Sem união, esquerda não chegará ao 2º turno em 2022, diz Dino

Governador do Maranhão vê derrota do bolsonarismo e vitória da direita moderada na eleição de 2020. Para ele, apesar da derrota, esquerda não é terra arradasa

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse em entrevista ao UOL que as eleições de 2020 marcaram a derrota do bolsonarismo, a despeito da vitória da direita moderada nas urnas. Para ele, a esquerda também saiu menor considerando os números nacionais, mas não significa que virou “terra arrasada”. Prova disso é que polarizou em capitais importantes como São Paulo e Porto Alegre.

Para Dino, no entanto, o cenário é de deterioração do governo Bolsonaro até 2022, com o centro se unindo à direita para disputa a presidência. Neste contexto, a frente ampla contra o bolsonarismo fica prejudicada pela falta de adesão do campo do centro-direita. Se não se unir logo no primeiro turno diante de um candidato, PT, PDT, PCdoB, PSOL, PSB correm o risco de sequer chegar ao segundo turno.

“Miro o tempo inteiro na chamada frente ampla progressista em torno destes partidos que mencionei: PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT. Tentar juntar isso para a gente disputar o primeiro turno, para não ocorrer o risco de ficar de fora do segundo. Esse é o ponto: para limpar a mesa de mitificações, de que agora, A, B ou C vai sozinho redimir a esquerda. Esse é um erro gravíssimo, que pode conduzir a um desastre em 2022. Qual seria o desastre? Ficarmos fora do segundo turno”, declarou ao UOL desta segunda (30).

Para Dino, “é impossível construir um projeto vitorioso da esquerda brasileira se não partir da liderança do ex-presidente Lula. Não significa que ela seja suficiente. Não é, claro que não, mas não é dispensável, descartável”, disse. “Nenhuma esquerda séria no Brasil pode partir dessa ilusão que vai construir um projeto vitorioso sem o PT”.

Leia também:

A derrota das esquerdas e 2022, por Aldo Fornazieri

 

Redação

7 Comentários

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  1. Espero, sinceramente, que paremos de brincar de eleições enquanto MPF, TSE, STF e toda grande mídia estiverem decidindo quem vai disputar e, quem vai ser eleito. Essa eleição, pra mim, serviu para deixar claro que o único incômodo no mar de almirante fascista é o Partido dos trabalhadores que, foi rachado, por dentro, a partir de SP, onde “intelectuais” passaram a minar o PT e incensar o PSOL, fazendo o serviço sujo para os fascistas. Na verdade, esses mesmos “quadros” conspiraram contra Dilma em 2013. O caminho não é eleitoral. tanto assim que a direita e a extrema-direita não disputam eleições. MPF e Judiciário, amplificados pela Mídia, colocam seus representantes nos cargos executivos e legislativos e eliminam do teatro eleitoral, os que, podem perturbar a paz do espetáculo. Escolhem quem vai representar a Direita, extrema-direita e centro-esquerda. Como nos EEUU, a hidra de duas cabeças. O bicho é o mesmo e a disputa entre as cabeças é uma farsa.

    O serviço da mídia é, simplesmente, transformar práticas autoritárias que já deveriam estar abolidas do mundo civilizado como denunciação caluniosa, cerceamento do direito de defesa, publicidade opressiva, condenação sem provas, fim da presunção de inocência, …. em “lawfare”. Pronto! Tá feito! crimes e/ou práticas autoritárias comuns, acessíveis a qq criança transformada em discussão acadêmica, elitista e, portanto, sob total controle do sistema.

    Não, por acaso, são os “intelectuais”da esquerda que saem empunhando as bandeiras mensaleiras e lavajatistas e, nunca, os trabalhadores. “pq esse debate está muito acima do seu nível de compreensão”.

    Toda a farsa democrática, em Pindorama, está resumida a três pilares: denunciação caluniosa, publicidade opressiva e livre convencimento do juiz.

    Fakenews, caixa2, voto de cabresto etc… São só distrações para que as militâncias percam tempo fora do foco. Alguém viu o MPF,Mídia ou TSE, denunciando, criticando ou condenando as práticas que SUPOSTAMENTE elegeriam os candidatos de MP,judicário e Mídia? Nunca! É necessário um fundamento, mesmo que ilegal para justificar/fundamentar a ‘ eleição” se sujeitos que, muitas vezes, os cidadãos, nunca ouviram falar.

    Aí, a mídia explica: o fulano que o estado nunca viu ou ouvi, sequer, o nome, foi eleito, por conta de fakenews, caixa 2, milícias… O fato é que o Midiciário coloca seus escolhidos e fundamenta como quer ou der.

    Uma vez que os cargos executivos e legislativos, não estão em disputa e, o que temos e continuaremos tendo são governos biônicos ( a partir do momento que as instituições foram desmontadas). resta-nos duas opções: seguir simulando disputar eleições, ou seja, tomar parte na farsa ou aproveitar nossas lideranças ( ciente de que a qq momento serão falsamente denunciadas por crimes que não cometeram para serem condenadas em tribunais de exceção para que sejam encarceradas e saiam do cenário para não atrapalhar a farsa )militâncias, movimentos sociais, enfim, toda essa energia que concentramos na farsa eleitoral para declarar “paz entre nós, guerra aos senhores” e fazer o que a Turquia fez:fazer responder , criminalmente, todos os envolvidos no desmonte da democracia brasileira. Sobretudo e, inclusive, os que se escondem, entre nós.
    Enquanto a estrutura que produz e mantem a farsa estiver intacta, é suícidiol entrar na “disputa” ( pq legitima a farsa ) e ridículo debater erros e acertos e,pior, apontar, culpas e desculpas. Não estamos, sequer jogando, apenas assistindo. Portanto, a conversinha da autocrítica fica pra quem ainda não conseguiu, sequer perceber seu lugar de plateia.

    1. Jura que esse é o caminho ?!?!
      E quando vai começar o novo Tribunal da Inquisição?
      Quem serão os juízes que vão punir os malvados anti democracia?
      Não temos nenhum Erdogan no Brasil.
      Quando vai começar a tal revolução e quem vai liderar?
      Falar é fácil…

        1. A esquerda vive numa espécie de Disneylândia mental, uma Terra do Nunca onde Marx se provou certo. Isso não existe, nunca existiu, e eu lamento sinceramente dizer isso, porque eu também era socialista nos meus anos na corajosa FFLCH. Não existe, Cristiana, não existe.
          Para a eleição presidencial de 2022, e faltam apenas 21 meses para o primeiro turno, nós teremos alguém do PT – talvez Lula, SE ele conseguir anular os processos nos quais ele é um réu condenado, SE… – Ciro Gomes pelo PDT, talvez Flavio Dino pelo PCdoB.
          É o que temos

      1. Não existe nada mais cretino que, na presença de algum pensamento anti-estamento o sujeito o coloque no campo da impossibilidade, ainda como pensamento, por sua inviabilidade prática.
        Sim como se o pensar revolucionário implique na direta receita de “como fazer” a revolução.
        Esta escumalha se esconde neste falso dilema, mas que tem ampla aceitação, ora entre os imbecis, ora entre os cínicos.
        São os nossos fukuyamas.

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