Jornal GGN – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura da Operação Akuanduba na manhã desta quarta-feira (19/05), citando o envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do presidente do Ibama, Eduardo Bim, servidores do órgão e empresários no contrabando de produtos florestais.
O ponto de partida para a investigação foi a apresentação de uma série de documentos pela Embaixada dos Estados Unidos: o adido do Serviço de Pesca e Vida Selvagem (FWS) norte-americano, Bryan Landry, apresentou material relacionado à apreensão de três cargas de produtos florestais no Porto de Savannah, no Estado da Geórgia, sem a respectiva documentação.
“A documentação encaminhada pela autoridade policial traz fortes indícios de um encadeamento de condutas complexas da qual teria participação autoridade com prerrogativa de foro – Ministro de Estado – , agentes públicos e pessoas jurídicas, com o claro intuito de atribuir legalidade às madeiras de origem brasileira retidas pelas autoridades norte-americanas, a revelar que as investigações possuem reflexos transnacionais”, disse Moraes em seu despacho.
Moraes também determinou que servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama – entre eles o presidente Eduardo Bim, e o assessor especial do gabinete do ministro do meio ambiente Leopoldo Penteado Butkiewicz – fossem afastados por 90 dias, por considerar que esses agentes tenham envolvimento direto com o esquema de facilitação do contrabando.
O ministro do STF ressaltou que os fatos descritos pela PF caracterizam crimes como corrupção passiva, facilitação de contrabando, prevaricação, advocacia administrativa, corrupção ativa, contrabando, crimes contra a administração ambiental, lavagem de dinheiro, integrar organização criminosa e obstrução de justiça, além da possibilidade de ‘lavagem’ de produtos florestais de outras áreas por meio do material apreendido nos EUA.
Veja abaixo a íntegra do despacho de Moraes autorizando a operação Akuanduba:
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