Lula repudia guerras e defende reformas para ampliar a voz da América Latina e África na ONU

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Presidente brasileiro discursou na abertura da Assembleia Geral da ONU e defendeu maior protagonismo do Sul Global

O Brasil abriu os trabalhos da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça (24) com um discurso do presidente Lula voltado à defesa do combate à fome e às mudanças climáticas, o fim das guerras e conflitos armados pelo mundo e promoção de reformas na instituição multilateral para que América Latina e África tenham maior protagonismo nos debates.

Lula defendeu uma atualização da carta da ONU e revisões como transformação do conselho econômico e social para focar em combate a fome e mudanças climaticas; fortalecimento da comissão da paz; reforma do conselho de segurança para mudar poder de veto dos cinco paises mais fortes. Segundo Lula, o veto a países da América Latina é um “eco do passado colonial”. O petista foi aplaudido nesse momento.

O presidente Lula começou o discurso saudando a delegação palestina, que participa da Assembleia da ONU pela primeira vez. Ele aproveitou o ensejo para argumentar que a ONU precisa ser equipada para responder à altura dos desafios da nova dinâmica global, marcada por conflitos e guerras.

“2023 teve o triste recorde de maior número de conflitos. Mais de 90 bilhões de dólares foram usados em arsenais, recursos que poderiam ter sido usados para o combate à fome e mudanças climáticas”, disse Lula.

Lula condenou a invasão ucraniana e relembrou que Brasil e China tentam intermediar um acordo de paz. Sobre a ação de Israel em Gaza, o presidente brasileiro disse que o conflito começou com uma ação terrorista do Hamas contra israelenses e se transformou em punição coletiva para o povo palestino. E o conflito se estende perigosamente para o Libano.

Sobre meio ambiente, Lula reforçou as evidências do aquecimento global, frisando que 2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna, com tufões pelo Caribe e chuvas torrenciais de norte a sul global, e incêndios florestais se alastrando pelos paises. Para Lula, o mundo tem que sair da paralisia, pois os povos estão cansados de metas que não são atingidas. Ele lembrou que o Brasil vai sediar a COP20 e liderar os debates para retardar o aquecimento global. Lembrou que o país investe em energia renovável e que “estamos na vanguarda de produção de hidrogênio verde”.

Lula também disse que é “injustificado manter Cuba numa lista de estado terrorista. E inadiável restaurar a ordem pública no Haiti.”

“No Brasil, tem que ter ação permanente ante as ações messiânicas e totalitárias que espalham ódio e tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço dos conservadores.”

Lula ainda falou sobre concentração de riquezas, sobre o avanço tecnológico e necessidade de regulamentar a atividade das big techs.

Ele tambem indicou a necessidade de revisar as condições para acesso a recursos financeiros pelo paises mais pobres, pois “seguem proibitivas”. “Países da África tomam empréstimo com taxas 8 vezes mais caras que Alemanha, e 4 vezes mais cara que EUA. É um plano marshall às avessas, onde os mais pobres financiam os mais ricos.”

Assista ao discurso completo abaixo:

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