Quem fala (ou escreve) também é ouvido

Dilmista, comunista, petista ladrão, pelego, monofásico, bolivariano, esquerda caviar, entre outros. Aff! Cansa? Sim, cansa, mas faz parte do jogo, Quem fala também é ouvido, como diz o velho ditado. Assim, deve estar disposto a aceitar que cada cabeça é uma peça independente de interpretação.

Se cada cabeça é um juiz podemos dizer que a cegueira não é apenas ideológica, pois também serve para construção de padrões imperceptíveis até mesmo para aqueles que, reconhecidamente, querem fazer o bem.

Mas que padrões imperceptíveis para o autor são esses? Escrevo sem medo de receber os impropérios listados no começo, mas percebi que nem todos seguem o mesmo raciocínio. A construção de padrão depende da atividade fim e, no jornalismo, o que deve pautar é a credibilidade. Até aí nenhuma novidade.

Tudo começa quando há o receio intrínseco de a credibilidade passar a ser questionada por meio de adjetivações ideológicas. Dizer que não é da oposição ou do governo da situação, que não é blogueiro sujo, nem progressista, não garante imunidade. Há cabeças demais, há juízes demais, em suma, sempre seremos considerados alguma coisa por alguns e, no caso de pessoas  públicas, por muitos.

Nessa cavalgada o que acaba restando são aqueles que nos conhecem. São eles que fazem nossa credibilidade independente de ser A ou B, assim ou assado. Contudo, para evitar tais adjetivações parece ser preciso que para falar de A o B tenha que necessariamente apanhar e vice-versa.

Nunca antes na história da opinião as conjunções adversativas, o morde e assopra estiveram tão em alta. Há um medo intrínseco em ser chamado de vermelho ou azul.  O uso de espantalhos é forma elegante de não ser colorido. Pegam-se personagens de A como pontas de lança, e cria-se a ideia generalizada que a queda de tal espantalho resolveria o contexto nebuloso nacional.

Desculpe-me, mas não acredito nisso. Os erros são cobrados como devem ser, mas é perigoso demais apostar em quedas como soluções para falta de caráter alheio. Isso eu não enulo, quem quiser que engula.

Agora vem a melhor parte. Quando a minha cabeça, meu juiz e, possivelmente, outros juízes, interpretam o conjunto a partir desse prisma, corremos o risco de sermos convidados a nos retirar e, novamente, ganhamos a pecha de “militante”. Sim, mas e daí? Essa adjetivação não causa urticária, não a mim.

Já defendi posições aqui que vão contra o pensamento da esquerda, como o fim da estabilidade no concurso público e outras coisas que, no meu entendimento, causam atraso. Nem por isso vou ficar com mimimi de ser adjetivado. Esse tipo de expediente, mandar pastar quem não concorda com capitães da rede, pensava eu, só existia naqueles associados ao detrito de mare baixa dos Civita, os quais nem vale a pena mencionar.

Infelizmente, viralizou.

Redação

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