Sem radicalização, o tombo será da escada, por Maria Inês Nassif

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Conversa Afiada

Sem radicalização, o tombo será da escada

As forças progressistas caíram quando Dilma desmobilizou o eleitorado. A queda será de cima se houver conciliação de classe

por Maria Inês Nassif

Não é a mera vontade dos atores políticos, mas é a história que abre as portas para a ascensão (ou descenso) das forças progressistas e democráticas da sociedade. Se há um entendimento claro da História, a vontade das forças políticas é capaz de fazer a sociedade deter a marcha dos reacionários (na acepção das palavras, aqueles que reagem às mudanças), reconquistar conquistas (no atual momento, é esse o problema) e aprofundar a Democracia política e social. Se a vontade for contra a História, a força estará contra o inimigo.

Isso não é um manual comunista, mas a simples realidade num país que, em poucos anos de governos progressistas, reverteu uma História desigualdade de classes, tirou a fome do dicionário dos pobres, deu a eles perspectiva de futuro e avançou tecnologicamente em setores que seriam o grande impulso a uma economia que viveu na órbita do Imperialismo.

Isso, na verdade, é um manual de sobrevivência

Em 2015, a Presidenta Dilma Rousseff – ainda Presidenta porque foi deposta por um golpe – apenas foi eleita porque houve radicalização na base. Ela foi obrigada a falar mais alto na eleição porque, mobilizadas pelas eleições, as classes sociais que tinham muito a perder com um governo tucano radicalizaram antes. Foi a mobilização dos setores progressistas que a levaram ao Palácio do Planalto novamente. Foi a radicalização das esquerdas que deteve a tropa da direita radicalizada.

Uma vez eleita, sem maioria no Congresso e com medo do agravamento da crise econômica, Dilma desmobilizou as bases e tentou empreender um programa que atraísse a Direita. Tirou dos seus pés o único pilar que a sustentava: a mobilização popular. A direita forçou o tombo.

Falar em conciliar agora é tirar a escada dos pés do pintor que tenta dar uma nova cor ao quadro político. A Direita faz testes das chances de inúmeros candidatos capazes de polarizar com Lula na disputa, mas isso está longe de significar que os artífices e os executores do Golpe estarão rachados lá na frente, na hora que as urnas se abrirem – ou não abrirem (isso vai depender do que acontecer até lá, porque a Direita está e continuará radicalizada e jura para as classes médias que o fantasma comunista, em desuso no mundo inteiro, está à espreita).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vence; ou é proibido pela Justiça de concorrer; ou eleições não acontecem.

Esse é o quadro real para as forças progressistas se não houver radicalização do lado de cá, como há radicalização do lado de lá. Não haverá futuro para o Estado-Nação (que se dissolve nas mãos dos decretos de Temer que escancaram o Brasil para a Metrópole) e para os seus pobres (que voltam às ruas com fome, com as mãos postas para receber uma esmola e com os olhos sem esperanças).

E a radicalização é organizar bases de resistência e de conscientização. O discurso não poderia ser mais concreto: cada dia, a quadrilha que se instalou no poder suprime um direito conquistado em todo o período anterior da República.

Não é hora de falar em conciliação, simplesmente porque as classes não querem conciliar. É um chamado inglório, para quem o fizer, e desmobilizante.

Não se pode cometer duas vezes o mesmo erro em período tão curto de tempo.

Por ele, pagamos com um tombo. Agora, vamos cair da escada.

Maria Inês Nassif

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

43 Comentários

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  1. Trocando em miudos.
    “Vem

    Trocando em miudos.

    “Vem vamos embora, que esperar, não é saber…

    Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

  2. Conciliação, nunca mais !

    Lula deveria exilar todos os seus filhos e netos em Portugal e convocar o povo brasileiro para a desobediência civil.

    Honduras mais uma vez mostra ao Brasil o que os fascistas são capazes de fazer com apoio dos EUA.

    Nunca foi tão fácil conscientizar e organizar o povo como agora.

  3. o que pegou foi o fracasso da greve geral…

    parece que o trabalhador brasileiro passou a gostar dos grilhões do passado

    quando acontece, já era, ponto sem volta

  4. A meu ver, as questões

    A meu ver, as questões prioritárias que devem ser enfrentadas por um governo progressista, não esquecendo a necessidade inescapável de eleger uma bancada no Congresso que possa respaldá-las, são a revogação de todas as medidas retrógradas e entreguistas tomadas pelo usurpador, a retomada da capacidade de investimento do Estado através da diminuição robusta da taxa de juros da dívida pública, uma reforma que promova a justiça tributária, a regulação imediata da mídia com base no que já consta na Constituição e no projeto já elaborado à época do governo Lula e uma reforma política que possa incentivar a participação dos cidadãos e afastar a influência do poder econômico nas eleições.
    Além disso, é urgente iniciar uma discussão sobre a estrutura, o funcionamento e a composição do Poder Judiciário. Como está, não há segurança alguma sobre as garantias e os direitos individuais e sobre a sobrevivência do próprio regime democrático.

    Está bom ou é preciso radicalizar mais? É possível?

  5. Ou dá,ou desce!

    E não adianta falar em união das esquerdas neste momento. Pra orbitar em torno de um Lula conciliador, não dá. Acho que, ao tentar costurar com os golpistas, como fez com Renan, Lula joga o eleitorado nos braços de qualquer aventureiro. Inclusive o Bolsonaro. A autora foi perfeita ao elucidar a facilidade em se interromper a vitória de Lula, caso este não arremate para si a credibilidade de um governo de ruptura com o golpe e seus resultados. Ele ganha, mas não leva. E se quiser evitar mais um golpe, vai ter de, literalmente, por a mão na massa: deixar de lado a estratégia de um pé em cada canoa, arregimentar as forças populares para além das organizações e da militância. Será preciso o povo, desarticulado, porém ciente de suas perdas atuais, para contrapor-se a uma nova onda fascista de produção de crise e de argumentos para a sua saída. Mas, para isto, é preciso ter um governo pra defender. Fazer como a Dilma é repetir o erro.

    Acho muito bom que os outros partidos estejam dispostos a fazer o contraponto ao lulinha pavamô neste momento. O esforço de se organizar contrariamente ao lulismo pelo lado esquerdo da política equilibra um pouco as na luta política, comletamente anulada pela unanimidade lulista. A esquerda está voltando ao jogo e Lula terá de ceder. Ou isto, ou sua vitória também não mudará nada.

  6. Tudo bem: a saída POLÍTICA  é

    Tudo bem: a saída POLÍTICA  é radicalizar através da organização de bases de resistência e conscientização. Mas radicalizar quando, onde, como? Resistir é optar pela “guerra” de trincheira que busca apenas resguardar posições. Se não houver movimento subsequente teremos o impasse. Isso num cenário otimista no qual as ditas Esquerdas consigam, se não se unir, pelo menos estabelecer uma trégua na guerra interminável e intragável de protagonismos e esquerdismos. 

    Entretanto, mesmo alcançada essa difícil sinergia política, acredito que ainda estaremos longe, muito longe de sairmos da defensiva. Isso porque em nenhum momento da nossa história uma crise conjura tantos óbices com vista a um desenlace: economia fragilizada, tecido social esgarçado, estamento político desmoralizado e instituições desacreditadas. Dessas últimas, a novidade é o Judiciário, instância que historicamente se maculou pela omissão, hoje, agrega mais um viés: o político-ideológico. 

    Está aí traçado um cenário verdadeiramente infernal que suscita um questionamento básico: como enfrentar um inimigo dessa natureza sem quebrar a institucionalidade tão cara a uma nação que se quer civilizada? 

    Fosse o problema só político, seria facílimo. A eventual condenação e consequente interdição legal de Lula se transforma, nesse sentido, no busílis de toda a questão. 

  7. Discordar do artigo de Maria

    Discordar do artigo de Maria Inês é impossível. É mais do que um artigo jornalístico, pois há incluso nele uma foto escancarada da realidade que tem teimado em afundar até uma profundidade até agora desconhecida, portanto inalcançável. A realidade de hoje não comporta nenhuma comparação com períodos eleitorais passados. Não se parece em nada com Lula presidente em 2002. “Lula lá!”  parece um caminho interditado por toneladas de pedras. O golpe contra Dilma, ou melhor, contra o país, veio numa hora muito ruim, pegando todos no contra-pé. Alguns sabiam que o Judiciário era um lixão, mas dava a impressão de que ainda poderia mostrar alguma altivez. Grave engano. Com raras exceções, mostrou-se mais fétido do que uma poço de merda. Continuar confiando no Judiciário é como meter a cabeça contra um paredão. Basta atentar para as declarações públicas da presidente Carminha, a cara de galinha caipira ciscando no terreiro. O país titanic submergindo e a Constituição Federal de 1988 sendo pisoteada e rasgada por garras de aves de rapina. E Carminha, muito esperta, catando milho e minhoca!

    Só falta a gota d’água.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=cUSXdx05Yeo%5D

  8. Resistir..

    Resistir só não basta.

    Algumas iniciativas devem ser tomadas.

    Estão queimando as caravelas com essas reformas e entregas de patrimônio público.

    Rasgaram a Constituição. O Direito está nas mãos de homens sem nenhum escrúpulo.

    Não irão largar o osso.

    É necessário se despojar de certas vaidades na tentativa de união entre organizações civis.

    Ainda não vencemos no sentido de mostrar ao país a catástrofe que se aproxima, com

    o aprofundamento do golpe. Mas o sentimento da população, sem elaborar racionalmente os acontecimentos,

    é de revolta com tudo que ocorre.

    As frentes sindicais precisam abdicar de “certezas” para unificar a luta. 

    O que nos une é muito maior do que nos separa.

    A OAB deve perceber seu equívoco ao constatar que a Lava Jato (sem transparência) está fracassando e

    deixar a inércia de lado, apoiando quem mais perde, o povo.

    A Igreja Católica voltou com pronunciamentos fortes contra essas reformas.

    Honduras nos ensina uma lição, ir para as ruas para defender nossa soberania.

    Em 2018 não entregarão fácil. Se perderem as eleições, viram a mesa.

    Coordenação de movimentos entre as organizações.

    É o caminho.

     

  9. Esse é o ponto. E a

    Esse é o ponto. E a radicalização é na atitude, afinal, já tem o que mostrar de quando governou. Aquela conversa de 2002, de que o semianalfabeto iria escangalhar tudo, só não foi melhor superada por falta da atitude adequada, ou seja, chamar essa direita boçal golpista de imbecil pra baixo.

    “Debate” com Boçalnaro, Doria, Alckmin, Bonner, Waack?! É pra tratar de imbecil pra baixo; “falem aí o que quiserem pois eu vou me dirigir ao eleitor civilizado”… E usa o tempo que estiver disponível falando serm olhar na cara dessa gente.

    E por aí vai…

    Não precisa gritar, é só ter atitude.

    Chega de passar recibo de que está tratando com gente civilizada ou com uma suposta “direita bem pensante”. Isso simplesmente não existe (se é que um dia existiu).

    Se ficarem de “cavalheirismo”, vão tomar surra pelados no meio da rua.

  10. Nós não precisamos de

    Nós não precisamos de radicais e nem de extremistas, na verdade estamos fartos dessa radicalização tosca e caricata. Essa articial contraposição de falsas opções, de saturação ideológica. Diversionismo com o qual se quer desviar a atenção para os reais problemas da sociedade brasileira. Quem apostou no caos, na subversão, na política de terra devastada foram nossas plutocracias, lideradas pela Grande Imprensa e por uma máfia política incapaz de conviver e acatar os resultados de nossa democracia, mesmo essa nossa franzina e Severina. 

    Nós queremos é a ordem democrática de volta, reestabelecida, queremos que se respeitem as maiorias democráticas, que se acate o resultado das eleições, queremos que o consenso expresso nas urnas sejam respeitados, mesmo porque não queremos impedir o dissenso. Não queremos que se criminalize a política, que se justicialize a política, que as eleições sejam resolvidas em tribunais, que os tribunais corrijam a soberania popular, como uma espécie de voto de cabresto no atacado. Queremos que a política se faça através dos partidos, que os partidos também se democratizem, que aumente a participação e que os candidatos sejam eleitos em prévias evitando o caciquismo.

    Estamos saturados com essa sanha moralista intresseira e interessada, falsa e seletiva. Essa loucura tem que ser definitivamente superada. Se a plutocracia continuar nesse caminho sem saída esse país vai explodir em uma guerra civil que como um golpe de estado sabe-se como começa mas não se sabe onde vai terminar e como vai terminar. Esse não é o caminho que nosso povo quer e merece.

  11. Sem radicalização, o tombo será da escada, por Maria Inês Nassif

    -> Se a vontade for contra a História, a força estará contra o inimigo.

    podemos ter certeza de não termos a menor certeza se iremos ou não superar a situação atual no Brasil. porém, podemos ter toda a certeza: caso consigamos superar, seremos outra sociedade e outro país.

    devemos ser todos predestinados, para vivermos momento tão decisivo. como estar a altura do que a própria vida nos exige?

    é um tempo de radicalização, por toda parte. no Brasil, no Oriente Médio, nos EUA, no Pacífico. um perigoso tempo também de radicalização da mudança climática.

    nosso maior inimigo é nossa forma de viver. a mudança terá que ser por completo. por enquanto, 2018 continua um ano longe demais.

    O anjo da história tem agora seu rosto voltado para o futuro. Ele gostaria de deter-se para sacudir os vivos e juntar os escombros. Mas uma tempestade sopra do inferno, vinda do futuro, e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para trás em direção a um passado imaginário, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu..

     

    .

     

     

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  12. Maria Ines nao e so uma
    Maria Ines nao e so uma grande articulista,tambem uma grande estrategista.Ao campo progressista so resta uma unica saida,uma so alternativa:Radicalizar.Esse mesmo pensamento norteia o artigo de outro gigante do jornalismo,Joaquim Xavier.A proposito coloquei em um comentario que fiz mais cedo,onde ele enfatizava exatamente isso.Conciliar com quem?Com uma quadrilha,uma mafia encastelada no seio de poder?Com os bandidos vestidos de toga,vide STF,PGR,TSE,STJ,TRF’S,e Instancias outras?Um Congresso dominando por facinoras e assaltantes de diligencias?Com uma midia sedenta de sangue,pagadora e recebedora de propinas?Ora,nao ha porque e com quem conceliar.Ze Dirceu fala na criacao de comites em defesa da candidatura de Lula.Pode ser um bom.comeco.E que se faca urgentimente,sob pena de sermos esmagados como baratas saltitantes.

    1. rs……………vontade quase irresistível

      de acariciar alguns desses canalhas com meus cílios no scope………………………………..

      [[[ vai com Deus traidor fdp…ele pode gostar de você, mas eu não ]]]

      só a brincar

  13. Reflexão da prof. Chaui, bússola
    Uma contribuição indispensável para essa reflexão é o texto da professora Marilena Chaui publicado no blogue Nocaute. Se confirma o que já era claro pra mim como leiga observadora que a disputa fundamental agora é pela conscientização popular sobre sua condição social num cenário de crise ambiental aguda que pode lhe favorecer a compreensão do que está em jogo porque num vocabulário que a maioria conhece – a relação de proximidade com a natureza pela própria condição de precariedade social e a experiência de escassez dos recursos e produtos naturais, da água ao pão, ao arroz e ao feijão.

    A rejeição precoce de Vanglória – ou gestor da escória – é um exemplo de que a propaganda não resiste à fila da UBS sem remédio, da creche e da escola sem merenda e transporte, do desrespeito aos mais excluídos entre os pobres: o povo, confuso e que se ilude com espelhinhos, ouro de tolo e canto da sereia a serviço dos piratas, ainda tem coração e é este que está em disputa para capturar suas mentes, bolsos furados e votos, não como sede dos sentimentos mas porque o motor do seu senso e nível de humanidade.
    Também ressalto do texto a importância das eleições legislativas e de ação tática diante das estratégias sorrateiras do PSDB e sua aliança conservadora neopentecostal – e eu acrescento, da igreja católica à direita, todos unidos com as bandeiras retrógradas contra as liberdades civis e direitos de grupos sociais marginalizados em luta por direitos e espaço político: mulheres, LGBTQs, negr@s, índi@s e quilombol@s, pobres e excluídos em geral.

    Reproduzo abaixo o referido texto que é como um mapa do campo minado cartografado por uma das mais sagazes mentes progressistas do país. Elementos gráficos omitidos.

    DO BLOGUE NOCAUTE

    “Exclusivo: Marilena Chaui fala da Nova Classe Trabalhadora

    No início desta semana a filósofa Marilena Chaui foi convidada, juntamente com o ex-chanceler Celso Amorim, para fazer uma exposição para lideranças sociais e populares de esquerda em São Paulo. A pedido de Nocaute, a professora autorizou a publicação dos apontamentos que orientaram sua fala. A eles, Marilena Chaui acrescentou um texto adicional sobre a classe trabalhadora e a classe média.

    Por Nocaute em 05 de dezembro às 18p1

    Apontamentos sobre a Nova Classe Trabalhadora

    Marilena Chaui*

    (Dezembro de 2017)

    Tópicos sobre a conjuntura

    Vocês verão que não fiz menção à economia porque sou totalmente ignorante nisso. Dei ênfase à política e à ideologia. Para facilitar a exposição e torná-la mais enxuta, fiz alguns tópicos com a finalidade de abrir o debate. No final, coloquei um texto mais longo sobre a nova classe trabalhadora e sobre a classe média (e que lerei para ir mais rápido).

    1. Desinstitucionalização da República

    – Interferência recíproca dos três poderes; nenhum com autonomia e nenhum com hegemonia [a expressão “judicialização da política” não recobre realmente o que se passa, pois não há hegemonia do judiciário].

    – Finalidade: desmonte do Estado – sob a aparência de moralizar a política, realiza-se a desmoralização do Estado

    – Instrumento: Operação Lava Jato

    2. Desmonte neoliberal do Estado

    – O aparecimento da figura do governante como gestor: a empresa privada se torna o modelo da política; donde a privatização dos direitos sociais transformados em serviços privados que se compra e vende no mercado {Prova: os 50 projetos de lei contra todos os direitos sociais]

    – As ações públicas assumem a forma militar de operações, isto é, ações pontuais ou circunscritas e de curta duração [O modelo adotado no Brasil se inspira no novo formato da política imperialista dos USA: em lugar da tomada de um país como colônia, têm-se a ocupação militar e econômica de um território delimitado no espaço e por um prazo limitado. Isto é, feita a exploração econômica, o território devastado é abandonado].

    Exemplos de operações em curso no Brasil:

    Lava a Jato

    Governo Temer (do qual se diz que “tem prazo de validade”, como toda operação)

    Cortes nos orçamentos dos projetos militares de ponta; Base de Alcântara

    Destruição da Petrobrás como empresa estatal

    Repentino conflito com a OMC em programas de autonomia econômica e tecnológica.

    Etc. A lista é grande porque é a marca registrada do política neste momento.

    3. Cenário eleitoral

    – A função de Aloysio Nunes (sob aparente oposição de uma parte do PSDB) é garantir o processo político neoliberal posto em andamento por Temer de maneira a garantir um solo seguro para o projeto de governo do PSDB [ver o projeto e programa, escrito por Bolívar Lamounier e Edmar Bacha, sob a orientação de Meirelles]. Aposta do PSDB: a polarização entre esquerda e extrema direita resultará em voto de centro. Modelo de campanha eleitoral do PSDB: Macron (França) e Trump (USA).

    – PSDB e evangélicos: preparam a hegemonia no congresso (maioria na Câmara e no Senado), que será essencial em vista do sistema partidário que impede que o eleito para o poder executivo tenha maioria no parlamento, sendo forçado à negociação e, como vimos com o golpe, podendo ser impedido de governar

    – A polarização difundida pela mídia constrói três pólos igualmente problemáticos porque se colocam contra a política propriamente dita: Lula como salvador popular; Bolsonaro como portador da ordem e da segurança; Alckmin como gestor competente;

    – Riscos: a) não haver eleições; b) a condenação de Lula sair em agosto ou setembro; c) a esperança popular em Lula como um salvador não pode ser frustrada pela ruína que ele encontrará e pela possível hegemonia do congresso pelo PSDB e evangélicos, que tentarão impedi-lo de governar.

    4. Ideologia

    A nova classe trabalhadora brasileira

    Pesquisas e análises mostram que, graças aos governos do PT, houve uma mudança profunda na composição da sociedade brasileira, em decorrência dos programas governamentais de transferência da renda, inclusão social e erradicação da pobreza, à política econômica de emprego e de elevação do salário mínimo, à recuperação de parte dos direitos sociais das classes populares (sobretudo relativos a alimentação, saúde, educação e moradia), à articulação entre esses programas e o princípio do desenvolvimento sustentável e aos primeiros passos de uma reforma agrária que permitiria às populações do campo não recorrer à migração forçada em direção aos centros urbanos.

    De modo geral, utilizando a classificação dos institutos de pesquisa de mercado (marketing) e da sociologia norte-americana, costuma-se organizar a sociedade numa pirâmide dividida em classes designadas como A, B, C, D e E. Os critérios para essa divisão são a renda, a propriedade de bens imóveis e móveis, a escolaridade, a ocupação ou profissão exercida e o padrão de consumo. Por esses critérios, chegou-se à conclusão de que, entre 2003 e 2015, as classes D e E diminuíram consideravelmente, passando de 96,2 milhões de pessoas para 63,5 milhões. No topo da pirâmide, houve crescimento das classes A e B, que passaram de 13,3 milhões de pessoas para 22,5 milhões. Mas a expansão verdadeiramente espetacular ocorreu na classe C, que passou de 65,8 milhões de pessoas para 105,4 milhões. Essa expansão levou à afirmação de que a classe média brasileira cresceu, ou melhor: de que teria surgido uma nova classe média no país. [Evidentemente, esses números devem ter sofrido enorme mudança no correr de 2017, mas não tenho dados].

    Pensamos, entretanto, que a novidade não é esta e sim que há no Brasil uma nova classe trabalhadora, cuja composição, forma de inserção econômica e social, formas de expressão pública e de consciência permanecem ainda muito difíceis de apreender e compreender, mesmo com o auxílio do conceito de Paul Singer de sub-proletariado ou o de precariado, proposto por alguns cientistas sociais.

    Nossa afirmação sobre a existência de uma nova classe trabalhadora se baseia numa outra maneira de definir uma classe social.

    Tomemos um exemplo que ajudará a compreender o que queremos dizer. Se, numa aula de matemática, perguntarmos a um aluno do Ensino Médio o que é um círculo ele responderá: é a figura geométrica na qual todos os pontos são eqüidistantes do centro. Ora, um matemático explicará que isso é a apresentação de uma característica do círculo, e não a definição do círculo. Por quê? Uma definição só nos diz o que uma coisa é se nos mostrar a causa que faz com essa coisa exista e seja como é. Assim, a verdadeira definição do círculo é: a figura geométrica produzida pelo movimento de um semi-eixo ao redor de um centro fixo.

    Da mesma maneira, definir uma classe social por renda, profissão, escolaridade e consumo não a define, mas apenas apresenta características que ela possui. Definir uma classe social exige que encontremos a causa que a faz existir. A causa da existência de uma classe social é a forma da propriedade e a maneira como ela se insere no sistema produtivo de uma sociedade.

    No modo de produção capitalista, a propriedade privada dos meios sociais de produção (capital produtivo e capital financeiro) é a causa que define a classe dominante; por sua vez, a classe trabalhadora é definida pela propriedade da força de trabalho, vendida e comprada sob a forma de salário. Entre os dois pólos que definem o núcleo central do modo de produção capitalista, existe uma classe social que não é proprietária privada dos meios sociais de produção nem da força de trabalho que produz capital, e se define como proprietária privada de bens móveis e imóveis, situando-se nas profissões liberais, na burocracia estatal (ou no funcionalismo dos serviços públicos), na pequena propriedade fundiária e no pequeno comércio.

    Dessa maneira, no caso do Brasil, se considerarmos as pesquisas que mencionamos e os números que elas apresentam relativos à diminuição e ao aumento do contingente demográfico nas três classes sociais e se, por outro lado, levarmos em conta as grandes transformações do modo de produção capitalista com o neoliberalismo e a globalização, poderemos formular algumas ideias sobre nossas classes sociais e, particularmente, sobre a nova classe trabalhadora:

    1. Os projetos e programas de transferência de renda e garantia de direitos sociais (educação, saúde, moradia, alimentação) e econômicos (Bolsa Família; aumento real do salário mínimo; políticas de emprego; salário-desemprego; reforma agrária; cooperativas de economia solidária etc.) indicam que o que cresceu no Brasil foi a classe trabalhadora, cuja composição é complexa, heterogênea e não se limita aos operários industriais e agrícolas “tradicionais”;

    2. O critério dos serviços como definidor da classe média não se aplica a todos os serviços, pois, com a desativação do modelo de produção industrial de tipo fordista, grande parte dos serviços que faziam parte da planta industrial foram terceirizados, mas continuam articulados à produção industrial e são dela um ramo, embora pareçam ser empresas autônomas; além disso, as condições tecnológicas exigidas por esses serviços indicam que o mero critério da escolaridade não pode servir para colocar esses trabalhadores como membros da classe média;

    3. O critério da profissão liberal também se tornou problemático para definir a classe média, uma vez que a nova forma do capital levou à formação e à ampliação de empresas de saúde, advocacia, educação, comunicação, alimentação etc., de maneira que seus componentes se dividem entre proprietários privados e assalariados e estes, apesar de seus diplomas de escolaridade, sua renda e sua forma de consumo, devem ser considerados forças produtivas assalariadas e, portanto, colocados na nova classe trabalhadora mundial;

    4. A figura da pequena propriedade familiar também não é critério para definir a classe média, porque a economia neoliberal, ao fragmentar e terceirizar o trabalho produtivo em milhares de micro-empresas (grande parte delas familiares) dependentes do capital transnacional, transformou esses pequenos empresários em força produtiva que, juntamente com os prestadores individuais de serviços (seja na condição de trabalhadores “precários”, seja na condição de trabalhadores informais), é dirigida e dominada pelos oligopólios multinacionais; em suma, os transformou numa parte da nova classe trabalhadora mundial.

    Restaram, portanto, como espaços para alocar a classe média, as burocracias estatal e empresarial, os serviços públicos, a pequena propriedade fundiária, o pequeno comércio não filiado às grandes redes de oligopólios transnacionais e os profissionais liberais ainda não assalariados. No Brasil, essa classe se beneficiou com as políticas econômicas dos governos petistas, cresceu e prosperou, mas, conforme as pesquisas mencionadas, não no mesmo grau nem na mesma intensidade que a classe trabalhadora.

    O que sabemos efetivamente dessa nova classe trabalhadora?

    Assim, quando dizemos que se trata de uma nova classe trabalhadora, consideramos que a novidade não se encontra apenas nos efeitos das políticas sociais e econômicas dos governos petistas, mas também nos dois elementos trazidos pelo neoliberalismo, quais sejam: de um lado, a fragmentação, terceirização e precarização do trabalho e, de outro, a incorporação à classe trabalhadora de segmentos sociais que, nas formas anteriores do capitalismo, teriam pertencido à classe média.

    Donde uma pergunta: o que sabemos efetivamente dessa nova classe trabalhadora? Resposta: quase nada.

    Uma classe social não é um dado fixo, definido apenas pelas determinações econômicas, mas um sujeito social, político, moral e cultural que age, se constitui, interpreta a si mesma e se transforma por meio da luta de classes. Ela é uma práxis, um fazer histórico. Se é nisso que reside a possibilidade transformadora da classe trabalhadora, é nisso também que reside a possibilidade do ocultamento de seu ser verdadeiro e o risco de sua absorção ideológica pela classe dominante, sendo o primeiro sinal desse risco justamente a difusão de que há uma nova classe média no Brasil. E é exatamente por isso também que a classe média coloca uma questão política de enorme relevância para nós, como atesta sua participação majoritária nas manifestações de 2016 em favor do golpe do Estado.

    Estando fora do núcleo econômico definidor do capitalismo, a classe média encontra-se também fora do núcleo do poder político: ela não detém o poder do Estado (que pertence à classe dominante) nem o poder social da classe trabalhadora organizada. Isso a coloca numa posição que a define não somente por sua posição econômica e política, mas também e sobretudo por seu lugar ideológico – e este tende a ser contraditório.

    De fato, essa contradição se explica pela posição da classe média no sistema social, posição que a faz ser fragmentada, raramente encontrando um interesse comum que a unifique. Todavia, certos setores – como é o caso, por exemplo, de estudantes, professores, setores do funcionalismo público, intelectuais, lideranças religiosas – tendem a ser organizar e a se opor à classe dominante em nome da justiça social, colocando-se na defesa dos interesses e direitos dos excluídos, dos espoliados, dos oprimidos; numa palavra, tendem para a esquerda e, via de regra, para a extrema esquerda e o voluntarismo. No entanto, essa configuração é contrabalançada por outra, exatamente oposta. Fragmentada, perpassada pelo individualismo competitivo, desprovida de um referencial social e econômico sólido e claro, a classe média tende a vivenciar a experiência de um tempo descontínuo, volátil e efêmero e procura, por meio do imaginário da ordem e da segurança, algo que introduziria permanência temporal e espacial.

    O sonho e o pesadelo da classe média

    Esse desejo e ordem e segurança também surge porque, em decorrência de sua fragmentação e de sua instabilidade, o imaginário da classe média é povoado por um sonho e por um pesadelo: seu sonho é tornar-se parte da classe dominante; seu pesadelo, tornar-se proletária. Para que o sonho se realize e o pesadelo não se concretize, é preciso ordem e segurança. Isso torna a classe média ideologicamente conservadora e reacionária, e seu papel social e político é assegurar a hegemonia ideológica da classe dominante. No caso do Brasil, o sonho (e o pesadelo) se exprime pela busca de prestígio e de signos de prestígio, como por exemplo, os diplomas e os títulos vindos das profissões liberais, e pelo consumo de serviços e objetos indicadores de autoridade, riqueza, abundância, ascensão social – o apartamento no “bairro nobre” com quatro “suítes”, o carro importado, a roupa de marca, o número de serviçais etc. Em outras palavras, o consumo lhe aparece como ascensão social em direção à classe dominante e como distância intransponível entre ela e a classe trabalhadora.

    No caso da classe média brasileira, também não podemos deixar de mencionar, além das características gerais dessa classe, que ela é determinada pela estrutura autoritária da sociedade brasileira, marcada pelo predomínio do espaço privado sobre o espaço público e fortemente hierarquizada em todos os seus aspectos: em nossa sociedade, as relações sociais e intersubjetivas são sempre realizadas como relação entre um superior, que manda, e um inferior, que obedece; as diferenças e assimetrias são sempre transformadas em desigualdades que reforçam a relação mando-obediência, e as desigualdades são naturalizadas, reforçando preconceitos e exclusões. As relações entre os que se julgam iguais são de “parentesco”, isto é, de cumplicidade; e com os que são vistos como desiguais, o relacionamento toma a forma do favor, da clientela, da tutela ou da cooptação; quando a desigualdade é muito marcada, assume a forma da opressão, de sorte que a divisão social das classes é sobre-determinada pela polarização entre a carência (das classes populares) e o privilégio (da classe dominante).

    A classe média brasileira não só incorpora e propaga ideologicamente as formas autoritárias das relações sociais, como também incorpora e propaga a naturalização e valorização positiva da fragmentação e dispersão socioeconômica, trazidas pela economia neoliberal e defendidas ideologicamente pelo estímulo ao individualismo competitivo agressivo e ao sucesso a qualquer preço por meio da astúcia para operar com os procedimentos do mercado, embora dê aparência de alta moralidade, chamando a competição individualista agressiva e o sucesso com o nome de meritocracia.

    E é nisto que reside o problema da absorção ideológica da nova classe trabalhadora brasileira pelo imaginário de classe média, absorção que atualmente, no Brasil, se manifesta na disputa entre duas formulações ideológicas que enfatizam a individualidade bem-sucedida: a “teologia da prosperidade”, do pentecostalismo, e a “ideologia do empreendorismo”, da classe média neoliberal, ou o célebre “empresário de si mesmo”. Em outras palavras, visto que a nova classe trabalhadora brasileira se constituiu no interior do momento neoliberal do capitalismo, nada impede que, não tendo ainda criado formas de organização e de expressão pública, ela se torne propensa a aderir ao individualismo competitivo e agressivo difundido pela classe média. E ela própria é levada a acreditar que faz parte de uma nova classe média brasileira.

    Essa crença é reforçada por sua entrada no consumo de massa. De fato, Esta, por sua vez, ao ter acesso ao consumo de massa, tende a tomar esse imaginário por realidade e a aderir a ele.

    Donde uma nova pergunta: se, pelas condições atuais de sua formação, a nova classe trabalhadora brasileira está cercada por todos os lados pelos valores e símbolos neoliberais difundidos pela classe média, como desatar esse nó?

    (*) Professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, Marilena Chaui é especialista na obra de Baruch Espinoza. É considerada a filósofa mais importante do Brasil.

    © 2016 • Nocaute • O blog do Fernando Morais”

    http://www.nocaute.blog.br/brasil/exclusivo-marilena-chaui-fala-da-nova-classe-trabalhadora.html

    SP, 05/12/2017 – 22:32

  14. não há nada de política no que está acontecendo…

    portanto, ao meu ver, não é com política que vamos sair dessa,

    dessa pilhagem direta das nossas riquezas e de praticamente todos os nossos direitos e garantias

    Nossa Constituição virou piada para os que monitoram o mercado,

    que a ela se referem com uma ousadia nunca vista, nem na época dos milicos:

    …o livro das regras morreu, vida longa ao livro das regras…

    viva o Temer, viva o Moro e viva o STF

  15. PSOL com Boulos pode ser a solução para radicalização

    A radicalização pede algo mais à esquerda que o Lula, que já acenou com perdão e apoio aos golpistas. A radicalização pede uma força mais à esquerda que o PT, que tem andado de mãos dadas com oligarquia empresarial brasileira.

    A ação radical clama por líderes mais radicais e partidos mais radicais. PSOL e Boulos podem ser a solução!

  16. O interclassismo pode ser coisas muito diferentes

    È verdade mas nesse momento nem em Brasil nem em outros paises è viavel uma verdadeira consciencia e acçao politica autonoma que seja só das classes populares.

    Nao precisa atraer a direita mas è necessario envolver na luta a fraçao “critica” da burguesia (como a chama Jessé Souza)

    A classe media quer manter seus privilegios de vassalo mas em troca tem que aceitar o papel de cao de guarda das oligarquias contra as reivendicaçoes de emancipaçao das classes populares.

    No entanto quando por meio da colaboraçao das classes medias, as oligarquias chegan a destruir os sindacatos e a subjectividade politica nascente do “proletariato”, neste mesmo momento a funçao de cao de guarda das classes medias cessa de ser funcional ao poder.

    Aí inevitalmente começa o ataque das oligarquias contra as mesmas classes medias come voceis brasileiros estan experimentando com o governo golpista de Temer.

    È entao fundamental chegar à sensibilizaçao da parte da classe media em grau de entender as implicaçoes desta contingencia historica (a classe medio burgues critica).

    A classe media si quer se salvar tem que recorrer ao povo tornando se burguesia nacional em nome de um novo pacto social, novas relaçoes entre as classes e sobretudo aceitar uma mobilidade social muito (muito) maior o que è aunica promesa que possua o poder de convencer e mobilizar trabalhadores e “ralé”.

    Se a burguesia de classe media nao aceitar este sacrificio o seu destino de progressiva proletarizaçao por manos da élite è ja traçado

     

     

  17. A sociedade brasileira

    A sociedade brasileira precisa de confronto. Só na luta o povo brasileiro marcará sua posição e fará a sua história. Essa cordialidade, esses acertos são balelas pra tudo continuar como esta e o povo continuar a margem das decisões que nascerão nos gabinetes, e com certeza absoluta, nos escritórios das grandes corporações financeiras. 

    E daqui a 10 anos teremos mais um golpe porque o acerto foi entre caciques e coronéis, não com lideranças populares.

    1. Perfeito!

      Vera, perfeito e preciso o seu comentário, em um momento ou em outro será preciso o confronto, o enfrentamentos e estapode ser a hora!

  18. Sonhar é bom, Mas…

    Radicalizaçao só com força para isso, ou será um massacre. SE conseguirmos mobilizaçao popular grande — e nao pode ser só na base de discursos para isso ANTES que a mobilizaçao realmente aconteça — até é possível radicalizar. Mas nao na base dos delírios psoletes, para marcar diferença. Pimenta nos olhos dos outros pode até ser refresco, mas nao será nos dos outros nao, será nos nossos.

    1. Analu se teve alguém que
      Analu se teve alguém que desaprendeu tudo foi você.Ate seu nome está totalmente em desacordo com suas mais recentes posições.Crivellou de vez.Cruzes.

  19. É perdoar pra ganhar votos e Conquistar p/ ter defensores na rua

    Acredito que o Lula quer que parte dos coxinhas votem no candidato de esquerda dele e esta conciliação pode ser necessária para ganhar as eleiçoes presidenciais, e quem sabe eleger + politicos no legislativo. Eu lembro de um monte de analista dizendo que o Lula só ganhou a eleição pra presidente quando atraiu as pessoas de centro.

    Lembrando a insatisfação das pessoas de centro e esquerda contra os problemas brasileiros que foi fomentada e distorcida pela midia da direita (botando a culpando de tudo na esquerda) foi essencial pro Haddad perder em SP e não haver grandes manifestações contra a derrubada da Dilma. Então, conciliar e perdoar é essencial pra conseguir de volta as pessoas que apoiavam a esquerda.

    Sem boas propostas/bandeiras, que até agora não ví, Lula ou seu candidato não conseguem eleitores da direita e do centro p/ vençer as eleições. Propor o fim de tanta indicação politica no executivo federal, que os congressistas da esquerda façam que o CNJ tenha a maioria composta por juristas, pois atualmente os juizes são maioria e corporativistas para pagamentos (quantos PMs, professores e etc tem esses auxilios?); e inumeras outras essenciais pra resolver os verdadeiros problemas do Brasil que a grande midia e nenhum politico sequer diz.

    Ai, então, se o Lula (ou outro) engajar-se p/ cumprir o prometido (diferente da Dilma no 2º mandato), devemos conquistar apoio popular e ter o engajamento da esquerda nas ruas, no caso de milhões de insatisfeitos da direita quiserem derrubar, novamente, qualquer candidato eleito pela esquerda que discordem sem motivo razoavel.

    *Aparecendo 1 motivo razoável, como uma conta na suiça ou gravação que o Lula é corrupto, quem sabe eu até me junte ao movimento deles p/ derruba-lo. rsrs

  20. Concordamos.
    Como?
    Na prática

    Concordamos.

    Como?

    Na prática e no real, como?

    As ruas:

    “Sabe que estão entregando a Petrobras?” “É mesmo?”

    “Viu o depoimento do Tacla Durán na cpi?” “Héin?”

    “Viu o povo na rua na Caravana do Lula no Nordeste? “Tô sabendo não.”

    “Sabe que ninguém mais vai conseguir se aposentar?” “Que isso, tá doido?”

    Ninguém sabe de nada nas ruas, só uns raros.

    Quantos seguem o antagonista, a jovem Pan, a rede esgoto, o villa, a hasselman, a porta dos fundos…?

    E quantos aqui no GGN, no DCM, Tijolaço, O Cafezinho…?

    Concordamos. Quem concordamos? Algumas centenas aqui dos blogs sujos?

    Não é pessimismo ou fatalismo, é a realidade.

    Enquanto não for furado o bloqueio do discurso hegemônico da grande mídia, principalmente a rede esgoto da famiglia marinho, o resultado de qualquer ação será ínfimo, de curto alcance, e o pior, pode ter um efeito negativo, contrário ao desejado, no sentido de desestimular pelo acúmulo de fracassos. Açóes mais “incisivas”, tendo ainda essa mídia o poder de ditar, esconder e falsear a realidade, fatalmente serão contraproducentes, um presente nas mãos dos formadores de opinião; não se pode perder de vista o fato de que a imensa maioria das pessoas tem como verdade inquestionável aquilo que vê na TV e lê nos jornais e revistas.

    Nessa guerra, a que estamos travando no nosso País, a primeira batalha a ser vencida é trespassar essa muralha de concreto do discurso da grande mídia, para só a partir daí avançar com a massa encorpada por alguns milhões, porque o inimigo, não a gangue que tomou Brasília, é poderoso e muito cruel, já mostrou a maldade sem par da qual é capaz nos povos e países que conquistou e destruiu.

    Sem isso, será uma carnficina, sangue em vão derramado nas calçadas, não vai passar na TV.

  21. Não concordo

    A radicalização teve dezenas de oportunidades para manifestar-se, para parar o golpe, para impedir a PEC dos gastos, para barrar a reforma trabalhista, para apoiar o impeachment do Temer e etc., mas nada disso aconteceu. Acabou a hora da radicalização, agora é a hora do voto na urna.

    A radicalização, ao contrário do que este artigo indica, não apenas mostrou-se fraca ou inexistente na época em que foi necessária, mas, agora, faltando pouco para a nova eleição, é prejudicial para as forças progressistas, pois a mídia tergiversa e se encarrega com isso de afastar eleitores, por motivos secundários.

    A hora é de consciência, de esperança, de expectativas, de vencer rejeição de muitos desavisados ou alienados pela mídia, de trazer de volta os apoiadores que Lula teve nos seus primeiros mandatos, a hora do “recall”. A radicalização deverá ser feita de outra forma, nos atos governamentais, já com a faixa presidencial no peito e com apoio parlamentar, com o referendo revogatório, com o fim da concessão da rede Globo e muitas outras ações, que hoje, antes da urna, apenas servem para dar munição ao inimigo e perder votos gratuitamente.

    1. Eleições?

      Alexis,

      Você acredita mesmo que as eleições de 2018 podem recolocar as forças progressistas no poder? Você acredita que com um judiciário totalmente contaminado e de conluio com os “reacionários”, com uma imprensa golpista, manipuladora, comprometida com o seu enriquecimento e bem-estar, assim como também com de outros poucos, nós teremos eleições livres? Você acredita que Lula não será impedido de concorrer às eleições caso não haja radicalização.

      Hoje, esses nazifascistas fazem o que querem e quando querem exatamente porque não aconteceu um enfrentamento radical das forças progressistas, porque movimentos sociais foram abandonados na beira da estrada, porque centrais sindicais se dividiram, vide Força Sindical do grande “trabalhista” Dep. Paulinho, e esqueceram, ou melhor, negligenciaram a defesa da população e do trabalhador. 

  22. Só nos resta o enfrentamento

    O governo progressista do PT, principalmente no período de Lula, tentou reverter a desigualdade de classes, mas não bastou e não bastará “reverter/diminuir” a desigualdade, é preciso manter sempre viva a máxima marxista da luta de classes. Jamais a burguesia permitirá a igualdade de classes e jamais os trabalhadores conseguiram essa igualdade sem o enfrentamento, isso porque razões socioeconômicas e culturais colocam burgueses e trabalhadores do lado oposto da história.

    Já passa o tempo de radicalizar, pelo nossa não radicalização passou a reforma trabalhista, pela nossa não radicalização irá passar a reforma da previdência, pela nossa não radicalização a Petrobrás está sucateada, a Eletrobrás será privatizada, concede-se benesses indecorosos a empresas petrolíferas multinacionais, direitos das mulheres, LGTBs e do cidadão comum são expurgados por uma bancada parlamentar nazifascista. O judiciário escancaradamente tornou-se uma instituição comprometida com apenas com os interesses da alta burguesia e a ele serve como um ótimo garçom.

    De nada nos vale a indignação, de nada nos vale balançar a cabeça negativamente, é preciso que nossos corações e mentes estejam cientes de que sem o enfrentamento a tudo que aí está, sem forte resistência, sem união de centrais sindicais, associações e movimentos populares progressistas, esse país vai se tornar a cada mais uma terra de poucos para muito poucos, uma terra em que a violência solitária explodirá, uma terra de cada um por si e…ninguém por todos. 

    1. Uma vitória de Lula nas urnas seria um enfrentamento

      Nao tenho ilusoes sobre o poder de governar com um Congresso desses. Mas uma vitória dele desmoralizaria o golpe, permitiria que a palavra dele ecoasse, e, se tentassem impedi-lo, aí sim ficaria mais claro para a populaçao a ausência de democracia. Ficar lançando candidatos de que ninguém nunca ouviu falar (quem da populaçao em geral já ouvir falar de Boulos? Só como “baderneiro” do MST…) é que só ajuda a dar legitimidade ao que está aí.

  23. Perfeito …
    Não há o que

    Perfeito …

    Não há o que conciliar com estes reacionários egoístas e vendilhões da pátria …

    A hora é do enfrentamento em todas as “trincheiras” e com todas as “armas” que temos (greves, sonegação, desobediência civil …) …

    SE NÃO FOR PARA TODOS, NÃO SERÁ PARA NINGUÉM

  24. Concordo e digo mais.

    Concordo e digo mais. Enquanto os brasileiros não fizerem com todos os agentes da CIA (brasileiros e gringos) o que a FSB faz com eles na Rússia o pais seguirá sendo uma privada onde os estrangeiros cobram para defecar. 

     

  25. Radicalizar sempre ! Basta

    Radicalizar sempre ! Basta ler os comentários para ver como é “fácil”. Temos que definir limites, como, contra o que e quem, em prol do que e de quem. Nisso poderia estar incluido o que seria a conciliação. Lula disse em perdoar e levou bala. Jesus Cristo disse o mesmo e virou Deus. Na minha humilde “eremildês” entendo que Lula está mais preocupado em perdoar os midiotas que deram sustentação ao golpe em virtude de cérebros lavados. Que elegeram Dória e estão morrendo no trânsito e recebendo ração. Que defenderam a meritocracia e meritocráticamente estão sendo demitidos e recontratados com menor salário. Vamos radicalizar contra eles ? Já estão sendo punidos, tem-se que tentar atraí-los de volta, muitos já estiveram do lado de cá. Entre os políticos, muitos que não são nem papafrancísco nem madretereza, lá atrás, deram sustentação de verdade a um governo de esquerda. Quem quiser governar só “com os bons” deve cair na Rede. Política não é a arte do possível ? E nisso Lula não é o melhor artista ? Bem, mas tem um bando, uma quadrilha, uns vendilhões do Templo, que, diferentemente dos da época de Cristo, que vendiam no Templo, estes estão vendendo o Templo. São os que destruiram a Pátria e a Política. São os que não querem a reconstrução. São os que não querem que o povo decida, querem decidir pelo povo. Facilmente identificáveis pela teoria do contrário: Corruptos que combatem a corrupção; políticos que destruiram a Política; juízes que condenam inocentes e inocentam culpados; procuradores que procuram e não acham mas dizem que acharam. Para esses não pode haver perdão ou conciliação, só radicalização. Não são midiotas, são midiotizantes. O que merecem mesmo é o paredon, mas isso só se não permitirem que a força da Lei volte a vigorar. Se houver sangue manchando a calçada é porque eles deram os 100 primeiros tiros. Muitos não creem por não ter havido até agora nenhuma reação. Eu creio, porque se não forem alijados eles vão continuar atirando e derrubando as escadas. Nem que seja no momento em que estiverem prestes a nos derrubar no precipício, essa hora chegará.

  26. Radiclização

    Concordo em parte com a jornalista. A radicalização deve ser mais um ponto na estratégia de derrotar esse governo e seus aliados que ai estão. Porém, esse ponto deve fazer parte de algo maior, como foi muito bem colocado por Emir Sader hoje mesmo no portal Brasil 247. De qualquer forma é um ponto importantíssimo esse levantado por Maria Inês sobre o nosso quadro político atual.

  27. Não existe na face da terra
    Não existe na face da terra povo mais medroso(o termo é outro,não sou dado a pornofonias),de o que brasileiro.Inventam e criam toda sorte de argumentos e leviandades para fugir do pau.Um tiro de garrucha põe todo mundo para correr.Uma Anarquista enxergou um massacre.Um cearense sugeriu uma tonelada de fraldas.Um paulistano vislumbrou uma carnificina.Pessoal ao gosto do Moreno Vivo,radicalizar,por si,já é um ato de vontade política.Como se pode assistir e aceitar passivamente os estragos,a perda dos mais elementares direitos do ser humano,a política de terra arrasada,de terra de ninguém?Perdemos a compostura,a vergonha o amor próprio ou nunca os tivemos?A vida,a cidadania,a decência não se resume a redes sociais a tricotar,falar abobrinhas e trocar estrelas uns com os outros.A vida requer coragem,determinação,denodo.Que as palavras do poeta fiquem na nossa alma e permaneçam para sempre:Navegar é presciso,viver não é presciso.Ouvi essa frase da boca do Papai,e não foram poucas as vezes.

    1. Sem radicalização, o tombo será da escada, por Maria Inês Nassif

      -> A vida,a cidadania,a decência não se resume a redes sociais a tricotar,falar abobrinhas e trocar estrelas uns com os outros.A vida requer coragem,determinação,denodo.

      para qualquer pessoa que hoje tenha qualquer tipo de atuação social fica muito claro o que está acontecendo: estamos numa guerra! e nossos inimigos estão vencendo!

      pior ainda: temos adversários em nossas próprias fileiras. gente que não tem a mais remota prática de ativismo social e militância política concreta. justamente por isto, estão com seus referenciais distorcidos, fora do tempo e espaço.

      exemplo. na ilustração abaixo, na noite de 20/06/2013, apesar do que a princípio pode parecer, não se trata de uma juventude das favelas e periferias enfrentando um Caveirão da genocida PM carioca. e sim agentes da CIA operando para derrubar o “nosso governo”.

      .

  28. Faz denúncias de abusos de poderes de autoridades e de erros jud

    Basta consciência e espírito democrático perante estas denúncias de autoridades a seguir que ultrapassaram a fronteira do nefasto “espírito de corpo” mais recentemente denunciado pelo ministro Luís Roberto Barroso como “reserva de mercado”. Gilmar Mendes então AGU: “MINISTÉRIO PÚBLICO. Age segundo ‘manual nazista'”; Eliana Calmon então corregedora geral do CNJ; “Existem bandidos de toga no Judiciário”; Finalmente, Dr. Sepúlveda Pertence ao deixar o cargo/função de PGR: “Não sou o Golbery do Couto e Silva, mas criei um monstro” se referindo ao seu papel relevante na conquista da autonomia plena funcional do MP e seu exercício ilimitados!

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