Não se iluda: Bolsonaro é uma zebra

Fica nítido que, acima de ambos, há uma inteligência única definindo a estratégia, possivelmente Steve Bannon. Pretender que uma zebra, depois de 40 anos de atuação completamente apagada, tenha sido tocado pelo estalo de Vieira, é demais.

Sugere-se aos engenheiros de obras feitas, que hoje em dia louvam a enorme perspicácia política de Bolsonaro – depois do último DataFolha – que enderecem seus elogios a quem de direito.

Bolsonaro é uma zebra, no sentido mais vulgar do termo. Só sabe xingar, conflitar, ofender. Recuou agora porque percebeu que seria impichado pelo Supremo, confirmando a máxima que todo homem que diz sou, não é.

É homem de discurso único, que repete em tudo a retórica de Donald Trump.  Trump fala em cloroquina? Bolsonaro repete. Trump fala em acabar com o isolamento? Bolsonaro repete. Trump fala em gripinha? Bolsonaro repete. E repetia sempre poucas horas ou no dia seguinte às afirmações de Trump.

Fica nítido que, acima de ambos, há uma inteligência única definindo a estratégia, possivelmente Steve Bannon. Pretender que uma zebra, depois de 40 anos de atuação completamente apagada, tenha sido tocado pelo estalo de Vieira, é demais.

Luis Nassif

10 Comentários

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  1. Correto. É fato que existe um puppet master (ou mais de um) manipulando o boneco e controlando até algumas das inúmeras bobagens que ele produz e mesmo quando estas são produzidas. Agora, também é fato que esse puppet master tem dado um 7 a 1 todos os dias na “nova esquerda”, identitária e zelote do politicamente correto. Soluções?

    1. NSK

      Excelente comentário, com destaque para a segunda parte.

      “Agora, também é fato que esse puppet master tem dado um 7 a 1 todos os dias na “nova esquerda”, identitária e zelote do politicamente correto. Soluções?”

      O sociólogo Jessé Souza, no seu recente livro, “Guerra Contra o Brasil”, comenta a fraude do “neoliberalismo progressista”, de Bill Clinton e Barack Obama, na sua atenção aos direitos humanos e das minorias, desviando a atenção da “esquerda” da questão central da disputa social pela distribuição da riqueza ($$) produzida por todos.

      Não significa a desimportância dos temas dos direitos humanos e das minorias, mas a hierarquia relativa entre estes temas que afetam minorias e a questão da desiguldadade social ($$) que prejudica a grande maioria, inclusive aqueles que já votaram em Lula e Dilma, e hoje constituem o grande grupo social de apoio ao bolsonarismo.

      Em 15/08, na live feminina do jornal GGN, a presidenta do PT Gleisi Hoffmann admitiu: “Não conseguimos dar um arranque para utilizar bem as redes sociais no sentido da mobilização e da opinião política”.

      Em live recente de Carta Capital, o jornalista Franklin Martins, ligado ao PT, comentou que o partido em 2014, na campanha presidencial, conseguiu ganhar a batalha de comunicação, feito que foi perdido em 2018, na eleição do “capetão”.

      Soluções?, como demanda sua.

      Focar na questão econômica da distribuição de renda e da renda básica da cidadania, e construir um sistema de comunicação direto com a população, “gabinete do bem”, utilizando as mesmas ferramentas tecnológicas/redes sociais utilizadas pelo bolsonarismo. É um bom começo.

  2. “Quando chegarem os debates ele perde”…
    Ninguém chega a presidente sendo burro e é erro crasso confudir cultura com inteligência.
    Agora cometer o mesmo erro duas vezes é sim burrice.

  3. Zebra, ornitorrinco, pangaré…não importa o bicho. O trágico é que ele chegou ao poder e cada vez mais sinto que o Brasil está indo pelo caminho da Venezuela, um país sob julgo dos militares militares, sendo Maduro uma rainha da inglaterra que acha que não é uma rainha da inglaterra.

  4. Nassif, esse tipo de artigo realmente não ajuda.
    Bolsonaro está muito longe de ser burro.
    Burra é uma certa esquerda, que se colou a um identitarismo raso, que não defende o interesse da maioria da população.
    Se continuar assim, vai perder novamente.

    1. Nassif não tá mentindo. Há alguma inteligência política que dá o caminho que Bozo segue. O papel de Bozo é ser o avatar desse agrupamento tal qual um cantor de pop é um avatar produzido pela indústria fonográfica.

  5. Essa ajuda emergencial para valer teria que ser transformada em permanente. Nem por suposição isso acontecerá mas ser for mantida só até 2022 votarei pela reeleição. Desafio lançado.

    1. Aqueles que acreditam que votarei pela reeleição da zebra, por óbvio, acreditam também que a ajuda emergencial será mantida até 2022. Ingênuos !

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