Incertezas na disputa para sucessão de Janot na Procuradoria-Geral da República

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Nomes fortes como Ela Wiecko e, em outra ponta, Nicolao Dino, além dos já postulantes Raquel Dodge, Mario Bonsaglia e Carlos Frederico Santos, oposição a Janot surgem na disputa de 2017
 
 
Jornal GGN – Com Rodrigo Janot fora dos interesses por uma recondução ao comando da Procuradoria-Geral da República, a disputa para a sucessão à chefia do Ministério Público Federal já foi iniciada como a mais incerta do histórico recente da instituição.
 
Isso porque a escolha que determinará o novo procurador-geral da República conta com seis nomes e nenhuma certeza. Da mesma forma, o embate é determinante para a formação da lista tríplice pelos membros do Ministério Público, mas o atual presidente da República, Michel Temer, será o responsável pela indicação e pode não seguir a tradição do mais votado da lista.
 
O nome apontado já como oposição à Janot na última escolha, em 2015, o subprocurador Carlos Frederico Santos era o segundo cotado à PGR e reaparece como candidato este ano. Os outros dois postulantes da última disputa, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia, também tentam garantir apoio entre os procuradores da República.

 
Dois novos nomes surgem com força para substituir Janot, em posições opostas: Nicolao Dino, vice-procurador-geral Eleitoral, que recentemente voltou a pedir a cassação da chapa Dilma e Temer, como talvez um gesto de apresentação para a sua pré-disputa; e Ela Wiecko, que foi vice-procuradora de Janot e pediu exoneração, em agosto do último ano, e já se manifestou publicamente contra o governo de Michel Temer.
 
Ainda que com nomes de devem gerar embates nas disputas, um cenário de incertezas pairam a sucessão da Procuradoria-Geral da República, após opositores e apoiadores de Rodrigo Janot descartarem por completo a sua recondução ao cargo. Marcando já um ineditismo no histórico da instituição de falta de consenso, faltando só pouco mais de um mês para a eleição interna. 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Vencerá quem perder…

    O Temer venceu…

    Ai saberemos quem realmente está com o vencedor!

    Será um despretígio ser o escolhido de Temer…

  2. Tem algum perfil parecido com o Alexandre Morais.

    Para ter viabilidade de escolha, nas atuais circunstâncias, terão que montar uma lista tríplice com perfis assemelhados ao do Alexandre Morais. Não será difícil encontrar candidatos com essas “qualificações”.

  3. Ela!

    Eh, seria bom se a Ela Wiecko ganhasse a eleição interna do MPF. Ai o Temer ficaria numa saia justa, mas aposto que nem ai para o republicanismo petista, escolheria um parceiro. O pessoal da Lava Jato ainda aplaudiria. Não tenho ilusão com esse governo nem com os rumos da atual Procuradoria.

    1. A minha desilusão vai mais

      A minha desilusão vai mais além.

      Lendo este post, perguntei aos meus botões: no que está se transformando o Brasil, que importância tem quem vai ser o próximo PGR?

      E coclui: NENHUMA.

  4. Não entendi a razão da

    Não entendi a razão da matéria, isso é assunto vencido pois vive-se um novo tempo, o drácula nomeia até o Deltan se quiser. Melhor cair na real, estamos f_d_d_s.

  5. Mas Janot não queria um

    Mas Janot não queria um terceiro mandato ? Quando foi que ele desistiu dele ? Pelo que soube, ele chegou a se alinhar com o grupo de Geraldo Brindeiro para conseguir ficar na cadeira do PGR.

  6. Lista Tríplice para PGR é uma

    Lista Tríplice para PGR é uma ficção criada por Lula e Dilma, num arroubo democrático que não tem nada de democrático, é corporatocrático, ou tecnocrático.

    Não há obrigação de escolha do primeiro colocado, não há sequer obrigatoriedade de escolher entre os 3 nomes indicados.

    Esta chamada Lista Tríplice não está escrita em lugar algum.

    Nem poderia um cargo da responsabilidade do PGR ser suprido pela corporação, em vez de por quem tem mandato do povo para decidir, o Presidente da República.

    PGR não é mero chefe do MPU, tem atribuições constitucionais que influenciam na vida de todo brasileiro, como pudemos observar pela desenvoltura de Rodrigo Janot e seus antecessores, desde o caso do mensalão.

    É cargo político, que deve ser preenchido conforme a Constituição, e se o Presidente assim não o faz, fugindo de sua responsabilidade e a transferindo para uma escolha entre seus pares, fere de morte o sistema representativo democrático.

    Claro que isso se aplica a um governo legitimamente eleito, e não a Michel Temer, que governa sem voto e com a chapa perdedora das últimas eleições.

    No entanto, para ser fiel ao texto constitucional e à LOMPU – Lei Orgânica do MPU, é preciso enfatizar: não existe essa curiosa figura da Lista Tríplice para PGR.

    Art. 128, CF88
    § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

    Art. 25, LOMPU – LC 75/1993
    O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, permitida a recondução precedida de nova decisão do Senado Federal.
     

  7. Comentário.

    Bom, Procurador é uma coisa.

    Agora, Procrastinador Geral, Engavetador Geral,… existe uma longa história…

    Ela Wiecko parece-me um bom nome. Mas não sei se ela aceitaria (chuto que não aceitaria, mas é um chute) ou mesmo se teriam a coragem de colocá-la. Enfim, especulações.

     

     

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