
Cezar Bittencourt, advogado do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em entrevista à GloboNews que seu cliente confirmou em seu depoimento no Supremo Tribunal Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano golpista e que teria interesse em sua execução. O depoimento foi recolhido na última quinta-feira (21) pelo ministro Alexandre de Moraes.
Porém, durante uma entrevista nesta sexta-feira (22) para a jornalista Andréia Sadi, do Estúdio I, o advogado se retratou em sua declaração que teria dado a entender que Bolsonaro também estava ciente do plano de assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Moraes. Ele esclareceu que Cid não teria atribuído o “plano de morte” a Bolsonaro.
Durante a entrevista, Andréia Sadi questionou Bittencourt: “Cid confirmou que Bolsonaro sabia desse plano de golpe de estado?” O advogado respondeu: “Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização“. Segundo Bittencourt, Cid “participou como assessor, verificou os fatos, indicou esses fatos ao seu chefe, que teria toda a liderança”. A defesa do militar trabalha com a tese de que Cid apenas obedeceu ordens de superiores, incluindo Bolsonaro.
No entanto, minutos após essa declaração, Bittencourt afirmou: “Cid deu alguns detalhes. Agora uma coisa importante que eu tenho que retificar, que saiu uma coisa errada aí, eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Até porque o ‘tudo’ é muita coisa, né. Alguma coisa evidentemente ele tinha conhecimento, mas o que é o plano. O plano tem um desenvolvimento muito grande”.
Ele acrescentou: “O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido [de golpe de estado]. (…) Eu não sei, não sei que tipo de golpe poderia ser. Agora, tinha interesse no acontecimento que estava acontecendo naqueles dias, o presidente sabia”.
No depoimento anteriormente dado por Cid, na última terça-feira (19), ele negava saber de qualquer informação sobre o plano para assassinar autoridades no curso do golpe de Estado.
A convocação veio após a equipe da Polícia Federal (PF) recuperar dados apagados de seu computador, sendo questionado sobre o plano golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes, porém os investigadores não ficaram satisfeitos e acreditam que Cid omitiu informações e nomes importantes, colocando em risco o andamento de sua delação premiada.
Já na quinta-feira (22), Moraes ouviu Cid novamente no STF e decidiu manter os benefícios do acordo de delação. Para a defesa de Cid, o depoimento do ex-ajudante de ordens foi “apenas o coroamento desses fatos”. A conclusão do inquérito será recebida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para a elaboração da denúncia.
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