Lula viaja para assumir G20 e leva proposta de paz para Ucrânia e Rússia  

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Mauro Vieira, do Itamaraty, tem afirmado à imprensa que o Brasil é um país com capacidade de negociar a paz, e o G20 é um espaço privilegiado

Lula assumirá o G20 em um momento tenso, com a guerra na Ucrânia, e pautas para marcar sua gestão, como o combate às desigualdades e à fome. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula assumirá o G20 em um momento tenso, com a guerra na Ucrânia, e pautas para marcar sua gestão, como o combate às desigualdades e à fome. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após as comemorações do Dia da Independência, nesta quinta-feira (7), na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca para Nova Deli, capital da Índia, para participar da Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia. 

Entre os próximos dias 9 e 10, ocorrerá a reunião de líderes e a troca rotativa da Presidência do grupo, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo governo brasileiro a partir do dia 1º de dezembro seguindo até dezembro de 2024, quando em novembro o G20 se reúne no Rio de Janeiro e um novo país assume o posto. 

O tema que imediatamente o presidente Lula terá de lidar, e que tem levado tensão para o G20, é a guerra entre Ucrânia e Rússia. Até o momento, os grupos de negociadores não chegaram sequer a um consenso sobre a carta final do encontro. 

De acordo com o que tem dito o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira à imprensa, o presidente Lula tem feito uma grande divulgação da necessidade de se negociar a paz na Ucrânia e que levará uma proposta para tentar destravar as negociações para encerrar o conflito. 

Ao O Tempo, nesta quarta-feira (6), Vieira disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem relações diplomáticas com todos os outros demais membros da ONU, “e nessa condição falamos com a Rússia e a Ucrânia. Isso é indispensável na democracia (…) O local (G20) é ideal para fazer essas negociações de paz”. 

Ambiente tenso 

De um lado está o chamado G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia -, aliado de Kiev, que exige em todos os documentos da Cúpula palavras duras contra a Rússia condenando-a pela guerra. 

O grupo se nega de ao menos fazer a foto oficial ao lado de qualquer funcionário do Kremlin – o presidente russo Vladimir Putin não confirmou a ida. 

Por sua vez, Rússia e China não aceitam a imposição dos países ocidentais e expressaram a opinião de que não aceitariam qualquer menção a respeito da Rússia nos termos apresentados. Exigem que os comunicados não tenham qualquer menção ao país liderado por Putin.   

Em fevereiro deste ano, durante um encontro de líderes financeiros do G20 realizado na Índia, não houve consenso em relação ao conflito na Ucrânia. 

O presidente do G20, Narendra Modi, afirmou, em um comunicado ao término da reunião, que todos os membros, com exceção de Moscou e Pequim, apoiaram uma declaração que solicitava a retirada da Rússia da Ucrânia. No entanto, a China vetou a emissão de um comunicado conjunto.

Transferência da presidência 

Conforme explica a Agência Brasil, haverá uma cerimônia simbólica de transferência da presidência rotativa do grupo, que envolve diretamente o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente Lula. 

Há previsão de pronunciamentos do presidente brasileiro nas duas primeiras sessões e no encerramento do encontro, quando Lula apresentará as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira a partir de 1º de dezembro.

Ao participar de um evento no Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira (1º), noticiou a Agência Brasil, Lula afirmou que o combate às diversas desigualdades sociais deve nortear sua participação na cúpula.

“Eu vou lá para discutir com eles uma coisa que me incomoda, eu quero discutir a desigualdade. A desigualdade de gênero, a desigualdade racial, a desigualdade no tratamento da saúde, no salário, a desigualdade de uma pessoa que come 20 vezes por dia e a outra que fica 20 dias sem comer”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil e O Tempo

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