Paisagens de uma nação avacalhada, por Jeferson Miola

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Paisagens de uma nação avacalhada

por Jeferson Miola

O Brasil é uma nação avacalhada pela avalanche reacionária, autoritária e antidemocrática irrompida nas chamadas “jornadas de 2013” que cumpriu seu propósito original 3 anos depois, em 2016, no golpe que derrubou a Presidente Dilma.

A cleptocracia, governo de ladrões co-habitado pelo PSDB e liderado pela quadrilha do Temer, cometeu e segue cometendo crimes de lesa-pátria; continua atentando contra os direitos do povo brasileiro e comprometendo o futuro do país.

A organização criminosa do PMDB, todavia, não é a responsável exclusiva por esta tragédia nacional. O ativismo tucano na gênese do golpe foi fundamental para o êxito da conspiração tramada por Cunha, Temer, Padilha, Moreira, Geddel, Jucá.

É necessário sempre remarcar a responsabilidade de toda a canalhada tucana – empresarial, financeira, religiosa, jurídica, política e parlamentar – na gestação do golpe e na avacallhação da política, da economia e da sociedade brasileira no pós-golpe.

Aécio, FHC, Serra, Alckmin, junto com seus sócios nacionais e estrangeiros, jogaram o Brasil no precipício. Sem a movimentação golpista deles [logo após a derrota eleitoral de 2014] em aliança com o empresariado, com a mídia monopólica [sobretudo a Rede Globo], com setores do judiciário [PF, MP e STF] e com o capital financeiro, o golpe não teria sido concretizado.

O personagem que capitaneou este processo – Aécio Neves – cujos laços com a criminalidade ficaram conhecidos, ainda preserva poder e influência no partido e na cleptocracia governamental. Ele presidia e era quem mandava de fato no PSDB até 2 semanas atrás, e continua influenciando as escolhas políticas do governo.

Sem a colaboração ativa também do STF, o golpe não teria sido perpetrado. A Suprema Corte, integrada à estratégia midiático-golpista, lavou as mãos; foi cúmplice do golpe. Decidiu ater-se à formalidade do rito do impeachment e recusou se pronunciar sobre a aberração jurídica de um processo conduzido pelo gângster Eduardo Cunha apesar da inexistência de fato determinado, como exige a Constituição.

Dali em diante, o país entrou numa espiral de retrocessos e atrocidades. O regime de exceção se aprofundou, e hoje é difícil saber se o Brasil está fora da normalidade ou se está sob a vigência de um “novo normal“, no qual vicejam características típicas de Estados policiais, autoritários, ao lado de lógicas neofascistas.

A cada dia o golpe se propaga. Não passa um único dia sem ocorrer algum novo ataque ao povo, à economia nacional, à soberania do país e ao Estado de direito. O arsenal do golpe parece inesgotável. Quando se imaginava que destruição da CLT seria o fim do fim do poço, os golpistas responderam com a liberação do trabalho escravo.

Na última semana os sinais deste “novo normal” coloriram as paisagens de uma nação tragicamente avacalhada:

– procuradores da Lava Jato, possuídos pelo delírio salvacionista que os caracteriza, criaram a Liga da Justiça, inspirada nos “meta-humanos” do filme norte-americano homônimo. Eles são a Justiça, acima das instituições, das Leis e da Constituição;

– o juiz Marcelo Bretas, versão Sérgio Moro do Rio de Janeiro, se exibiu nas mídias sociais ostentando o porte de uma arma mortífera, de alto poder destrutivo. O efeito simbólico da imagem do juiz-Rambo não é diferente da imagem de um chefe do crime organizado com uma metralhadora em punho: ambos têm sua própria Justiça;

– Gilmar Mendes, juiz tucano do STF, aplica o estranho critério da Justiça para [e entre] amigos para conceder o 3º habeas corpus ao empresário mafioso dos transportes do Rio de Janeiro, Jacob Barata Filho – que é seu compadre, sócio do seu cunhado e cliente do escritório de advocacia de sua esposa. A filha do Barata foi casada com o filho da esposa do Gilmar, a senhora Guiomar Mendes;

– Rodrigo Tacla Duran, ex-Odebrecht, indicou que Carlos Zucolotto pediu US$ 5 milhões de suborno para facilitar delação premiada que seria avalizada por alguém da força-tarefa da Lava Jato conhecido pela sigla “DD“. Seria apenas mais um caso de corrupção, não fosse Carlos Zucolotto padrinho de casamento de Sérgio Moro e sócio do escritório de advocacia da esposa dele, Rosângela Moro, que no passado recebeu honorários do próprio Rodrigo Tacla Duran. Chama atenção, no caso, a inapetência da Lava Jato e da Rede Globo em averiguar se a identidade de “DD” corresponde a “Duis Dinácio Dula da Dilva”, como já se ironiza na praça, ou se pode significar Dolores Duran ou, quem sabe ainda, Deltan Dalagnoll, o pregador fanático.

O Brasil foi apossado por uma bandidagem jurídica, política, midiática e empresarial que se protege aprofundando o regime de exceção.

Garantir que a eleição de 2018 seja limpa e democrática, com a presença de Lula na urna eletrônica, é condição essencial para que o povo brasileiro possa interromper este processo devastador para revogar os retrocessos, restaurar a democracia e dar início à restauração econômica, política e social do país.

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. paisagem…..

    Caro sr. mas onde esta nossa Elite Esquerdopata, em especial a Imprensa Brasileira, a se desculpar por ter influenciado em sobremaneira, termos embarcado neste barco furado? Ações e Consequências. 2017 é resultado da Anistia de 1979. Da Redemocratização de 1982. Do golpe canalha da esquerdopatia que transformou o Presidente do PDS, futuro PFL, líder do Governo do regime Militar, em Presidente da República.  2017 é consequência de uma farsante, fraudulenta, golpista, canalha Constituição que ainda por cima foi rotulada de Cidadã. E um parasita, pária, figura menor como Ulisses Guimarães como seu ‘pai’. Álias, este lixo é bem a cara do pai mesmo. 30 anos desta imposição ditatorial, que manteve o cabresto sobre a Liberdade do Povo Brasileiro, como a obrigatoriedade do voto (nefasta imposição de governo ditatorial, mas que agradou em muito a esquerdopatia). Somos resultados das nossas escolhas. No caso de 2017, resultado das escolhas de certa Elite, travestida em ‘Representantes do Povo’. Não à toa, diferentemente de outras Nações mais civilizadas, esta tal “elite representatnte do povo”, mesmno depois de quase 1 século, não aceita a opinião livre, facultativa, soberana do Povo Brasileiro, através de cédulas de papel em eleições a custos irrisórios. 40 anos de farsas, fraudes e golpes produzidos por pseudo-progressistas, explica claramente este 2017. Só o fanatismo faz com que alguns não consigam enxergar.     

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