Lula defende reforma ampla da ONU e propõe conferência para revisão da Carta

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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Para Lula, cada país pode ter sua visão de reforma da governança global ideal, no entanto, devem concordar que a reforma é fundamental e urgente

O presidente Lula durante fala na reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (25), que está nos planos do país propor uma reforma ampla da Organização das Nações Unidas (ONU).

A intenção foi mencionada durante o primeiro encontro de chanceleres do G20, realizado dentro da Assembleia Geral da ONU e aberto a todos os países-membros. A reunião, proposta pelo Brasil, que preside o G20 em 2024, foi a primeira desse tipo na sede da ONU.

Como um passo preliminar, Lula pretende convocar uma conferência de revisão da Carta da ONU, conforme o artigo 109, que permite tal iniciativa com o apoio de dois terços da Assembleia Geral e nove votos do Conselho de Segurança.

De acordo com o presidente, cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal, no entanto, “precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente”.

A representatividade do Sul Global

Ainda, a necessidade de ampliar a representatividade de países da África e da América Latina, e a importância de dar voz ativa às nações do Sul Global nos principais fóruns de decisão internacionais também foi destaque no discurso.

“Se os países ricos querem o apoio do mundo em desenvolvimento para o enfrentamento das múltiplas crises do nosso tempo, o Sul Global precisa estar plenamente representado nos principais foros de decisão”.

Para Lula, a atualização da carta da ONU e revisões no conselho econômico e social, também propostas, visam combater, principalmente, a fome e as mudanças climáticas, prioridades mundiais urgentes.

Na abertura da Assembleia Geral da ONU desta terça, o presidente do Brasil condenou a invasão russa à Ucrânia, criticou a ação de Israel em Gaza e pediu o fim do embargo à Cuba e soluções para a crise no Haiti. Além de reforçar o compromisso do Brasil com energias renováveis e destacar a importância de regulamentar big techs e revisar as condições de acesso financeiro para os países pobres.

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