O assunto é velho de alguns dias. Ocorre que como não leio a Veja, nem sob tortura, tomo por certo que, somente hoje, a divina providência me fez chegar aos olhos o texto de Augusto Nunes de 20 de fevereiro de 2016 – ”A ressentida e a vigarista”.
Trata do
Pelo texto de Nunes, ficamos sabendo que FHC é um homem de caráter e alma sãos, e que, como um injustiçado, está sendo acusado de ser um bom pai do filho que não gerou. Justo FHC, alguém que deu a Mirian boa vida, casa, comida e dinheiro para gastar. Mas não a ponto de Augusto Nunes desconfiar. Caridade cristã, por certo.
Ficamos sabendo mais. Ficamos sabendo que Mirian é uma farsante, que seu nome verdadeiro é Rosemary Noronha e que Lula é, por fim, o verdadeiro pai do filho de FHC.
A verdade enfim revelada.
Poderia parar por aqui, mas Nunes vai muito além. Como teólogo juramentado, enxerga o pecado e a pecadora por traz da injustiça cometida contra FHC.
A pecadora é Mirian. Pecadora, mas não arrependida. Mirian não é Madalena, é Salomé exigindo a cabeça de um homem santo em uma bandeja como paga por seu favores.
O pecado – o ressentimento. E aqui vemos toda a capacidade de formulação teológica de Augusto Nunes. Algo próximo de Santo Agostinho e o seu “desafio do Mal”. Nunes amplia o código canônico oficializando o ressentimento como o oitavo pecado capital. E o descreve:
Eis o pecado de Mirian:
E aqui, mais uma vez, Nunes levou-me a Paulo de Tarso – o apostolo tardio:
Neste ponto, como Matheus, Nunes poderia bradar a Mirian:
Não o faz.
Deixa para que a coluna “Opinião” de Veja o faça. Está lá, no final do texto “Valentina de botas” de 22 de fevereiro de 2016:
Ressaltando:
Um alerta que não ficaria mais eloquente se estivesse na boca de Enrico de Pedis, católico fervoroso e capo da máfia.
PS1: como ateu, não tecerei, para este caso, comentários sobre as atitudes de FHC – alguém tomado por santo. Agora, como homem e como pai, posiciono-me: meu filho tem mais de 30 anos. É, portanto, responsável pelas suas fodas, dadas com minha nora ou não, e pelas consequências delas. Quisera indulgência paternal pelo que faz na cama, tivesse nascido filho de Augusto Nunes.
PS2: a Oficina de Concertos Gerais e Poesia apoia o Movimento Golpe Nunca Mais.
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Magistral
PS1 teria bastado.
Afiadíssimo. Nesta manhã tão triste e nebulosa, de gritaria e veleidades, decepção e trairagem, ler tua crônica é como uma sessão de massagem: recoloca a “espinha” no lugar.
Que dia triste este! No ar, despedida. Cheiro de desamor. De algo perdido.
Parabéns. A cada dia, mais precisão. Tenho arquivado alguns textos e ontem me deparei com este. Só confirmou o tanto que aprecio a tua produção.
https://jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/a-liberdade-de-expressao-e-a-dor-do-profeta-alheio
Eu não sou Charlie.
“Porque, só quem pode dizer se a liberdade de expressão é um valor absoluto são aqueles que pagam com dor o preço dessa liberdade. Pois suas dores também são absolutas.”
E este nem foi um dos maravilhosos posts sobre a nossa conjuntura, sobre o Brasil que amamos tanto. As maravilhosas narrativas sobre os jovens alunos de SP… Tanta coisa bonita que vi em teu Blog e tua Oficina.
Não vou falar da poesia. Já é um dia emotivo o suficiente.
Quando teremos uma coletânea, um livro de SS? Ou já existe e eu não sei ? Artigos, poesia, sempre um texto que gruda, chama, flui. Informa e emociona.
Não deixe de nos avisar. Irei, de vez em quando à Oficina, espiar o que você anda fazendo.
Um abraço Sergio. Nos esbarramos por aí.
SLP.