STF torna Agripino Maia réu por desvios em arena da Copa em Natal

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta terça (12), por 4 votos a 1, aceitar denúncia apresentada por Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, contra o senador José Agripino Maia (RN), presidente do Democratas.

Agripino foi denunciado em setembro passado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob a acusação de ter participado de um esquema envolvendo a construção da Arena das Dunas, sede da Copa do Mundo de 2014 em Natal. O caso teria gerado prejuízo de R$ 77 milhões aos cofres públicos.

De acordo com a denúncia, ele teria usado sua influência para liberar créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em favor da construtora OAS, responsável pela obra.

O senador teria recebido R$ 654 mil em espécie, a título de propina, para providenciar o sinal verde do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte. O TCE teria exigido documentos complementares para aprovar a obra, condição necessária para a liberação do financiamento do BNDES.

Delator informal, Léo Pinheiro, então presidente-executivo da OAS, teria providenciado o pagamento em espécie, por meio do doleiro Alberto Yousseff. Em delação premiada, Youssef relatou ter feito a entrega fracionada da quantia a pessoas em Natal, sem especificar a quem ou citar o senador.  

Ainda de acordo com Janot, outros R$ 250 mil foram pagos por meio de doações oficiais ao diretório nacional do DEM.

“Não estamos diante de uma denúncia fútil. Há um conjunto bem relevante de elementos que sugerem uma atuação indevida, um ato omisso grave que levou ao superfaturamento de R$ 77 milhões e ao inequívoco recebimento de dinheiros depositados fragmentadamente na conta do parlamentar”, disse o ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito.

Acompanharam o relator os ministros Rosa Weber, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello. O único a divergir foi o ministro Alexandre de Moraes, que considerou a denúncia inepta, informou a Agência Brasil. 

Em nota, Agripino disse que a denúncia de Janot é pura acusação. “Essa denúncia não passa de ilações imaginárias do autor dela”, afirmou o defensor. Junqueira argumentou que o próprio procurador admitiu não ter conseguido comprovar a ligação de depósitos na conta do senador com atos de corrupção, não passando tal ligação de “presunção do Ministério Público”. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Recordar é viver

    Lembro que qualquer pessoa que ousasse criticar a Copa de 2014 era tratada nesse blog de coxinha, derrotista, de fazer o jogo do inimigo, etc. Era o maior evento da terra, o Brasil estava demonstrando sua competência para o mundo, ufanismo ao extremo, Brasil ame-o ou deixe-o. O próprio Nassif entrou nessa jogada.

    Agora que aparecem os podres tanto da Copa quanto das Olimpíadas, com desvios monstruosos de dinheiro, que foram alertados por muitos jornalistas não só antipetistas mas simplesmente críticos, cabe um mea culpa gigantesco dessa turma.

    1. Com ou sem copa

      Sempre rolou do mesmo jeito. Para asfaltar uma rua faz-se empenho para o asfalto, outro para pintura e outro para placas. A burocracia brasileira foi feita para roubar. Por isto deixa de ser hipócrita por achar que não ter copa não ia ter roubalheira. O Brasil merecia esta copa já que eramos a elite do futebol ao contrário das olimpíadas que sem tradição alguma o Brasil sediou. Por isto vocês ENTREGUISTAS, não mais COXINHAS, são culpados pela miséria que vai rolar neste país e por mostrar ao mundo como este país é habitado por uma horda de neolíticos estúpidos e ignorante. Uma elite financeira que mandou a presidenta de um pais que nunca em  sua história esteve em melhores condições sociais e empregos tomar no C… em plena transmissão mundial deve ser mesmo ser desprezada lá fora

  2. O senador senior José

    O senador senior José Agripino é um exemplo loquaz e andante da seletividade  praticada pela justiça brasileira. O Senador é protagonistas de um dos mais bem documentados episódios de fraude eleitoral da história do Brasil, o escândalo do rabo de palha. Em uma reunião partidária às vésperas de um pleito municipal, na condição de então governador do RN, o senador toma parte de um esquema de fraude das eleições. Tudo gravado. A justiça eleitoral fez, como sempre em casos que envolvem a fina flor da elite nacional, cara de paisagem. Nenhum dos envolvidos foi jamais punido.

    O senador expõe sua “integridade” moral por anda passa. A fina flor da sociedade potiguar fazia salamaleques para o senador nas inúmeras manifestações contra a corrupção do governo Dilma. Sabiam de tudo. Todos. Nessa terra, hipocrisia abunda e a justiça é caolha. Não esperemos muito de quem não tem nada a dar. Refiro-me à elite brasileira. Deus pode ser brasileiro, mas já não mora aqui faz tempo.

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