PRF diz que homem morto “resistiu ativamente” e chama câmara de gás de “instrumento de menor potencial ofensivo”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Em abordagem no Sergipe, PRF matou um homem de 38 anos após trancá-lo dentro de viatura usada como câmara de gás

Foto de um carro da PRF em Sergipe que serviu de câmara de gás onde um homem foi preso e morto asfixiado
Foto de um carro da PRF em Sergipe que serviu de câmara de gás onde um homem foi preso e morto asfixiado. Foto: Reprodução

Após a repercussão da morte de um homem de 38 anos por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma abordagem em Umbaúba, no Sergipe, a assessoria de comunicação da PRF emitiu uma nota à imprensa alegando que o homem morto “resistiu ativamente” e, diante de sua “agressividade”, os policiais decidiram contê-lo usando “técnicas” e “instrumentos de menor potencial ofensivo”.

Um vídeo que circulou na internet e nos grandes meios de comunicação brasileiros, na noite de quarta (25), mostra o homem, que foi encontrado com remédios para transtornos mentais, sendo detido à força pelos agentes e levado ao porta-malas da viatura da PRF, onde um gás ainda não identificado foi utilizado para imobilizar o alvo.

Na gravação, é possível ouvir pessoas dizendo “ele vai morrer”, enquanto os agentes prosseguiam. A PRF alegou que o homem teve um mal súbito e morreu no hospital. Na manhã desta quinta (26), laudo do IML apontou que o homem morreu por asfixia.

Assista ao vídeo:

Em nota, a nota a PRF diz que um processo disciplinar foi instaurado para apurar a conduta dos oficiais. A Polícia Federal já informou que investigará o crime.

Nas redes sociais, o ativismo contra o racismo, Paulo Galo, cobrou providências contra os agentes que participaram da abordagem.

Ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc também teceu comentários sobre o crime, traçando um paralelo com outros assassinatos praticados na época da ditadura.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT) e o senador Renan Calheiros (MDB) associaram o crime à violência policial, que passou a ser incentivada pela ultradireita, desde a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018.

4 Comentários

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  1. Comparar as ações dessa escória com o nazismo é muito leve.
    Esse gente elevou a estupidez humana a enésima potência.
    É disso que se trata. É disso que se trata a próxima eleição para presidente de nosso país.

  2. Bolsonaro induz um esquizofrênico a andar sem capacete, a cada MOTOCIATA que vai… SEM USAR; e à sua PRF de concurseiros “apolíticos” a matar quem está sem capacete. Desde, claro, que seja mais um pppp, genericamente “comunista”.

  3. Execução em praça pública tem quê dar um basta nesse caras não generalizando a todos mas uma boa parte está abusando da autoridade eu vi em Itaberaba a humilhação quê os policiais federal fizeram com um motorista fiquei revoltado com aquela cena vamos ver se nesse caso vão punir esses criminosos com a demissão da polícia e coloca atrás das grandes pelo menos 50 anos de cadeia nesses mostros

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