Indústria elimina perdas apuradas na pandemia, segundo IBGE

Jornal GGN – A indústria brasileira encerrou o mês de setembro em alta de 2,6% no comparativo com agosto, sua quinta alta mensal consecutiva, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o setor eliminou as perdas de 27,1% acumuladas em março e abril, quando o setor registrou o patamar mais baixo devido ao distanciamento social adotado para controle da pandemia.

Em relação a setembro de 2019, a indústria cresceu 3,4% e interrompeu dez meses de resultados negativos seguidos nessa comparação. Com isso, o setor industrial recuou 7,2% no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses, a produção caiu 5,5%, indicando desaceleração na trajetória de perdas iniciada em março.

“Com o resultado de setembro, em conjunto com os avanços dos quatro meses anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em fevereiro. Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.

O avanço industrial entre agosto e setembro foi generalizado em todas as grandes categorias econômicas e em 22 dos 26 ramos pesquisados, pelo quinto mês seguido, com destaque para bens de consumo duráveis, cujos resultados foram puxados pela indústria automobilística.

“Veículos automotores, reboques e carrocerias avançaram 14,1%. Vale destacar que essa atividade acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro”, explica Macedo.

Assim como veículos automotores, outras atividades também cresceram pelo quinto mês seguido: máquinas e equipamentos (12,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%) de couro, artigos para viagem e calçados (17,1%). Produtos alimentícios (1,2%), metalurgia (3,5%) e produtos de minerais não-metálicos (4,2%) também contribuíram com o resultado de setembro.

Por outro lado, quatro atividades reduziram sua produção em setembro, com destaque para as indústrias extrativas (-3,7%), que teve o principal impacto negativo no mês. As demais foram impressão e reprodução de gravações (-4%), produtos diversos (-1,3%) e outros produtos químicos (-0,3%).

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis, ao crescer 10,7%, registraram a taxa positiva mais acentuada em setembro e o quinto mês seguido de expansão na produção, acumulando nesse período alta de 520,3%. Os setores produtores de bens de capital (7,0%), de bens de consumo semi e não duráveis (3,7%) e de bens intermediários (1,3%) também assinalaram crescimento em setembro.

 

 

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Redação

Redação

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  • É certo que precisamos torcer para que tudo volte ao normal ou melhor que dantes no quartel de Bozo, digo de Abrantes.
    Mas precisamos considerar que:
    1) Nada foi feito de fato para melhorar a economia de verdade, com ou sem pandemia.
    2) Se o mercado zera ou diminui por um período, a volta poderá ser alavancada pela reposição deste "vácuo".
    Em tempos de "black friday" (aquela história de 50% do dobro), não é difícil entender, né?

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