O Sonho Chinês e o Ocidente em “State of Denial”

(…) “…, as idéias, a grande coisa do nosso tempo foi a criação das utopias no século XVIII, o liberalismo, o socialismo, o comunismo, o anarquismo, a fraternidade universal, a igualdade, a felicidade pela instrução – o progresso- , todos nós acreditamos nisso, o progresso, quando ?? (pensador) dizia no Tablô (?), quando toda a sociedade fosse instruída, os homens todos seriam felizes, …”

(…) o nazismo foi a prova de que é possível dentro de uma atmosfera de utopia, instaurar a barbárie, quer dizer, o homem a qualquer momento de sua história, o homem é capaz de reverter aos piores padrões de barbáries“. ( Antonio Candido, Documentário 3 antonios e 1 jobim).

Prezados geonautas,

Comentário ao post de Fernando Nogueira da Costa, “China e o Dinamismo da Economia Mundial” 
 
Prezado Fernando,
 
O Mundo Ocidental em “State of Denial”, parafraseando o livro Bob Woodward de 10/2006 sobre o desgoverno de Bush Jr. em seu segundo mandato, reflexo da política desastrosa que vem do primeiro governo, que sintetizo na frase, “Guerra ao Terror”, ou chegando nos dias atuais, pois a tragédia e prepotência continuam, embora poucos admitem, como disse Ian Bremmer na Globo News – Sem Fronteira – dessa semana, sobre a reação ‘estúpida’ de Obama ameaçando a Rússia em relação a Ucrânia: “falhou completamente”, ou seja, não é somente o império da Rússia em decadência, ou o império do Tio Sam idem, mas sim o Ocidente em “State of Denial”, talvez voltar no tempo apenas dois século seja pouco, talvez precisamos voltar ao século XIII, e reler a volta de Marco Polo da China (The Travels of Marco Polo, 1300 D.C.), descobrir que a primeira universidade da China data mais de mil anos antes da primeira universidade do ocidente, que a dois mil anos os árabes já vendiam especiarias da Índia e seda da China ao império romano e eram pagos em moedas de ouro, ou como indagou Andre Gunder Frank nos anos 80, “Sistema capitalista de 500 anos ou de 5.000 (cinco mil) anos? e também: “ReORIENT: Global Economy in the Asian Age”.
 
No texto acima, a certa altura os “especialistas” dizem,
 
(…) “O que é de impressionar, no entanto, é o fato de que um país tão grande tenha conseguido navegar essa onda de crescimento por tanto tempo.”
 
A minha interpretação do texto acima, eles apostam que isso é passado e que nas próximas décadas será diferente (por trás das palavras encontra-se os desejos e as crenças da elite ocidental sobre o futuro), claro, no mínimo farão todo esforço para reduzir essa velocidade chinesa para as próximas décadas, como diria Voltaire em sua definição de ética, “ética é aquilo que eu não quero que os outros façam”.
 
Alias é o que se vem escrevendo na mídia ocidental ultimamente, incluindo George Soros, o mega investidor que no meio da década passada estimulava os gringos de Wall Street, a ler e reler Karl Marx, pois a economia, escreveu ele,  estava indo em direção – rumo e contra – um muro de concreto.
 
Eu, claro, também entrei nessa seara, e fui busca suporte nos mestres e com suporte em indicadores gráfico de seu blog:
 
Celso Furtado e o Ocidente em ‘State of Denial
http://engenhonetwork.wordpress.com/2013/10/03/celso-furtado-e-o-ocidente-em-state-of-denial/’
 
Assim como, meu dois últimos posts sobre a China e a cegueira ideológica e medíocre ocidental:
 
Martin Jacques: O sonho Chinês – O Futuro em Perspectiva Histórica
 
Prezados geonautas,
 
Esse artigo de Martin Jacques, que fiz uma tradução livre abaixo, mais uma vez, coloca o mundo ocidental em estado de choque, devido ao tamanho das mudanças quando se olha à frente, é isso que faz com que o mundo ocidental continue em completo “State of Denial”, em quase desespero, quando se olha para o futuro, para as próximas décadas.
 
Essa foi a visão de Andre Gunter Frank em fins dos anos 80: The World System: Five Hundred Years or Five Thousand? (Sistema capitalista Mundial: 500 anos ou 5.000 anos?).
 
Essa foi a visão também de Celso Furtado, sua reflexão entre Ocidente e Oriente no fim do século XX e seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Que sintetizei em meu artigo de outubro de 2013: Celso Furtado e o Ocidente em ‘State of denial’ .
 
Essa também foi a visão de Giovanni Arrighi, desde seu artigo de 1993, The Rise of East Asia: One Miracle or Many?, assim como seu livro de 2007,  “Adam Smith in Beijing”, na qual ele dedicou o livro – a primeira página para André Gunter Frank.
 
Martin Jacques é o intelectual hoje que se especializou nesse tema, nessa ‘big’ mudança global, desde o lançamento do livro em 2009, “Quando a China mandar no Mundo”.
 
A agenda global da mídia ocidental, está permeada por “political bias”, seja o debate sobre superpopulação, aquecimento global e outros temas, é uma mera desculpa, falta de visão e de coragem, de não saber como encarar a crise do modelo eurocêntrico dos últimos séculos. A sociedade ocidental pode se tornar uma sociedade covarde?
 
Quem viver verá!
 
 Sds,
https://jornalggn.com.br/blog/oswaldo-conti-bosso/martin-jacques-o-sonho-chines-o-futuro-em-perspectiva-historica
 
 
Civilization Magazine: O sonho chinês em perspectiva histórica
 
Prezados geonautas,
 
Gostaria de convidar os colegas e colaboradores do blog, para ler, e também traduzir os artigos da revista chinesa, Civilization Magazine, digamos para quem tem um tempinho livre, entre o bloco “Galo da Madrugada” e o bloco “Bacalhau do Batata” na quarta-feira de cinzas. Fiz uma tradução da introdução da revista (abaixo), na qual é citado que, entre os sonhos chineses, está a “democracia”, o que sabemos muito bem que eles não têm hoje, mas que democracia seria essa? Diria que só o tempo dirá. renovo meu pedido de ler e traduzir os seis artigos.
 
Aproveitando a oportunidade sobre o tema, sonhos de nações e civilizações, para uma provocação sobre “o sonho brasileiro” em gestação, como dizem Darcy Ribeiro e Leonardo Boff, “A gestação do povo brasileiro”.
 
Sds,
 
The Chinese Dream in Historical Perspective
1The Chinese Dream Can Enrich World Civilization
2Origins of the Chinese Dream
3Europe’s 500-Year Chinese Dream
4Fall of the Previous Chinese Dream; Rise of the European and American Dreams
5The Chinese Dream: the Chinese Spirit and the Chinese Way
6China Red
 
https://jornalggn.com.br/blog/oswaldo-conti-bosso/civilization-magazine-o-sonho-chines-em-perspectiva-historica
 
Caros, para concluir, o ocidente não mais define a agenda global como fez nós ultimos séculos, podemos especular sobre o futuro, mas o futuro é incerto e não sabidos, mas relembremos mestre Antonio Candido no documentário “3 antonios e 1 jobim”, diz ele a certa altura,
 
“…, as idéias, a grande coisa do nosso tempo foi a criação das utopias no século XVIII, o liberalismo, o socialismo, o comunismo, o anarquismo, a fraternidade universal, a igualdade, a felicidade pela instrução – o progresso- , todos nós acreditamos nisso, o progresso, quando ?? (pensador) dizia no Tablô (?), quando toda a sociedade fosse instruída, os homens todos seriam felizes, …”
Nós estamos agora vivendo essa coisa duríssima, fim das utopias, que gera uma coisa muito estranha, porque a utopia cria o homem superior, a utopia faz você subir acima de você mesmo, e agora nós estamos num a era de homens inferiores, não existe grandes homens, eu costumo dizer que na nossa geração, havia uma quantidade grande de homens para o bem e para o mal, …, 
…, O grande momento do homem no século XX foi o nazismo, sobre esse ponto de vista eu acho o fenômeno mais importante do século, porque a revolução russa veio para realizar os ideais utópicos, enquanto que o nazismo foi a prova de que é possível dentro de uma atmosfera de utopia, instaurar a barbárie, quer dizer, o homem a qualquer momento de sua história, o homem é capaz de reverter aos piores padrões de barbáries. (49: 15 – 52:47, A. Candido).
 
E la nave va, diria Fellini,
Saudações, quem viver verá!
http://engenhonetwork.wordpress.com/2014/03/09/o-sonho-chines-e-o-ocidente-em-state-of-denial/
 

 

Redação

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