Temer usa ataque a Bolsonaro para defender “estado democrático” e “Constituição”

“Intolerância muitas vezes deriva da falta de cumprimento da Constituição brasileira, do estado democrático de direito e da própria democracia”, disse

Foto: Reprodução
Jornal GGN – O presidente Michel Temer lamentou e disse ser “intolerável” o ato de violência contra Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta quinta-feira (06), durante agenda de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Contudo, usou seu discurso sobre o ataque sofrido pelo presidenciável para defender temas como o “estado democrático de direito” e o “cumprimento da Constituição brasileira”.
“É intolerável que nós vivamos num estado democrático de direito que não haja possibilidade de uma campanha tranquila, de uma campanha em que as pessoas vão e apresentem os seus projetos, porque ninguém vota em candidato”, disse.
O mandatário usou o exemplo de Bolsonaro para mostrar que defende o “estado de direito”. “Intolerância muitas e muitas vezes deriva exata a precisamente da falta de cumprimento do texto legal, de falta de cumprimento da Constituição Brasileira”, defendeu, fugindo um pouco do tema central.
De acordo ele, a tolerância em relação a um adversário político “é uma derivação da própria democracia” e do “estado de direito”. “Nós não temos estado de direito se houver intolerância”, defendeu.
Para o presidente, da mesma forma como é intolerável a violência contra Bolsonaro, também é “intolerável que as pessoas falseiam dados durante campanha eleitoral”, em fatos que, segundo Temer, “tem havido na sociedade brasileira” e que “nós devemos nos conscientizar”.
E desejou melhoras ao candidato, que foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, imediatamente após a agressão. “Se Deus quiser o candidato Bolsonaro passará bem, temos certeza que não haverá nada mais grave, esperamos que não haja nada mais grave”, desejou.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Só queria me manifestar,

    Só queria me manifestar, inclusive nas redes sociais, quando passasse a primeira fase logo após episódios da espécie. Fase essa caracteriza por muitos desencontros, oportunismos, emocionalismos, cafajetismos e besteirol a dar e vender. Infelizmente, vou descumprir a promessa. 

    Claro que o presidente Temer não fugiria à sua natureza: aproveitar-se de qualquer fresta para expelir uma mistura de oportunismo com demagogia visando lustrar sua carcomida reputação. Só faltou o manjado e piegas  "atentatdo á democracia" que, não por coincidência, já foi explorado por alguns membros da imprensa. 

    O que se tem por enquanto é o ataque de um desmiolado, ou seja, uma pessoa aparentemente doente, a um candidato à presidência da República. Esse e outros indícios desautorizam teorias conspiratórias tanto para um lado como para o outro. 

     

    • Se atentarmos para a história

      Se atentarmos para a história recente e do passado mais distante, notaremos que não faltam exemplos de tentativas de depurtação da realidade com a finalidade de retirar proveitos visando a conquista de vantagens para o desenlace de disputas eleitorais em favor da elite conservadora. Inclusive de vantagens voltadas para golpes de Estado. Evidentemente que concordo com o cuidado exigido pela possível existência de teorias conspiratórias. Não obstante, não me parece que o caso em pauta esteja nesse rol. Nos últimos tempos, o Poder Judiciário, ao qual caberia coadunar a lei aos casos concretos, tem sido, no mínimo, relapso. Exemplos disso não faltam. Poderíamos, até, elencarmos dezenas de casos ainda quentes, recentíssimos. Perdoe-me, meu caro, alegações de teorias conspiratórias para um lado sim, para o outro, não. Este lado que tem sido vítima da barbárie.

      • Não neguei, nem nego, a

        Não neguei, nem nego, a barbarie, e sim teorias conspiratórias sem pé nem cabeça engendradas com o único intuito de fazer proselitismo político de um FATO. Um contraponto ao "lado de lá" que se utiliza do mesmo expediente ao imputar ao PT e a Esquerda a responsabilidade pelo infausto.  

        Na realidade, de há muito abdicamos de uma reserva ética por conta dessa emulação.

        • Perfeito, JB. Peço desculpas

          Perfeito, JB. Peço desculpas pelo tom um tanto incisivo que utilizei. Mas a reserva ética, conforme você frisou, há muito foi esgotada. Na barbárie instaurada e institucionalizada torna-se impossível vislumbrar vestígios de ética para ser utilizada de modo equilibrado. A ética ficou perdida num labirinto sem nenhuma saída. No jogo sem regras, a tentativa de criá-las por parte de um só competidor é pura perda de tempo.

  • Muito estranho tudo isso! Com

    Muito estranho tudo isso! Com esse "atentado" tiram o Bolsonaro dos debates eleitorais, o que é muito conveniente para todos que apoiam sua candidatura, inclusive a globo. Se tem uma coisa que a direita sabe fazer muito bem é deturpar os fatos. Enquanto isso a decisão do STF sobre o Lula que afronta à ONU é esquecida por todos os jornais.

    Estamos vivendo tempos muito estranhos e não podemos ser ingênuos em acreditar na globo que já deu provas de não ter nenhum compromisso com a verdade. Se o Bolsonaro continuasse nos debates falando asneiras com certeza sua candidatura seria desidratada. Agora que ele não precisa mais participar dos debates e sua candidatura não corre o risco de sofrer perda de eleitores.

    Tudo muito conveniente!

  • Temer, o Imbecil

    Esse tal de Michel Temer só pode ser um imbecil, clinicamente imbecil , ao dizer uma coisa dessas.

     

    Democracia? Respeito à constituição?

     

    Vai catar coquinho!

     

     

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