O descaso com a morte é a “porta de entrada para a destruição do humano”, diz Renato Janine

Em artigo, ex-ministro fala sobre o choque diante das cenas de descaso do governo Bolsonaro e de seus apoiadores com as vítimas fatais do novo coronavírus

Foto: André Penner/AP

Jornal GGN – Diante da banalização – e falta de humanidade – do governo Bolsonaro e seus apoiadores sobre as mais de 13 mil mortes de vítimas do novo coronavírus, o ex-ministro da Educação de Dilma Roussef e professor Renato Janine Ribeiro exclama que “a civilização exige respeito pela morte”, no título de seu artigo publicado nesta quinta-feira, 14 de maio, no jornal Folha de S. Paulo. 

“Fiquei chocado com a cena de um restaurante em Gramado (RS), curiosamente chamado “Divino”, no qual um cliente e três garçons se exibiram dançando o meme do caixão (…) Também impressionou ver, nas manifestações pró-governo, gente simulando defuntos para brincar com a morte (…) E jamais imaginei que uma atriz famosa, hoje secretária nacional de Cultura, se recusaria a prantear os colegas artistas mortos”, explicou Janine. 

Para o ex-ministro, o prazer sobre a morte – que em séculos passados chegou ser um espetáculo de satisfação – se torna obscuro com a democracia e os direitos humanos. Para isso se tem o respeito sobre fim até daqueles que não gostamos. “Esse respeito sinaliza que nossas divisões e mesmo ódios precisam ter limites. É isso, a civilização”, destacou.

Mas, apesar de considerar que o respeito sobre a vida fosse o mínimo por parte do atual governo, tais atitudes já não espantam mais, com Bolsonaro e sua admiração declarada sobre o período mais obscuro da história brasileira, que deu fim a vida de 30 mil pessoas. 

“A banalização do mal, mostrou Hannah Arendt em seu livro sobre o carrasco nazista Eichmann, é uma segura porta de entrada para a destruição do humano em nós. Precisamos assegurar nossas conquistas civilizatórias. Uma das principais é o respeito pela dor e pela morte alheias”, escreveu Janine.

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O miliciano genocida, que eu me lembre, não teve o discernimento suficiente para ir a um hospital, e lá conversar com os enfermeiros, que estão arriscando as suas vidas ao trabalhar em unidades perigosas, conversar com pacientes deste coronavírus, ou seja, seria um presidente a conversar com os seus.
    É preciso ser dotado de alto grau de estupidez para achar desnecessário o gesto de boa vontade.Para o distinto ilustre do “E Daí” e do tal do “Lamento”, que carrega o falso sentimento do substantivo, consequência da convivência durante décadas com os Queiros da vida e seus inúmeros autos de resistência.

  2. Tem coisas que, por mais que eu tente, não consigo entender: como o pato manco BOLSONARO balança mas não cai nem consigo entender como naves espaciais podem ser lançadas às profundezas do espaço sideral por cabos presos a meteoros.

    Ora, para prender os cabos só meteoro é preciso desenvolver a mesma velocidade que ele, o que significa que o meteoro não tem como estilingar a nave que consiga laçá-lo, pois tal nave precisa desenvolver a mesma velocidade que o meteoro, pois de outra forma, como ele seria laçado? De tocaia sideral?

    Naves com cabos

    Um veículo espacial é conectado a um cabo de 100 quilômetros de comprimento, ancorado em um asteroide. Preso por esse cabo espacial, o veículo pode ter sua trajetória direcionada para seu objetivo.

    A energia ganha durante o processo de rotação, até o momento em que a nave finalmente se desconecta, pode não apenas impulsioná-la em outra direção sem gastar combustível, mas até mesmo permitir que ela se lance além do Sistema Solar.

    A ideia é de Alessandra Ferraz Ferreira, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Guaratinguetá, que ganhou o prêmio de projeto mais inovador durante uma conferência realizada na Espanha.

    E Alessandra não estava sozinha: Foram mais de 70 trabalhos apresentados sobre o mesmo tema durante Sexta Conferência Internacional sobre Cabos Espaciais, realizada pela Universidade Carlos III, em Madri, na Espanha.

    Estilingue espacial

    Usar um corpo celeste para acelerar uma nave é algo corriqueiro, com várias naves já tendo usado a chamada “assistência gravitacional”, em que a nave passa de raspão por um corpo celeste

    Talvez como ajuste de rota seja útil?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador