Pai do chanceler de Bolsonaro impediu extradição de nazista e foi censor da ditadura

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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O nazista Gustav Franz Wagner fugiu para o Brasil para escapar de ser responsabilizado por 250 mil mortes entre 1942 e 1943, na Polônia

Jornal GGN – Ernesto Araújo, chanceler de Jair Bolsonaro que já escreveu que o nazismo é “ideologia de esquerda”, é filho de Henrique Fonseca de Aráujo. Durante o governo Geisel, Fonseca ocupou o cargo de procurador-geral da República e impediu a extradição de Gustav Franz Wagner, um subcomandante nazista conhecido como “besta humana”. Wagner foi apontado como responsável por 250 mil mortes entre 1942 e 1943.

O nazista Wagner era, segundo reportagem especial da Folha, o subcomandante do campo de concentração de Sobibor, na Polônica. Documentos que compõem o Memorial do Holocausto afirmam que, no local, a prática de canibalismo era comum, porque os soldados nazistas alimentavam alguns presos com restos dos mortos. Além disso, o campo era marcado pelo “cheiro nauseante dos corpos de judeus incinerados”.

O escritos Chris Webb, autor de um liro sobre Sobibor, disse ao jornal que Wagner era um dos oficiais nazistas “mais temidos”.

“Após a Segunda Guerra (1939-1945), Wagner fugiu para evitar ser capturado. Porém, foi descoberto no Brasil em 1978 pelo célebre caçador de nazistas Simon Wiesenthal, que contou com a ajuda do jornalista Mario Chimanovitch.” O nazista acabou se entregando à polícia com medo de ser capturado.

O pai de Araújo analisou 4 pedidos de extradição: “da Polônia, onde estava o campo de Sobibor; da Áustria, país natal de Wagner; da Alemanha, berço do nazismo; e de Israel, Estado do povo judeu, as principais vítimas do Holocausto.”

Três pedidos foram negados sob a justificativa de que os estados não tinham competência para se envolver no assunto ou que os crimes já haviam prescrito. Quanto ao pedido da Alemanha, o então procurador-geral pediu mais documentos. Acabou que a demora transcorreu a mudança de governo e o pedido de extradição foi deferido sob outro procurador-geral, Firmino Ferreira da Paz, sob a gestão Figueiredo.

Em 1979, porém, o Supremo Tribunal Federal impediu a extradição alegando que os crimes do nazista haviam prescrito.

“Entre os votos contrários à extradição, estava o do ministro Carlos Thompson Flores, avô do atual presidente do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.”

Em vez de crime contra a humanidade ou genocídio, as mortes sob Wagner foram interpretadas como homicídio, com penas prescrevendo em 20 anos.

O pai de Araújo também censurou obras de Chico Buarque e outros artistas durante os anos de chumbo.

Com o fim do processo, Wagner voltou a ser caseiro num sítio em Atibaia, onde tinha mulher e enteados. Ele morreu em 1980, com uma facada no coração. O laudo médico não informa se por suicídio ou homicídio.

Leia a matéria completa aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Hoje o rebento do protetor de nazistas é Nazionista. Vai mudar a embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém, a fim de agradar aos Sionistas.
    Esses ratos não têm princípios. Eles são qualquer coisa, desde que se beneficiem cada vez mais.

  2. Pois vi no item Jota q foi justamente o contrário, que ele se manifestou em favor da extradição. Tem inclusive uma foto da assinatura do pai dele.

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