Procuradora que ouviu denúncias de Tony Garcia, engavetadas por Hardt, é apoiadora de Sergio Moro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Procuradora Elena Urbanavicius esteve na audiência em que Tony Garcia acusou Moro de usar métodos ilegais para forjar delações premiadas

A procuradora da República Elena Urbanavicius Marques, que esteve presente na audiência em que Tony Garcia confessou em juízo ter sido usado como “agente infiltrado” por Sergio Moro, é signatária de um manifesto em que demonstra apoio incondicional ao ex-juiz da Lava Jato e hoje senador da República.

O manifesto do Ministério Público Federal foi divulgado pela Gazeta do Povo quando Moro decidiu abandonar a toga para ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Na nota, Elena e outros procuradores dizem que Moro demonstrou “profundo e abrangente saber jurídico, sintonizado com o que há de mais moderno no enfrentamento da macrocriminalidade” nos anos em que conduziu a Lava Jato.

“Ao abrir mão das garantias e prerrogativas do cargo de Juiz para assumir o comando do Ministério da Justiça, (…) o Magistrado revela extraordinário desprendimento pessoal, em benefício do Brasil e dos interesses da sociedade”, assinalou a procuradora Elena.

Suspeição

O depoimento de Tony Garcia, apontando ilegalidades na conduta de Moro enquanto juiz, foi tomado pela juíza Gabriela Hardt, na presença da procuradora Elena, em 2021. A TV 247 veiculou a gravação no Youtube. Assista aqui.

O termo ficou engavetado por mais de 2 anos, até que o juiz Eduardo Appio assumiu a titularidade da 13ª Vara e remeteu cópias do processo ao Supremo Tribunal Federal, onde Moro detém foro privilegiado.

Ao enviar o depoimento ao STF, Appio frisou que Gabriela Hardt e a procuradora “nada fizeram” diante das declarações de Tony Garcia, ainda que os fatos narrados configurem claramente uma notícia crime.

A defesa de Garcia arguiu a suspeição de Hardt por dois motivos: ela antecipou, em alguns despachos, juízo de valor contrário ao delator, além de ter demonstrado afinidade com Moro e os procuradores da Lava Jato.

Hardt já se declarou suspeita para julgar Tony Garcia e afastou-se dos processos, mas usando outro subterfúgio: moveu uma ação por danos morais contra Garcia, após ser acusada por ele de “sentar em cima” de seu depoimento.

A nota publicada na Gazeta do Povo. Leia aqui.

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3 Comentários

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  1. Ah! eu gostei. A Dra. Elena Sem Agá sabe o que diz sobre os predicados do Moro – ““profundo e abrangente saber jurídico, sintonizado com o que há de mais moderno no enfrentamento da macrocriminalidade” MOÇO BOM – generoso e patriota – ““Ao abrir mão das garantias e prerrogativas do cargo de Juiz para assumir o comando do Ministério da Justiça, (…) o Magistrado revela extraordinário desprendimento pessoal, em benefício do Brasil e dos interesses da sociedade”.Esse povo comprou o gabarito das provas para a PGR na escolinha da conja, a Rosanja Loba, só pode.

  2. Tira a bunda de cima do depoimento do jurisdicionado, Hardt.
    “Ao abrir mão das garantias e prerrogativas do cargo de Juiz para assumir o comando do Ministério da Justiça, o $érgio Moro revelou um extraordinário apego pessoal em ocupar a vaga ora ocupada pelo Zanin. Mas o Bolsonaro não cumpriu sua promessa de indicá-lo ao STF. Em vez disso, indicou o Mendonça e o Marques. Toma, Rato!

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