Xadrez de Anastasia, o conseglieri do poderoso chefão, por Luis Nassif

O filme “O Processo”, documentário da cineasta Maria Augusta Ramos, sobre o impeachment, tem dois personagens principais.

Um deles, falante, retórico, excepcional orador é o ex-Ministro José Eduardo Cardoso, sem o qual não teria sido possível nem o filme, nem o impeachment.

O outro, quieto, impassível, irredutível a qualquer argumento, o relator do pedido de admissibilidade da Comissão de Justiça do Senado, e principal artífice político do impeachment, Antonio Anastasia.

Agora, a mídia começou a dança ritual da autofagia, com Urano devorando seus filhos, no caso Aécio Neves. É uma falsa demonstração de isenção, porque inútil, sem riscos e em cima de um pato manco. Mas, ao mesmo tempo, é impressionante a revelação da estrutura de corrupção montada por Aécio, a maneira como atuou em todas as instâncias, em todos os campos, e com total desfaçatez. Desmente totalmente a visão de Aécio como o adolescente mimado, porque problemático, sendo conduzido pela mão. Era o chefão.

No entanto, nada disso teria sido possível sem a participação discreta de Anastasia. Mas tão discreta que tem sido poupado de todas as investigações, apesar da notoriedade adquirida como agente principal do impeachment.

Se tudo fosse como “O Poderoso Chefão”, na imagem pretensamente criativa de Sérgio Moro, Antonio Anastasia seria Tom Hagen, o conseglieri interpretado por Robert Duval; e Aécio Neves o Santino “Sonny” Corleone, o filho imprudente e violento de Don Corleone, interpretado por James Caan.

Na qualidade de vice-governador, na gestão 2007-2010 de Aécio, Anastasia comandou o “choque de gestão”, uma tentativa de implantar ferramentas gerenciais e de responsabilidade fiscal no Estado. Não sujou as mãos diretamente nas três grandes tacadas de Aécio: a Cidade Administrativa, os negócios envolvendo a Andrade Gutierrez e a Cemig e as operações com Dimas Toledo, o Marcos Valério de Furnas.

Mas foi a âncora central do governo Aécio, responsável pela principal vitrine, o “choque de gestão” e pelo governo de fato, o interino permanente de um governador que, de 2007 a 2010, preferia o Leblon a Belo Horizonte.

Por tudo isso, é didático comparar o voto de Anastasia, no relatório do impeachment, com o papel de Anastasia, como governador de fato e, depois, de direito de Minas. É uma belíssima introdução ao estudo da hipocrisia na política nacional, porque tendo como personagem central um professor centrado, preparado, e não as bestas-feras do Congresso, que berravam em nome das famílias, das mães, dos filhos e depois ia comemorar com as amantes até a próxima volta do parafuso da Lava Jato.

Anastasia iludiu a muitos. E me incluo no campo dos iludidos. A máscara começou a cair após o jogo de cena do Senado e dos levantamentos feitos pelo sucessor sobre as contas de Minas, 

Peça 1 – o voto do relator Anastasia

O voto de Anastasia, pela admissibilidade do processo do impeachment, é uma apologia inesquecível à responsabilidade fiscal.

Responsabilidade fiscal como âncora da República

Na parte conceitual, diz ele, no voto a favor da admissibilidade do pedido de impeachment

“O  tema  orçamentário,  com  a  correta  gestão  dos  recursos públicos, é tão sensível para o regime republicano brasileiro que, em todas as Constituições do Brasil (exceto a Carta outorgada de 1937) (…) constaram  disposições expressas  qualificando  como  crime  de  responsabilidade  do  Presidente  da República  os  atos  que  atentem  contra  a  lei  orçamentária,  demonstrando  a relevância  do  cumprimento  da  norma  orçamentária  para  o  regime democrático.”

Foi dramático, para acentuar a gravidade dos episódios analisados:

Está em risco, neste momento, a preservação de um regime de responsabilidade fiscal conquistado a duras penas.”

Sacou dos manuais e de sua enorme experiência com o choque de gestão de Minas, os princípios básicos da responsabilidade fiscal:

“O sentido último desses crimes poderia ser resumido em duas admoestações ao administrador público: 1) é proibido gastar mais do que se arrecada; 2) é proibido comprometer o orçamento mais do que está permitido pelo Poder Legislativo”

A tipificação dos crimes de responsabilidade

Definidos os conceitos, Anastasia passou à tipificação dos supostos crimes cometidos.

Primeiro, o edição de decretos antes da aprovação pelo Congresso, mero problema formal. Foram apenas remanejamentos de despesas, e não criação de novas despesas, conforme explicado pela defesa de Dilma. Enfatizou que alguns dos decretos foram promulgados no bimestre em que as contas públicas estavam no vermelho. A defesa explicou fechado o ano, o orçamento já estava em conformidade com a Lei.

Mas Anastasia tratou de criminalizar um bimestre de déficit, uma mancha indesculpável na sacralidade da responsabilidade fiscal:

A  LRF  não  se limitou  a  exigir  o  estabelecimento  de  metas  anuais.  Por  se  pautar  na prevenção  de  riscos  e  correção  de  desvios,  a  lei  exige  que  as  metas  de resultado  primário,  conquanto  sejam  fixadas  em  bases  anuais,  sejam monitoradas  ao  longo  do  ano  mediante  pontos  de  controle  bimestrais  e quadrimestrais. Não fosse assim, estariam as metas anuais expostas  a toda sorte de dinâmicas que, no limite, poderiam dar azo a justificativas centradas em esperançosas “apostas de fim de ano”.”

Segundo, os atrasos no ressarcimento dos bancos públicos, interpretados como empréstimo.

“Quanto  à  contratação  de  operações  de  crédito,  a  suposta ilegalidade teria decorrido, principalmente, da inobservância do disposto no art. 36 da LRF, o qual veda a realização de operação de crédito entre uma  instituição  financeira  estatal  e  o  ente  da  Federação  que  a  controle,  na qualidade de beneficiário do empréstimo”.

De nada adiantou a defesa explicar que não poderia ser operação de crédito, pois não tinha contrato assinado nem data de vencimento definida. E que os atrasos foram colocados em dia. No final do ano, em que pese a crise fiscal, não havia sido criada nenhuma despesa adicional, ao que previa o orçamento.

Entendidos esses pontos, vamos tirar Anastasia de sua cadeira cômoda de gendarme da responsabilidade fiscal e analisar o Anastasia gestor.

Peça 2 – Anastasia como maestro principal do choque de gestão

  1. Inflou o cálculo da Receita Corrente Líquida (RCL).

A RCL é base de toda a Lei de Responsabilidade Fiscal, utilizado como parâmetro para cálculos dos principais indicadores, como gasto com pessoal e nível de endividamento.

Segundo a LRF, o cálculo da RCL deve ser feito somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, considerando-se algumas deduções e excluindo-se as duplicidades.

Entre 2003 e 2007, o governo de Minas deixou de deduzir da RCL vários itens, como contribuição patronal para a previdência social, para a saúde, contribuição do servidor para a saúde etc. Com isso inflou em 6 a 10% a RCL, em relação àquela calculada pelo Tribunal de Contas do Estado, com consequências diretas sobre as contas públicas.

  1. Aumento do endividamento

Essa manipulação do numerador, ajudou a inflar os resultados do “choque fiscal” e, com esse artifício, a voltar mais cedo para o mercado de crédito.

Em 2009, para um resultado orçamentário de R$ 566 milhões, as as operações de crédito foram de R$ 1,5 bilhão. Com a conta correta, transformou um déficit de R$ 1 bilhão em um falso superávit

A DLC (Dívida Líquida Consolidada) saltou de de R$ 30,5 bilhões em 2002 para R$ 60,5 bilhões em 2010. Mas o mago Anastasia divulgava anualmente superávits inexistentes.

Peça 3 – Anastasia como governador 

A manipulação do fundo previdenciário

Como governador, Anastasia cometeu um dos maiores saques contra o futuro fiscal do Minas.

Hoje em dia, o grande peso das contas estaduais está na previdência, com funcionários se aposentando sem a constituição de reservas matemáticas capazes de garantir seus direitos.

Minas Gerais gera R$ 7 bilhões de superávit fiscal. Com Previdência Social, há um gasto anual de R$ 22 bilhões e apenas R$ 5 bilhões de contribuições recolhidas. Metade da folha do Estado, hoje em dia, é de aposentados.

A construção de um sistema previdenciário é desafio de longo prazo.

Em 2003, o governador Itamar Franco – tido como irresponsável no plano fiscal – fez segregação da massa de aposentados. A partir dali, haveria um fundo equilibrado, 65 mil pessoas que ingressaram na aposentadoria, e um fundo com patrimônio de R$ 3 bilhões. Com isso, e outras jogadas, o déficit orçamentário de 2003 caiu de R$ 7 bilhões para R$ 3 bilhões.

À revelia do Ministério da Previdência, Antônio Anastasia extinguiu o fundo e trouxe aposentados e recursos para o orçamento. Com a manobra, maquiou as contas em um ano, e jogou 65 mil aposentados para dentro do orçamento. Ou seja, para resolver seu problema de um ano, comprometeu o orçamento estadual por décadas.

Em 2014, o déficit previdenciário era de R$ 9 bilhões. Hoje em dia, saltou para R$ 16 bilhões. São 200 mil aposentados, 20 mil com idade acima de 80 anos.

Voltemos à página 57, do relatório do impeachment. Vale a repetição para enfatizar a alta dose de hipocrisia do impeachment e a irresponsabilidade fiscal de quem se autonomeou o tutor da responsabilidade fiscal

“O  tema  orçamentário,  com  a  correta  gestão  dos  recursos públicos, é tão sensível para o regime republicano brasileiro que, em todas as Constituições do Brasil (exceto a Carta outorgada de 1937), conforme bem lembrou  o  Deputado  Jovair  Arantes  em  seu  Relatório  aprovado  pela Comissão  Especial  da  Câmara  dos  Deputados,  constaram  disposições expressas  qualificando  como  crime  de  responsabilidade  do  Presidente  da República  os  atos  que  atentem  contra  a  lei  orçamentária,  demonstrando  a relevância  do  cumprimento  da  norma  orçamentária  para  o  regime democrático.”

Reajustes da folha

Só os reajustes concedidos no último ano do governo Anastasia impactaram a folha em R$ 2,7 bilhões.

Os dividendos da Cemig

No apagar das luzes, foi apresentado uma previsão orçamentária manipulada, inflando a receita patrimonial com previsão de dividendos da Cemig da ordem de R$ 4,8 bilhões, contra uma média de R$ 2 bilhões dos anos anteriores. As reestimativas indicaram um déficit da ordem de R$ 7,3 bilhões.

Manipulando os dados da saúde.

Pela Emenda Constitucional no. 29, de 29/05/1950, há percentual mínimo de 12% da RCL para financiamento da saúde. Os dados oficiais indicavam mais que 12% do orçamento em saúde. As estatísticas do SIOPS (Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde), vinculado ao Ministério da Saúde, indicavam quase metade da meta.

O que o governo mineiro fez foi aproveitar a não regulamentação das despesas para incluir gastos com  “Polícia Militar de Minas Gerais, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Secretaria do Estado de Defesa Social, IPSEMG, Fundação Estadual de Meio Ambiente, Instituto da Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais, Fundo de Apoio Habitacional da Assembleia Legislativa (FUNDHAB)”.

Com isso, conseguiu disfarçar déficits orçamentários em quase todo o período, agravando nos dois últimos anos.

 Peça 4 – Anastasia candidato ao governo

Candidatando-se novamente a governador, com a herança de Aécio Neves sendo revelada a todo instante, é possível que, finalmente, cesse a blindagem de Anastasia. E a opinião pública seja informada de como uma belíssima vocação de homem público acabou subordinada ao que de pior a política mineira produziu desde o governo Newton Cardoso.

Luis Nassif

39 Comentários

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  1. Consideremos, pelo texto, que

    Consideremos, pelo texto, que o dito an(e)stesia é pior como o aético. Um sopra e outro assopra. Quadrilha é muito pouco. Mas, que fazer se o eleitor brasileiro, salvo o voto em Lula (#voto13), prefere os de sempre, como agora em sumpaulo em que aparece duas coisas piores (skaf e dória) na frente. O rs deverá reeleger o sartori que nada fez a não ser pagar o funcionalismo em suadas prestações mensais. SC elegerá colombo-o-atraso para senador. O paraná elege qualquer richa que aparecer pela frente e la nave va… Haja país de merrecas.

  2. Antes tarde do que nunca

    Os “paulistas” demoraram demais a perceber a ameaça que o Santino representava. Dar poder e status a um gangster fanfarrão é criar uma fábrica de problemas.

    Mesmo que ele seja hoje um pato manco, um cachorro praticamente morto, todo o esquema de corrupção que montou ao longo dos anos envolvendo a justiça, a polícia, empresariado e políticos continua atuando quase que por inércia.

    Desatar os nós desse novelo de violência e baixarias (como Pimentel está provando na própria pele) não será tarefa das mais fáceis para quem quiser realmente moralizar e tomar as rédeas do estado de Minas Gerais e boa parte do país. 

     

     

  3. que tal explicitar em que

    que tal explicitar em que momento vc foi iludido, nassif.

    citou várias vezes anastasia como modelo de gestor.

    não é ataque, é curiosidade mesmo.

     

  4. Mérito Indevido

    Nem sequer para o “mal” pode-se atribuir tanto protagonismo ao Aécio, tentando aqui passar a sua imagem como “chefão” de alguma coisa. O “chefão” em Minas Gerais era uma equipe que assegurava aquele boneco de papel, uma grife mineira chamada de “Aécio Neves”, que baseado no nome do avô, converteu o Aécio Cunha em Neves e o lançou ao mercado político como se um estadista fosse, peitando o poder tucano paulista. Quem mandou em Minas Gerais foi o consórcio da elite mineira e de grandes empreiteiras. Até a irmã mandava no Aécio e, como aqui é relatado, era o Anastasia quem governava mesmo.

  5. Mais um  dos “uomini d’onore”

    Mais um  dos “uomini d’onore” (homens de aparente honra) da Máfia que toma e tomou – abertamente – conta do país.

  6. Aécio não passa de um boneco

    Aécio não passa de um boneco de Olinda rs. Quem o fazia se mover eram duas pernas = a de Anastasia e a de Andreia , nossa Lady MaCbeth das gerais rs. 

  7. Faltou um mea culpa

    Nassif, gosto muito de suas análises e do xadrez de modo geral.

    Não vou me esquecer, e acho que muitos aqui não se esqueceram, de seu artigo elogiando Anastasia e praticamente o inocentando de tudo que fazia Aécio. Muitos te criticaram aqui quando vou escreveu aquele texto. Muitos já achavam impossível ser Anastasia aquele gestor quase perfeito e imaculado que você descreveu. Por isso acho que faltou você dizer que Anastasia enganou a você também, faltou adimitir que você estava errado e que não era algo tão difícil de se ver.

    Não sei se você já  fez esse mea culpa em outro artigo ou não, eu senti falta disso porque lembro que na época daquele artigo fiquei muito indignado com você e hoje lendo esse fico feliz mas queria te ver linkando aquele artigo, pelo menos pra desmonstrar que esse canalha enganou a muitos.

    1. Prezado Julio, você falou

      Prezado Julio, você falou tudo que eu queria falar. Eu fui um dos que ficaram indignados com aquele artigo. Ainda bem que o Nassif agora colocou as coisas do devido lugar.

    2. Julio, em Política o erro tem

      Julio, em Política o erro tem que ser perdoado. Tanto o do analista como o do eleitor. Por que ? Porque Política é uma ciência inexata, multifacetada. A primeira impressão é a do momento em que se faz a análise ou a escolha do candidato. Fundamenta-se naquilo que parece ser pois o que realmente é ou vir a ser está escondido.  Uma candidata jovem, bonita, independente, de idéias modernas, inteligente, feminista, cativa até machões empedernidos. Elege-se e dá início a uma carreira política brilhante em diversos aspectos. Depois se transforma em  Marta Suplicy. O mesmo, por outros predicados,  pode se dizer de FHC, de Cristovam Buarque, de Aldo Rabelo, de Marina. Também pode se falar igualmente de Ministros do STF, PGRs, etc. O que eu não entendo é o perdão para erros explícitos e persistentes. Tipo Doria pontuar na dianteira nas pesquisas. Tipo reeleger, se for o caso, os políticos que citei. Tipo reconduzir um PGR de mal comportamento já conhecido. Tipo, se fosse o caso, o Nassif continuar “anastasiando”. Tipo não trabalhar para acabar com a vitaliciedade do cargo de ministro do STF, única forma de se corrigir um erro. Isso tudo é o que penso. Não considere questionamento ao seu comentário, oportuno da forma que o fez.

    3. “…. E me incluo no campo dos iludidos”

      “Anastasia iludiu a muitos. E me incluo no campo dos iludidos. A máscara começou a cair após o jogo de cena do Senado e dos levantamentos feitos pelo sucessor sobre as contas de Minas, “

  8. Pelo visto, nas eleições de outubro o PSDB vai sofrer um forte r

    Pelo visto, nas eleições de outubro o PSDB vai sofrer um forte revés. Minas Gerais, o 2º maior colégio eleitoral, era um importante reduto da legenda. Com o fim da influência do Aécio e sua irmã, restará ao PSDB apenas São Paulo e Goiás como áreas de influência hegemônica. Outro Estado que o PSDB vai perder muita influência será o Paraná, onde o tucano Beto Richa venceu a última eleição, e que tinha em Álvaro Dias, que foi para o Podemos, a principal referência do partido na região.

    Quem mais sairá prejudicado com a derrocada do PSDB é a elite política paulista, que tinha no partido o principal instrumento de influência na política nacional. Quem conhece, por exemplo, o interior de São Paulo e a Baixada Santista sabem a influência gigantesca que o PSDB ainda tem no Estado.

    Soma-se a tragédia tucana a ascensão da besta Bolsonaro e das candidaturas insossas de Marina Silva e Joaquim Barbosa. A concorrência com essas candidaturas aventureiras será mais um foco de esvaziamento do PSDB, visto que a legenda paulista perderá muitos votos por esses novos partidos. Tanto o Alckmin quanto o Doria não chegarão muito longe, ficarão pelo caminho e provavelmente nem chegarão ao 2º turno.

    O PSDB será mais atingido do que o PMDB pela crise que criou. Com o golpe, o partido perdeu todas as bandeiras com apelo eleitoral. O Aécio se transformou numa assombração capaz de afastar a maioria dos eleitores do partido. Se realmente ocorrer eleições em 2018, o país mudará profundamente, não sei se para pior, mas mudará sem o protagonismo do PSDB.

     

    1. Já combinou com a rede globo?

      Não há revés possível com eleições comandadas e manipuladas pelo câncer da democracia brasileira chamado Rede Globo.

      Enquanto a Rede Globo mantiver seu poder, seu partido político se manterá, ainda que com alguns obstáculos e eventuais derrotas pontuais.

      O país está fadado ao subdesenvolvimento, à violência, á obscena desigualdade enquanto o câncer não for firmemente combatido.

      1. Globo e capitalismo

        A Globo é tão nociva para a nação brasileira quanto o capitalismo é para a humanidade.

         

        PS – A única explicação para o Nassif ter tido alguma ilusão sobre o anestesia é estar fora de Minas há muito tempo, porquê entre os mineiros medianamente informados a sua posição de proeminência na Organização Criminosa montada pelo Mineirinho em MG é pública e notória desde o início. O Mineirinho e sua eminência parda foram produtos eleitoravelmente viabilizados pela Globo e sua legião de zumbis.

    2. Confirmado o cenário do

      Confirmado o cenário do momento, Goiás na próxima eleição vai para os braços de Caiado (DEM) aliado com o MDB 

    3. Também acredito que o PSDB

      Também acredito que o PSDB sofrerá um fragoroso revés, um extremo oposto do que conquistou em 2016 com a ajuda da Globo e do golpe.

      Por isso, as eleições deste ano ou não ocorrerão, ou serão totalmente fajutas (considerem desde cassação de candidaturas, violência a até mesmo a grosseira manipulação das urnas).

      Em São Paulo o PSDB é fortíssimo, os paulistas em geral são o povo mais cego e masoquísta do país, e o PSDB é a elite estadual, são influentes em todas as entidades e esferas de poder.

      Em São José dos Campos, por exemplo, o mais simbólico é o fato de o prédio da OAB local ser quase vizinho à sede do PSDB:

      Rua Engenheiro João Fonseca, 108, Vila Adyana (OAB-SJC)

      Rua Engenheiro João Fonseca, 118 – Vila Adyana, São José dos Campos – SP, 12243-620 (PSDB)

    4. Pelo visto, nas eleições de

      Pelo visto, nas eleições de outubro o PSDB vai sofrer um forte revés.

      Mais um motivo pra se duvidar de realmente termos eleições em outubro.

    5. Tragédia tucana?

      Não!

      Tragédia brasileira.

      O PSDB, que certa vez um filho do Tio Sam definiu como o partido oficial da Casa Branca no Brasil, deve sobreviver, talvez sair até mais fortalecido nas próximas eleições. Pode repetir a “façanha” do ora proscrito Aécio Neves, um fracasso nas pesquisas em 2014, mas quase eleito Presidente da República quando apurados os votos ELETRÔNICOS.

      Não retornamos à normalidade democrática após o impeachment. O golpe se aprofunda e o PSDB, fundamental nessa tragédia brasileira em curso, com seus tentáculos em todos os poderes, não deve ser jogado às traças. Terá sua recompensa pelos serviços prestados.

  9. A cara de Anastasia não engana

    Antonio Anastasia me parece um tipo mais perigoso que sua aparência calma pode demonstrar. Tanto quanto Aécio, ainda que ambos tenham personalidades distintas. Anastasia é bem mais mineiro, aquele das historias e piadas, em que diz uma coisa pensando absolutamente em seu contrario. Dissimulado e maquiavélico, provavelmente usou até Aécio como bucha de canhão para muitos de seus feitos. Não que Aécio seja melhor que Anastasia. Talvez um pouco menos esperto que sua criatura.

  10. Eu vou republicar o

    Eu vou republicar o comentário que deixei na publicação sobre o discurso de Fernando Pimentel no dia 21 de abril (um-tributo-a-memoria-dos-visionarios-e-aos-construtores-do-amanha-por-fernando-pimentel):

    “Essa atitude já encheu. É por causa dela que estamos na atual situação:

    “Assumi o governo e, ao invés de apontar culpados, fui buscar soluções para os inúmeros problemas e as inúmeras distorções que encontrei. Nada falei contra ninguém, nada acusei, não joguei pedras no que ficou para trás.” “

    O que ficou pra trás foram Anastasia e Aécio.

  11. Barroso retrô

    Nassif, poderias resgatar “o pensamento Barrosiano”, comparando os posicionamentos atuais do ministro com suas (dele) “lições” na sabatina do Senado? Será que ele teve sua nomeação aprovada com essas ideias? Ou camuflou-as ou sofreu “mutação chantagencial”?

  12. Oh! Minas Gerais
    Anastasia não foi só a mente por trás do governo de Aécio, como também foi talvez o grande mentor intelectual do golpe. Esse homem é a raposa velha, mais raposa e menos velha dos grandes quadros tucanos.
    O Psdb de Minas ficou perdido com a morte de Itamar, substituido pelo narcotraficante Zezé Perella, o grande nome e garoto prodígio Aécio, se afundou no abismo que cavaste com teus próprios pés, e está suicidado eleitoralmente. Outros nomes como Pimenta da Veiga e João Leite são fracos eleitoralmente.
    Quem concorrer com Fernando Pimentel vai contar com a alta rejeição ao Pt e com a Mídia oligárquica local. Teoricamente a raposa Anastasia está com a faca e o queijo(minas) nas mãos, o que gera uma grande contradição clubistica, pois o senador não é raposa, é galo.

  13. Análise bem fundamentada técnica e històricamente

    Prezados,

    Quando faço duras críticas a Luís Nassif é porque sei da competência e experiência que ele possui para fazer análises e diagnósticos econômicos e sócio-histórico-políticos. Mineiro, embora radicado em São Paulo há muitos anos, Nassif conhece bem o estado em que nasceu e o modo de fazer política nesse estado central. Eu ficava indignado quando Nassif fazia elogios a Aécio Cunha e a uma suposta capacidade de gestão e articulação política do neto de Tancredo Neves. Eu JAMAIS me enganei com Aécio e sempre soube o que ele era; JAMAIS dei a ele, ou a qualquer tucano, o meu voto. Na minha família muitos foram na onda dos rapineiros e hoje se recusam a discutir política. Quem morou em MG durante o período de ascenção de Aécio na carreira política tinha condições de saber o embuste que ele e os que o apoiavam/construíam de fato eram. Sem Antônio Augusto Anastasia não existira o Aécio dublê de gestor público.

    Anastasia se dedicou integralmente à construção da carreira política de Aécio, amor platônico dele, como sabem os mineiros mais bem informados e atentos. Era Anastasia quem conduzia, de fato, o governo de MG, quando Aécio passava os fins (e até meios de semana) em boates, praias ou iates do Rio de Janeiro. Como compensação, Anastasia pôde suceder Aécio no governo de MG, contando com a proteção e blindagem do sistema judiciário e oligopólio midiático (como observa-se também no feudo paulista). Antes que a canoa fizesse água, Anastasia deixou o governo de MG e candidatou-se a uma cadeira senatorial, deixando a ‘bomba’ nas mãos de Pimenta da Veiga ou Fernando Pimentel, ambos neófitos na disputa pelo governo estadual. Pimenta da Veiga carregava consigo o ônus de estar há quase uma década fora da arena política, pois a privataria o deixou chamuscado; além disso PV tinha feito o mesmo que José Serra: abandonado o mandato de prefeito de BH, para assumir um cargo de ministro privateiro de FHC. A narrativa descrita nesta postagem mostra que Antônio Augusto Anastasia esteve por 12 anos no comando do governo de MG, embora o titular do cargo e das maiores e descaradas negociatas e corrupções tenha sido Aécio Cunha.

    Como informação complementar, cabe dizer que foi Eduardo Azeredo, hoje alijado da vida política – condenado à prisão e que teve ontem julgado, e negado, o recurso de embargos infringentes – quem sucedeu Pimenta Da veiga, quando este abandonou a PBH antes de terminar o mandato. Azeredo era funcionário de carreira da PRODABEL e por não ter compromissos e comprometimentos políticos anteriores na daministração direta, governou BH por mais de dois anos, fazendo uma boa administração, que o credenciou a concorrer ao governo estadual e se eleger. Já na máquina privateira e corrupta do PSDB Azeredo se prostituiu e se corrompeu, como atestam as denúncias e processos contra ele. Foi na campanha à reeleição ao governo de MG, em 1998, que Azeredo e o tucanato inauguraram o que depois foi chamado de ‘mensalão tucano’, um esquema irregular de financiamento de campanha que funcionava como compra de apoio político por empresas e também desvio de recursos públicos.

    Embora nem de longe sejam os mais corruptos das hostes tucanas, Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo deixaram rastros e provas cabais dos malfeitos; por isso foram punidos com a morte política; Azeredo pode até vir a ser preso, se os recursos que pode ainda impetrar no TJ-MG forem julgados antes de setembro, quando ele completa 70 anos e cai pela metade o prazo prescricional dos crimes de que ele é acusado e condenado em 2ª instância.

    Com Aécio Cunha é provável que não aconteça sequer o que aconteceu/acontece com Azeredo, embora ele já seja um cadáver político, com dificuldade até mesmo para se eleger deputado federal por MG. No feudo paulista estão os maiores corruptos do tucanato, com destaque absoluto para José Serra. O sonso e hipócrita Geraldo Alckmin não fica muito atrás, mas é mais discreto e menos voraz que o Tarja-Preta.

    Fica  sugestão para o Nassif escrever xadrezes sobre Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo.

     

     

  14. Ilusão ou Elisão?

    “Por tudo isso, é didático comparar o voto de Anastasia, no relatório do impeachment, com o papel de Anastasia, como governador de fato e, depois, de direito de Minas. É uma belíssima introdução ao estudo da hipocrisia na política nacional”

    “Anastasia iludiu a muitos. E me incluo no campo dos iludidos.”

    Um analista de peso e influência não é, não pode/deve ser, leviano. A emissão de opinião amplamante favorável a Anastasia seguramente influenciou, a muitos, em favor dele, do Aécio e do PSDB. Erro? Ingenuidade? Ilusão? Elisão? ou “metahipocrisia” / “hipocrisia^2”?

    1. Mestre aldir Blanc

      Como disse o mestre Aldir Blanc na letra da núsica “Agnus Sei” composta em parceria com João Bosco:

      “O tempo vence toda ilusão”

      Em se tratando de tucanos nem precisa de tanto tempo e nem dá maispara manter ilusão alguma. Podridão total.

  15. consigliere

    Excelente análise, Nassif, como de hábito.

    Como “oriundo italiano”, faço um pequeno reparo idiomático: o Anastasia seria um consiglierE. Se fossem vários (e quem sabe se por trás dele há um pequeno exército de subconsiglieri?) seriam consiglieri.

  16. Devemos mais essa ao Lula

    Não fosse Luís Inácio, contra tudo e todos,  esse pilantra seria o presidente legal do Brasil.

    Ainda veremos o Nassif de camisa vermelha estrelada cantando a Internacional.

    Bem-vindo!

  17. Há erros factuais

    Há erros factuais. anastasia foi secretario de planejamento do primeiro governo aécio (01/jan/2003 a 31/12/2006). Acumulou a secretaria de segurança pública. O autodenominado choque de gestão teve início em 2003, sob a sua direçao na secretaria do planejamento. A chamada “cidade administrativa” (ou aecelandia) teve sua construção iniciada em 2004. A questão da previdência estadual e os trabalhadores designados do estado (constratados a título precário seguidamente ao longo de décadas) desaguou na famosa lei complementar 100/2007, declarada inconstitucional pelo STF em 2013 e um super-problema, que explodiu para Pimentel resolver. Só por essa questão anastasia deveria ser proibido do exercício de qualquer cargo público, incluindo (e principalmente) a docência de direito administrativo na ufmg. 

  18. bom post.

    Nem Aecio nem Anastassia  nem o psdb paulista me iludiram um dia sequer.

    Alías, nenhum politico de direita me ilude. Não confiou, não gosto e não elogio.

    Questão de principio ou teimosia!.

    Quanto aos de esquerda e centro esquerda já me iludi, faz parte, não perco o sono.

    Só para lembrar de alguns: Marta, Cristovan, Gabeira e mais alguns. 

    Acho que o proximo é o Ciro…

    1. Ciro é um surfista que quer
      Ciro é um surfista que quer pegar duas ondas ao mesmo tempo, a onda da esquerda e do progressismo mas não quer perder a onda do anti Luciano, vai acabar caindo da prancha.

  19. ?

    https://limpinhoecheiroso.com/2013/01/30/psdb-apaga-da-midia-a-existencia-de-liderancas-partidarias-gays/

    PSDB apaga da mídia a existência de lideranças partidárias gays

    Tucano_Diversidade

    “Caso Anastasia” provoca revolta nos defensores da pluralidade sexual que denunciam o PSDB por apagar da mídia opção sexual de seus líderes.

    Via Novojornal

    Em pleno século 21, quando as liberdades e opções individuais são bandeiras de diversos partidos, inclusive do PSDB, onde sua maior liderança, o ex-presidente FHC, defende publicamente a descriminalização da maconha, outros temas são tratados como tabu e apagados da mídia.

    Na última semana de dezembro de 2012, chegou à redação do Novojornaldenúncia informando que, com a ajuda da grande mídia e por meio de decisões judiciais, o PSDB vem conseguindo, nos últimos anos, impedir que a população tome conhecimento real do que pensam e fazem suas lideranças em relação à sexualidade.

    Nossa reportagem saiu a campo na procura de resposta para tão controverso tema e descobriu uma estrutura profissional atuando para o PSDB por intermédio de equipes de busca e análise das diversas mídias, das tradicionais imprensa escrita, falada e televisada, até as recentes mídias sociais.

    De posse das informações, passam a agir agências de notícias e escritórios de advocacia especializados em conseguir decisões judiciais para que os “relutantes” sejam obrigados a retirar qualquer menção sobre a opção sexual de suas lideranças.

    “O Caso Anastasia”, citado na denúncia recebida por Novojornal, foi comprovado. Anastasia, antes e durante seu mandato como vice-governador de Minas, na gestão de Aécio Neves, atuou como ativista ligado ao Movimento Gay de Minas (MGM), onde presidia e promovia ao lado de Oswaldo Braga, Danilo de Oliveira, dentre outros, o evento anti-homofobia, Rainbow Fest.

    Isso constava na Wikipédia, que teve o texto modificado em poucas horas após tal fato ser abordado nas redes sociais. Seu nome foi removido da página principal de domínio do Movimento Homossexual Brasileiro na enciclopédia virtual, seção Minas Gerais.

    Para quem não sabe, a Wikipédia tem a comunidade de moderadores mais forte da internet, o que resulta em uma análise antes que um artigo entre definitivamente no ar. O nome de Anastasia esteve muito tempo na página do grupo, o mais atuante de Minas. A explicação encontrada por Novojornal para retirada de seu nome foi que a remoção atendeu interesse do próprio movimento.

    Porém, tal ação fora documentada por meio de imagens. Como podiam ser vistas antes da intervenção e como ficou após a remoção. Entretanto, o caso mais ruidoso envolvendo o governador de Minas Gerais diz respeito a ele ter sido escolhido por Waldir Leite para edição de 2010 dos Golden Gays.

    Waldir Leite é escritor e jornalista. Trabalhou como roteirista de novelas na Globo e na Record. Foi repórter e editor do Jornal do Brasil, além de crítico literário do Caderno B, o suplemento de cultura do mesmo jornal. Atualmente assina um blog de cultura e comportamento com o seu nome.

    Foi neste blog que ocorreu a intervenção que causou maior repercussão entre as ações do PSDB no intuito de apagar da mídia a opção sexual de Anastasia. Agora, ao consultar o blog não se encontra a lista contendo o nome de Anastasia.

     

  20. “Anastasia iludiu a muitos. E me incluo no campo dos iludidos.”

    Então Nassif… 

    Adoro seu trabalho, que é de altissima qualidade, sempre acompanho, gosto muito do ggn e sou colaborador.

    Entretanto, vamos combinar que não é muito dificil te enganar….

    Depois de acreditar piamente no janot e na justissa, defendeu a Raquel Dodge, o Villas Boas e as instituições até quando deu.

    Hoje estamos vendo os grandes Homens e Mulheres Públicos que são…. 

    Quem é de BH conhece muito bem o Azia (e seus vínculos com Rapaze$$) e o Playboy drogado….

    1. Facinho de tudo me enganar. É

      Facinho de tudo me enganar. É o voto de confiança antes que fortalece a crítica depois, uma pequena estratégia jornalística que leitores atilados, como você, não captam. 

      1. Eita……

        Então Nassif, mais uma vez reitero o respeito que tenho pelo seu trabalho e pelo GGN.

        Fico feliz que você percebe que sou um leitor atento, ou melhor, “atilado”. Risos. 

        Uma coisa é dar voto de confiança, outra é produzir artigos defendendo essas figuras públicas pelo histórico delas sabendo que suas ações atuais e a conjuntura atual não correspondem com o histórico.

        Se essa é sua estratégia jornalística, quem sou eu para criticar. Quem é um jornalista renomado há anos e reverenciado por diversas figuras é você. 

        Entendo inclusive o cuidado que você deve que ter ao falar dessas figuras e ao se posicionar prospectivamente para não dar passo em falso. Tudo bem. Aceito. Entendo inclusive que nós, o público, podemos nos posicionar mais diretamente e fazer criticas mais fortes à essas figuras. Ok. 

        Agora, pagar de legalista no meio desse caos é no mínimo complicado.      

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