Moro deveria se afastar do Ministério da Justiça, diz Alberto Toron

"O fato de ser vítima e chefe do órgão que apura a interceptação pode ditar rumos que desviem a investigação da busca da verdade”, comentou o criminalista

Foto: Lula Marques/Agência PT

Jornal GGN – O criminalista Alberto Toron afirmou em entrevista ao Estadão que o ministro da Justiça Sergio Moro deveria se afastar da Pasta para não contaminar as investigações da Operação Spoofing, contra um grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.

“Moro, para ser coerente, deveria se afastar da chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública a fim de que se garantisse a isenção das investigações. O fato de ser vítima e chefe do órgão que apura a interceptação pode ditar rumos que desviem a investigação da busca da verdade”, disse.

Na semana passada, Moro mostrou que teve acesso ao inquérito e, não bastasse isso, ainda ligou para autoridades hackeadas prometendo descarte do material colhido pelo grupo sob investigação. “Destruir provas é como jogar sujeira para debaixo do tapete”, comentou Toron.

Para o criminalista, as conversas reveladas pelo Intercept – ainda não há provas de que os hackers da Operação Spoofing são os responsáveis por elas – “ainda não trouxeram algo verdadeiramente demolidor do ponto de vista jurídico-processual. Mas trouxeram coisas muito graves.”

Ainda na visão dele, o Intercept não comete crimes ao divulgar as mensagens, ao contrário do que afirma Moro. “A partir do momento que o material chegou às mãos da imprensa, não me parece que possa haver uma restrição na sua publicação. Talvez só em casos que envolvam segurança nacional, fora daí não.”

https://brasil.estadao.com.br/blogs/inconsciente-coletivo/alberto-toron-em-defesa-de-glenn-greenwald-e-da-liberdade-de-imprensa/

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Não sei como desenhar isso, mas tentarei ser bem didático. Desde 2014 quando o PT foi eleito pela quarta vez seguida para presidência da república não existe constituição federal, devido processo legal, código de processo civil ou criminal ou qualquer outro dispositivo que possa ser usado em favor da democracia ou civilidade. O que existe mesmo é o direito penal do inimigo. E quem é o inimigo? Todo e qualquer cidadão que pense diferente do poder de plantão. Quem achar que vai ter êxito usando meios legais não entendeu ainda o que está acontecendo no Brasil.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador