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O presidente Jair Bolsonaro amplificou, no fim de semana, a sua imagem de Irresponsável – ao sair às ruas do Distrito Federal, contrariando recomendações médicas – e evidenciou ainda um perfil Autoritário, ao anunciar o desejo de flexibilizar a quarentena por meio de um decreto. O índice de imagem (iVGR) para a liderança de Bolsonaro na gestão da Covid-19 foi de -4,35, nível de Crise de imagem com necessidade de intervenção de terceiros, numa escala que vai de +5 a -5.
Por outro lado, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao voltar a adotar no sábado um pronunciamento Prudente, baseado na ciência e pelo isolamento social, teve um ganho relevante para sua imagem – iVGR +1,59, em nível de Confiabilidade potencial. O índice só não foi melhor, porque, ao atacar a “sordidez” da imprensa, reverberando uma agressividade de seu chefe, o ministro projetou Impulsividade (ruído para sua percepção pública).
Além da imagem de Irresponsável, o presidente também foi visto como líder Incompetente, por seguir sem apresentar soluções objetivas à epidemia no País, além de derrota judicial (propaganda contra o isolamento suspensa) e por ter suas publicações apagadas pela rede Twitter.
Se Mandetta ganhou o “duelo pessoal” de imagem com o presidente, a percepção pública do governo federal seguiu bastante desgastada. O desalinhamento e as contradições das falas resultaram num discurso institucional Instável, de baixa confiabilidade pela população.
O discurso pró-isolamento de Mandetta no sábado (28) ajudou a reduzir o nível de crise de imagem do governo, piorada novamente no domingo pelas ações irresponsáveis de Bolsonaro.
Na cobertura da pandemia, os 4 principais jornais do Brasil – Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico – publicaram, entre sexta-feira e domingo, 181 matérias – 143 negativas (79%) e 38 positivas (21%). Das negativas, 83 (58%) deram visibilidade para a liderança débil do presidente Bolsonaro. Das positivas, 11 matérias (29%) para a liderança de Mandetta.
O iVGR do governo federal de sexta-feira (27) a domingo (29) seguiu com perdas nos 3 aspectos da imagem: Valor (moral e ética), Gestão (entrega de resultados) e Relacionamento (comunicação).
Os níveis de imagem de +5 a -5:
O estudo analisa atributos e mensura a imagem projetada pelo governo federal em quatro grandes dimensões: 1) Gestão da Saúde Pública – ações de contenção e mitigação sanitária, 2) Gestão Econômica – apoio à preservação e à geração de bens, serviços e emprego, 3) Gestão da Proteção Social – iniciativas de amparo às populações social e economicamente vulneráveis, 4) Gestão Política – comunicação, habilidade de mobilização e de coordenação de recursos e de esforços.
O estudo resumido da imagem da gestão do governo federal para o Caso do Coronavírus é divulgado de segunda à sexta-feira, ao meio-dia – com projeção da imagem do dia e base no conteúdo publicado pelas versões digitais dos veículos no dia anterior –, na página da Curado no LinkedIn (https://www.linkedin.com/company/curado-associados-consultores).
A Metodologia iVGR
O iVGR afere a imagem pública de organizações, instituições e pessoas projetada pela imprensa.
A imagem é a representação de qualidades que são percebidas pelo outro. É o olhar externo.
A imprensa, quando relata fatos e faz comentários, utiliza palavras que incluem algum julgamento – seja pela reprodução de falas de terceiros, seja na seleção do enfoque.
A repetição da narrativa estimula e antecipa a criação de uma imagem pelo público que consome o seu conteúdo. Isso não significa que sozinha forme opinião – até porque a opinião é influenciada por vários outros fatores –, mas antecipa tendência de maior ou menor adesão a um discurso e comportamento. Ao se verificar qualitativa e quantitativamente essas menções, é possível entender a construção de uma imagem.
A imagem é um retrato do momento, a reputação é a repetição da imagem já consolidada ao longo de um tempo ou em decorrência de um evento emblemático e catalisador experimentado traumática ou positivamente pelas pessoas.
As qualidades contidas no discurso e que estruturam a imagem são divididas em três dimensões: Valor – atributos de natureza ética e moral, diz respeito à responsabilidade com o outro; Gestão – indica a qualidade das entregas, os resultados; e Relacionamento – tem a ver com liderança, comunicação, habilidade de juntar e de mitigar conflitos. Daí o iVGR – índice de Valor, Gestão e Relacionamento. Em cada uma dessas dimensões há qualidades positivas e negativas. Na metodologia são considerados 18 atributos básicos.
Ao serem analisados os textos, palavra por palavra, aquelas qualidades são identificadas e medidas. Vários fatores são considerados para a produção do índice quantitativo, que vai de -5 a +5 – desde o número de citações, a localização dessa citação nos textos, se há imagens, entre outros. Além disso, um profissional treinado dá uma nota para cada notícia ou comentário, seguindo parâmetros auditados pelo sistema, e essa nota é considerada na definição do índice, com um peso de cerca de 25%.
O iVGR foi desenvolvido pela Curado, em parceria com estatísticos da Universidade Federal de São Carlos, jornalistas, linguistas e filósofos, e é utilizado como ferramenta de gestão por diferentes organizações.
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Ainda bem que é incompetente. Imagina se não fosse.
Eu diria que o Bolsonaro é menos confiável do que o Mandetta
O Mandetta privilegia a medicina curativa, vez de priorizar a medicina preventiva. O Bolsonaro privilegia a morte e o Covid