Vacinação obrigatória será julgada no Supremo em ação de repercussão geral

Jornal GGN – Em meio a debates públicos sobre a obrigatoriedade da vacina contra coronavírus – com Jair Bolsonaro demonstrando rejeição especial em relação ao imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac e testado no Brasil pelo Instituto Butantan – o site Migalhas, especializado no mundo jurídico, resgatou processos na Justiça que mostram que a compulsoriedade já é tratada nos tribunais.

O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, possui uma ação de repercussão geral, sob relatoria de Luis Roberto Barroso, que discutirá a obrigatoriedade das vacinas.

O ministro “considera três aspectos para salientar a importância da matéria”: o social, considerando a importância das políticas de vacinação infantil determinadas pelo Ministério da Saúde; o político, reconhecendo o crescimento do movimento antivacina, e o jurídico, para discutir a aplicação de diversos dispositivos da Constituição sobre o tema, descreveu o site.

“O texto constitucional garante a prioridade absoluta da criança, devendo a sociedade, a família e o Estado garantirem, entre outros direitos, a saúde dos menores (art. 227). Por outro lado, também assegura aos pais o dever de assistir, cuidar e educar os seus filhos, respeitando a liberdade dos genitores na condução da educação (art. 226 e 229), bem como assegurando a sua liberdade de consciência, de crença e de manifestação política, religiosa e moral (art. 5º, VI e VIII, da Constituição). Por fim, o art. 196 da Constituição dispõe que o direito à saúde é garantido por políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças, o que inclui as campanhas de vacinação obrigatória promovidas pelo Poder Público.”

De forma pontual, outros tribunais além do Supremo discutem vacinas obrigatórias. “Em MG, por exemplo, um casal foi obrigado a providenciar todas as vacinas pendentes de seus filhos menores de idade bem como administrar as futuras vacinas observando o calendário nacional de vacinação do ministério da Saúde.” Os pais alegaram que não vacinavam as crianças por uma escolha religiosa, e perderam.

Em São Paulo, uma família de filosofia vegana também brigou na Justiça para não vacinar o filho. “O TJ/SP, então, obrigou um casal de Paulínia a vacinar a criança determinando que a mãe e o pai regularizem a vacinação obrigatória da criança no prazo de 30 dias, contados da intimação da decisão.”

No Twitter, o médico sanitarista e advogado Daniel Dourado, colunista do GGN, publicou uma thread sobre o tema e defendeu a obrigatoriedade da vacina contra Covid.

 

“Sem atividade do Estado para limitar e condicionar os direitos individuais em benefício do interesse público (definido em lei) não existe vida em sociedade. Vacina obrigatória é uma expressão disso. O interesse é a saúde pública. De todos”, afirmou Dourado.

REVOLTA DAS VACINAS

O Migalhas lembra também que não é a primeira vez que parte da população brasileira começa a alegar direitos individuais para rejeitar uma vacina.

“Em 1904, quando a varíola assolava o país, a população se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina; episódio que ficou conhecida com a ‘Revolta da Vacina’. Até mesmo o intelectual Rui Barbosa era contra a lei que obrigava a vacina obrigatória. (…) Acontece que, após a vacinação, os casos de varíola despencaram. Posteriormente, a própria Águia de Haia louvou os esforços de Oswaldo Cruz, que capitaneou as medidas sanitárias da época.”

Leia mais:

 

Redação

Redação

View Comments

  • Brasil vinha ate abril/2016 com relativo desenvolvimento com o golpe retornamos ao século XX com o desgoverno do chefão "Bozo", mais que justo a justiça o (STF) buscar pra si a responsabilidade coletiva das "Vacinas" imprescindíveis p/a volta da normalidade da vida brasileira que desejam tomar a "Vacina-Corona-vírus quanto antes melhor não importando de qual país ela vem Parabéns ao (STF).

  • Imagino o que seria hoje do brasil se governantes do passado fossem tão irresponsáveis e criminosos a ponto de não incentivar que vacinas contra a poliomielite, a tuberculose, o tifo, entre outras, tivessem sua aplicação condicionada a uma série de beneficios sociais, incluindo acesso de crianças à rede escolar.
    Nao tomar a vacina irá significar que nao apenas o vírus, mas também suas mutações, continuarão a circular, a matar, e a prejudicar a relação entre pessoas.

  • Filosofia vegana???
    Que p***a é essa?
    Pobre da filosofia, invocam seu nome prá qualquer coisa. Se quer que sua opinião pareça importante chame-a de filosofia.

  • A pesar talvez pela Covid seria o fato de não ser uma vacina amplamente testada.
    Mas a segurança coletiva passa pelo direito individual.

Recent Posts

Trump considera sanções contra países que deixem de usar dólar

Taxação cambial, tarifas e restrição a exportações estão entre punições avaliadas pela equipe do candidato…

8 horas ago

Governo federal confirma continuidade da homologação de terras indígenas

Força-tarefa composta por ministérios, Funai, AGU e Incra busca acelerar processo; quatro processos devem ser…

9 horas ago

A conexão Nuland–Budanov–Tadjique–Crocus, por Pepe Escobar

A população russa deu ao Kremlin carta branca total para exercer a punição máxima e…

10 horas ago

Elon Musk vira garoto propaganda de golpe que pagou por anúncio no X

Golpe inventa uma nova empresa de Elon Musk, a Immediate X1 Urex™, que pretende enriquecer…

10 horas ago

Governo Milei segue com intenção de lançar ações do Banco de La Nacion no mercado

Apesar da retirada da lista de privatização, governo Milei reforça intenção de fazer banco oficial…

10 horas ago

Prêmio Zayed de Sustentabilidade abre inscrições globais

Prêmio para soluções sustentáveis passa a aceitar inscrições em português; fundos de premiação chegam a…

10 horas ago