que vem fazendo otimizações e simplificações em seus projetos e obras de refinarias de forma a adequá-los a métricas internacionais.”

    OBS:

    O artigo “Minucioso preparo do desastre” foi publicado pelo veículo no dia 18 de maio (versão online). 

    O artigo ” CPI da Trapaça” foi publicado no dia 16 de maio (versão online).

    Postado em: [Esclarecimentos]

     

  12. Homem pede todo o dinheiro do

    Homem pede todo o dinheiro do mundo à Justiça dos EUA; veja exorbitante quantia

    SÃO PAULO – Um nova-iorquino pediu à Justiça dos Estados Unidos a maior indenização já exigida na história –e também mais dinheiro do que circula no planeta: US$ 2 undecilhões, o correspondente a cerca de dois trilhões de trilhões de dólares.

    De acordo com uma reportagem do New York Post, Anton Purisima, de 62 anos, entrou com uma ação contra a Prefeitura de Nova York, o NYC Transit (Departamento de Trânsito da cidade), a loja Au Bon Pain, dois hospitais locais, uma rede de supermercados e um dono de um cachorro.

    O pedido da indenização absurda foi encaminhado para o Tribunal Federal de Manhattan pelo próprio Purisima, que está representando a si mesmo nessa batalha judicial. Ele acusa os réus de quase tudo, desde violações aos direitos civis à tentativa de homicídio.

    Entre as acusações, Purisima reivindica uma indenização por ter sido ferido por um cão “infectado pelo vírus da raiva” (inclusive anexou fotos do dedo do meio ensanguentado). Ele também acusa um casal de chineses de tirar fotos não autorizadas dele enquanto estava sendo medicado no hospital.

  13. AGU consegue rever R$ 30 bilhões para a União no Campo de Lula

    AGU comprova validade de Resolução da ANP e mantém recolhimento de R$ 30 bilhões por exploração de petróleo no Campo de Lula

     

    Foto: mme.gov.brFoto: mme.gov.br O percentual recolhido aos cofres públicos referente à exploração de petróleo no denominado Campo de Lula está assegurado. A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu anular, na Justiça, procedimento aberto pelas concessionárias do bloco com vistas à redução da taxa, o que poderia causar a perda de R$ 30 bilhões de receita.

    A atuação da AGU teve como objetivo evitar a alteração na Resolução nº 568/2011 da Diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O documento rejeitou o pedido das petrolíferas de transformar em um só campo o Campo de Lula e o Campo de Cernambi. Desta forma, a autarquia confirmou que a produção de petróleo e gás nas duas áreas deve ser somada para cálculo da participação especial do Poder Público.

    Inconformadas com a decisão administrativa, a Petrobras, BG E&P Brasil Ltda. e Petrogal Brasil S. A., concessionárias do bloco, recorreram ao Tribunal Arbitral da Câmara de Comércio Internacional para que o organismo modificasse o entendimento da ANP. 

    A Procuradoria Federal junto à autarquia (PF/ANP) ingressou com ação na Justiça Federal para invalidar o procedimento instaurado pelas empresas. Os procuradores alegaram que a pretensão extrapolaria o compromisso contratual para casos de arbitragem. Justificaram que a decisão questionada tinha natureza fiscalizadora decorrente do poder de polícia da agência reguladora, e haveria uma controvérsia na execução do contrato de concessão celebrado.

    A unidade da AGU reforçou a defesa com base na Nota nº 024/2010 da Procuradoria-Geral Federal (PGF), que prevê a arbitragem para o contrato de concessão para exploração e produção de petróleo e gás natural somente em questões relacionadas ao contrato de concessão ou sua execução, e desde que relacionados a direito patrimonial disponível.

    Os procuradores afirmaram que a Diretoria da ANP aplicou o conceito legal de campo de petróleo, de acordo com o artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 9.478/97, para dividir o Campo de Lula em dois (Campos de Lula e Cernambi). Destacaram, ainda, que as concessionárias recorreram contra a Resolução visando reduzir o montante pago à Administração Pública, e que ao pagamento de receitas originárias da União, estados e municípios não é cabível arbitragem, por tratar-se de direito indisponível.

    A PF/ANP apresentou dados da Superintendência de Participação Governamental da autarquia indicando que do montante que deixaria de ser pago caso a decisão fosse revista, 50% é destinado a programas sociais da União, 40% ao estado do Rio de Janeiro e 10% são divididos entre os municípios de Maricá, Niterói e Rio de Janeiro. A área do Campo de Lula situa-se na Bacia de Santos, litoral fluminense.

    Concordando com as explicações da AGU, a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro concedeu liminar para suspender o procedimento arbitral. “Tendo entendimento pela impossibilidade de a demanda ser objeto de arbitragem, não faria sentido permitir sua continuidade”, avaliou um trecho da decisão.

    A PF/ANP é unidade da PGF, órgão da AGU.

    Ref.: Processo nº 0005966-81.2014.4.02.5101 – 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

     

  14. GREGORIO DUVIVIER
    Par

    GREGORIO DUVIVIER

    Par perfeito

    E agora, eleitor do Rio do Janeiro, qual desses gatinhos você vai escolher para levar para casa?

    No par perfeito de hoje, você vai descobrir qual desses gatinhos o eleitor do Rio de Janeiro vai levar pra casa!

    Nosso primeiro candidato é sobrinho do Edir Macedo, cantor góspel e bispo da Igreja Universal. Passou dez anos semeando a Palavra e colhendo o dízimo pelo continente africano. Gosta de longos passeios na praia e é suspeito de mandar dinheiro para o exterior usando a Universal e a Rede Record.

    Seu projeto Cimento Social foi cancelado por ter caráter eleitoreiro. Gosta de gravatas amarelas e do Salmo 22. O candidato não acredita na teoria da evolução e acha que criminalizar a homofobia é um exagero. Ele está em primeiro lugar nas pesquisas! Palmas para Marcelo Crivella!

    Ele começou a carreira de radialista roubando a alcunha do célebre José Carlos Araújo, o Garotinho. Mesmo processado por este, nosso candidato continuou se aproveitando da alcunha e da popularidade do verdadeiro Garotinho pra se eleger deputado. Esse moleque é um traquinas.

    Coleciona crimes de toda sorte –formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi condenado a 30 meses de prisão. Ai, ai, ai, que garotinho mau! A decisão é de primeira instância e ele vai recorrer. Nosso bebezão está logo atrás de Crivella nas pesquisas. Palmas para Anthony Garotinho!

    Em terceiro lugar, um candidato que surgiu como cara-pintada e acabou acusado dos mesmos crimes contra os quais ele protestava. Gosta de saladas e de administrar cidades em que ele nunca morou. Mas ele é o mais bonitinho do grupo! Nosso candidato gatinho faz qualquer coisa pelo voto evangélico. Fechou uma parceria com Silas Malafaia, de quem frequenta os cultos. “Ninguém vai me afastar do Pastor Silas”. Pague um, leve dois. Quem votar nele, ganha o pastor de brinde. E sem acréscimo no dízimo. Ele é Lindberg Farias, o candidato do PT!

    Nosso quarto candidato é o atual governador do Rio de Janeiro. Vice de Cabral, herdou do chefe as alianças escusas e desaprovação popular.

    Faz uso da máquina pra compensar o carisma negativo. Calça 47 mas sua fama é de mão-grande: foi condenado por fraude na compra de ambulâncias quando era prefeito de Piraí. Mas está recorrendo! Esse é Luis Fernando Pezão, o candidato do PMDB!

    O quinto candidato é Cesar Maia, que dispensa apresentações.

    E agora, eleitor do Rio, quem é que você vai levar pra casa? Voltamos logo após o intervalo comercial.

  15. MARINHO E A AUTORREGULAÇÃO: “ESSAS COISAS NÃO FUNCIONAM”

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/140307/Marinho-e-a-autorregula%C3%A7%C3%A3o-%E2%80%9Cessas-coisas-n%C3%A3o-funcionam%E2%80%9D.htm

    : Em entrevista a Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, afirma ser incomparável a situação da mídia no Brasil e na Inglaterra, onde tabloides foram punidos por invadir a privacidade de pessoas públicas; “Quando se fala que devíamos ter um conselho externo, para ver se estamos cumprindo a autorregulação… na Inglaterra tinha tudo isso e essas coisas não funcionam. O que funciona é a preferência e a confiança do leitor”, diz ele; assista

  16. Cyrela esconde trabalhador “homem placa” atrás de boneco

    http://www.cartacapital.com.br/blogs/midiatico/imagem-apresenta-situacao-degradante-de-homens-placa-7174.html

    Na tarde de sábado 17, na região do Brooklin, em São Paulo, o jornalista César Hernandes registrou uma cena que circulou bastante nas redes sociais durante o final da semana. Na imagem, um jovem segura a propaganda de um empreendimento imobiliário. A cena chamou a atenção pela aparência jovem do garoto: um menino negro de expressão acuada segura o cartaz de um jovem branco e de olhos claros.

    “Me chamou atenção a situação degradante dessas pessoas, excluídas de cidadania. Ali ele estava exposto ao sol, a chuva e até mesmo ao trânsito”, afirma o autor da foto. O clique foi feito na esquina das avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Padre Antonio José dos Santos. O imóvel divulgado na propaganda fica na Rua Pensilvânia, também no Brooklin. Na descrição divulgada pela construtora “o apartamento que reúne serviços, lazer e praticidade em alto padrão”.

    Segundo o jornalista, que trabalha na Câmara Municipal de São Paulo junto ao vereador Ricardo Yung (PPS-SP), chamava a atenção a idade e a condição do garoto. “Diferentemente das outras placas, essa o escondia atrás da propaganda. Além disso, eu acredito que ele não tenha nem 18 anos”, afirma.

    A construtora Plano & Plano, responsável pelo empreendimento divulgado na placa, foi procurada por CartaCapital e afirmou que se manifestará por meio de uma nota, que ainda não havia chegado até o fechamento deste texto.

     

  17. Pelão, o produtor que lançou N.Cavaquinho, Adoniran e Cartola

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=sLgKU0pxK6Q%5D

    Primeiro álbum solo de Cartola, lançado em 1974 quando Cartola tinha 66 anos de idade.

    1. 0:00 Disfarça e Chora (Cartola / Dalmo Casteli)
    2. 2:03 Sim (Cartola / Oswaldo Martins)
    3. 5:42 Corra e Olhe o Céu (Cartola / Dalmo Casteli)
    4. 9:07 Acontece (Cartola)
    5. 10:25 Tive Sim (Cartola)
    6. 12:35 O Sol Nascerá (Cartola / Elton Medeiros)
    7. 14:12 Alvorada (Cartola / Carlos Cachaça / Hermínio Bello)
    8. 16:51 Festa da Vinda (Cartola / Nuno Veloso)
    9. 18:53 Quem Me Vê Sorrindo (Cartola / Carlos Cachaça)
    10. 21:03 Amor Proibido (Cartola)
    11. 23:38 Ordenes e Farei (Cartola / Aluizio Dias)
    12. 26:00 Alegria (Cartola)

    Ficha Técnica:
    Produção e direção de estúdio: J. C. Botezeli (Pelão)
    Arranjos e regência: Dino 7 Cordas
    Técnico de gravação:Paulo Frazão
    Foto: Alexandre Silva Bauer e Gaia Piovesan Faro
    Estúdio: R.C.A. Rio de Janeiro 

    Músicos:
    Horondino Jose da Silva (Dino): Violão de 7 cordas
    Jayme Thomas Florêncio (Meira): Violão
    Waldiro Frederico Tramontano (Canhoto): Cavaquinho
    Raul de Barros: Trombone
    Nicolino Cópia (Copinha): Flauta
    Gilberto D’Ávila: Surdo e pandeiro
    Nilton Delfino Marçal (Marçal): Cuíca e caixa de fósforo
    Roberto Bastos Pinheiro (Luna): Tamborim e agogô
    Jorge Jose da Silva (Jorginho): Pandeiro e caxixi
    Wilson Canegal: Ganzá e reco-reco
    Joab Lopes Teixeira: Coro

  18. Pelão, o produtor que lançou N.Cavaquinho, Adoniran e Cartola-2

    Por trás das obras primas

    21 de maio de 2009
    Fernando Pessoa Ferreira

    Pelão, o produtor que lançou Nelson Cavaquinho, Adoniran Barbosa e Cartola

      

     

    Uma manhã, Pelão telefonou para o jornalista e pesquisador Lúcio Rangel (1914-1979). Queria encomendar a ele o texto para a contracapa de um disco do trombonista Raul de Barros, que estava produzindo para a gravadora Marcus Pereira.

    – Quando você vem ao Rio? – Lúcio perguntou.
    – Eu estou no Rio – disse Pelão.

    – Então venha aqui em minha casa hoje à tarde, lá pelas três horas.

    O ano era 1974. Lúcio Rangel morava no Jardim de Alá, divisa entre Ipanema e Leblon. Seu apartamento era no andar térreo de um pequeno edifício, que nem existe mais. Às três da tarde, Pelão tocou a campainha. Ouviu passos e uma voz perguntou:

    – O que o senhor deseja?

    – Quero falar com Lúcio Rangel.

    – Agora não posso atendê-lo. Estou esperando um crioulo chamado Pelão.

    – Mas eu sou Pelão!

    Não foi nada fácil para João Carlos Botezelli, descendente de italianos pelos lados paterno e materno, 1m87 de altura, barbudo e com uma vasta cabeleira, como era moda na época, convencer Rangel de que era o Pelão, embora não fosse um crioulo. O apelido o acompanha desde os 15 anos, quando estudava numa escola de agricultura em Pirassununga, no interior de São Paulo. E é fácil entender por que o assumiu. João Carlos existem aos montes por aí. Mas Pelão só tem um.

    Ele é um eterno desconhecido para os que são alheios aos bastidores das gravadoras de discos e emissoras de televisão. A esmagadora maioria do público não tem a mínima ideia do que seja e do que faz um produtor musical. No caso de um compositor popular que tenha pouca ou nenhuma experiência como cantor, o trabalho do produtor abrange desde a escolha do repertório e dos músicos acompanhantes até a supervisão dos arranjos e da gravação de cada uma das faixas do disco. Isso significa, por exemplo, ter sensibilidade para determinar quais os instrumentos que deveriam apoiar Nelson Cavaquinho, sem abafar sua voz roufenha, lapidada por incontáveis cachaças, e seu violão, que ele tocava usando apenas dois dedos da mão direita.

    Foi o que Pelão fez naquele 28 de agosto de 1973, quando entrou no estúdio da Odeon, em São Paulo, para iniciar a produção do LP Nelson Cavaquinho. Começou ali a sua briga contra o comodismo e a indiferença que nivelavam por baixo a maioria das gravações. Um técnico do estúdio, que se achava muito mais competente do que era, disse a Pelão que já estava tudo acertado: músicos, arranjos, etc, etc.

    – E quem são esses músicos?

    – Os de sempre – respondeu o técnico, sem procurar disfarçar um tom de descaso.

    – E o violão do Nelson?

    – Violão? Nem pensar.

    Pelão dispensou os palpites do técnico e dirigiu a gravação com os músicos que havia escolhido. Aquele seu primeiro disco se revelou tão bom que a gravadora aceitou bancar em seguida outro LP de um cantor que também não era cantor: Adoniran Barbosa, gravado em janeiro de 1974. Entre suas faixas há uma que é lembrada por Pelão com carinho: “Bom Dia Tristeza”, uma das raras canções românticas de Adoniran, composta em 1958. Sua letra diz coisas assim:

    “Se chegue tristeza
    Se sente comigo
    Aqui, nesta mesa de bar…”

    Pelão decidiu-se por um conjunto de cordas, para acompanhar o compositor-cantor nessa música. À frente do conjunto, o violão de Theo de Barros, músico, compositor (“Disparada”, “O menino das laranjas”), arranjador e também produtor musical. Vivia-se o período mais repressivo da ditadura e o censor encarregado de examinar as gravações de Adoniran implicou com duas músicas: o “Samba do Arnesto”, por causa da linguagem chula, e “Um Samba no Bixiga”, lançado nos anos 1950 pelos Demônios da Garoa, porque continha as palavras “polícia” e “sargento”, o que, na opinião do censor, configurava um desrespeito às autoridades. Não havia como recorrer e, assim, as duas músicas ficaram de fora.

    Algum tempo depois, Pelão foi chamado pela direção da Odeon.

    – Achei que iriam me dar um bilhete azul – ele conta – Mas, em vez disso, encomendaram-me um segundo LP de Adoniran.

    Esse segundo disco do autor de “Saudosa Maloca” saiu em maio do ano seguinte, com o mesmo acompanhamento do LP anterior e, dessa vez, conseguiu incluir o “Samba do Arnesto”. A explicação é simples: as gravações foram examinadas por outro censor, que tinha seus próprios critérios. Foi Theo de Barros, naquele mesmo ano, quem indicou Pelão a Aluízio Falcão, diretor artístico e sócio da gravadora Marcus Pereira, uma pequena gravadora, nascida de uma agência de publicidade, também pequena, que tinha o nome de seu dono. Em 1967, por sugestão de Aluízio, a Marcus Pereira produziu, para oferecer como brinde de Natal a seus clientes, um LP com músicas de Paulo Vanzolini, Onze Sambas e uma Capoeira, que tinha entre os intérpretes o jovem Chico Buarque. O LP fez tanto sucesso que levou Marcus a lançá-lo comercialmente e, em seguida, a fazer outras incursões no mundo do disco. A mais ambiciosa foi a coleção com seleções da música popular das diversas regiões do País. Pelão participou dos quatro primeiros discos da coleção. Sua participação obrigou-o a se embrenhar nos rincões mais inóspitos para captar os sons primitivos e autênticos de cada região, algumas vezes tendo de enfrentar a má vontade dos locais. Esses discos não tiveram grande sucesso de vendas, embora tenham sido muito elogiados pelos críticos. Foi quando Pelão teve a ideia que resultaria no disco mais bem-sucedido da gravadora.

    – Uma noite – ele conta – depois de cumprir o roteiro habitual pelos meus bares preferidos, o Alemão, na Avenida Antártica, e o Bar do Zé, na rua Maria Antônia, fui até o Jogral, que já estava no seu terceiro e último endereço, na Rua Maceió. Nessa altura, você pode imaginar, eu já estava como o diabo gosta. Entrei no Jogral e dei de cara com o Aluízio Falcão, que estava tão bêbado quanto eu. Então me ajoelhei diante dele e implorei: Aluízio, me deixa produzir um disco com o Cartola! Mas Aluízio falou: “Nós dois estamos de cara cheia, não dá para falar de trabalho deste jeito. Amanhã, na Marcus Pereira, a gente conversa”.

    No dia seguinte, sóbrios, voltaram ao assunto. Aluízio aprovou a ideia de Pelão, mas aí faltava vencerem uma difícil barreira: o dono da gravadora. Marcus Pereira não queria saber de Cartola. Seu principal argumento, como seria de esperar, é que ele não sabia cantar. E, com a suposta autoridade que lhe dava sua experiência de empresário, acrescentava que Cartola “não tinha interesse comercial”.

    – Esse tipo de disco não vende – sentenciou Marcus.

    Pelão e Aluízio insistiram. Uma semana, um mês, dois meses. Terminaram vencendo pelo cansaço. Pelão foi para o Rio e, menos de duas semanas depois, trouxe a fita com as gravações de Cartola, feitas no estúdio da RCA Victor, em Copacabana.

    Marcus Pereira ouviu e não gostou.

    – Que latido de cachorro é esse, aí no fundo?

    O “latido de cachorro” era a cuíca de Marçal, que participou de algumas faixas, explica Pelão. Ele admite que poderia desculpar muita coisa, mas considera um insulto pessoal alguém confundir a cuíca de Marçal com um latido de cachorro. Dois meses depois, as gravações de Cartola continuavam na geladeira. Foi quando Pelão se encontrou com o jornalista Maurício Kubrusly, que, na época, trabalhava no Jornal da Tarde.

    – O que é que você tem feito? – Maurício perguntou.

    Pelão contou sobre o disco de Cartola e acrescentou, desanimado:

    – Não faço ideia de quando ele vai sair… se sair.

    No dia seguinte, Maurício Kubrusly publicou uma matéria no JT, cujo título dizia, mais ou menos, o seguinte: “Vem aí o melhor disco do ano: o primeiro LP de Cartola”. Ao ler o jornal, Marcus Pereira autorizou de imediato o lançamento. O disco foi eleito pela crítica como o melhor de 1974 e recebeu um monte de prêmios. Nos meses seguintes, Pelão produziu mais uma dúzia de discos para a Marcus Pereira, alguns deles antológicos, como o de Donga, autor de “Pelo Telefone” (o primeiro samba gravado em disco), e o primeiro LP da série História das Escolas de Samba, dedicado à Estação Primeira de Mangueira. Produziu também ótimos discos instrumentais, comoBrasil Trombone, de Raul de Barros (com a contracapa assinada por Lúcio Rangel) e Brasil Seresta, do flautista Carlos Poyares.

    Tudo faz crer que o interesse de Marcus Pereira pela música popular brasileira era sincero, mas acabava atropelado por sua sufocante vaidade. Ele era uma pessoa de trato difícil, o que tornava cada vez mais complicado o seu convívio profissional com uma pessoa esquentada como Aluízio Falcão. Em fins de 1975, Aluízio rompeu com ele e deixou a gravadora. Sem hesitar, Pelão o acompanhou e, poucos meses depois, desembarcou no Rio, a convite de Augusto César Vannucci (1934-1992), diretor do núcleo de programação musical da TV Globo. O cartunista Borjalo (1925-2004), que também era um dos manda-chuvas da emissora na área de programação artística, acertou os detalhes da contratação de Pelão, que passaria a cuidar dos musicais da Globo, inclusive os inseridos no Fantástico e também da organização de festivais de música popular. Seu salário inicial seria de 5.174 cruzeiros.

    – A quanto isso equivale, em moeda de hoje?

    – Não faço ideia, mas era uma merreca – diz Pelão em tom debochado.

    Assinado o contrato, Borjalo disse que já havia reservado hotel para ele.

    – Hotel eu já tenho – falou Pelão -, é o Bragança, na Lapa, onde me hospedo sempre que venho ao Rio.

    – Mas aquilo é uma espelunca – Borjalo protestou.

    – Até pode ser, mas lá eu conheço todo mundo, do gerente à camareira. É lá que eu quero ficar.
    Borjalo fez questão de levá-lo pessoalmente ao Hotel Bragança, na Rua Mem de Sá, bem no coração da Lapa. Pelão morou ali durante quase dois anos. Depois, concluiu que seria mais prático morar mais perto da Globo e então alugou um pequeno apartamento em Ipanema. Sua nova residência tinha sala, quarto e dependências de empregada, que ele transformou em sua adega particular, com prateleiras repletas de garrafas que cobriam do chão ao teto.

    – Temos que nos prevenir contra uma lei seca ou um cerco de selvagens abstêmios – explicou a um amigo que o visitou.

    O mesmo amigo e o letrista e escritor Aldir Blanc tiveram oportunidade de verificar o quanto era justa a “poupança” de Pelão, numa noite em que foram convidados para um feijão gordo preparado por ele na minúscula cozinha do apartamento. Enquanto o feijão cozinhava, tentaram dar cabo da adega. Fracassaram, é lógico, mas quando o jantar ficou pronto (já passava da meia-noite), os dois já estavam quase de quatro.

    Pelão voltou a se mudar em 1979, dessa vez por um motivo mais imperioso. Naquele ano, ele se casou com Cristina e foram morar na Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, pertinho da Globo. Moravam lá quando nasceu Bartira, sua filha mais velha. No mesmo período ele assumiu a direção musical de uma das casas noturnas mais charmosas que São Paulo já teve, o Ópera Cabaret, no bairro do Bexiga. Uma orquestra de 14 músicos, dirigida pelo maestro Elcio Alvarez, embalava os casais românticos que frequentavam a casa. Completando essa atração, era oferecido um show de um artista famoso (embora em fim de carreira). Entre os que lá se apresentaram, destacavam-se nomes como Dick Farney, Grande Otelo, Isaurinha Garcia, Lúcio Alves e muitos outros.

    Mas o Ópera Cabaret teve vida efêmera. Dois anos ou pouco mais. Talvez achando que seus lucros eram insuficientes, o proprietário adotou a pior medida de economia que um empresário da noite pode adotar: demitiu a maioria dos músicos, reduzindo a orquestra a um quinteto. E baixou o nível dos artistas contratados para o show. Não deu outra: a plateia minguou e a casa acabou sendo vendida. Também na mesma época, Pelão organizou um festival de música popular na TV Globo. A era dos festivais já se esgotara e aquele seria o último evento desse gênero apresentado pela televisão brasileira.

    Em 1982, voltou para São Paulo. Comprou um apartamento no bairro de Perdizes, onde mora com a família até hoje (sua segunda filha, Marianna, nasceu naquele ano). Nos seis anos seguintes, ele produziu para a Elebra, fabricante no setor de eletrônica, uma série de discos-brindes, intituladaMemória. O sexto e último disco da série, lançado em 1989, era uma homenagem especial ao maestro Radamés Gnattali, falecido no ano anterior, e reuniu também uma seleção de grandes solistas das várias regiões do País. Do que fez nos anos 1990, ele destaca dois discos que produziu para o selo Velas, dos compositores Ivan Lins e Victor Martins. São eles Os Melhores Sambas-Enredo de Todos os Tempos e Maracatu Nação Pernambuco, com o contrabaixista Toinho Alves, fundador e líder do Quinteto Violado, que morreu em 2008. Também foi ele quem produziu o último disco do grande violonista Raphael Rabello, morto aos 32 anos, em 1995. Esse disco foi uma homenagem a outro grande violonista, Dilermando Reis (1916-1977).

    Em 2001 e nos anos imediatamente seguintes, Pelão produziu para o Serviço Social do Comércio (Sesc) uma série de cem discos com o áudio do programa Ensaio, criado, produzido e dirigido por Fernando Faro para a TV Cultura, com os personagens mais significativos de nossa música popular. Os que conhecem o Pelão boêmio, segurando o copo de chope entre o polegar e o dedo mínimo, dificilmente imaginam que esse grandalhão irreverente possa ser o profissional sensível e meticuloso que ele é. Talvez até esbocem um riso incrédulo, se você lhes disser que o verdadeiro Pelão, na vida pessoal, é um homem conservador, casado com a mesma mulher há quase 30 anos e amigo caloroso dos amigos que fez ao longo dos seus 67 anos.

    http://www.revistabrasileiros.com.br/2009/05/21/por-tras-das-obras-primas/#.U3pY0PldWAZ

  19. Comunicação Importante – Paulistanos

    E publico em geral:

     A comunicação publica, em todos os niveis de governo, é uma porcaria – independe de partido – e a midia de massa pouco se preocupa em informar, apenas em criticar e encher o saco de quem trabalha, portanto, há menos de 1 mês da COPA, é bom explicar algumas coisas que irão ocorrer, serão um “prato” para os imbecis/sabujos midiáticos, mas normais acontecimentos relativos a grandes eventos.

     O brasileiro é pouco, ou nada habituado com questões de segurança, mobilidade, intervenções de apoio a segurança, restrições momentaneas de movimento, revistas de segurança, medidas ativas e passivas de segurança, comuns a grandes eventos mundiais, perfeitamente admitidas por europeus, asiáticos e norte-americanos, mas incomuns a nós, basta observar que nossos “alados milionários”, acham que seus helicopteros podem ir a qualquer lugar, que nossos carros podem chegar e parar aonde bem entendem – mas não será assim, nem mesmo no transporte publico será igual a todos os dias.

      Durante um mês, os orgãos de segurança, estarão fortemente presentes e ativos, nas estações de metro, nos eixos de deslocamento, interditando ruas e avenidas, delimitando o espaço aereo, até negando rotas aereas e terrestres por determinados periodos ( como o eixo Marques de São Vicente x Marginal Tiete onde ficará a seleção dos Estados Unidos – risco UM de segurança), ruas e avenidas serão segregadas por horas – é normal, ocorreu em Londres, Africa do Sul, Alemanha, Japão/Coréia, Sochi, etc.., até mesmo estradas, parte delas, tipo Bandeirantes, Anhanguera, Trabalhadores, Imigrantes, terão “bloqueios” de segurança. Será um “porre”, movimentar-se em São Paulo, horas antes ( 3 hs) ou depois dos jogos ( 3 hs).

       Será visto, pela primeira vez em décadas, unidades militares,não PMs, em determinados locais estratégicos (Centrais de eletricidade, de comunicações, de comando & controle, abastecimeto, linhas de transmissão), com perimetro de segurança de no minimo 1.000 mts, tb. com restrição de transito, tanto de veiculos como de pessoas não credenciadas, assim como helicopteros e forças especiais desmenbradas nas proximidades dos estadios ou pontos de concentração ( anti-terrorismo, busca & resgate, aeromédicos, impacto ), até mesmo armas anti-aéreas serão vistas em posições – NÃO estranhem, não é golpe, são exigências internacionais.

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