Raio X da migração: os árabes

Chegamos aos turquinhos, que ajudaram a enriquecer a música (João Bosco, Sérgio Ricardo), a medicina (Adib Jatene, Cutait), as letras (Raduan Nassar), comércio, indústria, política, jornalismo.

Luis Nassif

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  1. A imigração como programa de governo

    Algumas etnias como italiana, alemã e japonesa foram incentivadas pelo governo a se estabelecerem no pais. Outras vieram com a cara e a coragem para iniciar a vida em terra estrangeira.

    Não se pode esquecer que os portugueses também foram imigrantes. Ora, dirão alguns, portugues foi colonizador e não imigrante! Discordo! Os que vieram nos últimos séculos vieram por sua conta e risco para tentar a vida na ex-colônia como qualquer outro imigrante. A única vantagem que possuiam era o conhecimento da lingua.

    Quero crer que exista uma profunda diferença entre as motivações do imigrante para a do refugiado de situações como, por exemplo, a guerra. Me explico: os refugiados das diversas guerras no OM estacionaram na Jordânia e jamais deram o passo maior de, por exemplo, cruzar o Oceano.

     

  2. Interior de SP

    Nasci numa pequena cidade de SP onde havia muitos imigrantes árabes, mais precisamente do Líbano e Síria, onde tem até hj uma pequena igreja Ortodoxa na cidade.

    Em conversas com pessoas antigas, qdo eu ainda era jovem, ouvi vários relatos sobre os “turcos” assim chamados pq vieram duma região dominada pelo Império Otomano turco.

    Segundo alguns relatos os árabes vieram com recursos próprios, sem abundância, interessados no pequeno comércio, creio que devido à tradição fenícia de mercadores exímios.

    Alguns traziam libras esterlinas de ouro, camufladas sob botões de casacos encapados com tecidos.

    Embora a imigração italiana fosse a mais numerosa, devido ser uma região cafeeira, os “turcos” aos poucos dominaram o comércio local.

    Tinham casas de secos e molhados, lojas de tecidos, chapelarias e vendiam combustível.

    Seus descendentes, na maioria formaram-se médicos, dentistas, advogados, enfim, tornaram-se “doutores”.

    Outros seguiram atradição mercantil da família e ergueram sólidos negócios no comércio e na indústria.

    Mas salvo alguns poucos já envelhecidos e aposentados, houve uma verdadeira diáspora rumo aos grandes centros, como SP e RJ.

    Além da Igreja Ortodoxa, semi-abandonada, restam alguns prédios decadentes no centro da cidade, alguns de notória inspiração francesa, creio que pq a França, pós o fim do Império Otomano, dominou a região onde estão hj o Líbano e a Síria.

    Tive amigos de infância “turquinhos” e me lembro dos doces maravilhosos que comia em suas casas, visto que é da tradição deles receber bem as visitas em suas casas, por mais simples que sejam.

    Há, é claro, relatos pistorescos sobre alguns costumes e idiossincrasias dalguns comerciantes, tais como gostarem muito de dinheiro, serem negociantes muito espertos e em alguns casos, maus pagadores.

    Creio que a pecha de avarentos e maus pagadores vem da capacidade que tinham de esticar pagamentos até a exaustão do credor e da necessidade de amealhar algum, visto que a prosperidade é muito valorizada entre eles.

    Mas, sem dúvida, deram uma grande contribuição ao desenvolvimento do interior de SP e na capital, e é óbvio afirmar que se destacaram na comunidade, no saber, na economia e na política.

     

     

  3. COM MUITO ORGULHO

    Com muito orgulho, sou neto de imigrante libanês (Miguel José Raslan, de saudosa memória), que asilou-se no Brasil para fugir de perseguições políticos, pois, a família, rica e influente no Líbano, lutava contra a dominação francesa. 

     

     

  4. “Nasci numa pequena cidade de
    “Nasci numa pequena cidade de SP onde havia muitos imigrantes árabes, mais precisamente do Líbano e Síria, onde tem até hj uma pequena igreja Ortodoxa na cidade.”ineteressante que nenhum deles veio da Turquia. Mas interessante é que turistando na Turquia e no comércio para turista você encontra muitos vendedores falando português. Todos passaram uma temporada no Brasil. 

  5. “Algumas etnias como

    “Algumas etnias como italiana, alemã e japonesa foram incentivadas pelo governo a se estabelecerem no pais”

    E os descendentes desses povos, sobretudo de SP e  ÉS  ficam criticando ( criticando? Somente isso?) porque o governo  do PT se preocupa em fazer uma mínima política social para diminuir a miséria e a desigualdade, tipo bolsa-família, etc.

    Fico imaginando se os ex-escravos e os despossuidos do Brasil, quando da Abolição, tivessem recebido do governo, terras, ajuda de custo, professores, assistência técnica, etc  que esses imigrantes receberam! Acho que o Brasil seria um país totalmente diferente. Como escreveu Roquete-Pinto no livro Rondônia: para os da terra fome, miséria e exploração para os de fora todo o apoio possível.

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