A pesquisadora e professora Marcia Gobbi aborda o papel das criações infantis frente ao desenvolvimento integral das crianças.
Por Ana Luiza Basílio do, Centro de Referências em Educação Integral
“Aprendi que é possível conhecer meninas e meninos, desde bem pequenos, a partir dos e com os seus desenhos”. A constatação é da professora da Universidade de São Paulo (USP), Marcia Gobbi, ao relembrar como se deu sua aproximação com o universo dos desenhos infantis, um de seus principais temas de pesquisa.
O estranhamento, segundo ela, é condição para que se possa imaginar, problematizar o que constitui o cotidiano e é aparentemente natural. “Com isso, os traços e linhas infantisO início desse trajeto remete ao tempo em que ela era professora de educação infantil na cidade de São Paulo, atuação que a aproximou das crianças e de suas criações. No entanto, a percepção apurada sobre os desenhos infantis implicou em um exercício de sociologia de “estranhar o que é familiar”, como explica. “O fato dos desenhos estarem presentes não significa que os vejamos, que tenhamos olhares mais aguçados e preocupados com eles. Naturalizamos sua presença entre nós e isso é algo perverso, uma vez que, com isso, deixamos de efetivamente olhar para o que comunicam”, avalia.
ganham importância e se torna possível vaguear pelas retas e curvas, passeando por elas e aprendendo com elas”, o que julga fundamental. “Quando olhamos atentamente para essas produções começamos a compreendê-las em suas práticas e lógicas infantis e perceber que há diferenças a partir dos contextos e condições de criação, sendo possível observar diferenças e marcas de classes sociais, gênero, étnico raciais, entre outras”.
Em entrevista ao Centro de Referências em Educação Integral, a professora fala mais sobre o papel dos desenhos no desenvolvimento integral de crianças e reforça que compreender essas produções diz de um movimento de sair do “confortável lugar adultocentrado e se relacionar apartir de perspectivas horizontais de relações humanas”.
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