Com ataques ao PT, Simone Tebet e Mara Gabrilli confirmam chapa feminina à Presidência

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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As companheiras de chapa fizeram ataques ao PT: Gabrilli relembrou caso Celso Daniel e Tebet acusou "tapetão" na candidatura presidencial

O PSDB confirmou nesta terça-feira, 2 de agosto, a indicação da senadora Mara Gabrilli para ser a candidata a vice-presidente da República na chapa encabeçada pela senadora Simone Tebet, do MDB.

Ao lado de Tasso Jereissati, tucano mais cotado para a vaga de vice, Tebet admitiu que tinha dúvidas sobre uma chapa feminina pura, mas que pesquisas qualitativas mostraram que os eleitores brasileiros estão prontos para votar em duas mulheres concorrendo ao Palácio do Planalto.

“Eu tinha dúvida se uma chapa 100% feminina seria aceita. Que bom que homens e mulheres estão prontos para votar nesta chapa. Nós já estamos fazendo história”, disse Tebet. É a primeira vez que uma chapa presidencial é formada por duas mulheres.

A senadora Mara Gabrilli arrancou lágrimas de Tebet quando lembrou do acidente que sofreu no passado, responsável por reduzir sua mobilidade. “Um dia quebrei meu pescoço, perdi todos os movimentos da cabeça para baixo. (…) Podem imaginar o tamanho da minha emoção em poder contribuir com esse País. Foram as pessoas com deficiência que me fizeram querer lutar por oportunidades“, disse.

ATAQUES AO PT

Gabrilli aproveitou o discurso para fazer o tradicional ataque ao PT. A senadora é uma das que mais revive o caso Celso Daniel na imprensa. Seu afirma que seu pai, empresário em Santo André, teria sido extorquido pela gestão do PT na cidade, em meados dos anos 2000.

“Eu tinha tudo para ir contra a política. Porque vivi na minha casa meu pai ser extorquido pelo PT. Meu pai faleceu de dor. Eu tenho indignação com a injustiça”, disse. Na sequência, ela reafirmou compromisso de trabalhar contra as diversas formas de injustiça contra os mais pobres, mulheres, negros, pessoas com deficiências e doenças raras, população LGBTQIA+, etc.

Tebet também fez ataque ao PT, quando fez referência às articulações da campanha de Lula para rachar o MDB. Metade do partido, hoje, apoia a candidatura do ex-presidente, de modo que analistas afirmam que a candidatura de Tebet será “cristianizada”.

“Minha candidatura foi tratada como café com leite, como se fosse ser derrubada dentro e fora do meu partido. Quis o PT puxar o tapete da nossa candidatura. Mas a democracia se faz com debate de ideias, não querendo ganhar no tapetão. Não era para eu estar aqui, mas eu cheguei”, comentou Tebet.

A senadora tenta romper a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Estrela da CPI da Covid e liderança feminina no Senado, Tebet dirige sua campanha às mulheres, que são maioria dos eleitores nestas eleições. Mas a campanha ainda não decolou. No último Datafolha, ela marcou apenas 2% das intenções de voto.

PROGRAMA DE GOVERNO

No encontro que contou com a presença de Tasso Jereissati, José Serra, Bruno Araújo e Roberto Freire, Tebet afirmou que seu programa de governo terá quatro eixos.

O primeiro é o eixo da agenda social: erradicar fome e miséria no Brasil, transferência condicionada de renda. O segundo, a valorização da educação e educadores. O terceiro, “governo parceiro de quem quer investir”, com linhas de créditos e parcerias público-privadas. Por fim, o eixo da inclusão, que será “comandado” por Gabrilli, a quem Tebet já prometeu um ministério.

Leia também: Terceira via é ‘peça de ficção mal colocada’, diz Rodrigo Maia


Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Seria bom se não fosse lamentável.Simone tem futuro na política, Mara, é um pé no saco, ambas, enquanto mulheres, podiam inovar trazendo um pouco de paz e menos fofoca e maledicência para a política.
    Depois os adversários ficam emputecidos com o Lula. Todo mundo quer começar campanha atacando adversários ou fazendo inimigos, sem perceber que o Lula faz exatamente o contrário: ele procura agregar, e é por isso que está vencendo.

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