Mansão 01: Cartório quebra regras e omite dados de Flávio Bolsonaro em escritura pública

Segundo o titular do cartório, Allan Guerra Nunes, a medida foi tomada para preservar dados pessoais do casal

Foto: Reprodução

Jornal GGN – O cartório que registrou a compra da mansão de R$ 6 milhões do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ) ocultou informações da escritura pública do imóvel. Esses dados, no entanto, deveriam ser acessíveis a qualquer pessoa que o solicitar. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que a ação, do 4.º Ofício de Notas do Distrito Federal, vai na contramão da prática que ocorre em todo o País e representa tratamento diferenciado ao filho de Jair Bolsonaro (sem partido), o 01.

O jornal teve acesso a uma cópia da escritura, que em pelo menos 18 trechos são cobertos com tarjas na cor preta. Foram omitidas informações como os números dos documentos de identidade, CPF e CNPJ de partes envolvidas, além da renda de Flávio e da esposa, a dentista Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro.

Segundo o titular do cartório, Allan Guerra Nunes, a medida foi tomada para preservar dados pessoais do casal e que as informações são protegidas pela Lei 105/2001, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras. A regra, no entanto, não se aplica a cartórios de notas.

“Ele (Flávio) não me pediu nada. Quem decidiu colocar a tarja fui eu. Quando eu fui analisar o conteúdo da escritura, acidentalmente tem essa informação da renda”, disse Nunes em nota.

A mansão do senador, localizada em um dos bairros mais nobres de Brasília, foi comprada a partir do financiamento de R$ 3,1 milhões, por meio do Banco de Brasília (BRB), com parcelas mensais de R$ 18,7 mil. Essas prestações representam 70% do salário líquido de Flávio como senador, de cerca de R$ 24,7 mil.

Redação

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