
Para debater a viabilidade e os impactos do fim da jornada de escala de trabalho 6×1, que foi um dos principais assuntos da semana e ganhou amplo apoio popular, o programa Nova Economia da última quinta-feira (14) contou com a participação de José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Unicamp, e Wellington Damasceno, advogado e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O docente da Unicamp comemorou que a temática se tornou uma possibilidade de ter uma situação ofensiva a fim de restabelecer questões fundamentais para a sociedade, depois de uma série de derrotas sociais enfrentadas pelo trabalhador, entre elas a retirada de direitos, todas favoráveis apenas às empresas.
Dari afirmou ainda que o fim da escala 6×1, em que os trabalhadores trabalham seis dias por semana e têm direito de descansar em apenas um, poderia beneficiar a economia.
“Temos de saudar que essa questão ganhou grandes dimensões dentro da sociedade brasileira, que as redes sociais estejam se manifestando, que as pessoas estejam percebendo de que a forma como o trabalho foi organizado nos últimos tempos é prejudicial para a grande maioria dos trabalhadores. Então, eu considero que o 6×1 é quase como, em 2013, mal comparando, obviamente, que são os contextos históricos, o 0,20 centavos. É uma certa explosão de uma situação de grito que as pessoas estão se manifestando querendo compartilhar melhor o trabalho com a vida pessoal, querendo que a vida não seja só trabalhar, querendo viver as outras dimensões da vida”, explica o professor.
Damasceno lembrou que a redução de jornada é uma reivindicação antiga do movimento sindical. “Na campanha salarial deste ano, a nossa categoria pautou a redução de jornada no estado de São Paulo e ela não teve repercussão, ela ficou muito limitada às negociações com as bancadas patronais e com as próprias empresas. Então, esse é um primeiro ponto muito importante da colocação dessa PEC e a repercussão que ela conseguiu ganhar.”
A discussão sobre a redução da jornada de trabalho representou ainda um avanço para os trabalhadores, de acordo com o sindicalista. “Desde o impeachment, o movimento sindical tem sido encurralado numa defensiva para tentar manter o mínimo da questão dos direitos, mas também do trabalho. A gente tem sido muito pressionado, não só os ataques que nós sofremos na reforma trabalhista, mas na sequência da reforma da previdência, veio a lei da terceirização e tinha a famigerada carteira verde e amarela, que não aconteceu como um todo, mas muita coisa foi implantada.”
Terrorismo
Apesar do otimismo dos convidados e do apoio popular, a proposta não foi bem recebida em todos os setores. Grandes empresas estão, como lembra José Dari, fazendo um grande terrorismo em torno da temática, de que a redução da jornada de trabalho vai quebrar a economia do país e prejudicar trabalhadores e pequenas empresas.
“Mas na hora da concorrência, por exemplo, o setor da farmácia, os grandes grupos não tiveram nenhuma dó de concentrar todo o mercado em torno desses grandes grupos nacionais e foram matando, acabando com todas as pequenas farmácias. Por exemplo, as mercearias com a questão dos supermercados, que são dois setores que utilizam muito fortemente jornadas 6 por 1”, continua o docente.
Já para Damasceno, um ponto de preocupação é o de que a proposta, que ganhou o apoio de diversos parlamentares conservadores e até do PL, seja cooptada pela direita.
“Temos até um receio disso não virar o que virou em 2013, que a direita capturou uma pauta, que era uma pauta do campo progressista, que era a tarifa zero, principalmente para os estudantes, a redução do valor da tarifa do transporte público, e virou o que virou, a pauta mudou completamente o que era, e a gente não avançou no transporte público, continua sendo um problema no Brasil, e outras pautas viraram até que culminou no golpe de Estado contra a presidenta Dilma”, relembra.
O sindicalista aponta ainda que a adesão da direita à redução da jornada trabalhista é superficial, pois os mesmos deputados e senadores que se manifestaram pela mudança também já defenderam o empresariado e garantiram que o Brasil quebraria se a medida fosse aprovada.
“Quando eles viram que essa pauta deu força ao número de assinaturas, à pressão popular, o quanto isso impactou nas redes sociais, começou um movimento de apropriação da pauta. E isso é um risco, porque esses meus deputados nunca defenderam, em nenhum momento das suas trajetórias, defenderam repressão jornada ou melhores condições para os trabalhadores. Muito pelo contrário, muitos deles votaram a favor da reforma trabalhista, que retirou o direito dos trabalhadores, inclusive colocou jornadas alternativas, mas que prejudicaram ainda mais o trabalhador”, afirma.
Confira o debate completo em:
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Desse susto não morreremos. O capital não vai abrir não de tempo de trabalho. Bem distante de tarifas de ônibus…
Se o capital não vai abrir mão do tempo de trabalho, então
o ser humano e sua capacidade de trabalho ainda são tão necessários para gerar essa mais-valia. A pergunta formulada pelo Antônio Uchoa Neto artigo cujo link disponibilizao abaixo estaria respondida.
https://jornalggn.com.br/trabalho/fim-da-jornada-6×1-karl-marx-sem-naftalina-por-leticia-sallorenzo/
O capital não abre mão de nenhum privilégio. O fim de privilégios depende da correlação de forças das classes trabalhadora e sugadora.
Para que haja uma nova revolta collorida basta que as Big Techs apoiem e abram a porteira pra eletrizar o povo naa redes pra liberar geral o odio contra o governo. Neste caso as Big Techs permitirâo uma avalanche de posts pra mobilizar as massas e ate pra atear fogo em predios publicos. Junho de 2013 será fichinha. A extrema direita está de olho nas reservas de ltio oi Musk,,,,nonpre sal da Margem Equatorial que a Marina Silva ta segurando ate que essa riqueza caia nas mâos dos interesses nao nacionais…..povo sem noção o brasileiro, nao entende mesmo do jogo e por isso so perde….com Dilma eramos a 6a economia do mundo e isso preocupava os EIA…com a dupla Temer Bozo caimos pra 13a….com Lula o Brasil voltou e isso sera motivo de insatisfacao pra Trump e sua turma aqui e la
Qualquer proposta mal conduzida pode ser cooptado pela direita!!!